sábado, 21 de setembro de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 09 – OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO



JESUS CRISTO - LIÇÃO 09 – OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO

 

“Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus.” (Hb 7,26).

Sabemos que “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1,14), e ocupou o mesmo tempo os três mais importantes cargos da história humana já conheceu – Profeta, Sacerdote e Rei.

Afirmam os teólogos, com razão, que o grande ato sacrificial de Cristo na cruz é a sumula destes três mais importantes ministérios básicos para a salvação dos que crêem no Filho de Deus. Cargos que somente o Deus-homem poderia ocupar simultaneamente,até porquê o ato sacrificial de Cristo é o único aceito pelo Pai. Só ele poderia exerce-los ao mesmo tempo, com completa eficiência e perfeição, para sempre. Eis a razão porque Jesus é considerado a maravilha dos séculos.

I – JESUS CRISTO COMO PROFETA.

Profeta não é apenas aquele que prediz o futuro. Do ponto de vista bíblico, é um mestre ou pregador infalível chamado por Deus que tem autoridade espiritual para falar em nome de Deus.

É também chamado “vidente” ou “homem de Deus”, por ser dotado de poder obsequiado por Deus para receber revelações dEle, como ocorreu com os profetas Daniel, Ezequiel e tantos outros. Vale lembrar que oráculo não é o profeta mas sim a palavra ou mensagem que Deus lhe dá.

O profeta tem a incumbência e o dever de transmitir a mensagem com fidelidade a quem Deus lhe determinar. Daí a função de profeta ser tão somente por vocação divina, jamais por vontade humana – Dt 18,1-19; Ex 7,1-2; 2Rs 4,9.22.40.42; Jr 1,4-7; Am 7,14-15.

1 – A principal função do profeta no AT.

De um modo geral o profeta se ocupava de:

a)      Advertir em ensinar o povo de Deus (Is 13-17).
b)     Predizer os acontecimentos futuros (2Rs 18,1-2.41-42).
c)      Operar milagres, confirmando assim a sua mensagem (Ex 4,25).
d)     Exercer a sua principal missão, que era representar Deus perante os homens, interpretar os seus atos e planos, e fazer conhecida a sua vontade (Is 1,10-17).

Nos nossos dias, podemos chamar profeta aquele que anuncia ou prega a Palavra de Deus.

2 – Jesus Cristo, o maior profeta.

Esta é uma verdade totalmente amparada pela Palavra de Deus. Vejamos:

a)      Somente Cristo deixou a forma de Deus, assumindo a forma de servo e a semelhança de homem para assim nos ensinar sobre o Reino de Deus – Fl 2,6-7.
b)      Só ele pode nos falar daquilo que viu junto ao Pai –Jo 8-38.
c)       Somente ele revelou e ensinou com perfeição as verdades sobre a pessoa de Deus Pai, especialmente quando falou com mulher samaritana – Jo 4,24.
d)      Homem algum jamais falou ou ensinou como ele – Jo 7,45-46.
e)      Era de fato reconhecido como o grande profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo -  Lc 24,19.
f)        Só Jesus ensinou com perfeição e total autoridade divina:
·         Todos os profetas antes de Jesus, ao proferirem as suas mensagens, diziam – “assim diz o Senhor” (Am 7,16-17).
·         Jesus porem foi o único Profeta a falar em seu próprio nome, dizendo em seus discursos – “Eu, porém, vos digo” (Mt 5,22.28.32).

II – JESUS CRISTO COMO SACERDOTE.

Já temos uma boa noção sobre o ministério do profeta, resta-nos conhecer um pouco mais sobre a função do sacerdote de grande representatividade bíblica – Hb 7,20-28.

1 – A principal função do sacerdote.

a)      Ao contrário do profeta, o sacerdote representa e conduz os homens a Deus, e por eles  intercede junto ao Pai – “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles. Ora, do que estamos dizendo, o ponto principal é este: Temos um sumo sacerdote tal, que se assentou nos céus à direita do trono da Majestade, ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, que o Senhor fundou, e não o homem.” (Hb 7,25; 8,1-2).
b)      Exerce o seu ministério no santuário diante de Deus – “Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus.” (Hb 9,24).
c)      Institui o povo quanto à lei de Deus, fazendo-o conhecer a Sua vontade e misericórdia – “Porque todo sumo sacerdote tomado dentre os homens é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados.” (Hb 5,1).
d)      Consulta a Deus sobre a sua  vontade, por meio de Urim e Tumin, a favor dos filhos de Israel – “Também porás no peitoral do juízo o Urim e o Tumim, para que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do Senhor; assim Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração diante do Senhor continuamente.” (Ex 28,30).

2 – Cristo tem um sacerdócio diferente.

O sacerdócio de Cristo é incomparavelmente superior ao de Arão. O de Arão era da ordem de Levi, por isso imperfeito, mutável e provisório, uma vez que era exercido por homens mortais que sacrificavam animais, cujo sangue não tira pecado – “de tanto melhor pacto Jesus foi feito fiador. E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas este, porque permanece para sempre, tem o seu sacerdócio perpétuo.” (Hb 7,22-24).

O Sacerdócio de Cristo é da origem de Melquisedeque, personagem  sem genealogia, sem princípio e sem fim, um símbolo da eternidade de Cristo e Seu Sacerdócio que substituiu o de Levi é para sempre – “...mas este, porque permanece para sempre, tem o seu sacerdócio perpétuo.” (Hb 7,24).

Cristo não só ministra no Santuário Celeste, mas ele mesmo foi o sacerdócio uma vez para sempre, obtendo assim a nossa eterna redenção – “...e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção. ...quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9,12-14).

Só Ele é o nosso intercessor ideal, santo, sublime e irrepreensível sob todos os aspectos – “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus.” (Hb 7,26); ver também (Hb 9,12-14).

Somente Ele se assenta à direita  do trono da majestade no céu e é Advogado que intercede para sempre pelos crentes – “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.” (1Jo 2,1).
 
III – JESUS COMO REI DOS REIS.

Ainda que invisivelmente, Deus sempre regeu soberanamente todo o universo. Porém, ao seu Filho Jesus Cristo reservou direito e o privilégio de assumir a regência de toda a criação, quer no céu que na terra, quando disse –“ Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu santo monte. Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por possessão.” (Sl 2,6-8).

Na sua primeira vinda para reinar, Jesus foi totalmente rejeitado pelo seu povo – “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (Jo 1,11); ver também (Jo 18,36-37; 19,15). Não sendo o Seu Reino nem comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo, portanto espiritual, passou atuar no tempo presente, do espiritual e invisível, no meio dos homens e dentro do coração dos crentes – “nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós.” (Lc 17,21); ver também (Jo 18,36; Rm 14,17).
 Para esta regência Jesus recebeu do Pai, após a ressurreição todo o poder e autoridade no céu e na terra – “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.” (Mt 28,18).

As profecias prevêem que na consumação dos séculos Cristo voltará e ai sim, tomará posse também do reino visível, ou dos reinos do mundo, e o fará em grande estilo celeste, na companhia dos anjos e redimidos, já arrebatados com Ele na glória – “E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Ap 11,15); ver também (Mt 25,31-34; Ap 19,5-6).

Na segunda vinda de Cristo, ver-se-á de modo total os efeitos plenos deste tríplice ministério em favor dos pecadores.

a)      Como Profeta – Não só ensinou, mas preparou os apóstolos e através deles a Igreja para  continuar o ensino da palavra - “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.” (Mt 28,18).
b)     Como Sacerdote – Amou-nos  a tal ponto que por nós ofereceu o Seu próprio sangue, e  junto ao Pai, continua intercedendo pelos crentes – “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles.” (Hb 7,25).
c)      Como Rei – Embora possuindo todo o poder no céu  e na terra, no momento se limita a reger um Reino Espiritual e invisível, mas na consumação dos séculos regerá visivelmente toda a criação – “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.” (Mt 24,30-31); ver também (Jo 18,36-37; Hb 10,13; Ap 11,15).

Ai, sim, será tempo de regozijo dos santos, ao verem o Redentor Jesus enrolar como a folha de um pergaminho o tempo e o ciclo da velha criação, já tão danificada pela terrível ação do pecado.

Ele fará surgir em seu lugar num abrir e fechar de olhos um novo céu e uma nova terra, e a nova Jerusalém, cidade ce ouro, pedras  preciosas e pérolas, a Capital do Estado Eterno habitada pelos santos – Ap 21.


Como conter tanta alegria, ao ver o grande Rei conduzindo multidões em festas e podendo dizer ao Pai – “Eis-me aqui, e os filhos que Deus me deu.” (Hb 2,13b).

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