sábado, 19 de outubro de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 13 – A GLÓRIA DE CRISTO.



JESUS CRISTO - LIÇÃO 13 – A GLÓRIA DE CRISTO.

 

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo 1,14).

Quando estudamos as Escrituras, descobrimos que o termo Glória pode ser usado de três maneiras:

1 – Antes de tudo, glória se refere à luz ; a Luz da presença de Deus. Uma luz clara e brilhante vinda do céu. Essa expressão da glória de Deus aparece em Ex 40,34 – “...e a glória do Senhor encheu o tabernáculo.” Essa é a glória chamada SHEKNAH de Deus.

2 – Em 1Cor 15, encontramos a existência de uma glória que se refere à representação singular ou aparência distinta, usada  com relação aos corpos celestes – “Nem toda carne é uma mesma carne; mas uma é a carne dos homens, outra a carne dos animais, outra a das aves e outra a dos peixes. Também há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres. Uma é a glória do sol, outra a glória da lua e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela.” (1Cor 15,39-41).

3 – Quando se refere ao propósito final da Igreja, essa glória de Cristo, que significa engrandecer, elevar, irradiar fulgor ou esplendor sobre alguém.

Portanto, que significa para a Igreja ou para cada cristão individual glorificar a Deus? Significa engrandecer, exaltar ou elevar o Senhor Jesus  ao mesmo tempo em que nos humilhamos.isso foi brilhantemente ilustrado por João Batista, que disse – “É necessário que ele cresça e que eu diminua.” (Jo 3,30).

A glória do Filho e a glória do Pai são a mesma, porque o Pai é visto no Filho - “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo 1,14).

Há muitas coisas para se dizer sobre este assunto, mas quero centraliza-lo em seis períodos da Cristologia bíblica.

I – A GLÓRIA DE CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO.

Nada melhor do que ouvirmos dos lábios do próprio Cristo sobre a Sua glória antes mesmo de existir o Antigo Testamento. Ele diz em Sua oração sacerdotal – “Agora, pois, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse.” (Jo 17,5).

1 – Moisés viu a glória de Cristo na sarça ardente – Ex 3,1-6.
2 – O povo de Israel viu a glória de Cristo na nuvem sobre o tabernáculo no deserto – Nm 10.34.
3 – Isaias viu a glória de Cristo na nuvem sobre o tabernáculo no deserto – Is 6,1-8.
4 – Ezequiel viu a glória de Cristo que enchia o templo – Ez 47.
5 – Nabucodonosor viu a Glória de Cristo na fornalha de fogo ardente – Dn 3,24-25.

II -  A GLÓRIA DE CRISTO NA ENCARNAÇÃO.

No processo da encarnação, podemos observar manifestações maravilhosas da glória de Cristo.

1 – Quando Maria visitou sua prima que estava grávida, a criança, no ventre de Isabel, estremeceu diante da glória de Cristo – E aqui manifesta também a Terceira Pessoa da Trindade. Diz o texto – “Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, saltou a criancinha no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo, e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre! E donde me provém isto, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?” (Lc 1,41-43).

2 – Quando o anjo anunciou aos pastores o nascimento de Jesus – Assim escreveu Lucas – “E um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor os cercou de resplendor; pelo que se encheram de grande temor”. (Lc 2,9).

III – A GLÓRIA DE CRISTO NO SEU MINISTÉRIO.

O ministério terreno de Jesus não durou mais que três anos e alguns meses, mais foi um  ministério intenso, ratificado por Sua glória.

1 – Tudo começa com seu batismo – “Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele.” (Mt 3,16).

2 – Depois, no monte da transfiguração – “e foi transfigurado diante deles; as suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, tais como nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia branquear”. (Mc 9,2b-3).

3 – Finalmente na cruz, disse Jesus – “E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam, os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados.” (Mt 27,51-52).

IV – A GLÓRIA DE CRISTO NA SUA ASCENSÃO.

Não há como esquecer o fato histórico da ascensão de Cristo no estudo que estamos fazendo sobre a glorificação de Cristo. É bom dizer que a ascensão e a exaltação de Cristo devem ser diferenciadas uma da outra. Por ascensão de Cristo, queremos dizer Sua volta ao céu em seu corpo da ressurreição. Agora, por exaltação de Cristo queremos dizer o ato o ato do Pai pelo qual Ele  deu ao Cristo ressurreto assento – a posição de honra e de seu poder à sua direita.

Quando Jesus subiu ao céu recebeu glória, honra e autoridades conferidas pelo Pai – “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.” (Mt 28,18), e então os varões galileus viram a Sua glória.assim registrou Lucas – “Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.” (At 1,11). Ele ao apenas subiu ao céu. O Cristo ressurreto está hoje, sentado no trono do Pai e no resplendor de Sua glória – “...buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.” (Cl 3,1).

V – A GLÓRIA DE CRISTO NA VIDA DA SUA IGREJA.

A Igreja só é Igreja por causa de Jesus. Ele é a cabeça do corpo da Igreja – “também ele é a cabeça do corpo, da igreja.” (Cl 1,18a); Ele é o alicerce da Igreja – “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (1Cor 3,11); Ele é a mensagem da Igreja – “nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.” (1Cor 1,23-24); Ele é o resplendor da Igreja – Ap 1,9-19.

Não nos esqueçamos que a conversão de Paulo aconteceu quando se deparou com a glória de Cristo. Lucas escreve no livro em Atos – “Seguindo ele viagem e aproximando-se de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu; e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9,3-4). Mais tarde Paulo escreve em sua carta aos Efésios referindo-se à glória de Cristo na Igreja três vezes: “Para louvor de sua glória” (Ef 1,6.12.14). tudo é feito na Igreja para o louvor da glória de Cristo.

VI – A GLÓRIA DE DEUS NA SUA PAROUSIA

Sem duvida alguma, chegamos à coroação da glória de Cristo, que é a sua Parousia. Assim como Ele foi assunto ao céu, em glória, voltará também em glória. Essa é a glória escatológica de Jesus. Como diz Paulo – “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.” (1Ts 4,16).

O Antigo Testamento termina com estas palavras de Malaquias – “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” (Ml 4,5).  A volta do Senhor terá impacto da glória de Cristo – “Um grande Dia”; e o impacto da ira de Cristo – “Um terrível dia”.

CONCLUINDO


A glória de Cristo tem dimensões escatológicas que deixa claro que o mundo ainda está lutando num estado de separação de Sua  prometida consumação futura. A gl´ria de Cristo e as misérias do mundo estão em agudíssimo contraste. A  esperança que nasceu antes da fundação do mundo passou pelos lábios dos profetas, experimentou a humildade da encarnação, enfrentou o sofrimento da páscoa, subiu ao céu, porem ainda não foi totalmente realizada na história. A esperança da nova humanidade e o novo mundo aguarda a glorificação escatológica de Cristo.


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