O estudo bíblico de Gênesis 2 enfoca, principalmente, a formação e o início da vida humana no mundo criado por Deus. Esse capítulo introduz o tema da história dos céus e da terra. Além disso, Gênesis 2 também serve de preparação para o relato da provação e queda do homem (Gênesis 3:1-24).
Gênesis 2 contém o registro de um período muito remoto da história da humanidade. Nesse tempo o primeiro casal ainda habitava o Jardim do Éden; o pecado ainda não havia contaminado a natureza humana. Então, de início, alguém pode perguntar: Como o escritor de Gênesis teve conhecimento desse relato, já que os seres humanos ainda não existiam em parte dele?
É claro que a única explicação para isto é considerar que Moisés recebeu essa revelação diretamente do próprio Deus. É por isto que o escritor de Hebreus diz que é pela fé que entendemos que o mundo foi formado pela Palavra de Deus (Hebreus 11:3). Portanto, a genuína é essencial para o correto estudo de Gênesis 2 e de toda a Bíblia Sagrada.
Deus concluiu a criação (Gênesis 2:1-3)
Os três primeiros versículos de Gênesis 2 fazem parte de uma continuação natural do capítulo 1. Esses versículos declaram que toda obra da criação foi concluída por Deus; e que no sétimo dia Ele descansou de tudo o que fizera.
Há uma ênfase muito grande nesses versículos acerca do término da criação. Quatro vezes o autor bíblico faz questão de afirmar que Deus concluiu toda sua obra. Isso significa que todos os processos que ocorrem no universo não implicam numa continuação da criação, mas na verdade de que Deus sustenta continuamente a criação que está completa (cf. Hebreus 1:3).
Também é importante entender que a afirmação de que Deus descansou no sétimo dia não significa que Ele estava cansado. Essa afirmação é mais um indicativo de que de fato Deus terminou completamente o seu trabalho da criação do mundo. Além disso, ao descansar no sétimo dia Deus estabeleceu um padrão para o ciclo de trabalho do homem, mostrando a necessidade do descanso.
A formação do homem (Gênesis 2:4-7)
Esses versículos do capítulo 2 de Gênesis expressam de forma muito mais detalhada a criação do homem e da mulher em relação ao capítulo 1 de Gênesis. É como um relato expandido acerca do que ocorreu no sexto dia da criação e a partir dele (Gênesis 1:24-31). Por isto o escritor de Gênesis diz: “Está é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o Senhor Deus os criou” (Gênesis 2:4).
É interessante notar a forma com que o escritor se refere a Deus nesse versículo. Ele escreve “Senhor Deus”. No original o que se se tem são os termos YHWH, o nome pessoal de Deus na aliança, e Elohim, um termo muito utilizado no Antigo Testamento para designar Deus como o soberano criador. A combinação desses nomes mostra que o Criador de todas as coisas é também o Deus da aliança com Israel (Êxodo 3:14,15). Saiba mais sobre os nomes de Deus.
Em Gênesis 2 o escritor retrata Deus como um mestre artesão no processo de criação de sua obra de arte a qual Ele dá vida. Assim, ele diz que Deus formou o homem do pó da terra e soprou nas narinas o fôlego de vida. A expressão “soprou” é uma figura de linguagem que representa a atividade criadora do Espírito de Deus. Como resultado, o homem passou a ser “alma vivente” (Gênesis 2:7).
Esse versículo também derruba qualquer tentativa de conciliar a teoria da evolução com o criacionismo bíblico. Gênesis 2:7 diz que o homem passou a ser “alma vivente”. Perceba que o texto não diz que um ser vivente se tornou homem. Não houve um processo de evolução. O texto bíblico claramente afirma que o homem não é formado de vida preexistente. Além disso, distintamente de todas as outras criaturas, o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26).
A formação da mulher e a vida no jardim (Gênesis 2:8-25)
Em seguida o texto bíblico de Gênesis 2 diz que Deus plantou um jardim no Éden e pôs nele o homem. Esse jardim contava com tudo o que o homem necessitava para ter uma vida feliz e de plena comunhão com Deus. Saiba mais sobre como era o jardim do Éden.
Mais uma vez o escritor utiliza a repetição “Senhor Deus” (Gênesis 2:8). Isso está totalmente em harmonia com o que vem a seguir. Foi naquele paradisíaco jardim que o homem foi colocado em prova. Deus testou a obediência do homem em suas obrigações pactuais. Nesse contexto duas árvores aparecem no centro desse teste. A primeira era a árvore da vida. A segunda era a arvore do conhecimento do bem e do mal.
Gênesis 2:18 enfoca diretamente a criação da mulher. Atualmente algumas teorias baseadas em antigos folclores judaicos tentam dizer que a mulher de Gênesis 2:18 não é a mesma de Gênesis 1:27. Mas obviamente essas teorias não encontram nenhuma base na Palavra de Deus.
Gênesis 2:18 mostra, simplesmente, o processo de criação da mulher de um modo mais detalhado. Esse versículo revela que inicialmente, ainda no sexto dia da criação, havia uma deficiência no estado de vida do homem: faltava-lhe uma auxiliadora. Isso significa que sem a mulher o homem estava incompleto e incapaz de cumprir a tarefa de multiplicar-se e exercer domínio sobre a terra (cf. 1 Coríntios 11:3-12; 1 Timóteo 2:10).
O homem foi criado primeiro, e biblicamente isto lhe confere a posição de líder social. Porém o termo “auxiliadora” não implica numa inferioridade da mulher, mas numa inadequação do homem.
Gênesis 2 termina com a dádiva do matrimônio. Em Genesis 1, ao falar da criação do homem e da mulher, o foco está em sua sexualidade expressando sua capacidade de procriação (Gênesis 1:26,27). Já em Gênesis 2:25 o foco está no relacionamento social. Marido e esposa devem construir seu próprio lar. Por isso “deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gênesis 2:24).
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