VIVENDO NO AMOR DE DEUS - LIÇÃO 08 – VIVENDO NA FAMÍLIA DE DEUS
“O Espírito mesmo dá
testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus.” (Rm 8,16).
I.
INTRODUÇÃO.
Somos
privilegiados, pelo amor e misericordia do Senhor, “a ponto de ser chamados filhos de Deus”. Esta palavra inspira
convicção, mas, também, estabelece responsabilidade quanto ao estilo de vida
que devemos ter: “1. Sede, pois,
imitadores de Deus, como filhos muito amados. 2. Progredi na caridade, segundo
o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e
sacrifício de agradável odor”. (Ef 5,1-2).
Como
vive nossa grande família, num relacionamento digno de filhos e da vocação que
temos, num elevado propósito de harmonia com Deus e com os outros irmãos? Essa
lição vai mostrar verdades Bíblicas, com prerrogativas e deveres de uma vida
filial e fraterna dentro de um padrão que produz honra e glória para Deus.
II.
VIVENDO UM RELACIONAMENTO DE AMOR COM
O PAI.
“1. Considerai com que
amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de
fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu.” (1Jo 3,1).
1.
A iniciativa de amar foi de Deus e não
do homem.
“Nisto consiste o amor:
não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho
para expiar os nossos pecados”.
(!Jo 4,10).
2.
O alcance do amor de Deus.
O
amor de Deus nos alcançou na nossa indgnidade, na sua prova maior, a dádiva de
Seu Filho na cruz – “Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando
éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós”. (Rm 5,8); “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo,
que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas
tenha a vida eterna.” (Jo 3,16).
3.
Testemunho de Paulo.
Paulo
testifica esse amor na sua própria vida, na entrega voluntária de Jesus por ele
“...no Filho de Deus, que me amou e se
entregou por mim.” (Gl 2,20).
4.
Vivência do amor de Deus.
É
na vivência de amor com Deus que recebemos a capacidade de amar uns aos outros.
“Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos
uns aos outros. Como eu vos tenho amado...” (Jo 13,34). O perfeito amor da
Divindade entre si, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, é o modelo e a
inspiração para nós amarmos: “Como o Pai
me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor.” (Jo 15,9). Nos
dois versículos seguintes, Jesus desafia os discípulos a permanecerem no Seu
amor como Ele permanece no amor de Paí.
III.
VIVENDO COM RESPONSABILIDADE.
“2. Caríssimos, desde
agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser.
Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o
veremos como ele é. 3. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro,
como ele é puro.”
(1Jo 3,2-3)
O
nosso padrão de santidade é o Senhor e não o homem, ainda que este tenha
alcançado o píncaro da perfeição e da glória humanas. Olhem os escritos
sagrados sobre esse assunto: “14. À
maneira de filhos obedientes, já não vos amoldeis aos desejos que tínheis
antes, no tempo da vossa ignorância. 15. A exemplo da santidade daquele que vos
chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: 16.
Sede santos, porque eu sou santo (Lv 11,44 – Bíblia Ave Maria).” (1Pd 1,14-16).
Duas
verdades se destacam em 1Jo 3,2-3, as quais se relacionam com a santidade do
cristão.
1.
A restauração absoluta da imagem moral
e espiritual de Deus.
A
imagem moral e espiritual perdida no Éden com o pecado de Adão se revelará na
volta de Cristo: “...seremos semelhantes a Deus, porquanto o
veremos como ele.” (1Jo 3,2 cf. Rm 8,18-25).
2.
A esperança presente que tem o poder
de aperfeiçoar e purificar.
À
semelhança da santidade do Senhor, ocorre um processo contínuo de
aperfeiçoamento cristão: “ E todo aquele
que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro.” (v3). Ver
tambem Fl 2,12-14.
IV.
VIVENDO CONFORME O PADRÃO DIVINO.
“4. Todo aquele que peca
transgride a lei, porque o pecado é transgressão da lei. 5. Sabeis que (Jesus)
apareceu para tirar os pecados, e que nele não há pecado. 6. Todo aquele que
permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o conheceu.” (1Jo 3,4-6).
Este
estilo não permite o hábito, o costume, a cultura e a prática do pecado. A
Bíblia nos faz refletir sobre vários aspéctos dessa questão.
1.
O que pratica o pecado é um
transgressor da lei, porque o pecado é a transgressão da lei.
“Todo aquele que peca
transgride a lei, porque o pecado é transgressão da lei.” (v 4).
Hb
10,26-31 diz que o homem que vive deliberamente no pecado está sujeito a um
castigo severo, pois, com isso “...quem
calcar aos pés o Filho de Deus, profanar o sangue da aliança, em que foi
santificado, e ultrajar o Espírito Santo, autor da graça!” (v 29). A
vingança do Senhor cairá sobre o tal, e ele saberá que, “É horrendo cair nas mãos de Deus vivo”. (v 31).
2.
O impecável Filho de Deus veio para
tirar os pecados e destruir as obras do diabo.
“5. Sabeis que (Jesus)
apareceu para tirar os pecados, e que nele não há pecado. 8. Aquele que peca é
do demônio, porque o demônio peca desde o princípio. Eis por que o Filho de
Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio.” (1Jo 3,5.8)
Devemos
tomar posse dessa verdade e viver uma vida coerente, resisitindo até ao sangue
os assédios do pecado e suas insinuações satânicas – “4. Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado. 5.
Estais esquecidos da palavra de animação que vos é dirigida como a filhos:
Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes, quando
repreendido por ele;” (Hb 12,4-5); “11. Portanto, vós também considerai-vos
mortos ao pecado, porém vivos para Deus, em Cristo Jesus. 12. Não reine, pois,
o pecado em vosso corpo mortal, de modo que obedeçais aos seus apetites. 13.
Nem ofereçais os vossos membros ao pecado, como instrumentos do mal.
Oferecei-vos a Deus, como vivos, salvos da morte, para que os vossos membros
sejam instrumentos do bem ao seu serviço. 14. O pecado já não vos dominará,
porque agora não estais mais sob a lei, e sim sob a graça”. (Rm 6,11-14).
3.
A comunhão com Cristo opõe-se ao
pecado.
“6. Todo aquele que
permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o conheceu.” (1Jo 3,6).
Não
podemos dizer que andamos com Cristo se vivermos em pecado. São dois caminhos
totalmente contrários, assim como o camiho da luz e trevas não se unem. Servir
a Deus nos leva para longe do pecado, assim como servir ao inimigo nos leva
para bem longe de Deus – “Aquele que peca
é do demônio, porque o demônio peca desde o princípio. Eis por que o Filho de
Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio.” 1Jo 3,8).
V.
VIVENDO COM DISCERNIMENTO.
“7. Filhinhos, ninguém
vos seduza: aquele que pratica a justiça é justo, como também (Jesus) é justo. 8.
Aquele que peca é do demônio, porque o demônio peca desde o princípio. Eis por
que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio. 9. Todo o
que é nascido de Deus não peca, porque o germe divino reside nele; e não pode
pecar, porque nasceu de Deus. 10. É nisto que se conhece quais são os filhos de
Deus e quais os do demônio: todo o que não pratica a justiça não é de Deus,
como também aquele que não ama o seu irmão. (1Jo 3,7-10).
A
ingenuidade espiritual tem levado muitos cristãos à decepção e ao desencanto no
caminho de seus relacionamentos. Ouvi falar de um casal que chegou em nossa
cidade demonstrando vida supostamente piedosa, como prática de muito fervor e
aparência espiritual. Procuraram alguns irmãos e logo iniciaram um forte
movimento de oração, libertação e cura.
Alguns dias depois o homem arranjou uma viagem para outro estado e, para isso,
levou um carro emprestado de um dos irmãos e um filho deste como motorista. Na
vagem foram bebendo juntos. Dias mais tarde, a amente que o suposto missionário
havia conquistado na viagem telefonou para a mae do rapaz, dizendo a cidade
onde estavam e pedidndo que ela fosse buscar seu filho urgentimente, pois o
obreiro fraudulento maquinava matá-lo para ficar com o carro. O final da
história é qeu o filho foi achado e o homem foi preso. Qaunto ingenuidade!
Em
1Jo 3,7-11, há uma orientação bem distinta que nos ajuda a saber a diferença
entre os filhos de Deus e os filhos do Malígno, principalmente no meio cristão.
1.
A prática que faz a diferença.
“7. Filhinhos, ninguém
vos seduza: aquele que pratica a justiça é justo, como também (Jesus) é justo. 8.
Aquele que peca é do demônio, porque o demônio peca desde o princípio. Eis por
que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio”. (1Jo 3,7-8).
a) “7. Filhinhos, ninguém vos seduza:
aquele que pratica a justiça é justo, como também (Jesus) é justo.” (v 7). Uma
das maneiras de saber se o homem é de Deus é a justiça por ele vivida e
praticada.
b) “8. Aquele que peca é do demônio,
porque o demônio peca desde o princípio.” (v 8). Assim como Deus é a fonte do
bem e a justiça Satanás é a fonte de todo o mal.
2.
A experiencia que faz a diferença.
“Todo o que é nascido de
Deus não peca, porque o germe divino reside nele; e não pode pecar, porque
nasceu de Deus.” (1Jo
3,9).
Nascer
é a experiencia de quem está vivo e de quem já morreu, pois não teria morrido
se não tivesse vivo. O cristão nasce de Deus, e isto é a coisa mais importante
na vida de um homem, pois as bênçãos de um novo relacionamento dão a ele todas
as riquezas e todos os tesouros em Crsito, inclusive a vitória sobre o pecado e
seu poder: “Todo o que é nascido de Deus
não peca” (v 9). O que permanece nele é a palavra do Senhor, a divina
semente – “Pois fostes regenerados não
duma semente corruptível, mas pela palavra de Deus, semente incorruptível, viva
e eterna.” (1Pd 1,23). O salmista disse: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Sl
119,11).
3.
A revelação que faz a direfença.
“É nisto que se conhece
quais são os filhos de Deus e quais os do demônio: todo o que não pratica a
justiça não é de Deus, como também aquele que não ama o seu irmão.” (1Jo 3,10).
Quando
a pessoa se revela como filha de Deus, a luz dessa revelação é a prática da
justiça, do amor e da generosidade. Do outro lado, os filhos de Satanás se
revelam quando praticam a injustiça, o ódio, a inveja e a avareza. “É nisto que se conhece quais são os filhos
de Deus e quais os do demônio” (v 10).
VI.
CONCLUSÃO.
Tudo
o que praticamos deve nos identificar como filhos de Senhor: “1. Sede, pois, imitadores de Deus, como
filhos muito amados.” (Ef 5,1). Devemos lutar diariamente contra o pecado;
nossa residência não deve ser minada por atitudes ou atos que venham desabonar
nossa filiação ao Pai e fazê-lo desacreditado no mundo – “Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti,
para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste.”
(Jo 17,21).