Entre todos, talvez seja o profeta Isaias o que mais anunciou o Senhor Jesus. Na verdade o Novo Testamento diz que Isaias viu a Gloria de Jesus – “Assim se exprimiu Isaías, quando teve a visão de sua glória e dele falou.” Jô 12,41 – Deveremos identificar o momento em que o profeta viu a gloria do Senhor com a ocasião de seu chamamento, quando viu “o Senhor sentado num trono muito elevado; as franjas de seu manto enchiam o templo. – Is 6,1 – Isaias profetizou a vinda de Jesus falando praticamente tudo sobre ele, como, por exemplo, sua pregação, sua obra, sua rejeição, sua eternidade, etc. Aqui veremos uma profecia em particular – a do capitulo 09 de Isaias, que fala do nascimento de Jesus.
- A NOITE CHEGARÁ O FIM.
O primeiro anúncio de Isaias foi de que a noite do povo chegaria ao fim – “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz.” Is 9,1ª – Uma das principais características dos profetas era trazer mensagem de esperança. Nesse trecho, Isaias se refere especialmente a uma região desprezada pelo povo de Israel, que era a Galiléia. Esta sempre foi habitado por estrangeiros e, por isso, os israelitas a desprezavam. Deus, entretanto, não a deixará abandonada para sempre. Nem as trevas a continuariam obscurecendo.
Naquele tempo Israel estava sendo terrivelmente ameaçado pela Síria, e logo a Assíria projetaria sua sombra sobre a nação. Na invasão dos assírios, a região de Galiléia seria a primeira a cair. A afirmar que restauraria a Galiléia. Deus incluía toda a nação naquele momento, oprimindo pelo inimigo, o povo literalmente “andava em trevas”, mas, com a libertação que viria do Senhor, veria “grande luz” – “O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e sobre os que habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a luz.” – is 9,2 – Em vez de tristezas, o povo teria alegria, pois qualquer vestígio de batalhas desapareceria – Is 9,3-5 – O lugar mais tenebroso seria o primeiro a ver a luz.
Apesar de haver um cumprimento literal dessa profecia com a restauração do exilo da Babilônia e a reconstrução da nação, incluindo Galiléia, que geograficamente foi a primeira a ser habitada com a volta do exílio, certamente o momento de maior iluminação que aquele povo já viu se deu bem mais tarde, quando um jovem com não mais que 30 anos andou por aquela região pregando a palavra de Deus e realizando sinais mais maravilhosos jamais vistos. Seus nomes era Jesus de Nazaré.
Embora Jesus tenha nascido em Belém, passou a maior parte de sua vida e os primeiros anos de seu ministério justamente da Galiléia, a ponto de se discriminado pelos judeus, que não aceitavam um galileu pudesse se profeta. Jesus honrou aquela região com sua presença. O povo de lá foi o primeiro a ver a luz. Assim, a profecia de Isaias se cumpriu totalmente, conforme o Novo Testamento testifica, quando Jesus se mudou de Nazaré para Cafarnaum, na Galiléia – “Deixando a cidade de Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, à margem do lago, nos confins de Zabulon e Neftali, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías.” Mt 4,13-14 – Foi a partir daí que Jesus começou a pregar e dizer – “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” Mt 4,17.
- A ESPERA PELO MESSIAS.
Em todo momentos difíceis pelos quais o povo de Israel passou a idéia de um libertador que viria começou a ser disseminada. Ele seria o “Messias”, literalmente, o “ungido”, que teria a missão especifica de libertar o povo. Dá própria Bíblia, o povo extraia essa nação lendo, por exemplo, sobre o descendente da mulher – “Maria – Lc 1,31-33 – prometido ainda no jardim do Éden – “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gn 3,15 – sobre a promessa de que Deus levantaria um profeta igual a Moisés – “O Senhor, teu Deus, te suscitará dentre os teus irmãos um profeta como eu: é a ele que devereis ouvir.” Dt 18,15 – bem como sobre o descendente de Davi que assentaria para sempre no seu trono – “Quando chegar o fim de teus dias e repousares com os teus pais, então suscitarei depois de ti a tua posteridade, aquele que sairá de tuas entranhas, e firmarei o seu reino. Ele me construirá um templo, e firmarei para sempre o seu trono real.” 2Sm 7,12-13.
Sempre que o povo se encontrava numa situação desesperadora, voltava os olhos para o Messias esperando a manifestação dele.aquela não era um espera injustificada porque, de fato, o Messias viria, Isaias, com olhar profético o viu como já nascido, e afirmou – “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu.” Is 6,9ª. Esse menino seria a concretização de todos os sonhos de Israel. O nascimento dele seria a verdadeira luz que iluminaria a todos os que jaziam nas sombras da morte. Jesus se identificou com o Messias que o Novo Testamento, é chamado o Cristo. Quando André, irmão de Pedro, encontrou-se com Jesus foi dizer a seu irmão – “Achamos o Messias (que quer dizer Cristo) e o levou a Jesus.” Jô 1,41-42 – Pena que o povo judeu, esperando um rei terreno, nunca viu em Jesus as características do Messias profetizado por Isaias, que vão muito além das que um rei terreno pode ter.
- OS TITULOS DO MESSIAS.
O menino visto por Isaias teria qualidades que dificilmente poderiam a ser atribuído a um homem comum. O profeta disse que o nome dele seria – “e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz.” Is 9,6b – O primeiro título “Maravilhoso e Conselheiro” – aponta para a realidade supra-humana do Messias. Ele seria extremamente além do comum, por isso a designação maravilhosa pode ser trazida como sobrenatural. Como Conselheiro, o Messias teria a sabedoria plena. Uma vez ungido pelo Espírito Santo, teria em si toda a sabedoria necessária para salvar seu povo.
O segundo titulo, “Deus Forte” – demonstra o elemento divino do Messias. Ele não seria apenas um homem; teria à própria natureza divina. Isaias já havia profetizado que o Messias seria o “Emanuel”, que literalmente significa “Deus Conosco”. Agora ele vai além atribuindo ao Messias o titulo que é dado ao próprio Deus – Deus Forte, isto pode ser visto em Is 10, no qual o profeta fala sobre a conversão do povo – “Naquele tempo, o restante de Israel e os remanescentes da casa de Jacó deixarão de apoiar-se naquele que os fere, mas apoiar-se-ão com confiança no Senhor, o Santo de Israel. Um resto voltará um resto de Jacó, para o Deus forte.” Is 10,20-21 – não há como negar. Isaias entendia que o Messias de alguma forma seria homem, e, ao mesmo tempo, o Próprio Deus.
O terceiro título conferido ao Messias por Isaias é “Pai da Eternidade”. Não devemos entender esse título como Pai da Eternidade e sim como Pai Eterno. Ele seria para o povo o Pai eternamente disponível, eternamente amoroso, eternamente cuidadoso, ou seja, alguém que cuidará de seus filhos para sempre.
O quarto título, “Príncipe da Paz” – Deus já havia se revelado a Gerdeão como o Senhor da paz, aquele que põe fim às guerras, aquele que garante a paz. O Messias seria o Príncipe da Paz, pois não só acabaria com a guerra, mas teria prosperidade após a batalha.
Assim vemos que o Messias teria todas as qualidades para salvar e cuidar de seu povo. Seria um sobrenatural conselheiro capaz de ajudar seu povo e, ao mesmo tempo, o Deus Forte que garantiria a vitória, sendo uma fonte de segurança eterna e estabelecendo uma paz perene.
Nem é preciso dizer que somente Jesus cumpre perfeitamente essa profecia. Ele é o verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Somente Ele tem a sabedoria eterna; somente Ele é Deus poderoso; somente Ele é nosso Pai Eterno; somente Ele nos garante a paz. Não há duvidas – Isaias anunciou Jesus.
- O REINADO DO MESSIAS.
Isaias não predisse somente os títulos do Messias, como também o reinado dele. Ainda em is 9,6b o profeta disse – “... e o governo estará sobre os seus ombros;” – Complementou – “Seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos.” Is 9,7 – O governo que ele teria sobre si aumentaria progressivamente até ocupar toda a terra. A conseqüência desse governo seria o estabelecimento da paz, uma paz que também cresceria até atingir todos os limites imagináveis. Ele reinaria assentado sobre o trono de Davi, que simboliza o trono de Deus. Vencidos todos os inimigos, o trono de Davi repousaria sobre paz sem fim. O reino estabelecido e firmado mediante o juízo e a justiça para sempre. Isso parecia bom demais para ser verdade, por isso o profeta acrescentou que o zelo do Senhor dos Exércitos seria responsável por sua realização, ou seja, aconteceria porque o Senhor dos Exércitos tomaria as providencias necessárias.
Podemos ver no Novo Testamento que somente Jesus poderia cumprir essa profecia. O anjo Gabriel, quando se apresentou a Maria – “a mulher em Gn 3,15” – para lhe anunciar o nascimento de Jesus, disse-lhe – “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” Lc 1,31-33 – Os cristãos podem esperar de Cristo toda a sabedoria, toda a vitória, toda a eternidade, toda a paz prometida pelo Messias. Muito disso está disponível para esta vida, mas o cumprimento pleno será no dia da segunda vinda de Jesus.
- CONCLUSAO.
Isaias viu e anunciou Jesus – O Messias - Disse que Jesus se manifestaria na Galiléia, teria qualidades divinas e um reino eterno. Somente Jesus em si as qualidades que Isaias atribuiu ao Messias. Apesar de o povo de Israel não ter aceitado Jesus, todas essas qualidades sempre estiveram bem diante dos seus olhos.
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