sexta-feira, 4 de abril de 2014

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 22 – SALOMÃO – SUA GLÓRIA E SUA RUÍNA.



A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 22 – SALOMÃO – SUA GLÓRIA E SUA RUÍNA.

Davi envelhecera prematuramente. Aos 70 anos já não tinha saúde para reinar em Israel. Por causa dessa debilidade inicia-se uma rebelião contra ele. Seu filho mais velho, Adonias (2Sm 3,4), tenta tomar-lhe o trono (1Rs 1). O profeta Natã, percebendo que Salomão era mais indicado para suceder Davi, pois era escolhido de Deus (1Cr 22,9; 1Rs 2,15), aqui com rapidez e relembrou a Davi da promessa a respeito de Salomão (1Rs 1,30). O rei então deu instruções acerca da ascensão de Salomão ao trono, selando-o com juramento (1Rs 1,28ss).
Assim Salomão, aos 19 anos de idade, por volta da metade do século X aC. Assumiu como herdeiro o Grande reino de seu pai Davi. Salomão – Shelômôn = pacifico – foi chamado pelo profeta Natã de Jedidias, que quer dizer – Amado do Senhor – (2Sm 12,24).

1.    SALOMÃO E SUA GLÓRIA – Um esplendido reinado.

Salomão teve um reinado glorioso e sua fama se espalhou por toda a terra (“Ele era o mais sábio de todos os homens, mais sábio do que Etã, o ezraíta, do que Hemã, Chacol e Dorda, filhos de Maol; e sua fama espalhou-se por todos os povos vizinhos”. 1Rs 4,31),
“Nenhum herói da antiguidade é tão longamente celebrado na literatura popular. Os contos judaicos, árabes e etíopes acerca dos feitos de Salomão formam legiões” (Novo Dicionário da Bíblia). Até mesmo Jesus faz várias referencias a ele (Mt 6,29; 12,42; Lc 11,31).
Vejamos algumas de suas realizações:

a)    Sua sabedoria reconhecida.

Salomão percebeu o tamanho de sua tarefa e pediu ao Senhor um “coração compreensivo” (“Daí, pois, ao vosso servo um coração sábio, capaz de julgar o vosso povo e discernir entre o bem e o mal.” – 1Rs 3,9a). Deus se agradou disso (“O Senhor agradou-se dessa oração” –  v.10) e o encheu de sabedoria (1Rs 3,28, 4,29-34).
É importante notar que a sua fama e a sua sabedoria eram relacionadas com o nome do Senhor (“A rainha de Sabá, tendo ouvido falar de Salomão e da glória do Senhor, veio prová-lo com enigmas.”. (1Rs 10,1)) e que a gloria final deveria ser dada a Deus. Cada crente pode pedir ao Senhor sabedoria (“Se alguém de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus – que a todos dá liberalmente, com simplicidade e sem recriminação – e ser-lhe-á dada”. (Tg 1,5)). Precisamos, no entanto,  ce-la para que o “nome de Deus”, e não o nosso, seja glorificado.

b)    Seu reinado.

“O reino de Salomão foi de quase 100.000 quilometro quadrados e era dez vezes maior do que o reino que seu pai herdara” (H.C.Mears). Ele dividiu, segundo o 1Rs 4,7-19, o Estado do Norte em 12 regiões administrativas. Nas listas dessas regiões aparecem cidades Cananéias ao lado de tribos outrora puramente israelitas. Isso demonstra que as cidades cananéias, outrora independentes, estavam totalmente incorporadas no Estado de Israel. O reino se havia se expandido (1Rs 4,20-21). O reino que ele estabeleceu atingiu, afinal depois de quatrocentos anos as vastas extensões esboçadas por Josué (“O vosso território se estenderá desde esse deserto e desde o Líbano até o grande rio Eufrates – todo o país dos hiteus – e até o mar Grande para o ocidente”. (Js 1,4)).

c)    Seu comercio produtivo – (1Rs 10,14-29).

Salomão fez do comercio um ponto de seu reinado. Tirou vantagens da localização de Israel. Fez uma aliança com Hirão que lhe deu frotas que o capacitaram a assumir junto deste o monopólio das frotas marítimas (“O rei tinha no mar navios de Társis, que acompanhavam a frota de Hirão. De três em três anos, a frota de Társis trazia ouro, prata, marfim, macacos e pavões”. (1Rs 10,22)).
Ele se tornou  principal entre os heteus e ananeus para comprar cavalos da Cilícia ou carros do Egito (1Rs 10,28-29).  As riquezas do mundo estavam à sua disposição e controle. No entanto é bom notar que o envolvimento econômico de Salomão com outros reis o levou ao relacionamento que aos poucos abalavam sua obediência ao Senhor. Possivelmente seu casamento com a filha do Faraó tinha profundos interesses comerciais (1Rs 3,1-2).

d)    Seu reinado pacífico.

Salomão não enfrentou as constantes rebeliões que afetaram Davi, seu pai, Ele não dirigiu nenhuma campanha militar. Seus grandes exércitos eram somente para guardar as extensas fronteiras de Israel (1Rs 4,24).
A era de paz do reinado de Salomão foi marcada por dois incidentes que foram entendidos como julgamento do Senhor por causa da sua desobediência (1Rs 11,14-40). A desobediência precede a ruína.

e)    Sua obra maior.

A grande tarefa de Salomão foi a construção do Templo. Obra que Davi, seu pai, tanto almejara e que lhe fora impedida pelo Senhor por ter sido um homem de guerra (1Rs 5,3-5; 8,18-19), sete anos demorou a construção do Templo (1Rs 6,38), Salomão contratou um trio para encarregar-se da obra e usou operário fenício (1Rs 5,10.18;7,13-14) fazendo um paralelo entre a construção do Templo de Salomão e a edificação de nossa casa espiritual (1Cor 3,16-17), o que podemos deduzir dos seguintes fatos?

Þ     Não havia instrumentos se batendo;
Þ     Os melhores materiais foram usados para construir o Templo;
Þ     A arca de Deus foi colocada no centro – (1Rs 8,1-11)
Þ     Deus habitaria no Templo.

2.    SALOMÃO E SUA RUINA – uma Crise Espiritual.

Apesar de todo o brilho do reinado de Salomão, de toda sabedoria que Deus  havia lhe dado, o seu coração deixou de ser todo fiel ao Senhor (“Salomão prestou culto a Astarte, deusa dos sidônios, e a Melcom, o abominável ídolo dos amonitas”. (1Rs 11,5)). O seu coração se desviou do Senhor (“O Senhor irritou-se contra Salomão, por se ter seu coração desviado do Senhor, Deus de Israel, que lhe aparecera por duas vezes,” (1Rs 11,9)).
Salomão cometeu alguns erros que atraíram  a ira do Senhor.

a)    Tomou-se para si mulheres estrangeiras (1Rs 11,1-3).

“Para Salomão, casar-se com mulheres estrangeiras era um expediente político, mas não lhe foi vantajoso e espiritualmente.”  (N.D.B).

Ele, que tinha uma filosofia a respeito do relacionamento conjugal (Cantares), não observou os estatutos dados a Israel de não tomar mulheres estrangeiras para seus filhos (Ex 34,16; Dt 7,3-4).
O próprio Salomão, na sua velhice, reconheceu o alto preço que pagou sua desobediência (“Jovem, rejubila-te na tua adolescência, e, enquanto ainda és jovem, entrega teu coração à alegria. Anda nos caminhos de teu coração e segundo os olhares de teus olhos, mas fica sabendo que de tudo isso Deus te fará prestar conta”. (Ecl 11,9)).

b)    Praticou a idolatria.

“O sexo envolve toda vida e a personalidade” (H.P. Wells). Junto do movimento sexual, Salomão se envolveu espiritualmente. As mulheres de Salomão ganharam o seu coração, sua consciência foi pervertida e sal fé abalada.

Entre os estudos pagãos erigidos  pelo rei, alguns durante por mais de três séculos até sua destruição por ocasião da reforma feita pelo rei Josías  (“O rei profanou igualmente os lugares altos situados defronte de Jerusalém, à direita do monte da Perdição. Salomão, rei de Israel, tinha-os levantado em honra de Astarte, ídolo abominável dos sidônios, de Camos, ídolo abominável dos moabitas, e de Melcom, ídolo abominável dos amonitas”. (2Rs 23,13)).

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