A questão é extremamente polêmica, pois é muito difícil precisarmos até que ponto sentir ciúmes é benéfico ou maléfico ao relacionamento de um casal. Uns atribuem ao ciúme um sentimento de zelo necessário para a manutenção do casamento imaculado (sem pecado). Outros já vêem o ciúme como sentimento doentio, extremamente possessivo e destrutivo. Afinal, sentir ciúme é bom para o casamento ou não? Devemos deixar nosso cônjuge fazer o que quiser, falar e sair com quem quiser? Ou devemos controlar cada passo seu, vigiando seus movimentos, suas conversas, seus olhares?... Uma vez que vivemos em uma sociedade corrompida quanto aos valores morais, na qual não mais se respeita o fato de alguém ser casado, tampouco se tem temor de Deus, é normal que tenhamos um sentimento de zelo por nosso cônjuge. Porém, certamente esse sentimento de ciúme, ou zelo, precisa ser medido e equilibrado com um relativo sentimento de confiança. Dizemos “relativo” porque quem é totalmente confiável? Sem duvida, a carne humana é corrompida e não confiável – “Porque os verdadeiros circuncisos somos nós, que prestamos culto a Deus pelo Espírito de Deus, e pomos nossa glória em Jesus Cristo , e não confiamos na carne.” – Fl 3,3; “Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo.” – Rm 7,18 – Tenha você vinte, quarenta ou mesmo setenta anos de idade, seja culto, ou ignorante, a carne que possui ainda é uma carne de pecado. Mas se um casal ama Cristo e busca viver em Sua presença, se os dois oram juntos, participam de pastorais para ouvir a Palavra de Deus, e por outro lado, possuem um relacionamento aberto, conversam sobre tudo, há carinho e qualidade, por que ainda alimentar a desconfiança?
O grande problema é para onde estamos direcionados nossos sentimentos – para carne ou para o espírito? “Ora, a aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do espírito é a vida e a paz.” – Rm 8,6 – Se nosso cônjuge é alguém que deixa controlar pelos desejos carnais, nossa desconfiança jamais poderá ajudar-nos a controlá-lo, restringi-lo ou mesmo impedi-lo de fazer o que pensa. Tudo que precisamos fazer é primeiramente ser alguém que vive no espírito, em comunhão com Deus. A experiência mostra que o ciúme exagerado só desgasta o relacionamento. Além disso, a Palavra de Deus mostra que se prostituição é obra da carne, ciúme também é – “Ora, as obras da carne são estas: fornicação (prostituição), impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!” Gl 5,19-21 – Se ao invés de confiar em si mesmo para controlar seu cônjuge, você confiar em Deus e buscá-lo de todo o coração, fique tranqüilo (a) – Deus é um Deus zeloso pelo seu povo. Não iria Ele Zelar por seu cônjuge? Portanto, não faça do ciúme o problema de seu casamento, mas entregue seu cônjuge a Deus – “Ou imaginais que em vão diz a Escritura: Sois amados até o ciúme pelo espírito que habita em vós?” – Tg 4,5.
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