01 - INTRODUÇÃO
Jesus nasceu de forma milagrosa entre os anos 7 e 2 a.C. Se tornou popular, realizando curas e milagres, atraindo discípulos e também perseguidores.
Jesus foi entregue pelo seu próprio discípulo, condenado injustamente e crucificado entre o ano 30 a 33 d.C. Jesus Cristo morreu com a idade entre 34 a 39 anos.
Três dias após da sua morte, Jesus ressuscitou, subindo aos céus diante dos seus discípulos. Uns consideram Jesus um grande profeta, outros, um revolucionário. Para os cristãos, Jesus é o Filho de Deus, o Messias.
A Bíblia continua sendo a melhor forma de conhecer a vida de Jesus, mas podemos conhecer mais sobre o Messias através de achados arqueológicos, o que chamamos de Jesus Cristo histórico.
Jesus era judeu, de etnia e nacionalidade judaica. Os judeus proibiam os homens de ter o rosto barbeado e cabelos longos. Logo, o "Jesus europeu" representado em imagens, de pele branca e cabelos longos é improvável.
Da mesma forma, a Bíblia não diz se Jesus era negro, moreno e não dá nenhum detalhe sobre a sua cor. Há uma única referência bíblica que diz que o Messias "não tinha qualquer beleza". Jesus teria traços comuns das pessoas da região do Oriente Médio, pele corada, cabelos curtos e barba.
02 - O nascimento de Jesus
Maria era virgem e estava prometida em casamento a José, um carpinteiro. O anjo Gabriel visitou Maria e anunciou que ela teria um filho, que seria gerado através do Espirito Santo e seu nome seria Jesus (Lucas 1:30-33).
O nome Jesus, é a tradução da expressão hebraica Yeshua, que significa “o Senhor salva”, mas, vale lembrar que Evangelhos foram escritos em grego e utiliza a expressão Iesus, que deu origem ao nome Jesus.
Ao saber da gravidez de Maria, José relutou em aceitá-la. Mas com a confirmação - através de um sonho - José obedeceu às instruções dadas por Deus e assumiu Jesus como filho.
Apesar de ser conhecido como Jesus de Nazaré, Jesus nasceu em Belém. A cidade era conhecida por ser à terra natal do rei Davi. Por nascer em Belém, Jesus cumpriu a profecia quanto ao nascimento do Messias (Mateus 2:6).
Devido à perseguição de Herodes, José e Maria fugiram com Jesus para o Egito. Depois da morte de Herodes, José e Maria retornaram a Nazaré. Jesus viveu com os seus pais até os 30 anos e teve irmãos e irmãs. Jesus não se casou e nem teve filhos.
02.1 - Irmãos ou primos?
A Bíblia diz que Jesus tinha irmãos, não primos. Na língua hebraica não se fazia distinção entre irmão e primo mas o Novo Testamento foi escrito em grego, que tem uma palavra para “irmão” e outra distinta para designar “primo”. Os escritores do Novo Testamento, nas referências acerca de Jesus, usaram a palavra “irmão” (adelfos).
Alguns argumentam que o Novo Testamento foi escrito por judeus e para judeus e por isso usaram a palavra grega para “irmão” no sentido hebraico de parente. Mas Lucas era gentio e estava escrevendo para gentios e ele usou a palavra irmão (Lucas 8:19-20). Lucas foi muito cuidadoso na sua escrita e teria usado a palavra “primo” (anepsios) se não fossem realmente os irmãos de Jesus.
03 - A vida de Jesus
Na fase adulta, Jesus começou a profetizar depois de ser batizado pelo profeta João Batista. Ao passar pelo batismo no rio Jordão, Jesus passou a viver em Cafarnaum da Galileia.
A beira do Mar da Galileia, Jesus chamou os seus primeiros discípulos: Simão (Pedro), André, Tiago (filho de Zebedeu), João, Filipe, Bartolomeu (Natanael), Tomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Tadeu (Judas), Simão (o zelote) e Judas Iscariotes o traidor.
Jesus, sempre ao lado dos seus discípulos e seguido por uma multidão, operou diversos milagres, curou enfermos, expulsou demônios e ressuscitou mortos.
Jesus anunciava o Reino de Deus e denunciava a hipocrisia praticada entre os judeus, o que incomodava os religiosos (Mateus 23:13). Além de cumprir toda a lei do judaísmo, Jesus não pecou.
Conforme a sua fama crescia, Jesus atraía a ira dos religiosos, que conspiravam entre si na tentativa de matá-lo. Judas Iscariotes, então discípulo de Jesus, se oferece aos sacerdotes para entrega-lo as autoridades por 30 moedas de prata.
04 - Jesus Homem: Como Entender a Natureza Humana de Cristo?
A doutrina da humanidade de Jesus é um dos fundamentos da fé cristã, pois a Bíblia testifica claramente acerca do Jesus Cristo homem, assim como também testifica acerca de sua divindade. As Escrituras nos revelam Jesus sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Essa questão geralmente é chamada de Doutrina da União Hipostática. Essa doutrina trata da união perfeita e inconfundível entre a natureza humana e a natureza divina na única pessoa de Cristo, ou seja, o Unigênito Filho de Deus se tornou plenamente humano sem abrir mão de nenhum de seus atributos ou de sua natureza divina, num processo de auto-esvaziamento (Filipenses 2:7).
4.1 - As duas naturezas de Jesus: A humanidade e a divindade de Cristo
Jesus é uma só pessoa que possui duas naturezas: a natureza humana e a natureza divina. Realmente nós não temos a capacidade de entender completamente tudo o que envolve as duas naturezas de Jesus Cristo. Por isso, costumamos a se referir a essa questão como “o grande mistério da Encarnação”.
Existem verdades que a Bíblia afirma e explica, enquanto outras ela apenas afirma e não explica, até porque mesmo se ela explicasse não compreenderíamos. A doutrina acerca das duas naturezas de Jesus, e como essas naturezas se relacionam, certamente é uma dessas verdades. Em casos assim, cabe a nós apenas aceitar tal verdade pela fé.
Para falarmos sobre a humanidade de Jesus, primeiramente precisamos aceitar sua plena divindade. Na Bíblia existem inúmeras referências que provam que Jesus é Deus, o Filho Unigênito do Pai, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade (Salmo 110:1; Isaías 7:14; 9:6; Malaquias 3:1; Mateus 1:23; 16:16; Marcos 1:1,2; Lucas 1:76; João 1:1-14; 10:30; 20:28; Atos 7:59; 1 João 5:20; etc.).
4.2 - Jesus é verdadeiro homem
Se a Bíblia afirma explicitamente a divindade de Jesus, da mesma forma ela também afirma sua humanidade. Esse ensinamento bíblico acerca do Jesus homem, pode ser facilmente percebido nos textos que falam acerca de seu nascimento (Lucas 2:1-5), crescimento e aprendizado (Lucas 2:49-52), e todas as outras atividades comuns aos homens, como: sentir fome (Mateus 4:2), sede (João 19:28), cansaço (João 4:6), chorar (João 11:35,38), e, inclusive, sofrer (Marcos 14:32-42; Lucas 12:50) e morrer (Mateus 27:46; Marcos 15:34).
Por ser verdadeiramente humano, Jesus também podia ser tentado, assim como nós, porém, diferentemente de nós, Ele sempre venceu as tentações e nunca pecou (Mateus 4:1-11; Hebreus 4:15).
4.3 - Como as duas naturezas de Jesus se relacionam?
O maior desafio em entender o ensino bíblico acerca das duas naturezas de Jesus, se concentra no mistério de como essas duas naturezas se relacionam. Por exemplo: sendo plenamente humano, Jesus demonstrou desconhecimentos de certos fatos durante seu ministério terreno (Marcos 13:32; Lucas 8:45-47), enquanto que sendo plenamente Deus, Ele também demonstrou possuir os atributos divinos, como a onisciência (João 1:48; 16:30; 21:17).
De acordo com exemplo a cima, podemos corretamente afirmar que algumas características e atitudes de Jesus podem ser atribuídas à sua natureza humana; enquanto outras à sua natureza divina. No entanto, isso não significa, de forma alguma, que Jesus alternava essas duas naturezas, ou seja, agindo em alguns momentos como homem, e em outros como Deus.
A verdadeira doutrina bíblica aponta para o fato de que Ele sempre agiu na unidade de sua pessoa divina-humana, visto que não se tratam de duas pessoas, mas de uma única pessoa com duas naturezas distintas e inseparáveis. Logo, em todo seu sofrimento e dificuldade, mesmo na terrível agonia no Calvário e sua consequente morte, ali estava o Jesus plenamente Deus e plenamente homem, redimindo o seu povo.
É claro que esse conceito é extremamente difícil de se entender, pois implica na condição de que, ao mesmo tempo em que Jesus, em sua humanidade, experimentava fraquezas comuns aos homens, em sua divindade Ele permanecia onipotente.
Para nós é impossível compreender esse conceito, e isso não significa que seja uma contradição, mas um paradoxo que nos leva a reconhecer que a encarnação do Verbo é, de fato, um mistério.
4.4 - As heresias acerca das duas naturezas de Jesus
Ao longo dos anos, durante a história da Igreja Cristã, surgiram várias heresias acerca das duas naturezas de Jesus Cristo. Todas elas têm em comum atacar, de alguma forma, ou sua natureza humana ou sua natureza divina, ou ambas.
O Monarquismo Dinâmico e o Arianismo são exemplos de heresias que atacam a divindade de Cristo. O primeiro afirma que Jesus não era divino, mas simplesmente um homem que recebeu um poder especial de Deus quando foi batizado por João Batista. Já o segundo defende que o Filho de Deus nada mais era do que uma criatura do próprio Deus. A Igreja combateu essas heresias especialmente nos Concílios de Niceia (325 d.C.) e Constantinopla (381 d.C.).
Por outro lado, desde o primeiro século também surgiram doutrinas que atacavam, além da natureza divina, também a natureza humana de Jesus. O exemplo mais significativo é o do Docetismo, que ensinava que Jesus apenas parecia ser humano, mas era, na verdade, um tipo de espírito. Daí vem o nome desse falso ensino, “Docetismo”, do grego dokeo, que significa “parecer”.
O apóstolo João foi um dos que mais combateu heresias desse tipo, tanto em seu Evangelho como em suas epístolas. Em João 1:1, lemos uma clara declaração da divindade de Cristo, “[…] e o Verbo era Deus […]”, enquanto que no mesmo capítulo, no versículo 14, lemos também uma afirmação explicita da humanidade perfeita de Jesus: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós […]”.
Em sua primeira epístola, o mesmo apóstolo alertou sobre os falsos profetas que, no espírito do anticristo, negavam que Jesus Cristo veio em carne (1 João 4:1-3). Mais tarde, o apóstolo João também repetiu esse mesmo alerta, com a mesma severidade na condenação, afirmando que quem não confessa que “Jesus Cristo veio em carne”, este tal “é o enganador e o anticristo” (2 João 7).
Por fim, há também outras doutrinas heréticas que acabaram distorcendo o ensino bíblico acerca das duas naturezas de Jesus, como por exemplo:
· Doutrina Nestoriana: afirmava que Jesus possuía, além de duas naturezas, também duas pessoas, divina e humana, que se encontravam em um só corpo.
· Doutrina Eutiquiana: afirmava que Jesus possuía apenas uma única natureza, entendendo que a sua divindade havia absorvido sua humanidade.
A Igreja Cristã rejeitou esses dois erros especialmente no Concílio de Calcedônia em 451 d.C., onde foi afirmado que Jesus Cristo é uma só pessoa, verdadeiro homem e verdadeiro Deus, que possui duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis, inseparáveis e indivisíveis, nas quais permanecem intactos, em cada uma delas, seus próprios atributos.
4.5 - Jesus homem: a importância da humanidade de Jesus
Apesar de ser um mistério, a Bíblia definitivamente afirma que Jesus é plenamente Deus e plenamente homem. Enquanto enfatizamos, corretamente, a divindade de Cristo, às vezes é comum cairmos no erro de minimizar sua humanidade.
Todavia, reconhecer a perfeita humanidade de Jesus é essencial para a fé cristã, de modo que se negarmos a humanidade de Jesus também estaremos negando a salvação provida por sua obra redentora na cruz.
O escritor da Epístola aos Hebreus tratou desse assunto de forma bastante detalhada, enfatizando, inclusive, que a realidade da humanidade de Cristo é fundamental na realidade da nossa salvação (Hebreus 2:14,15).
A verdade acerca da humanidade de Jesus também nos faz entender o cumprimento de algumas promessas fundamentais, como por exemplo, a promessa feita pelo próprio Deus após a Queda do homem. Em Gênesis 3:15 lemos que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente, e essa promessa encontra seu cumprimento na pessoa de Jesus Cristo, plenamente Deus e plenamente homem.
Assim, a doutrina acerca da humanidade de Cristo é fundamental para nossa fé e significa um grande conforto para nós, pois em Cristo, sendo plenamente homem, temos a garantia de que Ele pode nos auxiliar em nossas aflições e sofrimentos, e interceder por nós diante do Pai (Hebreus 2:17,18; 4:15,16; 5:2-9; 7:25).
05 - A crucificação e morte de Jesus
Na Páscoa Jesus fez a sua Ultima Ceia com os discípulos. Na mesa, Jesus Cristo revelou que seria traído e morto. Em angústia, no Monte das Oliveiras, Jesus foi entregue por Judas Iscariotes as autoridades. Logo depois a traição, Judas suicidou-se.
Jesus foi julgado pelos sacerdotes no Sinédrio e depois entregue as autoridades romanas, que inflamados pelos fariseus e pela multidão condenaram Jesus a crucificação.
Jesus foi torturado e teve que carregar a sua própria cruz. No Gólgota, os soldados o pregaram na cruz, lhe puseram uma coroa de espinhos e penduraram uma placa escrita INRI, que significa “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.
Quando Jesus deu seu último suspiro, a Terra tremeu, o céu escureceu e o véu do santuário - que separava os homens de Deus - se rasgou. O corpo de Jesus foi sepultado num túmulo selado para que não fosse violado.
06 - A ressurreição de Jesus
Ainda de luto, um grupo de mulheres foram visitar seu túmulo e quando chegaram, foram avisadas por um anjo que Jesus Cristo não estava mais no túmulo. Três dias depois da sua crucificação, Jesus Cristo ressuscitou!
Os discípulos ficaram atordoados com a notícia. Pouco tempo depois, Jesus se apresentou a eles e não havia mais dúvidas: Jesus Cristo é o Filho de Deus. Jesus continuou com os discípulos durante 40 dias, até ser elevado aos céus diante de mais de 500 seguidores (1 Coríntios 15:4-6).
A base da fé cristã está na ressurreição de Jesus. Ao vencer a própria morte, Jesus estabeleceu uma nova aliança e passou a ser o único mediador entre Deus e os homens.
07 - A volta de Jesus
A Bíblia diz que Jesus vai voltar em breve. Por isso, precisamos estar prontos para quando isso acontecer. Ninguém sabe exatamente quando Jesus vai voltar mas precisamos nos manter vigilantes.
Jesus vai voltar. A Bíblia diz isso claramente. E, quando ele voltar, Jesus vai julgar a humanidade, destruir o mal e dar vida eterna aos salvos (Apocalipse 22:12). A volta de Jesus marcará o fim do mundo.
Para quem é salvo, a volta de Jesus é motivo de grande esperança! Nesse tempo, Jesus estabelecerá a justiça e restaurará todas as coisas. Os mortos ressuscitarão e todos os salvos serão transformados para viverem eternamente. Não haverá mais dor, morte nem tristeza (Apocalipse 21:3-4).
07.1 - Quando vai ser a volta de Jesus? Como vai ser?
Ninguém sabe quando vai ser a volta de Jesus. Somente Deus sabe a data. Ninguém consegue prever o dia, porque Deus não revelou essa informação a ninguém (Mateus 24:42-44). Precisamos estar prontos em todo tempo, porque Jesus pode voltar em qualquer momento.
A Bíblia diz que, quando Jesus voltar, vai ser muito claro. Jesus voltará da mesma forma que subiu ao Céu: em uma nuvem. Sua volta vai ser marcada pelo som de trombeta e de um arcanjo (1 Tessalonicenses 4:16-17). A volta de Jesus não vai ser discreta!
Antes de Jesus voltar, veremos vários sinais, que nos servem de aviso que o fim está próximo. Esses sinais não podem nos dar a data exata mas nos ajudam a lembrar que Jesus vai voltar em breve. Assim, não seremos apanhados desprevenidos.
07.2 - Como podemos nos preparar para a volta de Jesus?
A Bíblia diz que precisamos estar preparados para quando Jesus voltar e nos dá conselhos práticos para nos prepararmos:
- Viver de maneira santa
A maneira principal de nos prepararmos para a volta de Jesus é tendo fé e obedecendo a ele! Quem é salvo vive de maneira diferente, procurando ser mais como Jesus, fazendo o bem e rejeitando o pecado. Se focarmos em fazer a vontade de Deus, não teremos nada a temer com a volta de Jesus e não seremos apanhados de surpresa (2 Pedro 3:14).
- Ficar atentos
Muitas vezes é fácil nos esquecermos que o fim está próximo e cairmos em desleixo com as coisas de Deus. Os sinais do fim do mundo servem para nos alertar que precisamos ficar atentos e corrigir nossa vida. Devemos nos manter sóbrios e atentos para a vontade de Deus (1 Tessalonicenses 5:6-9).
- Edificar uns aos outros
Juntos somos mais fortes! Sozinhos somos muito mais vulneráveis. Precisamos de nossos irmãos em Cristo para nos encorajarmos uns aos outros e para nos mantermos preparados para a volta de Jesus (1 Tessalonicenses 5:11). Juntos, estaremos prontos para receber Jesus!
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