Os cristãos
estão envolvidos numa “luta espiritual”. Estamos num campo de batalha.
Nenhum crente em Cristo está dispensado desta guerra. Se o homem se torna amigo
de Deus, fez-se inimigo do diabo; é impossível escapar ao confronto.
Enquanto o
fim não chega, o diabo e seus anjos continuam fazendo guerra. É uma batalha
real. Não é mística e nem fictícia, apesar de ser invisível, "Pois não
é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados
e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças
espirituais do mal (espalhadas) nos ares". (Ef 6,12). Os nossos
inimigos não são humanos nem visíveis. Quando os homens se opõem ao Evangelho
e o perseguem os cristãos, são apenas
instrumentos do grande inimigo; quando se rebelam contra Deus, cumprem a
vontade do inimigo; quanto os cristãos desobedecem ao Senhor, não deixam de ser
responsáveis pelos seus atos, mas são influenciados pelo inimigo.
Consideramos
algumas características desta batalha:
I.
A BATALHA É ARDILOSA.
Þ
O diabo arama ciladas - "Revesti-vos
da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio".
(Ef 6,11).
O diabo não
se mostra como é nem revela o que realmente quer. É inimigo astuto, que usa de
embustes e artifícios para conseguir o seu objetivo. Como aconteceu em sua
primeira intervenção na humanidade, quando enganou Adão e Eva - "Mas
temo que, como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim se corrompam os
vossos pensamentos e se apartem da sinceridade para com Cristo". (2Cor
11,3), continua a apanhar os incautos com suas ciladas. O engano é uma arma
poderosa de Satanás. Por essa razão a Bíblia tanto nos adverte a não nos
deixarmos enganar – cf. Lc 21,8; Rm 16,18; 1cor 15,33; Gl 6,7; Ef 5,6; Cl
2,4; 2 Ts 2,3; Tg 1,16.22 – Tudo o que ele faz é conseqüência do seu
caráter – “Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é
mentiroso e pai da mentira.” – Jo 18,44c.
Þ
Como escapar dos ardis malignos?
Pedro
aconselha a sermos - "Sede
sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão
que ruge, buscando a quem devorar". (1Pd 5,8).
Ser sóbrio e
estar no pleno domínio de suas capacidades.
Ser vigilante
é estar de olhos abertos, acompanhando o que se passa. Se o crente em Cristo
não estiver espiritualmente capacitado e ano aprender a discernir os
acontecimentos ao seu redor, pode cair numa cilada maligna.
II.
A BATALHA É VIOLENTA.
Þ
A violência do inimigo.
Não porque os
cristãos devem agir com violência, mas porque o inimigo ataca para “roubar,
matar e destruir” (Jo 10,10a) e “foi homicida desde o principio” (Jo
8,44b). Os cristãos, entretanto, devem ter consciência disso. O inimigo não
brinca de fazer guerra. Por outro lado, não devemos nos intimidar diante dos
ataques de Satanás. O escritor Tozer fez uma interessante observação a este
respeito:
“Enquanto não devemos subestimar as forças do
adversário, devemos ao mesmo tempo ter o cuidado de não cair presas do seu
fascínio, e viver sempre com medo dele... Devemos aprender a verdade sobre o
inimigo, mas devemos levantar-nos bravamente contra a noção supersticiosa que ele apresenta
acerca de si próprio. A verdade nos fará livres, mas a superstição nos
escravizará”.
Þ
Como nos opor à violência do inimigo?
O segredo
para nos opormos à violência do inimigo é “nos humilharmos sob a poderosa
mão de Deus” (1Pe 5,6). O poder vem dEle. Precisamos estar “fortalecidos
no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6,10). É um terrível engano pensar
que encontramos forças em nós mesmos para resistir às violentas investidas do
inimigo.
III.
A BATALHA É AMEDRONTADORA.
Þ
O diabo é “como leão que ruge” – 1Pe 5,8.
Mas não
precisamos ter medo dele nem de suas obras. Continuando a sua observação, Tozer
diz o seguinte:
“Conheço cristãos que se acham tão absorvidos na
luta contra os maus espíritos, que vivem num estado de constante inquietação.
Seu patético esforço para manter o diabo encurralado os deixa com esgotamento
nervoso e físico... É quando seus pelos
se eriçam, e começam a dar ordens ao diabo em voz alta, mas seus movimentos
nervosos dizem o quão apavorados eles estão”.
Þ
Devemos ter medo do diabo.
Em nenhuma
circunstancias precisamos temer o diabo.
A Bíblia nos manda resistir, fazer frente - "Resisti-lhe fortes na fé.
Vós sabeis que os vossos irmãos, que estão espalhados pelo mundo, sofrem os
mesmos padecimentos que vós". (1Pd 5,9); "Sede submissos a
Deus. Resisti ao demônio, e ele fugirá para longe de vós". (Tg 4,7).
Aliás, ele é que se amedronta com a presença do crente – “Resisti ao
demônio, e ele fugirá para longe de vós". (Tg 4,7b).
IV.
A AUTORIDADE PARA EXPULSAR DEMONIOS.
Þ
O que é expulsar demônios.
Expulsar
demônios e retirar da pessoa humana demônios ou espíritos imundos, mediante do
poder e autoridade dada por Jesus aos seus discípulos - "Jesus reuniu
seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e
de curar todo mal e toda enfermidade". (Mt 10,1). Qualquer crente em
Cristo, cheio do Espírito, pode ordenar, em nome de Jesus, que o demônio se
retire da pessoa. Jesus enviou os setenta com autoridade para expelir demônios -
"Depois disso, designou o Senhor ainda setenta e dois outros discípulos e
mandou-os, dois a dois, adiante de si, por todas as cidades e lugares para onde
ele tinha de ir. Voltaram alegres os setenta e dois, dizendo: Senhor, até os
demônios se nos submetem em teu nome!" (Lc 10,1.17).
Þ
Duas advertências precisam ser feitas aqui.
·
Exige-se do cristão uma vida santa e de oração para
ter condição de expulsar demônios - "Ele
disse-lhes: Esta espécie de demônios não se pode expulsar senão pela
oração". (Mc 9,29).
·
Basta que seja dada ordem para que os demônios saiam. Embora não seja apresentada na
Bíblia uma metodologia específica, em alguns exemplos bíblicos constatamos
Jesus e os apóstolos apenas dando ordens aos demônios para se retirarem – cf.
Mt 8,16; Mc 1,25; At 16,18.
CONCLUINDO
Não é mesmo
uma batalha fácil, não é verdade? Mas sempre é possível que experimentemos
vitória em todas as investidas de Satanás e dos demônios contra nós. Alem do
poder de Deus que em nós reside, pela presença do seu Espírito em nossa vida.
Ele colocou à nossa disposição um arsenal.
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