“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo.” (Mt 6,33).
- INTRODUÇAO.
Todos os homens por natureza são ambiciosos. A questão é que tipo de ambição influencia nossa vida. O jovem rico, por exemplo, tinha mais ambição pelas suas riquezas do que pela vida eterna. Mesmo sendo simpatizante das coisas de Deus, sua ambição ficou claramente demonstrada. Qual é a sua ambição.
- A QUESTAO DO TESOURO - Mt 6,19-21.
O enfoque que Jesus da nesse texto é sobre durabilidade e valor daquilo que estamos juntando em nossa vida. O tesouro sobre a terra se perderá, mas o tesouro do céu permanecerá.
I. Tesouro sobe a terra (“Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam.” v 19).
Jesus é enfático – “não ajunteis”. Tesouros na terra não devem ser cobiça do cristão, pois são destrutíveis, vulneráveis (Lc 12,13-21; Tg 5,2-3).
a) A traça – os tesouros orientais incluíam roupas caríssimas, muito finas, que facilmente eram destruídas por pragas e traças.
b) A ferrugem – a oxidação desgasta coisa de valor, objetos de ferro.
c) Os ladrões – “Escavam”. Preferiam escavar as paredes de barro e arrombar as portas. Entravam nas casas e levavam os tesouros. Por maior que fosse o maior cuidado das pessoas, não podiam conservar seus tesouros na terra.
II. Tesouro no céu (“Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam.” v 20).
Se Jesus diz para ajudar tesouros no céu, não podemos ter duvidas que esse deve ser a atividade prioritária da nossa vida.
a) O que é esse “tesouro no céu”? É o caráter semelhante ao de Cristo, maturidade cristã (perfeita varonilidade, plenitude de Cristo – “Até que todos tenham chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo.” (Ef 4,13). O aumento da fé, da esperança e do amor, coisa que permanecem e levaremos para o céu. Esse tesouro é indestrutível e não pode ser roubado.
b) E como ajuntá-lo? Essa “poupança” ocorre a medida que nos dedicamos, concentramos com Deus e sermos transformados dia após dia, de gloria em gloria, alcançando nosso destino de sermos semelhantes a Jesus Cristo – “Mas todos nós temos o rosto descoberto, refletimos como num espelho a glória do Senhor e nos vemos transformados nesta mesma imagem, sempre mais resplandecentes, pela ação do Espírito do Senhor.” (2Cor 3,18; “Os que ele distinguiu de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos.” Rm 8,29). Essa atividade temporal culminará em resultados eternos. O É o investimento mais seguro da vida!
III. A oração está no tesouro (“Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração.” v 21).
Aquilo que você considera de valor e durabilidade para a vida será o objeto de sua busca, dedicação e entrega total. Por isso esteja certo de que o tesouro no céu é o seu objetivo e ajuntá-lo é a atividade de sua vida.
- A QUESTAO DA VISAO - (Mt 6,22-23).
Você percebe a diferença entre os dois tesouros? Da terra e do céu?
Agora Jesus fala de nossa visão, a capacidade de discernir o que é de valor e eterno do que não tem valor e é temporal. Sua visão determinará a direção e a qualidade de toda a sua vida. Em que você está fixando os olhos?
I. Olhos bons (“O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado.” v 22).
A comparação aqui é entre uma pessoa cega e uma pessoa que não enxerga. Quem tem visão dará seu corpo boa direção. A boa visão conduzirá sua vida no bom caminho. Você não tropeçará, à caminhada será mais rápida, segura e com objetivo.
II. Olhos maus (“Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas. Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas!” v23).
A pessoa que não consegue perceber a diferença entre os dois tesouros, porque a visão não é boa, terá uma vida mal direcionada e não alcançará o verdadeiro tesouro. Você precisa olhar como os olhos de Deus, para ver o verdadeiro valor da vida.
- A QUESTAO DAS RIQUEZAS.
“Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza.” (Mt 6,24).
O cristão está em busca do tesouro do céu, com seus olhos firmes nele, e por isso não pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. Jesus não permite duplicidade, é um ou outro. Por traz dessas palavras está a figura de escravo e dono do escravo. “Pode-se trabalhar para dois empregadores, mas nenhum escravo pode ser propriedade de dois senhores. Ter um só dono e prestar serviço de tempo integral são da essência da escravidão (McNeile).
Jesus não proíbe o cristão de ser rico, mas sim de entregar seu coração à riqueza, pois seu coração já pertence a Deus. Sendo assim o cristão está em tempo integral a serviço de Jesus Cristo, o Senhor.
“O acumulo de riqueza é uma ocupação tão absorvente que, mais cedo ou mais tarde, o dinheiro escraviza suas vitimas e as leva a desprezarem a Deus” (Tasker).
- A QUESTAO DA ANSIEDADE – (Mt 6,25-34).
A ambição secular causa muita ansiedade – “Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso.” (v 31-32), mas o cristão é diferente, pois seu tesouro está no céu, sua visão está no investimento interno. O cristão não serve a dois senhores, não é escravo do desejo de ficar rico, sua ambição é outra. Assim sendo, este tipo de ansiedade é completamente inútil.
I. Por causa do valor da vida.
“Portanto, eis que vos digo: não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis. A vida não é mais do que o alimento e o corpo não é mais que as vestes? Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas?” (v 25-26).
O ser humano não depende apenas de alimentos e vestes, pois sua vida é eterna e está acima de todas essas coisas (Mt 4,4; 1Cor 15,19.32).
II. Por não promover resultados.
“Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?” (v 27).
Por mais ansioso que alguém esteja não poderá aumentar 25 cm à sua estatura. A ansiedade não produz resultados na vida de ninguém, pode até piorar a situação (Sl 46,10).
III. Por demonstrar mundanismo.
“São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso.” (v 32).
Os gentios (pessoas que não confiam em Deus) é que vivem ansiosos, perdem o sono, apetite, porque estão em busca de um tesouro terreno.
IV. Por não resolver o mal da manhã.
“Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.” (v 34).
Por mais que alguém seja precavido, o amanhã trará situações a serem resolvidas e ninguém poderá resolver todas as questões no mesmo dia. É de grande sabedoria não sofrer (ficar ansioso) com supostos problemas do dia de amanhã, ainda mais quando os nossos olhos e motivação estão no reino de Deus e sua justiça.
É importante lembrar que esse ensino não é contra trabalho e esforço, portanto não estar ansioso não tem nada a ver com a preguiça e vida negligente, mas sim com uma firme dependência e confiança no Pai celeste (“Poderás viver, então, do trabalho de tuas mãos, serás feliz e terás bem-estar.” Sl 127,2).
- CONCLUSÃO.
A ambição do cristão é o reino de Deus e sua justiça. Trabalhar para ver toda criatura recebendo o reino de Deus em sua vida é ter sede de fome de justiça, amando e promovendo o bem estar de todas as pessoas. É o que todos os cristãos devem buscar!
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