A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 12 –
SAMUEL – o ultimo dos juizes e o primeiro dos profetas.
O profeta Samuel viveu pouco mais
de um milênio antes de Cristo, num tempo de transição na vida nacional de
Israel. Foi ele a providencia divina para encerrar o período dou juizes,
inaugurar a era dos profetas e estabelecer a monarquia entre os hebreus (“Naquele
tempo não havia rei em Israel, e cada um fazia o que lhe parecia melhor”. Jz
21,25).
Ele próprio foi o ultimo dos
juizes e o primeiro dos profetas, depois de Moises. Entre seu povo, realizou
excelente ministério – árduo, longo e eficaz.
- PEDIDOS A DEUS.
Samuel não nasceu por acaso. Foi a
intervenção divina em resposta a fervorosa oração de Ana, sua mãe.
a) A oração
de Ana.
“E fez um voto, dizendo: Senhor
dos exércitos, se vos dignardes olhar para a aflição de vossa serva, e vos
lembrardes de mim; se não vos esquecerdes de vossa escrava e lhe derdes um
filho varão, eu o consagrarei ao Senhor durante todos os dias de sua vida, e a
navalha não passará pela sua cabeça”. (1Sm 1,11).
A chegada de Samuel
solucionou um sério problema que afligia Ana e lhe trouxe estímulo, alegria e
felicidade no lar
b) Os
sofrimentos de Ana e o companheirismo de Elcana
Nos dias sofridos de Ana, ela
sempre contou com a compreensão e
ternura do esposo. Nunca a desprezou por ser estéril, dava-lhe
assistência,afagava-a e lhe consolava o coração (1Sm 1,5-8). Temos aqui um
casal exemplar – temente a Deus, paciente nos sofrimentos, amoroso e unido,
desprendido e confiante, por falta destas virtudes, muitos lares estão se
desfazendo.
- DEDICADOS A DEUS.
a) O voto de
Ana.
“... eu o
consagrarei ao Senhor durante todos os dias de sua vida,...” (1Sm
1,11).
Sentimos a felicidade de Ana, no
seu cântico, no capitulo 2. alegre a grata, voluntariamente, faz serio
compromisso com Deus, devolver-lhe o filho que lhe daria, para o seu serviço.
Não que Deus lhe tenha pedido, mas aceitou a sua generosidade e grandeza da
alma.
b) A
fidelidade de Ana.
No tempo próprio. Ana cumpre
fielmente a sua palavra. Desmamada a criança, vai ao sacerdote em Silo, e ali
formaliza o cumprimento do seu voto (1Sm 1,26-28). Com Ana não há egoísmo, e
sim um nobre gesto de dedicação e confiança sem limites. Pois deixa ali, sob o
cuidados do velho sacerdote, a corda do seu coração, como prometera ao Senhor –
“Após u-lo desmamado, tomou-o consigo, e levando também três touros, um efá
de farinha e um odre de vinho, conduziu-o à casa do Senhor em Silo. O menino era ainda
muito criança”. (1Sm 1,24).
O voto é uma obrigação voluntária
assumida com Deus, em virtude de algum favor recebido. Embora voluntário, Deus
exige dos seus servos o cabal cumprimento da promessa.
- CHAMADO POR DEUS.
Abrindo e fechando as portas do
Tabernáculo, o pequeno Samuel já se exercitava, ajudando o ministério de Heli,
embora ainda não conhecesse o Senhor. “Entretanto, Samuel, ainda criança,
servia diante do Senhor, trajando um efod de linho. Samuel ainda não conhecia o
Senhor; a palavra do Senhor não lhe tinha sido ainda manifestada. Samuel ficou
deitado até pela manhã, quando abriu as portas da casa do Senhor. Ele temia
contar a visão a Eli.” (1Sm 2,18;3,7.15).
a) A chamada
de Samuel.
Certo dia, na calada da noite,
Samuel é despertado pela voz do Senhor, dizendo: Samuel, Samuel”. E isso
aconteceu por três vezes. Como não entendeu, foi ao sacerdote Heli que o
orientou como proceder na próxima vez (1Sm 3,8-9). Na quarta chamada, Samuel
atende, e Deus lhe revela a sua indignação para com sua casa e de Eli, e o seu
propósito em puni-la, por causa dos escândalos dos seus filhos ministros, visto
que anteriormente já haviam advertidos dos seus pecados (1Sm 3,10-14;2,22-25).
b) A
sensibilidade e humildade de Heli.
Por respeito ao velho sacerdote,
sua condição de discípulo e sua pouca idade, Samuel se retraiu, cobrando de si
mesmo jeito de ânimo para dizer ao homem de Deus o duro recado do Senhor – “Samuel
ficou deitado até pela manhã, quando abriu as portas da casa do Senhor. Ele
temia contar a visão a Heli”. (1Sm 3,15). Experimentado que era, Heli
percebeu as suas dificuldades e o chamou, dizendo:
Þ
“Heli, porém chamou-o e disse: Samuel, meu filho!
Eis-me aqui, respondeu ele”. (1Sm 3,16)
Þ
“E Heli: Que te disse ele? Não me ocultes nada. Deus
te trate com toda a severidade, se me encobrires algo de tudo o que ele te
disse”. (1Sm 3,17)
Þ
“Então Samuel contou-lhe tudo, sem nada ocultar. Heli
exclamou: O Senhor fará o que lhe parecer melhor”. (1Sm
3,18).
Assim se confirmava a chamada de
Samuel como profeta de Deus, e toda a nação, de norte a sul, desde Dã até
Bersabéia, o reconheceu profeta do Senhor: “Todo o Israel, desde Dã até
Bersabéia, reconheceu que Samuel era um profeta do Senhor”. (1Sm 3,20).
- USADO POR DEUS.
Os capítulos 4 a 7 de 1Sm relatam as
dramáticas experiências de um povo que se afastara de Deus. A Arca já não
passava de símbolo, e o inimigo o humilhou.
a) A Arca no
exilo.
Os filisteus levaram a arca para a
sua terra e a depositaram diante do seu ídolo – Dagon, como desrespeito a
Israel e o seu Deus (1Sm 5,2-4). Mas o ídolo amanhecia caído e até arrebentado.
Deus feriu também os filisteus de tumores malignos em cada cidade. A presença
da arca só lhes deu sofrimento e perturbação (1Sm 5,1-12).
b) A volta da
Arca.
Apavorados resolveram devolver a
Arca. Estudaram a melhor forma, ajuntaram a ela valiosas ofertas pr suas culpas
e conduziram-na até Bet-Semes, em Israel (1Sm 6,8.11-12). Porem a alegria dos
Bet-Semitas pela recepção da Arca durou pouco, só até que um grupo de curiosos
não qualificados se atreveu a olhar para
dentro da Arca. O Senhor os puniu de morte. Finalmente levaram a Arca para
Cariatiarim, consagraram Eleazar para cuidar dela e assim houve paz e bonança.
Ali ela repousou por vinte anos (1Sm 6,1-7,2).
c) O
avivamento em Israel e a derrota dos filisteus.
Desde o capitulo 04 ao capitulo 06
não se percebe a voz do profeta e do sacerdote, nem a atuação do juiz.
Percebe-se, no entanto, a queda total do povo de Deus.
Samuel apareceu naquela depressão
nacional e congregou o povo em Mizpa. Promoveu ali um grande avivamento
espiritual. Houve jejuns, intercessão, confissão de pecados, adoração e união
nacional. Ai, sim, Deus operou em
Israel. O inimigo foi desbaratado e posto em fuga, o Senhor
foi glorificado e a nação salva e honrada (1Sm 7,5-12).
d) O juizado
de Samuel.
Homem extraordinário foi o profeta
Samuel. Encarna a figura do antigo de Cristo profeta, sacerdote e rei.
Governava o povo, sacrificava e intercedia, ensinava e instruía o povo do Senhor.
Supervisionava o país, fazia respeitar a Deus, a si e à nação. São de pessoas
assim que testifica o escritor da Carta aos Hebreus, dizendo:
Þ
“Que mais direi? Faltar-me-á o tempo, se falar de
Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e dos profetas”. (Hb
11,32).
Þ
“Graças à sua fé conquistaram reinos, praticaram a
justiça, viram se realizar as promessas. Taparam bocas de leões,” (Hb
11,33).
Þ
“extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio de
espada, triunfaram de enfermidades, foram corajosos na guerra e puseram em
debandada exércitos estrangeiros”. (Hb 11,34).
Samuel, o grande servo de
Deus, está ai, na galeria dos heróis da fé. Exatamente porque foi pedido a
Deus, dedicado a Deus, chamado por Deus e bem usado no serviço de Deus.
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