JESUS CRISTO - LIÇÃO 04 – A
EVIDENCIA DOS EVANGELHOS
“Há tanto
tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim,
viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14,9).
Jesus Cristo é verdadeiro Deus e
não apenas um homem extraordinário que revolucionou o mundo e deixou sua marca
como o maior de todos.
A deidade de Cristo é fundamento
sólido do cristianismo e desafio constante à verdadeira fé.
Seitas heréticas têm surgido,
desde os tempos remotos da Igreja, ensinando o contrário à doutrina apostólica.
O gnosticismo tem sido uma erva daninha nascida desde os primórdios do
cristianismo, que vem semeando heresias e falsas doutrinas, principalmente no
aspecto da divindade do Senhor. Ainda hoje, o “campo de Deus” tem
recebido essa semente maligna que tem crescido como joio em meio ao trigo da fé
e da crença. A Heresia gnóstica tem minado o coração de muitos, pelas vastas
literaturas esotéricas dos Kardecistas e dos russelitas, chamados
falsamente “Testemunhas de Jeová”.
Jesus é Deus da mesma essência e
natureza do Pai. Ele é pleno de divindade e não devemos ser enganados com
filosofias e sutilezas humanas – “Tendo cuidado para que ninguém vos faça
presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos
homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; porque nele
habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” (Cl 2,8-9).
Se o Senhor Jesus fosse apenas um
homem em especial de quem um anjo ou “aeon” apossou-se no batismo,
abandonando-O na cruz, como dizem os gnósticos, o cristianismo bíblico seria
incoerente e falso; vã seria nossa fé e o sangue dos mártires desde os tempos
passados teria sido derramado
inutilmente.
Sua formosura divinal é descrita
poeticamente num verso – “Nem os lírios dos vales da Judéia, em seu
cântico suave de epopéia, têm a graça e o fascínio de Jesus”.
I – O TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA – (Jo 1,15-36).
João Batista, precursor
de Jesus, testemunhou do Messias aos
judeus com verdades profundas e claras – “Este é aquele de quem eu
disse: O que vem depois de mim, passou adiante de mim; porque antes de mim ele
já existia.” (Jo 1,15). Inferimos desta e de
outras declarações de João que Jesus é Deus:
1 – Deus eterno – “...já existia antes de mim” (Jo1,15.30). sabemos que João nasceu fisicamente
antes de Jesus, portanto tinha mais idade que ele; não se trata de nascimento
humano. Ver Is 9,1-7.
2 – Deus unigênito – “O Deus unigênito, que está no seio
do Pai.” (Jo 1,18). Há duas pessoas aqui
distintas, que são chamadas de “Deus” –
o Pai e o Filho – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.” (Jo 3,6). Sabemos que não há dois
deuses; a Bíblia contraria a idéia de deuses – “Não terás outros deuses
diante de mim.” (Ex 20.3).
3 – Deus excelso, pleno e gracioso – “Pois todos nós
recebemos da sua plenitude, e graça sobre graça. Porque a lei foi dada por meio
de Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. (Jo 1.16-17). Mostra que João tinha convicção que Jesus é Deus – “aquele
que vem depois de mim, de quem eu não sou digno de desatar a correia da alparca
(sandália) .” (Jo 1,27).
4 – Deus é Senhor – “Endiretai o caminho do Senhor” (Is 40,3-5). Já era previsto que João viria antes de
Cristo, para que a nação de Israel se preparasse para aclama-lO como o Messias
prometido.
5 – Deus Perdoador – “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo.” (Jo 1,29). Quando Jesus
recebeu aquele paralítico, descido à sua presença por uma abertura do telhado,
antes da cura dele disse – “Filho, perdoados são os teus pecados.” (Mc 2.5). Os escribas entendiam que só Deus pode
perdoar pecados, julgaram estas palavras como se fossem blasfêmia – “Por
que fala assim este homem? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão um só,
que é Deus?” (Mc 2,7). Arrazoavam deles. Jesus
demonstrou-lhes que é que é Deus
confirmando o perdão concedido com a cura daquele homem – “Mas Jesus
logo percebeu em seu espírito que eles assim arrazoavam dentro de si, e
perguntou-lhes: Por que arrazoais desse modo em vossos corações? Qual é mais
fácil? dizer ao paralítico: Perdoados são os teus pecados; ou dizer:
Levanta-te, toma o teu leito, e anda? Ora, para que saibais que o Filho do
homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados ( disse ao paralítico
), a ti te digo, levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa. Então ele
se levantou e, tomando logo o leito, saiu à vista de todos; de modo que todos
pasmavam e glorificavam a Deus, dizendo: Nunca vimos coisa semelhante. (Mc 2,8-12).
II – O TESTEMUNHO DA RESSURREIÇÃO (EVIDENCIAS).
A ressurreição de Jesus faz a
diferença entre a fé cristã e as demais crenças do mundo. Temos um Cristo do
qual não se encontraram no túmulo seus restos mortais. Os anjos disseram as
mulheres que foram ver o sepulcro onde puseram seu corpo – “Não está aqui,
porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia.” (Mt
28,6).
Vejamos algumas evidencias da sua
deidade pela ressurreição.
1 – Sua autoridade era divina –
“Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.” (Mt 28,18).
Jesus declara neste versículo que
toda a autoridade lhe foi dada no céu e
na terra.
- Ele tem autoridade sobre a morte e
por isso ressuscitou a si mesmo e ressuscitará o crente pelo seu poder – “Ninguém
ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e
tenho autoridade para retomá-la.”(Jo 10,18).
- Ele tem autoridade sobre os demônios com
seu líder Satanás (Mc 5,1-13). Sem a permissão do Senhor o inimigo não
pode tocar em um fio de nossos cabelos.
- Ele tem autoridade para salvar – “Portanto,
pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus,
porquanto vive sempre para interceder por eles.” (Hb 7,25).
2 – Sua autoridade é reconhecida
com adoração – “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20,28).
Os discípulos estavam cheios de
duvidas e medo, após a morte de Cristo. Foram as evidencias bíblicas do seu
aparecimento como Senhor ressuscitado que os fizeram confirmar sua divindade e
adora-lO.
Tomé claramente O chama - “Senhor
meu, e Deus meu!” (Jo 20,28). Lucas diz que os onze e outros com eles o
adoraram - E, depois de o adorarem, voltaram com grande júbilo para
Jerusalém.” (Lc 24,52).
II – O TESTEMUNHO OU DECLARAÇÃO DE
JOÃO, O APÓTOLO – (Jo 20,30-31; 21,24-25; 1,1-14).
O Espírito Santo inspirou João
para testemunhar, nos seus escritos sagrados, a pessoa de Jesus e Sua
divindade. No fim do seu evangelho, João declara com beleza impar fatos e
feitos gloriosos sobre o Cristo vivo. Diz ele – “Jesus, na verdade, operou
na presença de seus discípulos ainda muitos outros sinais que não estão
escritos neste livro.” (Jo 20,30). Sabemos
que o ministério de Jesus foi realizado durante três anos e nele o
Senhor fez maravilhas e sinais inumeráveis mais do que outro qualquer – “E
ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma
por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se
escrevessem.” (Jo 21,25). Pelas declarações do apostolo podemos deduzir que Ele era mais do que um homem.
1 – Os feitos e sinais de Jesus mostram sua divindade.
João diz que no seu
tempo os livros não podiam conter os relatos das obras do Senhor – (Jo 21,25).
Em alguns desses feitos
Jesus foi adorado como Deus, e não repreendeu os que assim o fizeram, como no
caso da mulher Cananéia - “Então
veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me.” (Mt 15,25).
2 – A encarnação do Verbo comprova
a divindade de Jesus – (Jo 1,1-18).
João faz declarações
extraordinárias sobra a humanização do Divino Verbo, tema este que é comprovado
por fatos testemunhados pelo apóstolo – “No princípio era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.” (Jo
1,1-2).
Tanta coerência é mostrada pela
harmonia dos textos do Evangelho e da Epistola que a conclusão mais lógica é
esta – O Logos é o Deus humanizado que tabernaculou conosco – “E o Verbo se
fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua
glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo 1,14). “Se recebemos o
testemunho dos homens, o testemunho de Deus é este, que de seu Filho
testificou.” (1Jo 5,9).
Inferimos pelas declarações do
apóstolo que Jesus deu:
A – Deus pré-existente. (Jo
1,1-2) – “O Logos é o Ser cuja existência transcende o tempo. Sua preexistência
eterna é implícita” (Novo Comentário da Bíblia – F Davidson). “Ele estava com
Deus e era Deus”.
B – Deus Criador. (Jo
1,3-5) – “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada
do que foi feito se fez.” (v. 3). Ele tem poder e direito sobre as coisas
criadas, pois as fez – “o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de
toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra,
as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados,
sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem
todas as coisas.” (Cl 1,15-17). “Porque dele, e por ele, e para ele, são
todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Rm 11,36).
C – Deus luz. (Jo
1,4-5.9) – A respeito de João Batista, a Bíblia diz que ele não era a luz, mas
veio para que testificasse da luz – “Ele não era a luz, mas veio para
dar testemunho da luz.” (Jo 1,8). De Jesus
esta declarado que é luz inextinguível e inconquistável – “Nele estava a
vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas
não prevaleceram contra ela.” (vs. 4-5). Ele é
a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina espiritualmente a todo homem (v9).
Veja também Jo 8,12; Sl 36,9; 1Jo 1,5-7.
D – Deus da história. (Jo
1,10-15) – Jesus – a luz do mundo, o criador de tudo “revelou-se
historicamente ao seu próprio povo, Israel, que não o recebeu” (Novo
Comentário da Bíblia). “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.”
(v11). Os judeus o rejeitaram, quando deviam aclama-lo como Messias da história,
e ainda hoje podemos concluir que sofrem as conseqüências de tamanha
ingratidão.
O versículo 12 mostra-nos a graça
de Deus para aqueles que O recebem como Salvador; eles são feitos filhos de
Deus pelo poder regenerador do Espírito Santo – “não em virtude de obras de
justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou
mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo.” (Tt 3,5).
O Deus da historia se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade. Jo testemunha ainda – “...e vimos a sua glória, como a glória do
unigênito do Pai.” (Jo1,14b). A glória do Senhor (Ex 40,34-38) foi vista
por João, Pedro e Tiago, no mente santo, com majestade e poder, como no tempo
de Moisés mas na pessoa do Deus humanizado é acompanhada ainda de graça e
verdade.
CONCLUINDO
Creio que no final deste, todos
nós teremos uma convicção mais aguçada e mais abrangente da doutrina sobre a
deidade de Jesus. Isto deve fazer-nos mais encorajados e mais fortes na
batalhada fé “que de uma vez para sempre foi entregue aos santos.” (Jd
3).
Há também o lado pratico da
doutrina que deve nos estimular a uma vida cristocêntrica, onde nossas
propriedades devem estar sob a vontade daquele que é Deus e Senhor no céu e na terra. Aquele que diz “toda autoridade me foi dada”. É
o mesmo que ordena “ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações...”,
e ainda interroga “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos
mando?”
Obedecia ao nosso grande Deus e
Salvador Cristo Jesus é o grande desafio da Igreja!
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