JESUS CRISTO - LIÇÃO 09 – OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO
“Porque
nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos
pecadores, e feito mais sublime que os céus.” (Hb 7,26).
Sabemos que “o Verbo se fez
carne, e habitou entre nós” (Jo 1,14), e ocupou o mesmo tempo os três mais
importantes cargos da história humana já conheceu – Profeta, Sacerdote e Rei.
Afirmam os teólogos, com razão,
que o grande ato sacrificial de Cristo na cruz é a sumula destes três mais
importantes ministérios básicos para a salvação dos que crêem no Filho de Deus.
Cargos que somente o Deus-homem poderia ocupar simultaneamente,até porquê o ato
sacrificial de Cristo é o único aceito pelo Pai. Só ele poderia exerce-los ao
mesmo tempo, com completa eficiência e perfeição, para sempre. Eis a razão
porque Jesus é considerado a maravilha dos séculos.
I – JESUS CRISTO COMO PROFETA.
Profeta não é apenas
aquele que prediz o futuro. Do ponto de vista bíblico, é um mestre ou pregador
infalível chamado por Deus que tem autoridade espiritual para falar em nome de
Deus.
É também chamado
“vidente” ou “homem de Deus”, por ser dotado de poder obsequiado por Deus para
receber revelações dEle, como ocorreu com os profetas Daniel, Ezequiel e tantos
outros. Vale lembrar que oráculo não é o profeta mas sim a palavra ou mensagem
que Deus lhe dá.
O profeta tem a
incumbência e o dever de transmitir a mensagem com fidelidade a quem Deus lhe
determinar. Daí a função de profeta ser tão somente por vocação divina, jamais
por vontade humana – Dt 18,1-19; Ex 7,1-2; 2Rs 4,9.22.40.42; Jr 1,4-7;
Am 7,14-15.
1 – A principal função do profeta no AT.
De um modo geral o
profeta se ocupava de:
a)
Advertir em ensinar o povo de Deus (Is 13-17).
b)
Predizer os acontecimentos futuros (2Rs 18,1-2.41-42).
c)
Operar milagres, confirmando assim a sua
mensagem (Ex 4,25).
d)
Exercer a sua principal missão, que era
representar Deus perante os homens, interpretar os seus atos e planos, e fazer
conhecida a sua vontade (Is 1,10-17).
Nos nossos dias, podemos
chamar profeta aquele que anuncia ou prega a Palavra de Deus.
2 – Jesus Cristo, o maior profeta.
Esta é uma verdade
totalmente amparada pela Palavra de Deus. Vejamos:
a)
Somente Cristo
deixou a forma de Deus, assumindo a forma de servo e a semelhança de homem para
assim nos ensinar sobre o Reino de Deus – Fl 2,6-7.
b)
Só ele pode nos
falar daquilo que viu junto ao Pai –Jo 8-38.
c)
Somente ele revelou e ensinou com perfeição as
verdades sobre a pessoa de Deus Pai, especialmente quando falou com mulher
samaritana – Jo 4,24.
d)
Homem algum
jamais falou ou ensinou como ele – Jo 7,45-46.
e)
Era de fato
reconhecido como o grande profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus
e de todo o povo - Lc 24,19.
f)
Só Jesus ensinou
com perfeição e total autoridade divina:
·
Todos os
profetas antes de Jesus, ao proferirem as suas mensagens, diziam – “assim
diz o Senhor” (Am 7,16-17).
·
Jesus porem foi
o único Profeta a falar em seu próprio nome, dizendo em seus discursos – “Eu,
porém, vos digo” (Mt 5,22.28.32).
II – JESUS CRISTO COMO SACERDOTE.
Já temos uma boa noção sobre o
ministério do profeta, resta-nos conhecer um pouco mais sobre a função do
sacerdote de grande representatividade bíblica – Hb 7,20-28.
1 – A principal função do sacerdote.
a)
Ao contrário do profeta, o sacerdote representa e
conduz os homens a Deus, e por eles
intercede junto ao Pai – “Portanto, pode também salvar perfeitamente
os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por
eles. Ora, do que estamos dizendo, o ponto principal é este: Temos um sumo
sacerdote tal, que se assentou nos céus à direita do trono da Majestade,
ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, que o Senhor fundou, e não
o homem.” (Hb 7,25; 8,1-2).
b)
Exerce o seu ministério no santuário diante de Deus –
“Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro,
mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus.”
(Hb 9,24).
c)
Institui o povo quanto à lei de Deus, fazendo-o conhecer
a Sua vontade e misericórdia – “Porque todo sumo sacerdote tomado dentre os
homens é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para
que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados.” (Hb 5,1).
d)
Consulta a Deus sobre a sua vontade, por meio de Urim e Tumin, a favor
dos filhos de Israel – “Também porás no peitoral do juízo o Urim e o Tumim,
para que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do Senhor; assim
Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração diante do Senhor
continuamente.” (Ex 28,30).
2 – Cristo tem um sacerdócio
diferente.
O sacerdócio de Cristo é
incomparavelmente superior ao de Arão. O de Arão era da ordem de Levi, por isso
imperfeito, mutável e provisório, uma vez que era exercido por homens mortais
que sacrificavam animais, cujo sangue não tira pecado – “de tanto melhor
pacto Jesus foi feito fiador. E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em
grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas este,
porque permanece para sempre, tem o seu sacerdócio perpétuo.” (Hb 7,22-24).
O Sacerdócio de Cristo é da origem
de Melquisedeque, personagem sem
genealogia, sem princípio e sem fim, um símbolo da eternidade de Cristo e Seu
Sacerdócio que substituiu o de Levi é para sempre – “...mas este, porque
permanece para sempre, tem o seu sacerdócio perpétuo.” (Hb 7,24).
Cristo não só ministra no
Santuário Celeste, mas ele mesmo foi o sacerdócio uma vez para sempre, obtendo
assim a nossa eterna redenção – “...e não pelo sangue de bodes e novilhos,
mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo
obtido uma eterna redenção. ...quanto mais o sangue de Cristo, que pelo
Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras
mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9,12-14).
Só Ele é o nosso intercessor
ideal, santo, sublime e irrepreensível sob todos os aspectos – “Porque nos
convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos
pecadores, e feito mais sublime que os céus.” (Hb 7,26); ver também (Hb
9,12-14).
Somente Ele se assenta à
direita do trono da majestade no céu e é
Advogado que intercede para sempre pelos crentes – “Meus filhinhos, estas
coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um
Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.” (1Jo 2,1).
III – JESUS COMO REI DOS REIS.
Ainda que invisivelmente, Deus
sempre regeu soberanamente todo o universo. Porém, ao seu Filho Jesus Cristo
reservou direito e o privilégio de assumir a regência de toda a criação, quer
no céu que na terra, quando disse –“ Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre
Sião, meu santo monte. Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu
Filho, hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as
extremidades da terra por possessão.” (Sl 2,6-8).
Na sua primeira vinda para reinar,
Jesus foi totalmente rejeitado pelo seu povo – “Veio para o que era seu, e
os seus não o receberam.” (Jo 1,11); ver também (Jo 18,36-37; 19,15). Não
sendo o Seu Reino nem comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no
Espírito Santo, portanto espiritual, passou atuar no tempo presente, do
espiritual e invisível, no meio dos homens e dentro do coração dos crentes – “nem
dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós.”
(Lc 17,21); ver também (Jo 18,36; Rm 14,17).
Para esta regência Jesus recebeu do Pai, após
a ressurreição todo o poder e autoridade no céu e na terra – “E,
aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu
e na terra.” (Mt 28,18).
As profecias prevêem que na
consumação dos séculos Cristo voltará e ai sim, tomará posse também do reino
visível, ou dos reinos do mundo, e o fará em grande estilo celeste, na
companhia dos anjos e redimidos, já arrebatados com Ele na glória – “E tocou
o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino
do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos
séculos dos séculos.” (Ap 11,15); ver também (Mt 25,31-34; Ap 19,5-6).
Na segunda vinda de Cristo,
ver-se-á de modo total os efeitos plenos deste tríplice ministério em favor dos
pecadores.
a)
Como Profeta – Não só ensinou, mas
preparou os apóstolos e através deles a Igreja para continuar o ensino da palavra - “E, aproximando-se
Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.”
(Mt 28,18).
b) Como
Sacerdote – Amou-nos a tal ponto
que por nós ofereceu o Seu próprio sangue, e
junto ao Pai, continua intercedendo pelos crentes – “Portanto, pode
também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive
sempre para interceder por eles.” (Hb 7,25).
c)
Como Rei – Embora possuindo todo o poder no
céu e na terra, no momento se limita a
reger um Reino Espiritual e invisível, mas na consumação dos séculos regerá
visivelmente toda a criação – “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do
homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem
sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos
com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os
quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.” (Mt 24,30-31); ver
também (Jo 18,36-37; Hb 10,13; Ap 11,15).
Ai, sim, será tempo de regozijo dos santos, ao verem o
Redentor Jesus enrolar como a folha de um pergaminho o tempo e o ciclo da velha
criação, já tão danificada pela terrível ação do pecado.
Ele fará surgir em seu lugar num
abrir e fechar de olhos um novo céu e uma nova terra, e a nova Jerusalém,
cidade ce ouro, pedras preciosas e
pérolas, a Capital do Estado Eterno habitada pelos santos – Ap 21.
Como conter tanta alegria, ao ver
o grande Rei conduzindo multidões em festas e podendo dizer ao Pai – “Eis-me
aqui, e os filhos que Deus me deu.” (Hb 2,13b).
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