Primeiramente, o termo “Deserto” é um termo recorrente nas Escrituras Sagradas, mencionado desde o livro de Gênesis (Gn 14:6) até o Apocalipse (Ap 12:14). Geralmente, a Bíblia o apresenta como um ambiente árido ou desabitado que desempenha diferentes papéis e simbolismos.
Neste estudo bíblico, exploraremos os significados dos desertos conforme a narrativa bíblica, destacando suas características geográficas, históricas e espirituais. Também, exporemos as principais referências bíblicas relacionadas a tais lugares.
Assim, desde já, amado(a), quero que saiba que este artigo não pretende ser uma extensa e exaustiva lista de referências, focaremos apenas as principais. Antes de tudo, vamos entender e explorar alguns conceitos.
Como podemos descrever o deserto?
O deserto pode ser descrito como uma região não ocupada pelo homem, imprópria para a produção agrícola, sem água, e/ou qualquer outros recursos vitais para vida, isto é, com baixa possibilidade de sobrevivência.
Geralmente, é um local árido, com baixa pluviosidade anual, vegetação escassa e temperaturas extremas. Além disso, o termo “deserto” também pode ser usado para denotar qualquer área selvagem e isolada.
A maior representação do Deserto na Bíblia
Primeiramente, na Bíblia, o deserto é frequentemente associado à caminhada do povo de Israel em direção à Terra Prometida. As peregrinações dos israelitas são detalhadas no livro de Números 33. Eles partiram de Ramessés no dia quinze do primeiro mês, percorrendo um longo caminho até chegarem ao vale do Jordão.
Assim, durante essa jornada, passaram 40 anos vagando pelo deserto, e muitos perderam a vida devido às suas murmurações e desobediência.
Simbolicamente, o deserto pode representar a primeira etapa da jornada daqueles que aceitam Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador. Pois, ao deixar o Egito espiritual, somo convidados a viver uma vida, muitas vezes, de provas e lutas, até alcançarmos às bênçãos do Eterno.
A seguir confira os 9 principais desertos da Bíblia.
1. Deserto de Berseba (Gn 21:22-34; Gn 26:31-33)
Localizado a aproximadamente 40 km ao sul de Hebrom, o Deserto de Berseba, também conhecido como “Poço do Juramento”, desempenha um papel significativo na história dos israelitas. Foi nesse deserto que Agar, acompanhada de seu filho Ismael, vagou desesperada e perdida. Elias, o tisbita, também foi encontrado nesse deserto, desejando a própria morte.
No entanto, Deus enviou um anjo com alimento para sustentá-lo em sua jornada. Além disso, figuras importantes como Abraão, Isaque e Jacó também passaram por esse deserto, e Abraão estabeleceu um juramento com Abimeleque, rei dos filisteus, marcando o lugar com o nome de Berseba (Gn 21.22-34; Gn 26.31-33).
2. Deserto de Sim (Ex 16:1; Ex 17:1; Nm 33:11-12)
O Deserto de Sim refere-se a uma área entre Elim e o Sinai, que os israelitas atravessaram durante o êxodo do Egito. Foi nesse espaço que o povo de Israel testemunhou milagres como a provisão do maná e das codornizes.
Portanto, o termo “Sim” pode se traduzir como “pântano”, indicando que essa região possuía pastagens adequadas para o sustento do povo de Israel durante a jornada pelo deserto (Ex 16:1; Ex 17:1; Nm 33:11, 12).
3. Deserto do Sinai (Ex 24:16; Nm 1:19; Nm 9:1; Lv 25:1)
O Deserto do Sinai está localizado na península do Sinai, entre o canal de Suez e o golfo de Acabá. Os israelitas acamparam nesse deserto por quase um ano. Primordialmente, foi nesse lugar que Moisés ergueu o tabernáculo da aliança, e Deus se manifestou ao povo de Israel por meio de Moisés (Ex 24:16; Nm 1:19; Nm 9:1; Lv 25:1).
Além disso, foi nesse deserto que os israelitas adoraram o bezerro de ouro, indo contra as leis divinas (Êx 19:1-25; Êx 20:1-26; Êx 32:1-6).
4. Deserto de Parã (Nm 13:26)
O Deserto de Parã é considerado a terra natal de Ismael, filho de Abraão (Gn 21.21). Foi nesse deserto que a nuvem de Deus parou após a partida do Sinai, e é mencionado como o local onde os israelitas ouviram as palavras da segunda lei de Deus, ou seja, a narrativa do livro de o Deuteronômio. Além disso, Davi foi até o Deserto de Parã após a morte de Samuel (1Sm 25.1).
5. Deserto de Zim ou Cades (Nm 13:21; Nm 20:1; Nm 27:14; Nm 33:36):
O Deserto de Zim, também conhecido como Cades (Nm 33:36), está localizado ao sul da terra de Israel, com limites indeterminados. Assim, ele é mencionado como um dos pontos explorados pelos doze espias enviados por Moisés à terra de Canaã. Foi nesse deserto que Miriã, irmã de Moisés e Arão, foi sepultada (Nm 13:21).
6. Deserto de Quedemote (Dt 2:26)
A palavra “Quedemote” quer dizer: “oriental”, “leste”. O Deserto de Quedemote foi o local de onde Moisés enviou mensageiros com palavras de paz ao rei Siom de Hesbom. No entanto, Siom se opôs e foi derrotado pelos israelitas. Após essa vitória, Quedemote foi entregue aos filhos de Rúben (Js 21:36-37).
7. Deserto de Sur (Êx 15:22)
“Sur” significa: “muro”, lugar de limite. Agar, ao fugir de Sarai, encontrou-se com um anjo nas proximidades do Deserto de Sur (Gn 16.7). Abraão também habitou nessa região (Gn 20.1). Foi nesse local que o povo de Israel, após caminhar três dias, não encontrou água para saciar sua sede (Êx 15.22).
8. Deserto de Jeruel (2 Cr 20:16)
O Deserto de Jeruel, cujo nome significa “povo” ou “habitação de Deus”, foi o lugar onde Deus confundiu e destruiu os inimigos do povo de Judá durante o reinado de Josafá.
9. Deserto de Tecoa (2 Cr 20:20)
Primeiramente, atribuem 3 significados ao nome Tecoa: “armar tenda”, ou “instrumento de sopro”, ele é, possivelmente, uma região de pastagens (Am 1:1). Nesse deserto, ocorreu um evento significativo quando Josafá fortaleceu as mãos de seus servos. Próximo a esse deserto, Roboão, filho de Salomão, construiu uma cidade (2 Cr 11:6).
Considerações finais
Enfim, esses são alguns dos principais desertos mencionados na Bíblia, cada um com suas características geográficas e históricas específicas.
A presença desses desertos nas escrituras sagradas destaca a importância simbólica e literal dessas regiões na vida e nas jornadas do povo de Israel deixando para nós, atualmente, um simbolismo espiritual muito grande.
Ou seja, deserto é um lugar de provação, aprendizado, provisão divina e encontros com Deus, moldando a fé e a história daqueles que o atravessam.
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