Marco Antonio Lana (Teólogo - Bíblico)
Temos duas árvores do jardim do Éden?
(1) No capítulo 2 de Gênesis, onde temos uma menção mais detalhada da criação realizada no capítulo 1, observamos um detalhamento da parte da criação das plantas. Vejamos:
“Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gênesis 2:9).
Chama a atenção o destaque especial para essas duas árvores. Muitas dúvidas já foram levantadas sobre essas duas árvores, se eram Literais ou reais e apenas representam um simbolismo.
Vamos examinar duas posições bem interessantes sobre isso:
(i) As duas árvores eram plantas reais, mas o efeito delas era simbólico?
Isso significa que essas árvores realmente existiram, porém, não tinham em si mesmas algum tipo de poder. Deus as teria escolhido para simbolizar a realidade que Ele queria destacar ao homem.
Ou seja, a vida eterna debaixo da obediência a Ele.
Quando comia da árvore da vida o homem trazia essa realizada ao seu coração e quando obedecia ao Senhor não comendo da árvore do conhecimento do bem e do mal, o homem também vivia de forma real esse simbolismo de plenitude que a árvore trazia.
(ii) As duas árvores eram plantas reais e possuíam propriedades especiais nos frutos?
Os que pensam nesse significado defendem que as árvores de fato existiram e que, além de existirem, tinham propriedades especiais em seus frutos (no caso da árvore da vida, uma propriedade especial de fornecer a vida; e no caso da outra árvore, o não comer o fruto é que mantinha o homem longe da queda e, consequentemente, tendo vida eterna).
(2) Pessoalmente prefiro a primeira interpretação, pois a Bíblia como um todo, por diversas vezes, usa esse sistema de “sacramentos” (algo visível para comunicar algo invisível) para comunicar verdades ao ser humano.
Por exemplo, a água é um elemento visível que no batismo comunica uma realidade invisível, ou seja, a conversão do coração de uma pessoa, que ocorre no interior dela.
Também temos o pão e o suco da videira, elementos visíveis que comunicam os efeitos da morte de Cristo, o derramamento de Seu sangue na cruz pelos pecadores.
Sendo assim, as duas árvores de Gênesis poderiam sim ser reais e terem sido usadas por Deus como um símbolo da vontade Dele ao ser humano de que comessem do que Deus mandou comer e se afastassem do que Deus mandou se afastar!
(3) Falemos agora um pouco sobre significados: A árvore da vida aponta para a plenitude da vida que encontramos dentro da vontade de Deus.
Dentro da vontade do Pai podemos viver de forma plena, feliz, pacífica, realmente completa.
Interessante notar que essa árvore da vida é novamente citada em Apocalipse (2:7; 22:2; 22:14; 22:19), mostrando que Deus a coloca novamente na história (de forma real, mas com significado simbólico novamente) no final dos tempos.
A árvore do conhecimento do bem e do mal é citada como sendo atrativa, boa, agradável (Gênesis 3:6), porém, tomar do fruto dela era andar na estrada da desobediência ao Senhor, um caminho que levou sim ao conhecimento do bem e do mal, porém, também para a destruição, pois não existe vida plena longe da vontade do Senhor.
Essa árvore não é mais citada na Bíblia. Não estará no céu, pois, no novo céu e nova terra não haverá mais possibilidade de entrada do pecado!
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