JESUS CRISTO - LIÇÃO 13 – A GLÓRIA DE CRISTO.
“E o Verbo
se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua
glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo 1,14).
Quando estudamos as Escrituras,
descobrimos que o termo Glória pode ser usado de três maneiras:
1 – Antes de tudo, glória se
refere à luz ; a Luz da presença de Deus. Uma luz clara e brilhante vinda do
céu. Essa expressão da glória de Deus aparece em Ex 40,34 – “...e a glória
do Senhor encheu o tabernáculo.” Essa é a glória chamada SHEKNAH de Deus.
2 – Em 1Cor 15, encontramos a
existência de uma glória que se refere à representação singular ou aparência
distinta, usada com relação aos corpos
celestes – “Nem toda carne é uma mesma carne; mas uma é a carne dos homens,
outra a carne dos animais, outra a das aves e outra a dos peixes. Também há
corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a
dos terrestres. Uma é a glória do sol, outra a glória da lua e outra a glória
das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela.” (1Cor
15,39-41).
3 – Quando se refere ao propósito
final da Igreja, essa glória de Cristo, que significa engrandecer, elevar,
irradiar fulgor ou esplendor sobre alguém.
Portanto, que significa para a
Igreja ou para cada cristão individual glorificar a Deus? Significa
engrandecer, exaltar ou elevar o Senhor Jesus
ao mesmo tempo em que nos humilhamos.isso foi brilhantemente ilustrado
por João Batista, que disse – “É necessário que ele cresça e que eu
diminua.” (Jo 3,30).
A glória
do Filho e a glória do Pai são a mesma, porque o Pai é visto no Filho - “E o
Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a
sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo 1,14).
Há muitas coisas para se dizer
sobre este assunto, mas quero centraliza-lo em seis períodos da Cristologia
bíblica.
I – A GLÓRIA DE CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO.
Nada melhor do que
ouvirmos dos lábios do próprio Cristo sobre a Sua glória antes mesmo de existir
o Antigo Testamento. Ele diz em Sua oração sacerdotal – “Agora, pois,
glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha
contigo antes que o mundo existisse.” (Jo
17,5).
1 – Moisés viu a glória
de Cristo na sarça ardente – Ex 3,1-6.
2 – O povo de Israel viu
a glória de Cristo na nuvem sobre o tabernáculo no deserto – Nm 10.34.
3 – Isaias viu a glória
de Cristo na nuvem sobre o tabernáculo no deserto – Is 6,1-8.
4 – Ezequiel viu a
glória de Cristo que enchia o templo – Ez 47.
5 – Nabucodonosor viu a
Glória de Cristo na fornalha de fogo ardente – Dn 3,24-25.
II - A GLÓRIA DE
CRISTO NA ENCARNAÇÃO.
No processo da encarnação, podemos
observar manifestações maravilhosas da glória de Cristo.
1 – Quando
Maria visitou sua prima que estava grávida, a criança, no ventre de Isabel,
estremeceu diante da glória de Cristo – E aqui manifesta também a Terceira
Pessoa da Trindade. Diz o texto – “Ao ouvir Isabel a saudação de Maria,
saltou a criancinha no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo, e
exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do
teu ventre! E donde me provém isto, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?” (Lc
1,41-43).
2 – Quando o anjo anunciou aos
pastores o nascimento de Jesus – Assim escreveu Lucas – “E um
anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor os cercou de resplendor;
pelo que se encheram de grande temor”. (Lc 2,9).
III – A GLÓRIA DE CRISTO NO SEU MINISTÉRIO.
O ministério terreno de Jesus não
durou mais que três anos e alguns meses, mais foi um ministério intenso, ratificado por Sua
glória.
1 – Tudo começa com seu batismo – “Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os
céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre
ele.” (Mt 3,16).
2 – Depois, no monte da
transfiguração – “e foi transfigurado diante deles; as suas vestes
tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, tais como nenhum lavadeiro
sobre a terra as poderia branquear”. (Mc 9,2b-3).
3 – Finalmente na cruz, disse
Jesus – “E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a
baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam, os sepulcros se abriram, e muitos
corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados.” (Mt 27,51-52).
IV – A GLÓRIA DE CRISTO NA SUA ASCENSÃO.
Não há como esquecer o fato
histórico da ascensão de Cristo no estudo que estamos fazendo sobre a
glorificação de Cristo. É bom dizer que a ascensão e a exaltação de Cristo
devem ser diferenciadas uma da outra. Por ascensão de Cristo, queremos
dizer Sua volta ao céu em seu corpo da ressurreição. Agora, por exaltação
de Cristo queremos dizer o ato o ato do Pai pelo qual Ele deu ao Cristo ressurreto assento – a posição
de honra e de seu poder à sua direita.
Quando Jesus subiu ao céu recebeu
glória, honra e autoridades conferidas pelo Pai – “Foi-me dada toda a
autoridade no céu e na terra.” (Mt 28,18), e então os varões galileus viram
a Sua glória.assim registrou Lucas – “Varões galileus, por que ficais aí
olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de
vir assim como para o céu o vistes ir.” (At 1,11). Ele ao apenas subiu ao
céu. O Cristo ressurreto está hoje, sentado no trono do Pai e no resplendor de
Sua glória – “...buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está
assentado à destra de Deus.” (Cl 3,1).
V – A GLÓRIA DE CRISTO NA VIDA DA SUA IGREJA.
A Igreja só é Igreja por causa de
Jesus. Ele é a cabeça do corpo da Igreja – “também ele é a cabeça do corpo,
da igreja.” (Cl 1,18a); Ele é o alicerce da Igreja – “Porque ninguém
pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus
Cristo.” (1Cor 3,11); Ele é a mensagem da Igreja – “nós pregamos a
Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos,
mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus,
e sabedoria de Deus.” (1Cor 1,23-24); Ele é o resplendor da Igreja – Ap
1,9-19.
Não nos esqueçamos que a conversão
de Paulo aconteceu quando se deparou com a glória de Cristo. Lucas escreve no
livro em Atos – “Seguindo ele viagem e aproximando-se de Damasco,
subitamente o cercou um resplendor de luz do céu; e, caindo por terra, ouviu
uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9,3-4).
Mais tarde Paulo escreve em sua carta aos Efésios referindo-se à glória de
Cristo na Igreja três vezes: “Para louvor de sua glória” (Ef 1,6.12.14).
tudo é feito na Igreja para o louvor da glória de Cristo.
VI – A GLÓRIA DE DEUS NA SUA
PAROUSIA
Sem duvida alguma, chegamos à
coroação da glória de Cristo, que é a sua Parousia. Assim como Ele foi assunto
ao céu, em glória, voltará também em glória. Essa é a glória escatológica de Jesus.
Como diz Paulo – “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à
voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro.” (1Ts 4,16).
O Antigo Testamento termina com
estas palavras de Malaquias – “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias,
antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” (Ml 4,5). A volta do Senhor terá impacto da glória de
Cristo – “Um grande Dia”; e o impacto da ira de Cristo – “Um terrível
dia”.
CONCLUINDO
A glória de Cristo tem dimensões
escatológicas que deixa claro que o mundo ainda está lutando num estado de
separação de Sua prometida consumação
futura. A gl´ria de Cristo e as misérias do mundo estão em agudíssimo
contraste. A esperança que nasceu antes
da fundação do mundo passou pelos lábios dos profetas, experimentou a humildade
da encarnação, enfrentou o sofrimento da páscoa, subiu ao céu, porem ainda não
foi totalmente realizada na história. A esperança da nova humanidade e o novo
mundo aguarda a glorificação escatológica de Cristo.
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