domingo, 25 de agosto de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 04 – A EVIDENCIA DOS EVANGELHOS



JESUS CRISTO - LIÇÃO 04 – A EVIDENCIA DOS EVANGELHOS

“Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14,9).

Jesus Cristo é verdadeiro Deus e não apenas um homem extraordinário que revolucionou o mundo e deixou sua marca como o maior de todos.

A deidade de Cristo é fundamento sólido do cristianismo e desafio constante à verdadeira fé.

Seitas heréticas têm surgido, desde os tempos remotos da Igreja, ensinando o contrário à doutrina apostólica. O gnosticismo tem sido uma erva daninha nascida desde os primórdios do cristianismo, que vem semeando heresias e falsas doutrinas, principalmente no aspecto da divindade do Senhor. Ainda hoje, o “campo de Deus” tem recebido essa semente maligna que tem crescido como joio em meio ao trigo da fé e da crença. A Heresia gnóstica tem minado o coração de muitos, pelas vastas literaturas esotéricas dos Kardecistas e dos russelitas, chamados falsamente  “Testemunhas de Jeová”.

Jesus é Deus da mesma essência e natureza do Pai. Ele é pleno de divindade e não devemos ser enganados com filosofias e sutilezas humanas – “Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” (Cl 2,8-9).

Se o Senhor Jesus fosse apenas um homem em especial de quem um anjo ou “aeon” apossou-se no batismo, abandonando-O na cruz, como dizem os gnósticos, o cristianismo bíblico seria incoerente e falso; vã seria nossa fé e o sangue dos mártires desde os tempos passados  teria sido derramado inutilmente.

Sua formosura divinal é descrita poeticamente num verso – “Nem os lírios dos vales da Judéia, em seu cântico suave de epopéia, têm a graça e o fascínio de Jesus”.

I – O TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA – (Jo 1,15-36).

João Batista, precursor de Jesus, testemunhou  do Messias aos judeus com verdades profundas e claras – “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim, passou adiante de mim; porque antes de mim ele já existia.” (Jo 1,15). Inferimos desta e de outras declarações de João que Jesus é Deus:

1 – Deus eterno –  “...já existia antes de mim” (Jo1,15.30). sabemos que João nasceu fisicamente antes de Jesus, portanto tinha mais idade que ele; não se trata de nascimento humano. Ver Is 9,1-7.

2 – Deus unigênito – “O Deus unigênito, que está no seio do Pai.” (Jo 1,18). Há duas pessoas aqui distintas, que são chamadas de “Deus” – o Pai e o Filho – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3,6). Sabemos que não há dois deuses; a Bíblia contraria a idéia de deuses – “Não terás outros deuses diante de mim.” (Ex 20.3).

3 – Deus excelso, pleno e gracioso – “Pois todos nós recebemos da sua plenitude, e graça sobre graça. Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. (Jo 1.16-17). Mostra que João tinha convicção que Jesus é Deus – “aquele que vem depois de mim, de quem eu não sou digno de desatar a correia da alparca (sandália) .” (Jo 1,27).

4 – Deus é Senhor – “Endiretai o caminho do Senhor” (Is 40,3-5). Já era previsto que João viria antes de Cristo, para que a nação de Israel se preparasse para aclama-lO como o Messias prometido.

5 – Deus Perdoador – “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (Jo 1,29). Quando Jesus recebeu aquele paralítico, descido à sua presença por uma abertura do telhado, antes da cura dele disse – “Filho, perdoados são os teus pecados.” (Mc 2.5). Os escribas entendiam que só Deus pode perdoar pecados, julgaram estas palavras como se fossem blasfêmia – “Por que fala assim este homem? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão um só, que é Deus?” (Mc 2,7). Arrazoavam deles. Jesus demonstrou-lhes que é  que é Deus confirmando o perdão concedido com a cura daquele homem – “Mas Jesus logo percebeu em seu espírito que eles assim arrazoavam dentro de si, e perguntou-lhes: Por que arrazoais desse modo em vossos corações? Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Perdoados são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito, e anda? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados ( disse ao paralítico ), a ti te digo, levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa. Então ele se levantou e, tomando logo o leito, saiu à vista de todos; de modo que todos pasmavam e glorificavam a Deus, dizendo: Nunca vimos coisa semelhante. (Mc 2,8-12).

II – O TESTEMUNHO DA RESSURREIÇÃO (EVIDENCIAS).

A ressurreição de Jesus faz a diferença entre a fé cristã e as demais crenças do mundo. Temos um Cristo do qual não se encontraram no túmulo seus restos mortais. Os anjos disseram as mulheres que foram ver o sepulcro onde puseram seu corpo – “Não está aqui, porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia.” (Mt 28,6).
Vejamos algumas evidencias da sua deidade pela ressurreição.

1 – Sua autoridade era divina – “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.” (Mt 28,18).

Jesus declara neste versículo que toda  a autoridade lhe foi dada no céu e na terra.

  1. Ele tem autoridade sobre a morte e por isso ressuscitou a si mesmo e ressuscitará o crente pelo seu poder – “Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la.”(Jo 10,18).
  2. Ele tem autoridade sobre os demônios com seu líder Satanás (Mc 5,1-13). Sem a permissão do Senhor o inimigo não pode tocar em um fio de nossos cabelos.
  3. Ele tem autoridade para salvar“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles.” (Hb 7,25).





2 – Sua autoridade é reconhecida com adoração – “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20,28).

Os discípulos estavam cheios de duvidas e medo, após a morte de Cristo. Foram as evidencias bíblicas do seu aparecimento como Senhor ressuscitado que os fizeram confirmar sua divindade e adora-lO.

Tomé claramente O chama - “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20,28). Lucas diz que os onze e outros com eles o adoraram - E, depois de o adorarem, voltaram com grande júbilo para Jerusalém.” (Lc 24,52).

II – O TESTEMUNHO OU DECLARAÇÃO DE JOÃO, O APÓTOLO – (Jo 20,30-31; 21,24-25; 1,1-14).

O Espírito Santo inspirou João para testemunhar, nos seus escritos sagrados, a pessoa de Jesus e Sua divindade. No fim do seu evangelho, João declara com beleza impar fatos e feitos gloriosos sobre o Cristo vivo. Diz ele – “Jesus, na verdade, operou na presença de seus discípulos ainda muitos outros sinais que não estão escritos neste livro.” (Jo 20,30). Sabemos  que o ministério de Jesus foi realizado durante três anos e nele o Senhor fez maravilhas e sinais inumeráveis mais do que outro qualquer – “E ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem.” (Jo 21,25). Pelas declarações do apostolo podemos  deduzir que Ele era mais do que um homem.

1 – Os feitos e sinais de Jesus mostram sua divindade.

João diz que no seu tempo os livros não podiam conter os relatos das obras do Senhor – (Jo 21,25).

Em alguns desses feitos Jesus foi adorado como Deus, e não repreendeu os que assim o fizeram, como no caso da mulher Cananéia -  “Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me.” (Mt 15,25).

2 – A encarnação do Verbo comprova a divindade de Jesus – (Jo 1,1-18).

João faz declarações extraordinárias sobra a humanização do Divino Verbo, tema este que é comprovado por fatos testemunhados pelo apóstolo – “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.” (Jo 1,1-2).

Tanta coerência é mostrada pela harmonia dos textos do Evangelho e da Epistola que a conclusão mais lógica é esta – O Logos é o Deus humanizado que tabernaculou conosco – “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo 1,14). “Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou.” (1Jo 5,9).

Inferimos pelas declarações do apóstolo que Jesus deu:

A – Deus pré-existente. (Jo 1,1-2) – “O Logos é o Ser cuja existência transcende o tempo. Sua preexistência eterna é implícita” (Novo Comentário da Bíblia – F Davidson). “Ele estava com Deus e era Deus”.

B – Deus Criador. (Jo 1,3-5) – “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (v. 3). Ele tem poder e direito sobre as coisas criadas, pois as fez – “o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele  é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas.” (Cl 1,15-17). “Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Rm 11,36).

C – Deus luz. (Jo 1,4-5.9) – A respeito de João Batista, a Bíblia diz que ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz – “Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.” (Jo 1,8). De Jesus esta declarado que é luz inextinguível e inconquistável – “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.” (vs. 4-5). Ele é a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina espiritualmente a todo homem (v9). Veja também Jo 8,12; Sl 36,9; 1Jo 1,5-7.

D – Deus da história. (Jo 1,10-15) – Jesus – a luz do mundo, o criador de tudo “revelou-se historicamente ao seu próprio povo, Israel, que não o recebeu” (Novo Comentário da Bíblia). “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (v11). Os judeus o rejeitaram, quando deviam aclama-lo como Messias da história, e ainda hoje podemos concluir que sofrem as conseqüências de tamanha ingratidão.

O versículo 12 mostra-nos a graça de Deus para aqueles que O recebem como Salvador; eles são feitos filhos de Deus pelo poder regenerador do Espírito Santo – “não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo.” (Tt 3,5). O Deus da historia se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. Jo testemunha ainda – “...e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo1,14b). A glória do Senhor (Ex 40,34-38) foi vista por João, Pedro e Tiago, no mente santo, com majestade e poder, como no tempo de Moisés mas na pessoa do Deus humanizado é acompanhada ainda de graça e verdade.

CONCLUINDO


Creio que no final deste, todos nós teremos uma convicção mais aguçada e mais abrangente da doutrina sobre a deidade de Jesus. Isto deve fazer-nos mais encorajados e mais fortes na batalhada fé “que de uma vez para sempre foi entregue aos santos.” (Jd 3).

Há também o lado pratico da doutrina que deve nos estimular a uma vida cristocêntrica, onde nossas propriedades devem estar sob a vontade daquele que é Deus e Senhor  no céu e na terra. Aquele  que diz “toda autoridade me foi dada”. É o mesmo que ordena “ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações...”, e ainda interroga “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?”

Obedecia ao nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus é o grande desafio da Igreja!


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