sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Estudo Bíblico de Gênesis 6

Gênesis 6 fala da corrupção do gênero humano. Um estudo bíblico de Gênesis 6 revela a escalada do pecado na humanidade. Após a Queda de Adão, o homem se tornou totalmente depravado. Esse capítulo também registra o anúncio do dilúvio sobre a terra.

 

Um esboço de Gênesis 6 pode ser organizado da seguinte forma:

 

  • A corrupção total da humanidade (Gênesis 6:1-4).
  • Deus fica descontente com a humanidade, mas se agrada de Noé (Gênesis 6:5-10).
  • Deus anuncia o dilúvio (Gênesis 6:11-22).

 

A humanidade se afunda no pecado (Gênesis 6:1-4)

Os quatro primeiros versículos de Gênesis 6 mostra a degradação da humanidade por completo. Ao mesmo tempo em que a humanidade crescia, o pecado também se multiplicava. Esses versículos também são considerados por muitos como os mais difíceis de interpretar em todo o livro de Genesis. Isso porque eles fazem referência à união entre os filhos de Deus e as filhas dos homens e falam também de gigantes e valentes que habitavam a terra.

 

Sobre isso, existem basicamente três pilhas possibilidades de interpretação. A interpretação cristã tradicional identifica os filhos de Deus como sendo os descendentes da linhagem piedosa de Sete. Esses homens acabaram se misturando com os descendentes da linhagem de Caim.

 

As antigas interpretações judaicas identificam os filhos de Deus como sendo anjos. Nesse caso então alguns anjos supostamente tiveram relações com mulheres fazendo aumentar ainda mais o pecado. Há também uma interpretação que surgiu por volta do século 2 d.C. que diz que identifica os filhos de Deus como sendo homens poderosos que ajuntavam para si verdadeiros haréns e propagaram assim a imoralidade sobre a terra.

 

Na verdade as três interpretações são possíveis linguisticamente. Contudo, todas elas possuem algumas dificuldades. Mas sem dúvida a mais complicada delas é aquela que associa os filhos de Deus aos anjos. Isso porque ela contradiz a declaração de Jesus de que os anjos não se casam (Marcos 12:25). Além disso, se os anjos participaram dos acontecimentos narrados em Gênesis 6, essa interpretação não consegue explicar por que o castigo divino recai sobre a humanidade (Gênesis 6:3). Saiba mais sobre quem são os anjos. 

 

Portanto, bons intérpretes tem sugerido que a melhor possibilidade seria uma combinação entre as outras duas interpretações. De acordo com essa perspectiva, Gênesis 6 oferece um desfecho da história das linhagens. Gênesis 4 mostra a linhagem ímpia de Caim. Gênesis 5 mostra a linhagem piedosa de Sete em contraste com a linhagem de Caim. Então Gênesis 6 provavelmente mostra como essas duas linhagens se misturaram, isto é, os descendentes de Sete que eram tementes a Deus e os descendentes de Caim que representavam a descendência espiritual de Satanás.

 

Nesse tempo homens muito perversos e sanguinários surgiram sobre a terra. Com relação aos gigantes mencionados em Gênesis 6, essa palavra traduz o hebraico nephilim, que significa “caídos” ou “poderosos”.

 

A humanidade desagrada a Deus (Gênesis 6:5-10)

 

Diante do cenário caótico da humanidade dominada pelo pecado, Gênesis 6 diz que Deus se arrependeu de ter criado o homem (Gênesis 6:6). Esse arrependimento de Deus deve ser interpretado corretamente. A Bíblia claramente diz que Deus é imutável e jamais muda seu pensamento e propósito (cf. Números 23:19; 1 Samuel 15:29; Salmos 33:11; Isaías 46:10; Malaquias 3:6; Tiago 1:17).

 

Na verdade no que acontece em Gênesis 6 é o uso de uma linguagem antropopática. Isso significa que o autor de Gênesis descreve Deus em termos da experiência humana de conhecimento e emoção. Então esse “arrependimento” não pode ser entendido como idêntico ao arrependimento humano.

 

O que Gênesis 6 faz é mostrar que o pecado do homem desagradou profundamente a Deus, e que a humanidade foi totalmente culpada pelo juízo sobreviria sobre ela (Gênesis 6:7). Além disso, esse mesmo texto destaca a grandiosidade da graça misericordiosa de Deus que se agradou de Noé. Por ser imutável e fiel a sua Palavra, em sua soberania Deus resolveu preservar a humanidade através da família de Noé de acordo com seus propósitos eternos (Gênesis 6:9). Entenda melhor o arrependimento de Deus.


O anúncio do dilúvio (Gênesis 6:11-22)

 

Deus comunicou Noé acerca do juízo que seria derramado sobre a terra. Esse juízo se daria através de uma grande inundação que destruiria os homens e os animais. Então Deus instruiu Noé para a construção de uma arca. Essa arca deveria ter o tamanho necessário para comportar a família de Noé e os casais representantes de cada espécie de animais e aves, além do mantimento para todos eles (Gênesis 6:14-21).


A Bíblia diz que Noé fez conforme tudo o que Deus lhe havia ordenado (Gênesis 6:22). Alguns comentaristas sugerem que Gênesis 6 compreende um período de cento vinte anos, da proclamação à consumação do dilúvio (cf. Gênesis 6:3). Então foi durante esse tempo que Noé construiu a arca e proclamou a justiça em meio à humanidade ímpia. O apóstolo Pedro chama Noé de “pregoeiro da justiça” (2 Pedro 2:5).

 

Gênesis 6 enfatiza também o relacionamento da aliança. Na pessoa de Noé Deus confirmou sua aliança de preservar a criação (Gênesis 6:18). Além disso, ao preservar a humanidade através de Noé, Deus também garantiu que a promessa de redenção do seu povo feita em Gênesis 3 pudesse ser cumprida.

 

Gênesis 6 diz que Noé era integro e achou graça diante de Deus (Gênesis 6:8). Isso não significa que Noé fosse uma pessoa imaculada, mas significa que apesar de Noé estar debaixo dos efeitos da queda do homem, ele era uma pessoa temente a Deus acima de tudo (cf. Gênesis 6:9).

 

Portanto, a integridade de Noé não era o motivo fundamental de sua aceitação diante de Deus (cf. Romanos 3:10-12). Por isso o texto de Gênesis 6 diz que Noé “achou graça” perante o Senhor. A graça de Deus é um favor imerecido que jamais repousa sobre os méritos humanos. A salvação que alcançou Noé foi um dom incondicional com base na obra redentora do Cristo que haveria de vir. Noé era um pecador que foi salvo pela graça mediante a fé.  (cf. Hebreus 11:7).

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