JESUS CRISTO - LIÇÃO 10 – O ENSINO NO MINISTÉRIO DE CRISTO.
“para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.” (Mt 13,35).
O ensino sempre foi constante no ministério de Cristo. O seu método didático era o mais usado na época – o ensino por comparação, até porque era simples, prático, atraente e convincente.
Os recursos referidos por Jesus para ensinar foram as parábolas. Quanta facilidade tinha o divino Mestre, eximo contador de parábolas! Tomava algo terreno, conhecido por todos no dia-a-dia, para ensinar verdades profundas do reino celestial.
Mateus e Marcos citam esta característica, enfatizando a beleza e a urgência do ensino em parábolas, ao dizer – “Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo. Outra vez começou a ensinar à beira do mar. E reuniu-se a ele tão grande multidão que ele entrou num barco e sentou-se nele, sobre o mar; e todo o povo estava em terra junto do mar. Então lhes ensinava muitas coisas por parábolas, e lhes dizia no seu ensino: Ouvi: Eis que o semeador saiu a semear. E sem parábola não lhes falava.” (Mt 13,35; Mc 4,1-3.34a).
O ensino da Palavra para a salvação continua sendo o programa de Jesus Cristo, mesmo após a morte e a ressurreição, como ordem prioritária para os apóstolos e Sua Igreja o tempo todo e por todos os lados – “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mt 28,19-20).
I – O REINO DE DEUS OU O REINO DO CÉU.
No seu Evangelho, Mateus fala mais de Reino do Céu, enquanto marcos e Lucas falam mais de Reino de Deus. – (Mt 13,24-33; Mc 10,14; 14,25; Lc 22,17-18).
Daí alguns até pensarem haver dois reinos, um na esfera espiritual, o Céu. Morada de Deus e seus anjos, e o outro que abrange só a esfera do Universo físico, dos astros, aves e animais, etc.
Nada disso, Reino do Céu e Reino de Deus são um só. Foram apenas expressões diferentes para significar a mesma coisa, o mesmo abrangente Reino de Deus do qual nada se furta, pois tudo está sob o controle do Rei – “o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas.” (Cl 1,15-17).
1 – O que é o Reino de Deus.
Biblicamente, o Reino de Deus constitui-se de seu governo soberano e universal, tanto na esfera espiritual como na esférica física. Aliás o profeta Daniel já havia previsto em visão noturna a passagem desse reino em tempo futuro para “o Filho do Homem”, que é Jesus Cristo.
A Ela caberá reger com firmeza e eternamente, por quanto se trata de um Reino indestrutível, eterno – “Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele. E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.” (Dn 7,13-14). Ainda que no momento a terra esteja dividida politicamente em reinos e poderes humanos, não há de ser assim para sempre.
Ao iniciar os seus ministérios, João Batista e Jesus já anunciavam a proximidade e a chegada do Reino de Deus, mostrando que para entrar nele o arrependimentos dos pecados era fundamental a qualquer interessado – “Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, logo é chegado a vós o reino de Deus.” (Mt 12,28); ver também (Mc 1,15; Lc 17,21).
Por certo o Reino de Deus é bem diferente dos reinos humanos. É abrangente, não se limita ao globo terrestre, mas inclui tudo que houver no incomensurável Universo, e se tornará pára Cristo na sua vida.
No momento o mundo está posto no maligno, e o Reino de Deus se limita na esfera espiritual; atua entre os homens e no coração do crente. Sabemos que o Reino não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.somente ao som da última trombeta os reinos do mundo retornarão para o nosso Senhor – “Porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo.” (Rm 14,17).
2 – As parábolas do Reino.
As parábolas têm a função de ensinar. Além disso, profetizam. Enquanto ensinam, às vezes profetizam.
Mateus, habilidosamente, reuniu num só bloco, no Capitulo 13, as chamadas “Parábolas do Reino”. À beira mar, Jesus intensifica seu ensino sobre o Reino, desvendando aos ouvintes os segredos do Reino por meio de parábolas. Começou com as figuras comparativas na “Parábola do Semeador” e foi até a “Parábola da Rede”. Neste roteiro, esboçou um verdadeiro quadro da ação e natureza do Reino na vinda de Cristo.
a) Na parábola do semeador – temos o inicio da grande semeadura da Palavra, através dos apóstolos (Mt 13,1-8).
b) Na parábola do joio – vemos o ataque de heresias e falsidades religiosas para atrapalhar o progresso do Reino (Mt 13,24-30).
c) Na parábola do grão de mostarda - vemos que apesar de todos os contratempos, o Reino ainda assim se desenvolveu e chamou atenção (Mt 13,31-32).
d) Na parábola do fermento – vemos provavelmente o poder contagiante do Evangelho na sociedade, e não apenas o símbolo do mal (Mt 13.33).
e) Na parábola do tesouro – vemos que a sabedoria e a diligencia destacam, entre outros, o valor excepcional da Palavra (Mt 13,44).
f) Na parábola da pérola – vemos que a meio a tanta variedade cultural e científica e até religiosa, ainda assim se consegue adquirir o que há de melhor, a mensagem de Reino de Deus (Mt 13,45-46).
g) Na parábola da rede – vemos o final da temporada e o balanço da ação do Reino e o julgamento final na eternidade, e a justa separação entre os que cercam no ensino do Reino e os que desprezaram (Mt 13,47-50).
II – A ÉTICA DO REINO DE DEUS.
Novo Reino, novo Rei e com eles novas leis. O inigualável Sermão da Montanha de Jesus constitui as leis que regerão Seu Reino e a vida de seus súditos. O reino não é para ser remendado de pano novo em vestido velho, pois na sua essência, veio para mudar e ser diferente – “Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; porque semelhante remendo tira parte do vestido, e faz-se maior a rotura.” (Mt 9,16).
A ética do Reino requer a prática do bom comportamento no cumprimento de bons costumes e deveres para com Deus e o próximo demonstrando assim uma conduta irrepreensível.
Serão súditos do Reino os que se submetem à ética cristã, ainda mais exigente do que o social, estes demonstram as suas essências qualidades cristãs e são dignos das bênçãos das bem-aventuranças prometidas.
Neste manifesto do Rei, o amor é fundamental e ponto central, pois é no amor que se cumpre toda a lei e os profetas, e isso é a regra áurea do cristão súdito do Reino de Deus – Mt 5,21-48.
Além do código de ética e preceitos, o magistral Sermão é também uma cartilha de valiosos ensinos, exarados nos capítulos 5 a 7 de Mateus. Vale apenas lê-los todo, para obter melhor compreensão do assunto.
CONCLUINDO
Para os desinteressados e opositores, os ensinos de Jesus eram obscuros mas para os discípulos e as multidões interessadas na Palavra viva, era luz que iluminava, encantava e instruía – Mt 13,10-17.
Ao encerra seu magistral Sermão, o Mestre deixa aos ouvintes, nas entrelinhas, as seguintes lições:
1 – É importante fazer uma escolha sábia para a vida, entre os dois caminhos, o estreito e o largo – Mt 7,13-14.
2 – A semelhança da boa arvore, de bom fruto na vida espiritual e não espera castigo eterno – Mt 7,17-19.
3 – A fé firmado no verdadeiro fundamento espiritual suporta tempestades e provocações. As multidões ficam maravilhadas com os seus ensinos – Mt 7,24-29.