sábado, 5 de abril de 2014

VIVENDO NO AMOR DE DEUS - LIÇÃO 16 – VIVENDO A VERDADE EM AMOR




VIVENDO NO AMOR DE DEUS - LIÇÃO 16 – VIVENDO A VERDADE EM AMOR

“Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo.” (Ef 4,15).

“1. O ancião à Senhora eleita e a seus filhos, que amo na verdade. Não somente eu, mas também todos os que conheceram a verdade, 2. por causa da verdade que permanece em nós e que ficará conosco eternamente. 3. Estejam convosco, na verdade e no amor: graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, Filho do Pai. 4. Muito me alegrei por ter achado entre teus filhos alguns que andam na verdade, conforme o mandamento que temos recebido do Pai. 5. E agora rogo-te, Senhora, não como quem te escreve um novo mandamento, mas sim o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. 6. Nisto consiste o amor: que vivamos segundo seus mandamentos. É este o mandamento que tendes ouvido desde o princípio, e segundo o qual deveis viver. 7. Muitos sedutores têm saído pelo mundo afora, os quais não proclamam Jesus Cristo que se encarnou. Quem assim proclama é o sedutor e o Anticristo. 8. Acautelai-vos, para que não percais o fruto de nosso trabalho, mas antes possais receber plena recompensa. 9. Todo aquele que caminha sem rumo e não permanece na doutrina de Cristo, não tem Deus. Quem permanece na doutrina, este possui o Pai e o Filho. 10. Se alguém vier a vós sem trazer esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis. 11. Porque quem o saúda toma parte em suas obras más. 12. Apesar de ter mais coisas que vos escrever, não o quis fazer com papel e tinta, mas espero estar entre vós e conversar de viva voz, para que a vossa alegria seja perfeita. 13. Saúdam-te os filhos de tua irmã, a escolhida.” (2Jo 1-13).

      I.        INTRODUÇÃO.
Conciliar as verdades do evangelho com a fraternidade cristã é a proposta do autor da segunda epístola. Ele apresenta o essencial para o andar do cristão numa época em que “Muitos sedutores têm saído pelo mundo afora,” ( v 7), falsificando o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo com outros ensinos, trazendo doutrinas estranhas e incoerentes com as já apresentadas pelos apóstolos do Senhor Jesus.

    II.        A SAUDAÇÃO – (vs. 1-3).
Quando analisamos os primeiros versículos da epístola, encontramos algumas informações que nos são úteis para a compreensão da mesma como um todo. Por exemplo.

1.    O nome do escritor.
De acordo com o costume epistolar grego, o autor começa sua carta se apresentando. Todavia, ele não emprega seu próprio nome (como nas epístolas paulinas). Ele se apresenta tão somente com o título “O presbítero” (v1). o mesmo titulo é usado na terceira carta.
a)    O termo pode ser uma referência a um título oficial (cf. 1Pd 5,1).
b)    Pode ser uma maneira carinhosa de se referir ao idoso João.
É evidente que ele era conhecido desse modo pelos seus leitores. O apóstolo náo tinha dúvida de que eles o identificariam imediatamente por esse título, que dá testemunho da sua autoridade reconhecida.

2.    O estilo e vocabulário da epístola.
A epístola tem estilo e vocabulário semelhantes aos de 1João e aos do evangelho de João. O falso ensino de que fala 2João 7 é semelhante ao de 1João 4,1-3. Pela semelhança de estilo e de assunto, concluímos que as duas cartas foram escritas na mesma ocasião e com referência aos mesmos problemas.

3.    A identidade dos destinatários
O Manual Bíblico Vida Nova apresenta duas possibilidades.
a)    Uma amiga pessoal – João escreveu “à Senhora eleita e a seus filhos” (V1). Isso pode ser uma referencia a uma amiga pessoal de João. “Alguns estudiosos apontaram para o uso de senhora nos versículos 1 e 5 e para a descrição de seus filhos nos versículos 1 e 4 como indícios de que o termo é aplicado a uma pessoa”. Alguns chegaram a dar à mulher o nome “Kyria” (palavra grega traduzida por senhora).
b)    Uma igreja local – outra interpretação mais provável é considerar essa “senhora” e seus “filhos” a personificação de uma igreja local e de seus membros. A palavra grega equivalente à igreja é de gênero feminino. Tal gênero é normalmente usado quando se fala da igreja. Uma igreja também teria mais provavelmente a reputação de andar na verdade do que uma família em especial – “4. Muito me alegrei por ter achado entre teus filhos alguns que andam na verdade, conforme o mandamento que temos recebido do Pai.” (v 4).

4.    A chave do ensino da epístola – (vs 1-3).
A chave do ensino da epístola é a frase “a verdade”, pela qual João se refere ao conjunto de toda a verdade revelada. A característica que unia João a seus leitores era o amor comum pela verdade.

A graça indica a salvação proporcionada por Deus, e a dádiva de misericórdia de Deus demonstra a profunda necessidade que os homens têm dela. Paz é uma descrição do caráter da salvação – “Estejam convosco, na verdade e no amor: graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, Filho do Pai.” (v 3).
   III.        A VIDA DA COMUNIDADE – (vs 4-11).

O propósito prático da mensagem de João é mostrado nos vs. 4,11, quando ele se relaciona tanto com a vida interna da comunidade local (vs 4-6) como com o perigo doutrinário que ameaça de fora (vs. 7-11). Os dois assuntos estão intimamente ligados. Podemos defini-los com as seguintes propostas.

1.    O nosso amor aos outros não deve minar a nossa lealdade à verdade.
É bem provável que João tenha se encontrado com alguns membros da igreja (v 4), e a conduta deles o impressionara. Mas joão sabia que nem todos os membros estavam vivendo coerentemente, dai ele dizer: “Muito me alegrei por ter achado entre teus filhos alguns que andam na verdade”. Por isso, aquele encontro o levou a fazer um único pedido: amem uns aos outros, mas fiquem firmes na verdade. Isso nos leva a pensar na relação entre amor e obediência. Se amamos a Deus, haveremos de obedecê-Lo. Nosso amor por Ele se expressa na nossa obediência – “Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo.” (Ef 4,15).
a)    Os que andam na verdade precisam ser exortados a amarem-se uns aos outros (vs 4-5). O nosso amor amolece se não for fortalecido na verdade,e a nossa verdade endurece se não for suavizada pelo amor.
b)    A comunidade cristã deve ser caracterizada igualmente pelo amor e pela verdade. Devemos evitar a perigosa tendencia para o extermínio – “Nisto consiste o amor: que vivamos segundo seus mandamentos. É este o mandamento que tendes ouvido desde o princípio, e segundo o qual deveis viver.” (v 6).

2.    O nosso amor não deve ser tão cego que ignore as opiniões e a conduta dos outros.
“A verdade deve tornar discriminativo o nosso amor. João não vê incoerência nenhuma em acrescentar ao seu pedido para amarrnos uns aos outros – 5. E agora rogo-te, Senhora, não como quem te escreve um novo mandamento, mas sim o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.” (v5)  uma clara instrução acerca da recusa de companheirismo aos falsos mestres, que são enganadores e anticristo” – Stott (vs 7-11).
3.    O nosso amor à verdade não nos impede de confrontar aqueles que negam a encarnação de Jesus.
A heresia desses mestres era que não confessavam Jesus cristo vindo em carne “os quais não proclamam Jesus Cristo que se encarnou” (v 7). Aquele que nega a encarnação não é apenas “um enganador e um anticristo”, mas o enganador e o anticristo.

  IV.        OS PERIGOS NA COMUNIDADE.
João relaciona alguns perigos que tais atitudes podem causar.
1.    A oposição à encarnação de Cristo – é uma influência maléfica para a comunidade (v 8).
2.    Aquele que nega Cristo – fica sem Deus. Não pode ter Deus, isto é, gozar comunhão com Ele (v 9)
3.    A consequência do erro dos enganadores – é muito séria para não ser confrontada. Leva os seus adeptos a perderem o Pai, bem como o Filho (vs. 9-10).
4.    Quem recebe tais pessoas – torna-se convivente com elas. “11. Porque quem o saúda toma parte em suas obras más.” (v 11).

    V.        ENCERRAMENTO DA CARTA – (vs 12-13).

João faz algumas revelações pertinentes para encerrar sua pequena epístola.
1.    João deixa claro que o assunto não termina com epístola –  João tinha muito mais para transmitir aos seus leitores, mas estava aguardando uma oportunidade para falar-lhe pessoalmente. Preferia falar face a face para não ser mal interpretado (v 12).
2.    João fala da esperança de vê-los pessoalmente – sempre que conhecemos um irmão ou irmã em um congresso ou retiro espiritual, manifestamos o desejo de em ocasião oportuna revê-los – “Aliás, confio no Senhor que também eu irei visitar-vos em breve.” (Fl 2,24).
3.    João pressupõe que eles o receberão bem – Ele manifestou seu desejo com tanta convicção que não teve  nenhuma dúvida de que a recepção seria calorosa.
4.    João antecipa que o propósito da visita é a comunhão entre eles – o propósito dessa comunhão é “para que a vossa alegria seja perfeita.” (v 12). A alegria completa é o resultado da comunhão. “O Novo Testamento nada sabe de uma alegria perfeita fora da comunhão uns com os outros através da comunhão com o Pai e com o Filho” – Stott (1Jo 1,3-4).
5.    João termina dizendo que os membros da igreja de onde ele escreve estão mandando forte abraço – quando passa algum tempo fora da comunhão dos irmãos, por motivo de viagem, você sente saudades?

  VI.        CONCLUSÃO.
Para refletir:
1.    Qual é a relação entre amar a Deus e obedecê-lo?
2.    Como os irmãos devem tratar aqueles que discordam da igreja em questões doutrinárias?

3.    O que significa o termo “anticristo”? Como sua igreja detecta uma heresia?

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