O Antigo Testamento fez poderosos anúncios sobre Jesus. No Novo Testamento encontramos anúncios não menos espetaculares. O nascimento do maior homem que já viveu foi acompanhado desde o inicio por tremendas manifestações de graça e favor da parte de Deus. Ele usou anjos, sábios e profetas para anunciar que seu filho havia nascido e também para esclarecer aos homens qual seria a missão de Cristo.
- O ANUNCIO DO ANJO GABRIEL – Lc 1,26-38.
Em Lc 1,28-38 narra a acusação em que o anjo Gabriel foi enviado para dar a noticia a Maria sobre o nascimento do seu filho, o qual chamaria Jesus. Gabriel apareceu na Bíblia muito antes desse acontecimento, quando foi enviado para dar resposta à oração de Daniel – “e ouvi uma voz humana vinda do meio do Ulai: Gabriel, gritava, explica-lhe a visão.” – Dn 8,16; “... sim enquanto estava eu ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente, e tocou-me à hora da oblação da tarde.” – Dn 9,21 – Ele também foi responsável por anunciar à prima de Maria, chamada Izabel, que esta teria um filho, o qual se chamaria João Batista. O anuncio a Maria, porem foi sem duvida a maior missão que aquele anjo já teve. Coube a ele a tarefa de anunciar que nasceria o Filho de Deus.
Quando Gabriel se apresentou a Maria, saudou-a chamando-a de “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.” – Lc 1,28 – indicando o alto privilegio concedido a ela de ser a mãe do Filho do próprio Deus. O anjo continuou falando: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.” Lc 1,30-31 – Nem sempre paramos para pensar no significado do nome “Jesus”, que é “O Senhor Salva”. Mateus nos diz que Jesus receberia esse nome porque seria o Salvador – “Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados.” – Mt 1,21 – Isso nos leva a ter certeza de que não foi um nome escolhido ao acaso. Nem poderia ser, pois foi indicado pelo próprio anjo, que trazia uma mensagem do céu. De fato, o nome de Jesus anunciado pelo anjo Gabriel revela claramente quem seria aquela criança.
O anjo continuou: “Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” Lc 1,32-33 – Já vimos nos anúncios do Antigo Testamento que o Messias seria chamado de “Filho de Deus” e que se assentaria no “Trono de Davi”. Aqui está a confirmação do anjo, que identificou o menino que nasceria de Maria como o Messias prometido. Notamos também a promessa angelical de um reino que “não terá fim” sobre a casa de Jacó. Essa era a promessa do Antigo Testamento que até o nascimento de Jesus não havia se cumprido nem parecia ter chance de se realizar, mas, segundo o anjo, ela se cumpria integralmente na pessoa de Jesus.
Maria perguntou ao anjo: “Como se fará isso, pois não conheço homem?” – Lc 1,34 – e o anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.” – Lc 1,35 – Jesus não seria concebido da mesma forma que todos os homens, até porque não seria um homem comum. De alguma forma miraculosa, Maria conceberia do Espírito Santo, que há envolveria com poder e realizaria em seu ventre a fecundação e o nascimento de uma criança. Essa criança, esse “ente Santo”, nas palavras de Gabriel, seria chamado com todo direito de o “Filho de Deus”.
- O ANUNCIO DOS MAGOS – Mt 2,1-12
Outro anuncio impressionante sobre o nascimento de Jesus foi dado pelo famoso grupo de sábios que veio do Oriente seguindo uma estrela.
Quando chegaram a Jerusalém, os magos perguntaram: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.” – Mt 2,2 – Não sabemos exatamente o que eles viram, mas certamente foi um anuncio esplendido nos céus, o que ligaram com o nascimento de um rei. Há indícios de que naquele tempo aconteceram vários fenômenos no céu. Diz-se que houve uma conjunção entre os planetas Saturno e Júpiter, o que certamente causou admiração. Afirma-se ainda que o cometa Halley andou passando por lá. Nunca, porém, teremos certeza do que os Magos viram, sabemos apenas que viram um anuncio e foram conferir. De alguma maneira Deus revelou aqueles homens o que estava acontecendo.
No dia em que chegaram a Jerusalém, encontraram uma cena estranha, pois não havia festas e nem comemorações pelo nascimento do rei. Jerusalém estava completamente alheia ao nascimento do Messias. Deus estava promovendo o maior acontecimento desde a criação do mundo, mas o seu povo estava completamente alheio.
Depois do encontro com Herodes e da afirmação do local do nascimento consultado nas Escrituras – “Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta:” – Mt 2,5 – eles partiram, e, então, a estrela apareceu novamente e os precedeu, até que parou sobre o lugar onde estava o menino – “Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.” – Mt2,9 – As estrelas, naquela época eram adoradas como deusas, mas a palavra de Deus, elas são do Senhor.
Os magos encontraram o Rei de toda a terra numa casa – “Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram.” Mt 2,11 – O ser mais glorioso que já existiu nasceu neste mundo em uma condição humilde. Eles não encontraram um rei vestido em trajes reais, no esplendor de sua força; encontraram o recém-nascido, uma criança que, como qualquer outra, precisava dos cuidados de sua mãe – ““Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe.” – Mt 2,11ª – e nem sequer o encontraram em um palácio, mas em uma casa humilde. Ainda assim, de todo o coração, prostáram-se e o adoraram – “Prostrando-se diante dele, o adoraram” Mt 2,11b.
Aqueles homens abriram seus tesouros e entregaram ao menino ouro, incenso e mirra – “Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.” Mt 2,11c – Ouro, entre outras coisas , simboliza realeza. Dos presentes que os orientais entregavam aos reis, certamente o ouro era o mais desejado. Aplica-se perfeitamente a Jesus, pois ele é o Rei. Na verdade, o único que tem o direito de ser chamado Rei. Seu reino e espiritual e estabelecido no coração e na vida de sua Igreja. É espiritual porque leva, direta e imediatamente, a um fim espiritual – a salvação do seu povo. Mas podemos dizer também que seu reino tem poder sobre as coisas materiais, sobre os reinos do mundo, pois todas as coisas lhe estão sujeitas.
O incenso, por sua vez, simboliza a oração que sob até Deus. Era função do sacerdote oferecer incenso a Deus. Jesus é considerado o sacerdote por excelência, pois ofereceu a Deus a maior das ofertas – sua própria vida. A função do sacerdote era interceder pelo povo, e Jesus fez a maior das intercessões quando morreu na cruz do Calvário para salvar todo aquele que nele crê. Além disso, ele atua como nosso advogado diante de Deus.
A mirra era uma planta aromática usada para muitas coisas, entre elas para preparar o embalsamento de corpo dos mortos, ela nos traz a idéia de sofrimento. Para Jesus, indicava a natureza do Servo Sofredor, sua humanidade e seu sofrimento. A mirra nos ajuda a lembrar que Jesus daria sua vida pelos pecadores como uma oferta de suave aroma de Deus.
Percebemos, que desde cedo, a vida de nosso salvador já estava descrita. Ele seria o servo que viria sofrer o castigo, a condenação do seu povo; o sacerdote que intercederia por seu povo, diante de Deus; e ao mesmo tempo, o Rei Eterno, que domina todo o universo. A vista dos magos foi um maravilhoso do Messias Jesus.
- O ANUNCIO DE SIMEÃO E ANA – Lc 2,25-38.
Outro anuncio interessantíssimo aconteceu dias depois, quando José e Maria levaram o menino Jesus ao templo para ser apresentado e circuncidado conforme a lei ordenava. Duas pessoas, um homem e uma mulher, estavam no templo naquele dia e, de uma forma maravilhosa, receberam aquela pequena criança o Messias de Israel. Eram Simeão e Ana.
De Simeão a Bíblia diz: “Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele.” – Lc 2,25 – Como Deus nunca abandona aqueles que esperam nele, o Espírito Santo revelou ao homem que teria a oportunidade de ver Cristo. E, assim, no dia em que Jose e Maria levaram Jesus ao templo, Simeão foi movido pelo Espírito Santo a ir até lá.
Ao ver o menino Simeão “tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos: Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Porque os meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel.” – 2,28-32 – Nessa primeira declaração, o Espírito Santo usou aquele homem para profetizar o tipo de salvação que aquele menino significava, uma salvação não só para Israel, mas para todos os povos, mas que glorificaria Israel. Em seguida o homem se dirigiu a Maria e diz: “Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma.” – Lc 2,34-35 – Não só a gloria da salvação foi profetizada, como também o sofrimento do Messias para efetuar a salvação. Esse foi um poderoso anuncio do Messias.
“Havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser; era de idade avançada. Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações.” – Lc 2,36-37 – também ela, quando viu o menino ficou extremamente impressionada e “louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação.” – Lc 2,38 – A profetiza anunciou que Jesus seria o redentor de Jerusalém e louvou ao Senhor por ter cumprido sua promessa.
- CONCLUSAO.
Assim, Jesus foi anunciado por anjos, sábios e profetas. Todos tinham algo em comum para dizer sobre ele – não seria um homem comum. Teria sobre si a responsabilidade de salvar seu povo e seria amplamente capacitado por Deus para essa tarefa. Deveria encarar esta dor e o sofrimento, mas ao final seria coroado como vencedor. Esses foram anúncios espetaculares do Messias, o nosso Senhor Jesus.
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