Jesus é chamado o Cordeiro de Deus porque ele se ofereceu como sacrifício pelos nossos pecados. No Antigo Testamento, um cordeiro era oferecido por quem se arrependia de seus pecados. O cordeiro tomava o lugar dessa pessoa. Quando morreu na cruz, Jesus tomou nosso lugar, como o cordeiro sacrificado.
O cordeiro no Antigo Testamento
A consequência do pecado é a morte e a separação de Deus (Romanos 3:23; Romanos 6:23). Essa é a punição justa. Todos nós pecamos, mas Deus nos ama e quer nos dar outra chance de ficar com Ele. Sendo justo, Ele ainda tinha de exigir pagamento. Por isso, Ele permitiu que quem se arrependesse usasse um cordeiro sem defeito como seu substituto. O cordeiro morria em seu lugar para que voltasse a ter comunhão com Deus.
Essa substituição está presente na primeira Páscoa, no Egito. O anjo da morte ia passar pelo Egito e matar o primeiro filho de cada família, por causa dos pecados desse povo. Mas Deus mandou o povo de Israel sacrificar um cordeiro por cada família, em substituição do primeiro filho. Os israelitas passaram o sangue dos cordeiros nos umbrais das portas de suas casas. Assim, quando o anjo da morte passou por suas casas, viu que já tinha havido morte lá e não tocou neles (Êxodo 12:21-23).
Mas a morte de um cordeiro era um sacrifício imperfeito. Afinal, era só um cordeiro, não podia mudar a natureza pecaminosa da pessoa. Sempre que a pessoa pecava, ficava novamente em dívida. Por isso, cordeiros tinham de ser sacrificados regularmente. O sacrifício do cordeiro era um sinal de fé de um sacrifício maior que um dia iria ser feito (Hebreus 10:1-4).
O que é holocausto na Bíblia?
Um holocausto era um sacrifício totalmente queimado para Deus. O animal era morto e seu sangue era derramado sobre o altar onde a carcaça era queimada (Êxodo 29:16-18). O holocausto servia como pagamento pelo pecado.
Muito antes de Moisés receber a Lei de Deus, já era prática oferecer holocaustos a Deus. O holocausto era um animal sem defeito (boi, carneiro, bode ou pomba), que servia como substituto, levando o pecado da pessoa que o oferecia (Levítico 1:3-4).
Os israelitas deveriam oferecer holocaustos individualmente e como nação. Todos os dias holocaustos eram oferecidos a Deus pelo pecado do povo. Havia também datas e situações especiais em que as pessoas deveriam dar um holocausto a Deus. Era necessário oferecer holocaustos regularmente porque as pessoas voltavam a pecar e precisavam de novo do perdão de Deus.
Qual era o significado do holocausto?
O holocausto era uma forma receber perdão de Deus pelos pecados. Deus é justo, por isso o pecado precisa ser punido. O castigo pelo pecado é a morte e a separação eterna de Deus. Mas Deus nos ama e quer ter um relacionamento conosco. Por isso, Ele permitiu o sacrifício da morte de um substituto inocente e sem defeito, em lugar do pecador (Levítico 17:11).
O holocausto apenas tinha valor se a pessoa se arrependesse do pecado. O holocausto mostrava que a pessoa entendia as consequências do pecado mas queria mudar de vida. O fogo consumia completamente o holocausto, assim como o castigo de Deus consome o pecado. O sangue derramado do animal representava a morte da pessoa que tinha cometido pecado.
O holocausto não servia para “alimentar” Deus. Ele não precisa de sacrifícios para comer (Salmos 50:12-15). O holocausto servia para salvar as pessoas do pecado, não para o benefício de Deus.
O holocausto e Jesus
O sacrifício de animais não podia apagar completamente o pecado. Sempre que a pessoa cometia outro pecado, precisava fazer novo holocausto. Mas quando Jesus morreu na cruz em nosso lugar, ele fez o sacrifício perfeito e definitivo (Hebreus 10:10-12). Jesus substituiu todos os holocaustos.
O holocausto apontava para Jesus, que iria levar todos os nossos pecados, derramando seu sangue na cruz. O sacrifício de Jesus faz o que os holocaustos não podiam fazer: ele muda nossos corações.
O que é a propiciação e expiação dos pecados?
A propiciação e expiação dos pecados são o pagamento pelos pecados para fazer justiça e obter o perdão de Deus. No Antigo Testamento a propiciação era feita pelo sacrifício de animais. No Novo Testamento, Jesus veio e se tornou no sacrifício perfeito pelos pecados de todo o mundo.
Deus é justo e perfeito, por isso não pode deixar o pecado sem punição. Todos nós pecamos e a consequência do pecado é a morte e a separação de Deus (Romanos 3:23; Romanos 6:23). O pecado tem de ser castigado para haver justiça.
Mas Deus nos ama e quer nos dar outra chance para estar com Ele. Por isso Deus nos deu outra forma de pagar pelos pecados: com um substituto. O substituto inocente morreria no lugar do transgressor, pagando o preço por seus pecados e desviando a ira de Deus. Assim, o pecado seria punido mas sem destruir o pecador. Isso é propiciação, ou expiação.
No Antigo Testamento o substituto era um animal sem defeito. A pessoa arrependida de seus pecados sacrificava o animal a Deus, como propiciação pelos seus pecados. Mas um animal era um pobre substituto para expiar o pecado de um ser humano. Era preciso fazer sacrifícios regulares porque a pessoa continuava pecando e o animal não podia pagar todos os pecados (Hebreus 10:1-4). O sacrifício de animais era apenas um símbolo do sacrifício perfeito: Jesus.
No Novo Testamento, Deus veio à terra na forma de um homem para pagar o preço por nossos pecados (João 1:29). Deus foi o nosso substituto. Só Deus podia pagar o preço total porque só Ele é perfeito, sem pecado.
Jesus foi o sacrifício perfeito. Ele morreu por todos. Sua morte serviu de propiciação, porque desviou de nós o castigo pelo pecado. Quem aceita Jesus como seu salvador tem seus pecados expiados pelo seu sacrifício; está limpo do pecado. Já não é preciso oferecer sacrifícios repetidamente, porque Jesus pagou por todos os pecados (Hebreus 9:27-28; 1 João 2:1-2). Basta se arrepender e pedir perdão.
Jesus, o Cordeiro.
Todo sacrifício que podíamos fazer seria sempre imperfeito. Por isso, Deus preparou o sacrifício perfeito: Ele mesmo. Ele se tornou um homem e passou por tudo que nós passamos, mas sem pecar (Hebreus 2:14-15). Ele se tornou o sacrifício perfeito pelos nossos pecados.
João Batista chamou Jesus de “o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Jesus se ofereceu para morrer em nosso lugar. Ele foi como um cordeiro: sem defeito.
Como Jesus nunca pecou e era Deus, seu sacrifício foi muito maior que um cordeiro. Ele pagou um preço tão alto que pode cobrir os pecados de todos que o aceitam como seu salvador. Jesus foi o grande sacrifício que Deus fez por nós, o Cordeiro de Deus.
Por - Marco Antonio Lana (Teólogo - Biblista)
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