sábado, 25 de janeiro de 2014

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 14 – A QUEDA DE SAUL



A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 14 – A QUEDA DE SAUL

As atitudes de um homem diante das oportunidades que tem podem determinar o seu futuro? O que faz a pessoa desviar-se do caminho da vitória? Como um homem pode começar bem e terminar mal?
Saul foi chamado e ungido pelo Senhor como rei de Israel (1Sm 9,15-17). Tinha todas as possibilidades de sucesso e vitória, mas algumas atitudes e decisões erradas mudaram aquela perspectiva de futuro glorioso em funesta derrota – “Samuel replicou-lhe: Procedeste insensatamente, não observando o mandamento que te deu o Senhor, teu Deus, que estava pronto a confirmar para sempre o teu trono sobre Israel”. (1Sm 13,13).

1)    A IMPACIENCIA DE SAUL (1Sm 13).

a)    Provocada pelas circunstancias.

Þ     “Juntaram-se os filisteus para combater contra Israel, com três mil carros, seis mil cavaleiros e uma multidão tão numerosa como a areia na praia do mar. Partiram e acamparam em Macmas, ao oriente de Bet-Aven. Que fizeste?, disse Samuel. Vendo que o povo se dispersava e que tu não chegavas no tempo fixado, e que os filisteus se tinham juntado em Macmas.” – vs. 5.11.
Þ     “Os israelitas, vendo o aperto em que se achavam, porque estavam cercados de perto, ocultaram-se nas cavernas, nos matos, nos rochedos, nos fortins e nas cisternas.” – v.  6.
Þ     “Vários deles atravessaram o Jordão e foram para a terra de Gad e de Galaad. Saul, entretanto, estava ainda em Gálgala, com todo o seu povo, que tremia de medo.” – v. 7.
Þ     “Descerás antes de mim a Gálgala; irei ter contigo ali, para oferecer holocaustos e sacrifícios pacíficos. Esperarás sete dias até que eu chegue; então instruir-te-ei sobre o que deverás fazer. Esperou sete dias, prazo fixado por Samuel, mas este não chegava, e o povo começou a afastar-se.” – 1Sm 10,8;13,8.
Þ     “e o povo começou a afastar-se.” – v. 8.

Mesmo quando achamos que Deus está atrasado, não podemos agir por conta própria. A hora de deus nem sempre é a nossa hora – v.8.

b)    Manifestada por uma atitude imprudente (vs. 9-13).

Samuel disse a Saul: “Samuel replicou-lhe: Procedeste insensatamente, não observando o mandamento que te deu o Senhor, teu Deus, que estava pronto a confirmar para sempre o teu trono sobre Israel”. (1Sm 13,13).
Saul ofereceu sacrifícios que só Samuel podia oferecer – “”Descerás antes de mim a Gálgala; irei ter contigo ali, para oferecer holocaustos e sacrifícios pacíficos. Esperarás sete dias até que eu chegue; então instruir-te-ei sobre o que deverás fazer”. (1Sm 10,8). Mesmo quando não sabemos o que fazer e ainda não temos a  resposta do Senhor, o melhor é esperar  no Senhor – “Eis que assim como os olhos dos servos atentam para a mão do seu senhor, e os olhos da serva para a mão de sua senhora, assim os nossos olhos atentam para o Senhor nosso Deus, até que ele se compadeça de nós.” (Sl 123,2).
Será que Deus aceitou a justificativa de Saul – “pensei comigo: Agora eles vão cair sobre mim em Gálgala, sem que eu tenha aplacado o Senhor. Por isso ofereci eu mesmo o holocausto”. (1Sm 13,12)?
A pressão das circunstancias não pode deixar impaciente o crente que confia inteiramente no Deus Todo – poderoso!

2)    A INSENSARTEZ DE SAL (1Sm 14).

a)    Fez um voto tolo.

“Os israelitas estavam extenuados naquele dia, porque Saul conjurara o povo, dizendo: Maldito seja o homem que tomar alimento antes do anoitecer, antes que eu me tenha vingado de meus inimigos. Por isso ninguém tinha comido”. (1Sm 14,24).

1.º ERRO:  Um jejum na hora errada. Os saldados precisavam de muita energia física para aquela hora. E havia muito alimento. – “o povo entrou, pois, na floresta e viu o mel que corria, mas ninguém levou a mão à boca, por respeito ao juramento. Ah! Se o povo tivesse hoje comido da presa tomada ao inimigo, não teria sido muito maior a derrota dos filisteus?” (vs. 26.30).

2.º ERRO: Uma ordem que nem todos ouviram – “Mas Jônatas, ignorando o juramento que o seu pai obrigara o povo a fazer, estendeu a ponta da vara que tinha na mão, mergulhou-a num favo de mel e o levou à boca. Então seus olhos (fatigados) brilharam.” (v. 27). Para uma ordem tão radical, era necessário que todos ouvissem para poderem cumprir.

Conseqüências:

Þ     O próprio filho não cumpriu a ordem. – (v. 27).
Þ     Os saldados ficaram extremamente fracos. – (vs 38.31).
Þ     Não foi tão grande a derrota do inimigo – (v,. 30).
Þ     Devido a fome, cometeram pecado comendo carne com sangue (vs. 32-33)

b)    Tomou uma decisão tola.

“Saul disse: Trate-me Deus com todo o rigor, se não morreres, Jônatas!” (1Sm 14,44).

Þ     A teimosia de Saul – Saul não conseguia aceitar o fato da tolice daquele voto. Queria ir ate o fim, mesmo vendo como Deus abençoara Jônatas – v. 44.
Þ     A posição de Jônatas:
·         Ele não tinha ouvido o voto, antes de provar o alimento – v. 27.
·         Ele percebeu a insensatez do voto de seu pai – vs. 29-30.
·         Ele se submeteu, humildemente, à condenação de morte – v. 43.

Þ     A posição do povo – v. 45.
·         Viu Jônatas como vitorioso naquela batalha;
·         Testemunhou que ele estava com Deus.
·         Impediu a sua execução.

Em Jz 11,29-40, temos o exemplo de Jefté. Que também fez um voto tolo e teve de sacrificar sua própria filha.

3)    A DESOBEDIENCIA DE SAUL (1Sm 15).

Uma ordem clara – “Vai, pois, fere Amalec e vota ao interdito tudo o que lhe pertence, sem nada poupar: matarás homens e mulheres, crianças e meninos de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos”. (1Sm 15,3).
Uma desobediência disfarçada – “É a presa tomada aos amalecitas, respondeu Saul. O povo poupou o melhor das ovelhas e dos bois para os sacrificar ao Senhor, teu Deus; o resto, votamo-lo ao interdito”. (1Sm 15,15).

a)    A desobediência de Saul mostrou sua insensibilidade à Palavra de Deus.

Þ     Não reconheceu a desobediência – “Samuel foi ter com ele; Saul disse-lhe: Deus te abençoe! Cumpri, a ordem do Senhor.” (v. 13).
Þ     Insistiu no embuste – “Mas eu obedeci à voz do Senhor, replicou Saul; fui pelo caminho que ele me traçou, trouxe Agag, rei de Amalec, e votei ao interdito os amalecitas.” (v. 20).
Þ     Reconheceu que deu ouvidos à palavra do povo, mas só depois de ter sido confrontado duramente – “Saul disse: Pequei! Transgredi a ordem do Senhor e as tuas instruções, pois tive medo do povo e ouvi a sua voz.” (v.24).

b)    A desobediência de Saul entristeceu o coração de Deus.

A obstinação de Saul levou Deus a arrepender-se de te-lo feito rei sobre Israel. Há situações onde as promessas e bênçãos de Deus são condicionais; dependem do homem cumprir a sua parte. (vs. 11.35).

c)    A desobediência de Saul levou Samuel a colocar em ação seu ministério sacerdotal – profético.
Þ     Como sacerdote, Samuel clamou a noite inteira, intercedendo por Saul perante o Senhor – v. 11.
Þ     Como profeta, Samuel falou da parte de Deus a Saul, condenando o seu pecado – vs. 16-19.22-23.
Diante desta triste experiência, concluímos que não devemos ns guiar pela circunstancias da vida, nem pelas pressões do momento. Guiar-nos pela Palavra de Deus é o meio mais seguro de começarmos bem e terminarmos melhor ainda.

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.” (Sl 119,105).
15 – A REJEIÇÃO DE SAUL PELO SENHOR.

Pode Deus rejeitar alguém? Deus rejeita, quando o homem rejeita sua palavra. Não podemos servir a Deus com o coração dividido, indefinido. Se algumas vezes aparentamos fazer o que Deus quer e outras vezes fazemos o que nos parece convir melhor, isto aborrece e desagrada definitivamente ao Senhor. Foi o caso da igreja em Laodicéia (“Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te”. Ap 3,16). É o ensino de Jesus na montanha (“Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza”. (Mt 6,24)). E a ênfase de Tiago (“pois é um homem irresoluto, inconstante em todo o seu proceder”. (Tg 1,8); “Adúlteros, não sabeis que o amor do mundo é abominado por Deus? Todo aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. (Tg 4,4)).
Esta posição de Saul não é desculpável, pois ele conhecia com clareza os mandamentos e as ordens do Senhor. Mesmo assim desobedeceu.
Vejamos como se deu a rejeição.

1)    DECLARADA PELO PROFETA DE DEUS (1Sm 13,13-14; 15,22-31).

O Senhor não queria como rei de Israel um homem desobediente. Por isso declarou o seu parecer a Saul, através de Samuel, seu profeta:

a)    “Agora o teu reino não subsistirá” – 1Sm 13,14a.

A atitude de Saul sob pressão era o teste de sobrevivência do seu reinado. O profeta deixou claro que se a atitude de Saul tivesse sido de obediência ao mandamento do Senhor, o seu reino estaria confirmado para sempre (v. 13). Ceder as circunstancias, quando sob pressão, desagrada ao Senhor (v.14; Rm 12,2).

b)    “Senhor te rejeita, e não quer mais que sejas rei de Israel.” – 1Sm 15,26b.

Saul estava confirmando o seu descaso com a Palavra do Senhor – “...rejeitaste a palavra do Senhor...” (v.23). Qual o melhor presente que alguém pode dar ao Senhor? São cultos bem elaborados, musicas bem trabalhadas, longos jejuns e orações e ir às missas? Estas coisas são necessárias, mas a verdade é que, não havendo obediência e fidelidade à Palavra do Senhor no dia a dia, todas elas, por melhores que sejam, serão  desprezadas pelo Senhor (v. 22). Saul teve que ouvir novamente – “Samuel disse-lhe: Assim o Senhor arranca hoje de ti a realeza sobre Israel, a fim de dá-la a outro melhor do que tu”. (1Sm 15,28).

2)    EVIDENCIADA PELA FALTA DE RESPOSTA DE DEUS (1Sm 16,14; 28,1-25).

“quando multiplicais vossas preces, não as ouço.” – (Is 1,15




a)    “O Espírito do Senhor retirou-se de Saul...” (1Sm 16,14).

Toda capacidade de ouvir Deus pela ajuda do Espírito Santo foi tirada de Saul, e ele era agora atormentado por um espírito maligno.

b)    O senhor já não respondia pelos meios legítimos de revelação (1Sm 28,6).

Þ     Nem por sonhos – revelação pessoal comum naqueles dias do Antigo Testamento;
Þ     Nem por Urim – revelação através do sacerdote, que usava o Urim e o Tumim, como uma forma de lançamento de sorte, para revelar a vontade de Deus (“E consultou o Senhor, o qual não lhe respondeu nem por sonhos, nem pelo urim, nem pelos profetas”. (1Sm 28,6); “Ele se apresentará ao sacerdote Eleazar, que consultará por ele o oráculo de Urim diante do Senhor; é segundo essa ordem que se conduzirão, ele e toda a assembléia dos israelitas.” (Nm 27,21)).
Þ     Nem por profetas – revelação inspirada por Deus. Quando o profeta falava, Deus estava falando (“Samuel disse-lhe: Basta! Vou cientificar-te do que o Senhor me disse esta noite. Fala, disse Saul”. (1Sm 15,16)).

Estes eram os meios legítimos de revelação, usados e aprovados por Deus.

c)    O senhor não respondeu e jamais responderia por necromancia.

Se Deus não respondeu por meios legítimos, muito menos por meios ilegítimos e condenados na escrituras (1Sm 28). Mais uma vez forçado pelas circunstancias (falta de resposta de Deus), Saul já desesperado, buscou a revelação de Deus em uma sessão de mediunidade. Isso é incrível, porque, no passado, ele próprio havia eliminado da terra de Israel os médiuns e adivinhos (“Respondeu-lhe a mulher: Tu bem sabes o que fez Saul, como expulsou da terra os necromantes e os adivinhos. Por que me armas ciladas para matar-me?” (1Sm 28,9)).

Þ     A Bíblia não diz que foi Samuel que apareceu, mas que Saul “entendeu” que era Samuel. Saul entendeu errado (“Qual é o seu aspecto? É um ancião, envolto num manto. Saul compreendeu que era Samuel, e prostrou-se com o rosto por terra”. (1Sm 28,14));
Þ     1 Cr 10,13-14 (“Saul morreu por causa da infidelidade, pela qual se tornara culpado contra o Senhor, não observando a palavra do Senhor e por ter consultado necromantes. Não consultou o Senhor e o Senhor o fez morrer, transferindo assim a realeza para Davi, filho de Isaí.”) condena a atitude de Saul consultar uma necromante;
Þ     Se realmente Samuel morto tivesse voltado ara aconselhar a Saul, haveria uma grave contradição com todos os ensinamentos bíblicos, de capa a capa, quando proíbe “consultar os mortos” (Lv 20,6.27; Dt 18,10-12; Ap 21,8).


3)    CONSUMADA PELA SUA MORTE (1Sm 31; 1Cr 10,13-14).

A mão de Deus pesou sobre Saul, a medida da transgressão completara-se pelo que Deus permitiu sua sorte. Os filisteus pelejaram contra Israel, que foi derrotado e apertaram contra Saul e seus filhos (1Sm 31,1-2).

a)    “Não consultou o Senhor e o Senhor o fez morrer, transferindo assim a realeza para Davi, filho de Jessé.” – morte  determinada por Deus.

b)    Morte caudada pela (1 Cr 10,13):

Þ     Transgressão.
Þ     Desobediência à  Palavra;
Þ     Consulta a uma necromante.

c)    Morte executada pelo próprio Saul (1Sm 3,14).   

Saul voltou a agir forçado pelas circunstâncias. Quando os filisteus “apareceram co Saul”, ale lançou-se sobre sua espada, tirando a própria VDA.





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