“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros;” Rm 12,10
Depois de ter estudado, na última lição a igreja como corpo e noiva, continuaremos hoje o nosso estudo sobre as figuras bíblicas da mesma e veremos que a Igreja é também chamada o edifício de Deus, o rebanho de Deus, e a família de Deus e a vinha de Deus.
I. A IGREJA COMO EDIFICIO DE DEUS.
No Novo Testamento há várias referencias à Igreja como um edifício, porem não um edifício de tijolos e argamassa, nem um prédio de bela arquitetura. Quando Paulo escreveu sua primeira carta à igreja problemática de Corinto, ele disse: “Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.” (1Cor 3,9).
1. O Arquiteto e a Pedra Angular de Edifício.
Conforme Efésios 1,4 – “como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;” – Deus é o Arquiteto deste edifício e Jesus Cristo é a Pedra Angular (“edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina” (Ef 2,20)). A pedra angular é de importância crucial para qualquer edifício. Ela mesma faz parte do fundamento, ajuda a manter o edifício firme e também o coloca alinhado, mantendo-o assim. Somente Cristo é a Pedra Angular e o apostolo Paulo vê a função de Jesus Cristo especialmente como a de conservar firme e unido o edifício – “no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.” (Ef 2,22).
2. O Alicerce do Edifício.
O alicerce do edifício lançado pelos apóstolos e profetas – “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina;” (Ef 2,20) é a doutrina por eles ensinada. Paulo diz que ele lançou o alicerce, pregando o Cristo crucificado, mas outros estão construindo sobre Ele – “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei eu como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele.” (1Cor 3,10). A igreja é edificada pelo ensino da Palavra.
Há um alerta para aqueles que estão ensinando hoje! Cuidado com os materiais que vocês estão usando! Construa, não com “ouro, prata, pedras preciosas”, mas com algo mais precioso – a sã doutrina e a pratica de uma vida pura.
3. As Pedras do Edifício.
Os cristãos são as “pedras vivas”, edificadas sabre o alicerce – “vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo.” (1Pd 2,5). Cada novo convertido é uma nova “pedra viva” para completar o edifício.
II. A IGREJA COMO O REBANHO DE CRISTO.
No Antigo Testamento, Israel era chamado o rebanho de Deus, e no salmo mais conhecido, o Sl 23, no verso 1, Davi chama Deus de “meu Pastor”. Jesus Cristo declarou “Eu sou o bom pastor” (Jo 10,11) e se referiu ao povo de Israel - “mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mt 10,6) aos seus discípulos como ovelhas – “Ide; eis que vos envio como cordeiros ao meio de lobos.” (lc 10,3). Esta figura do rebanho denota proteção, dedicação e segurança que são proporcionadas pelo Pastor.
Paulo, despedindo-se dos presbitérios da igreja de Éfeso, os alerta: “Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue.” (At 20,28).
Pedro deve ter lembrado a ordem de Jesus para ele após Sua ressurreição: “Pastoreia as minhas ovelhas.” (Jo 21,16) e usou a mesma metáfora na sua primeira carta onde ordenou aos lideres da igreja que “Apascentai o rebanho de Deus” (1Pd 2ª) e que sejam exemplos para o rebanho – “nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho.” (1Pd 5,3).
Jesus Cristo é o Supremo Pastor (“quando se manifestar o sumo Pastor” – 1Pd 5,4), o Pastor dos pastores, o dono das ovelhas e um dia os pastores terão que prestar contas a Ele.
III. A IGREJA COMO A FAMILIA DE DEUS.
Esta figura é utilizada no Novo Testamento para descrever a Igreja. Quando Paulo escreveu à igreja de Éfeso, ele disse que os crentes são “membros da família de Deus” (Ef 2,19). A igreja é uma “família”. Quando recebemos a Cristo como Salvador, n na família de Deus e nos tornamos filhos dEle – “Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus;” (Jo 1,12). Somos adotados como filhos (“para resgatar os que estavam debaixo de lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Portanto já não és mais servo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro por Deus.” (Gl 4,5-7)) e o Espírito Santo é enviado aos nossos corações, a fim de que possamos chamar Deus de Pai (“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes com temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai! O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus; e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.” (Rm 8,14-17)). Jesus ensinou seus discípulos a orar dizendo “Pai nosso que estás nos céus,” (Mt 6,9). Como Deus é nosso Pai, podemos confirmar nEle, a fim de satisfazer todas as necessidades.
Mas se Deus é nosso Pai, isso quer dizer que temos que aceitar os filhos de Deus como nossos irmãos e sempre demonstrar amor fraternal uns aos outros – “Permaneça o amor fraternal.” (Hb 13,1).
Nas Escrituras, não encontramos um cristão solitário, separado da comunhão da igreja. Somos uma família, então temos que nos reunir como família para adorar a Deus. Lembre-se da palavra do Senhor em Hb 10,25 “não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.”.
IV. A IGREJA É A VINHA DE DEUS.
A figura da vinha foi bem conhecida pelos judeus, pois era o símbolo de Israel. Uma vinha dourada enfeitava a entrada do templo. Há varias referencias à vinha no A.T. e o Sl 80,8 declara que: “Trouxeste do Egito uma videira; lançaste fora as nações, e a plantaste.”. Mas a vinha está queimada – “Está queimada pelo fogo.” (Sl 80,16) - porque Israel falhou em cumprir o alvo de Deus para ela que era ser luz para os gentios e levar a salvação a todos – “também te porei para luz das nações, para seres a minha salvação até a extremidade da terra.” (Is 49,6b). Deus, porém, tem sua mão “sobre o filho do homem que fortificaste para ti.” (Sl 80,17), uma referencia a Jesus Cristo, a videira verdadeira de Jo 15.
Também a “Canção da Vinha”, de Is 5, era bem conhecida dos judeus. Israel era a videira do A.T. e foi julgado por não produzir frutos, devido à desobediência a Deus.
A igreja é a Vinha de Deus e Deus o agricultor – “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o viticultor.” (Jo 15,1). Esta figura denota “uma união orgânica e um relacionamento de completa dependência” (Bíblia de Estudo de Genebra). Jesus enfatiza em Jo 15,1-10 que o cristão só produz fruto quando ele está unido a Cristo e vivendo em comunhão com Ele – “porque sem mim nada podeis fazer.” (Jo 15,5b). O ramo que não está produzindo fruto é cortado e aquele que está produzindo fruto é podado para que produza mais frutos ainda.
V. CONCLUSAO.
Nestas duas lições vimos metáforas que descrevem à Igreja e todas elas, com exceção da figura do edifício, falam dum organismo vivo – a Igreja é um corpo, a noiva, um rebanho, uma família e uma vinha.
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