segunda-feira, 22 de maio de 2023

Anjos — mensageiros espirituais de Deus

Existem os anjos realmente? Segundo certos teólogos modernos, a resposta é um não. Eles dizem: “A crença em anjos não é mais uma questão de doutrina, mas antes de psicologia e de imaginação poética.” “As descobertas do telescópio e do microscópio não deixaram margem para a intervenção milagrosa de seres celestiais.” “Um mundo de lei e ordem não precisa duma escada viva que conduza da terra, em baixo, para Deus, no alto.”

 

Mas, apenas o fato de que os instrumentos dos cientistas modernos foram incapazes de descobrir anjos não é nenhuma pedra de tropeço para os cristãos. Foram os cientistas capazes de ver a Deus por meio dos seus instrumentos? No entanto Deus existe. Visto que a Bíblia é a verdade, conforme Jesus Cristo afirmou, sabemos que os anjos existem. Desde os seus primeiros capítulos até o seu último, a Bíblia faz menção de anjos, de mensageiros espirituais, literalmente centenas de vezes. — Gên. 3:24; Apo. 22:8.

 

Tanto na parte hebraica como na grega da Bíblia, as palavras traduzidas por “anjo” significam simplesmente mensageiro ou agente. De fato, a palavra hebraica para anjo é quase tantas vezes traduzida “mensageiro” e aplicada a humanos como é vertida “anjo”. E, embora em todas as Escrituras o termo “anjo” seja usualmente aplicado aos mensageiros espirituais, é às vezes aplicado a criaturas humanas, como em Apocalipse, capítulos 2 e 3. — Gên. 32:3; Tia. 2:25.

 

O apóstolo Paulo esclarece que há corpos espirituais. “Se há um corpo físico, também há um espiritual.” Visto que os anjos são criaturas espirituais, são às vezes chamados de espíritos, e isso corretamente, porque o espírito é tanto invisível como poderoso. Assim lemos: “Finalmente saiu um espírito e postou-se diante de Jeová.” “Ele faz seus anjos espíritos.” “Não são todos eles espíritos para serviço público?” Nas Escrituras, os anjos são também chamados de ‘filhos de Deus’, ‘estrelas da alva’ e “santos” cuja habitação é o céu, pois lemos a respeito dos ‘anjos nos céus’. — 1 Cor. 15:44; 1 Reis 22:21; Heb. 1:7, 14; Jó 1:6; 2:1; 38:7; Deu. 33:2, margem; Mar. 12:25,

 

Quando foram criados? Alguns teólogos afirmam que sua criação ocorreu durante os seis “dias” da criação mencionados em Gênesis, mas este não é o caso. Até mesmo os estrelados “céus e a terra” foram criados num princípio, antes do primeiro “dia” da criação. (Gên. 1:1, ALA) A Palavra de Deus mostra que os anjos, as estrelas da alva e filhos de Deus, cantavam e exultavam de alegria quando se lançaram os alicerces da terra; portanto, devem ter sido criados mesmo antes de se fazer a terra. E, visto que Jesus Cristo, na sua existência pré-humana como Logos, foi “o princípio da criação de Deus” e foi usado por Deus para criar todas ‘as outras coisas, segue-se que os anjos foram criados depois de Deus ter criado o Logos e antes da criação do universo material. — Jó 38:7; Apo. 3:1

 

As Escrituras não fornecem assim nenhuma base para certo cântico que reza: “Quero ser um anjo e com os anjos cantar.” Quando Jesus estava na terra, ele declarou que ‘ninguém subira ao céu’ até aquele tempo; contudo, as Escrituras Hebraicas anteriores àquele tempo contêm muitas referências a anjos. Quando Jesus ascendeu ao céu, ele foi exaltado muito acima dos anjos, e os que hão de partilhar com ele a glória celestial, apenas 144.000, serão, como sua noiva, exaltados muito acima dos anjos. — João, 3:13; Heb. 1:4; Apo. 14:1, 3.

 

Quanto ao seu número, a Bíblia assegura-nos que os anjos são quase inumeráveis. Daniel viu em visão profética que “milhares de milhares . . . serviam [a Deus], e miríade [dez mil] de miríade estavam diante dele”. O apóstolo João conta que os exércitos celestes simbólicos ascendiam a “vinte mil vezes dez milhares”, ou 200 milhões. E lemos repetidas vezes a respeito de miríades de anjos ou santos. — Dan. 7:10; Apo. 9:16; Heb. 12:22; Jud. 14,

 

CATEGORIAS E ESPÉCIES DE ANJOS

 

Visto que Jeová Deus é um Deus de ordem, é razoável concluir-se que as suas miríades de anjos celestiais estejam organizadas, assim como foi a nação de Israel, a qual não só estava organizada em doze tribos, mas tinha também chefes sobre milhares, sobre centenas, sobre cinqüenta e sobre dez. (Deu. 1:15) O Principal de todos os anjos é Jesus Cristo, o Verbo, o único arcanjo, Miguel. (Dan. 12:1; João 1:1; Jud. 9; Apo. 12:7) Ele é também chamado de anjo ou mensageiro do pacto, em Malaquias 3:1, e é o anjo mencionado em Apocalipse 20:1, 2, que prende Satanás e seus demônios e os lança no abismo da morte, por mil anos. Sem dúvida foi ele também o anjo nomeado por Deus para chefiar os filhos de Israel durante a sua peregrinação pelo deserto: “Eis que envio o meu anjo diante de ti para te manter na estrada . . . meu anjo irá na frente de ti.” “O anjo de sua pessoa os salvou.” — Êxo. 23:20-23; Isa. 63:9,

 

Entre as hostes angélicas há os serafins. Só Isaías faz menção deles, tendo-os visto numa visão de Jeová no Seu templo. O nome deles significa “ardentes” ou “nobres”. — Isa. 6:2, 6.

 

Mencionados com mais freqüência são os querubins, falando-se deles umas noventa vezes. Foi um querubim quem estava no Éden e cuja ambição fez que se tornasse Satanás, o Diabo. Os querubins guardavam a entrada do Éden quando o homem foi expulso do Paraíso, e havia representações de querubins na arca do pacto, que ficava na parte santíssima do tabernáculo do deserto e mais tarde do templo de Salomão. Os querubins parecem ser portadores ou escolta do trono de Deus, sustentando a sua majestade. — Eze. 28:16; Gên. 3:24; Êxo. 25:18-22; Sal. 80:1.

 

E depois há o grande grupo de anjos ou mensageiros espirituais. Não devemos pensar que se trate apenas de recadeiros, mas são agentes e emissários, não só servindo como meio de comunicação, mas também executando o propósito de Deus, seja este a proteção e libertação do seu povo ou a destruição dos iníquos.

 

AS CARACTERÍSTICAS DOS ANJOS

 

Embora alguns gostariam de negar aos anjos uma personalidade distinta, a Bíblia ensina de modo diferente. A personalidade deles está subentendida no fato de que têm nomes individuais, tais como Miguel e Gabriel. (Dan. 12:1; Luc. 1:26). No entanto, com o objetivo aparente de não dar indevido destaque a determinados anjos, pouco se diz sobre os seus nomes. Quando os pais de Sansão perguntaram o nome do anjo que lhes apareceu, ele os repreendeu, dizendo: “Por que perguntas assim pelo meu nome, que é maravilhoso?” — Juí. 13:18,

 

Os anjos são geralmente representados como varões, visto que se fala de Deus e de seu Filho como masculinos. Eles, porém, não têm sexo, pois Jesus disse que os que saíssem na ressurreição sobre a terra não se casariam, porque seriam semelhantes aos anjos. Foi o prazer sexual que induziu certos anjos a abandonar a sua posição celestial nos dias de Noé. Também, eles se comunicam, entre si por meio do idioma ou da ‘língua dos anjos’. — Mat. 22:30; 1 Cor. 13:1.

 

Visto que os anjos são criaturas espirituais, não é possível que os homens saibam que aparência eles têm. Nos seus tratos com os homens, os anjos apareceram às vezes em forma humana e às vezes como criaturas aladas. Por outro lado, a fim de chamar atenção ao seu cargo honroso, podem ser associados com certa glória e brilho físico, sendo que aparecem brilhantes como o relâmpago. — Dan. 10:6; Mat. 28:3.

 

Iguais aos homens, os anjos têm livre-arbítrio, isto é, podem escolher entre o certo ou o errado. São criaturas inteligentes, que podem adorar a Jeová Deus ou negar-se a fazer isso, arcando com as consequências. Alguns deles se rebelaram contra Deus, o principal dos quais é seu príncipe, Belzebu, Satanás, o Diabo. Os que continuaram fiéis são chamados de “santos anjos” e participam na vindicação do nome de Jeová, assim como fazem homens fiéis. — 2 Ped. 2:4; Mat. 12:24; Mar. 8:38.

 

Visto que Deus criou o homem ‘um pouco menor do que os anjos’, estes, sem dúvida, têm maior capacidade mental do que o homem, e, no entanto, há coisas que Deus reteve deles. Jesus disse que os anjos não conheciam nem o dia nem a hora em que os céus e a terra iníquos haviam de ser destruídos. E Pedro nos diz que havia certas coisas que os anjos estavam ansiosos de conhecer. Eles devem estar vivamente interessados no que está acontecendo na terra, pois diz-se que se regozijam com o arrependimento dum pecador e que observam o “espetáculo teatral” provido pelos cristãos. Ainda mais, é razoável concluir-se que os anjos aprendem de observar os cristãos pois as mulheres na congregação crista são mandadas a usar um sinal de autoridade na cabeça, por causa dos anjos, para dar aos anjos o devido exemplo de submissão ao domínio designado por Deus. — Mat. 24:36; 1 Ped. 1:12; Luc. 15:10; 1 Cor. 4:9; 11:10,

 

Em harmonia com a sua posição enaltecida os anjos estão dotados de podres sobre-humanos. De acordo com isso, lemos que o Senhor Jesus Cristo será revelado “do céu, com seus anjos poderosos”. “Bendizei a Jeová, ó vós, anjos seus, poderosos em poder, cumprindo a sua palavra.” Subentende-se o poder deles dos atos realizados por eles, conforme relatado, tais como a destruição de Sodoma e Gomorra, e um deles matando a hoste assíria de 185.000 guerreiros acampados diante de Jerusalém, nos dias do Rei Ezequias. — 2 Tes. 1:7; Sal. 103:20; Gên. 19:13; 2 Reis 19:35

 

Podemos também concluir seguramente que os anjos, os mensageiros espirituais de Deus, viajam a velocidades tremendas. Aconteceu uma vez que, quando Daniel começou a orar, Deus despachou-lhe um anjo, em resposta à sua oração. Este anjo, embora vindo de além do domínio do espaço sideral, chegou a Daniel antes que este terminasse a sua oração. — Dan. 9:21.

 

DEVERES E PRIVILÉGIOS

 

Talvez se argumente, como fazem alguns modernistas, que não há necessidade duma escada de anjos da terra para o céu, tal como Jacó viu num sonho. Deus poderia muito bem alcançar seus objetivos por outros meios. Mas, Jeová Deus simplesmente não escolheu fazer assim. Poderia também ter criado tudo sozinho, assim como ele mesmo produziu seu Filho unigênito, o Verbo, mais tarde conhecido como Jesus Cristo. Mas, Deus preferiu que seu Filho servisse como agente ativo na criação de todas as outras criaturas e coisas, dando assim ao seu Filho muito prazer, bem como tendo pessoalmente muita alegria em ver o proceder fiel de seu Filho. (Pro. 8:22-30) Jeová adotou também este proceder sábio com os anjos. Eles não são indispensáveis, mas Deus achou bom criá-los para o fim de dar-lhes felicidade e para servirem aos seus objetivos na execução da sua vontade para com eles.

 

Em primeiro lugar, os anjos são mostrados como ministrando a Deus: “Milhares de milhares o serviam.” Repetidas vezes são representados como estando na Sua presença: “Serafins estavam por cima dele.” “Ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono.” Foram muitas vezes enviados para dar boas novas ao homem, servindo assim de evangelistas, como no caso quando anunciaram o nascimento do Salvador. Deus usou anjos para comunicar a sua vontade a seus servos, tais como Abraão, Moisés, Josué, Daniel, Pedro, Paulo e outros. E, visto que as suas mensagens se tornaram parte da Palavra escrita de Deus, eles contribuíram também para a escrita da Bíblia. — Dan. 7:10; Isa. 6:2; Apo. 5:11; Luc. 2:13

 

Observe também o uso que Deus fez dos anjos na vida de Jesus. Os anjos anunciaram sua concepção e seu nascimento. Ministraram-lhe depois do seu jejum de quarenta dias e fortaleceram-no na sua prova final. Quando a populaça veio para prendê-lo, ele tinha à sua disposição doze legiões de anjos, se quisesse chamá-los. Os anjos anunciaram também a sua ressurreição e estavam presentes na sua ascensão ao céu. — Mat. 4:11; Luc. 22:43; Mat. 26:53; 28:5-7; Atos 1:10, 11.

 

Mostra-se adicionalmente que anjos acompanham a Jesus Cristo quando êle vem para o juízo, separando o trigo do joio e as ovelhas dos cabritos. Os anjos juntaram-se a Miguel na sua guerra contra o dragão e os demônios dele, por ocasião do nascimento do reino de Deus no céu. Apoiarão também Miguel na luta da guerra do grande dia do Deus Todo-poderoso, o Armagedon, assim como na antiguidade foram usados por Jeová Deus para executar os iníquos. — Mat. 13:41; 25:31; Apo. 12:7-10; 16:14, 16; 19:14


E, finalmente, os mensageiros espirituais de Deus ministram hoje aos Seus servos na terra, o que é muito confortador saber: “Não são todos eles espíritos para serviço público, enviados para ministrar a favor dos que vão herdar a salvação?” “Não desprezeis a nenhum destes pequeninos, porque vos digo que os seus anjos no céu têm sempre acesso a meu Pai que está no céu.” Não se trata necessariamente de que cada um dos fiéis servos de Deus tenha recebido um anjo designado a ele; mas que um anjo é designado a cuidar de vários servos de Deus na terra. — Heb. 1:14; Mat. 18:10

 

Sim, “o anjo de Jehovah acampa-se ao redor dos que o temem, e livra-os”. “Aos seus anjos ordenará ao teu respeito, que te guardem em todos os teus caminhos.” É verdade que os anjos não aparecem mais visivelmente, do modo como fizeram aos apóstolos, para libertá-los da prisão, e do modo como um deles apareceu a Paulo quando estava naufragado. Mas, podemos estar certos de que, não importa quais as probabilidades contra nós, não importa quantos inimigos avancem contra nós, se tivéssemos visão espiritual poderíamos ver que nos cercam e protegem exércitos dos mensageiros espirituais de Deus, assim como cercavam protetoramente o profeta Eliseu e o servo dele, quando o rei da Síria enviou uma grande força militar, inclusive cavalos e carros de guerra, para capturar Eliseu. — Sal. 34:7; 91:11; Atos 5:19; 12:7; 27:23; 2 Reis 6:13-17.

 

Deveras, o que a Palavra de Deus tem a dizer sobre os seus mensageiros espirituais, os anjos, é tanto esclarecedor como fortalece a fé.

 

Ó profundidade das riquezas, da sabedoria, e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos! — Rom. 11:33

O que a Bíblia diz sobre o aborto?

É verdade que a Bíblia não usa a palavra “aborto” no sentido de tirar de propósito a vida de um bebê que ainda não nasceu. Mas muitos textos bíblicos nos ajudam a entender o ponto de vista de Deus sobre a vida humana, incluindo a de um bebê na barriga da mãe.

 

A vida é um presente de Deus. (Gênesis 9:6; Salmo 36:9) Toda vida humana é muito importante para ele, até mesmo a de um bebê na barriga da mãe. Por isso, tirar de propósito a vida de um bebê que ainda não nasceu é o mesmo que assassinato.

 

A Lei que Deus deu aos israelitas dizia: “Se homens brigarem e ferirem uma mulher grávida, e ela der à luz prematuramente, mas não houver um acidente fatal, aquele que causou o acidente pagará a indenização imposta pelo marido da mulher; ele a pagará por meio dos juízes. Mas, se houver um acidente fatal, se dará vida por vida.” — Êxodo 21:22, 23

 

Quando a vida humana começa?

 

Do ponto de vista de Deus, a vida humana começa na concepção, ou seja, no momento em que a mulher fica grávida. Várias partes da Bíblia mostram que, para Deus, um bebê na barriga da mãe já é uma vida e uma nova pessoa. Vamos ver alguns exemplos que deixam claro que, para Deus, a vida de um bebê na barriga da mãe é igual à vida de um bebê que já nasceu.

 

  •   Por inspiração divina, o rei Davi disse a Deus: “Teus olhos até mesmo me viram quando eu era um embrião.” (Salmo 139:16) Deus já considerava Davi como uma pessoa mesmo antes de ele nascer.

  •   Antes de o profeta Jeremias nascer, Deus já tinha planos de dar a ele uma designação especial. Deus disse a Jeremias: “Antes de formá-lo no ventre da sua mãe, eu já conhecia você; e, antes de você nascer, eu o santifiquei. Eu o fiz profeta para as nações.” — Jeremias 1:5.

  •   Lucas, um dos escritores da Bíblia, era médico e usou a mesma palavra grega para descrever tanto um bebê na barriga da mãe como um bebê que já tinha nascido. — Lucas 1:41; 2:12, 16.

 

Será que Deus perdoa quem já fez um aborto?

 

Quem já fez um aborto pode ser perdoado por Deus. Se a pessoa agora aceita o ponto de vista de Deus sobre a vida, ela não precisa mais ficar se culpando pelo que fez. “Jeová é misericordioso e compassivo . . . Tão longe como o nascente é do poente, tão longe ele põe de nós as nossas transgressões.” (Salmo 103:8-12) Jeová perdoa todos os que sinceramente se arrependem dos pecados que cometeram no passado, até mesmo um aborto. — Salmo 86:5.

 

E se a vida da mãe ou do bebê estiver em risco?

De acordo com o que a Bíblia diz sobre a vida de um bebê ainda na barriga da mãe, é errado fazer um aborto mesmo quando há um possível risco para a saúde da mãe ou do bebê.

Podem acontecer algumas situações raras de emergência em que seja necessário decidir entre a vida da mãe ou a do bebê. Nesses casos, as pessoas envolvidas terão que decidir qual vida salvar.

domingo, 21 de maio de 2023

A Lei de Moisés e a lei de Cristo

 



Na Bíblia, encontramos duas leis(mais conhecidas como testamentos). Suas regras são diferentes; portanto, é impossível guardar as duas simultaneamente. Mas isso não faz com que se contradigam, pois o mesmo Deus é o autor de ambas. Porém, foram escritas para épocas diferentes. A lei antiga serviu muito bem para a sua época em particular, a nova serve muito bem agora. Consideramos as duas com seus detalhes.

 

1- A Lei de Moisés

 

No Monte Sinai, deus deu a lei ao povo de Israel e ordenou que Moisés a escrevesse. Por essa razão, essa lei se tornou conhecida como ‘a lei de Moisés’ ou ‘a lei mosaica’. O Novo Testamento às vezes se refere como ‘a lei’, enquanto a nova ordem que Cristo instituiu é chamada de ‘a graça’

 

Sob a antiga lei, Deus declarou princípios morais. Também instituiu uma ordem civil e religiosa que ajudou o povo a guarda-los e praticá-los. Aquela lei com suas cerimônias religiosas apontavam de forma figurativa para Cristo.

 

Se alguém não obedecia a lei de Moisés, tinha de morrer.

 

2- Uma lei provisória. 

 

A lei de Moisés era provisória: foi feita para te fim. 

 

Hb 10,1 – ‘A lei é apenas uma sombra das coisas boas que estavam para vir, e não a imagem real das coisas. É por isso que, mesmo com os sacrifícios que são oferecidos repetidamente ano após ano, a lei não pode tornar perfeitos aqueles que se aproximam para adorar’. 

 

Términos sua obra e encontrou seu fim em Cristo. 

 

Rm 10,4 – ‘Cristo é o fim da lei, para que todos os que têm fé nele possam ser declarados justos diante de Deus’. 

 

Você se lembra da história de Sansão? Ele foi um juiz de Israel durante 20 anos. Naquele período, fez muitas maravilhas a favor de Israel. Mas, no final, vencido pelos filisteus por causa das suas debilidades morais, Sansão trouxe morte a si mesmo. Com sua morte matou mais filisteus do que havia matado durante toda a vida. 

 

Vemos na vida de Sansão uma semelhança com a lei de Moisés, a qual também, por causa de sua debilidade, foi finalizada (Hb 7,18-19 – ‘Assim a regra antiga foi anulada porque era fraca e inútil. Pois a lei não podia aperfeiçoar nada. Mas agora Deus nos deu uma esperança melhor, por meio da qual chegamos perto dele’.). No momento de sua revogação, fez mais boas ações do que em todo o tempo de sua aplicação. 

 

Morrendo aquela lei falível, a lei perfeita de Cristo pôde ser efetuada. 

 

É claro que Deus assim planejou desde o principio. Isso pode ser visto na própria lei de Moisés:

 

(Dt 18,18-19 – ‘Do meio deles escolherei para eles um profeta que será parecido com você. Darei a esse profeta a minha mensagem, e ele dirá ao povo tudo o que eu ordenar. Eu castigarei quem não obedecer às ordens que esse profeta der em meu nome.’). 

 

Essas palavras do próprio Deus apontam para o dia em que um legislador superior a Moisés entregaria uma lei superior. Desse modo, Moisés, ao escrever a primeira aliança, predisse sua anulação. Com a chegada dos profetas, a atenção voltou-se ainda mais para o futuro. Isaias e Jeremias descreveram com mais detalhes a natureza do reino e da lei que haviam de vir. 

 

Jr 31,31-33 – ‘O SENHOR Deus diz: —Está chegando o tempo em que farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá. 32 Essa aliança não será como aquela que eu fiz com os antepassados deles no dia em que os peguei pela mão e os tirei da terra do Egito. Embora eu fosse o Deus deles, eles quebraram a minha aliança. Sou eu, o SENHOR, quem está falando. 33 Quando esse tempo chegar, farei com o povo de Israel esta aliança: eu porei a minha lei na mente deles e no coração deles a escreverei; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Sou eu, o SENHOR, quem está falando’. 

 

3- A Lei de Cristo

 

Essa é a lei que Deus põe no coração e escreve na mente (Hb 10,15-16 - E o Espírito Santo também nos dá o seu testemunho sobre isso. Primeiro ele diz: 16 “Quando esse tempo chegar, diz o Senhor, eu farei com o povo de Israel esta aliança: Porei as minhas leis no coração deles e na mente deles as escreverei. ”). Em Ro 8,2, Paulo se refere como ‘a lei do Espirito de vida, em Cristo Jesus’. Em outras partes do Novo Testamento, é citada apenas como ‘a Lei de Cristo’. Essa lei é composta de todos os ensinamentos de Cristo e dos de seus apóstolos, registrados no Novo Testamento. Por meio dela, saímos do cativeiro da lei de Moisés para a liberdade de Cristo. A lei de Moisés declarou a justiça de Deus ao homem pecaminoso; a lei de Cristo traz o poder de viver conforme essa justiça. A lei de Moisés foi instituída com ameaças de morte para os desobedientes, mas Jesus veio para salvar seu povo do pecado, dando vida aos que creem.

 

A época em que vivemos, depois da instituição da lei de Cristo, é conhecida como a ‘era da graça’. A graça não nos da liberdade para pecar, mas nos dá o poder de viver livres do pecado. 

 

A lei de Cristo é o cumprimento do plano perfeito de Deus, estabelecido desde antes da fundação do mundo para salvar a humanidade. A lei de Moisés foi dada por causa das transgressões, enquanto Deus preparava o mundo para a vinda de Cristo.

 

4- O plano de Deus.  

 

Deus faz tudo perfeitamente e de forma ordenada. A mudança das alianças não ocorreu por causa de algum erro cometido por Deus que o teria obrigado a mudar, mas foi devida ao cumprimento glorioso da primeira fase principal do seu plano de salvação.

 

Deus fez o homem perfeito e o colocou no jardim do Éden. O pecado do homem, então, corrompeu a raça humana e o mundo em que ele vivia. Mas Deus tinha um plano pronto para salvá-lo. Entretanto, até que esse plano fosse executado, seria necessário que o homem percebesse a gravidade do seu pecado. Portanto, ‘Assim, a lei ficou tomando conta de nós até que Cristo viesse para podermos ser aceitos por Deus por meio da fé’.(Gl 3,24). Assim como o tutor grego exercia uma supervisão rigorosa sobre a criança, e era responsável por seu bem-estar moral e físico ate que ele atingisse a maturidade, assim as normas estritas da lei de Moisés conduziram as pessoas ao lugar onde a lei de Cristo poderia salvá-las.

 

5- As diferenças

 

A bíblia faz uma distinção clara entre a velha lei e a nova. Por exemplo: a lei de Moisés ordenou a pena de morte para certas faltas, e também determinou a guerra contra nações pecadoras. Por outro lado, a lei de Cristo nos instrui a amar nossos inimigos e a fazer o bem aqueles que nos tratam mal. Isso porque a nova aliança tira do povo de Deus as responsabilidades do Estado, coisas que lhe pareciam sob a antiga aliança. Também tira os sacrifícios e as figuras da lei, uma vez que se cumpriram em Cristo. Em vez disso, institui um culto espiritual, conduzido pelo Espirito Santo, de modo que seja ‘em espírito e em verdade’. Ela substitui a lei moral, resumida nos Dez Mandamentos, pela lei superior de Cristo. Alguns não querem reconhecer essa última mudança. No entanto, Jesus afirmou isso repetidas vezes ao dizer no Sermão da Montanha: “ouvistes que foi dito (...) E, porem, vos digo”.

 

6- A nossa afirmação. 

 

Como o próprio Deus estabeleceu primeiro a velha aliança e depois a nova, não é surpreendente que haja muitas semelhanças entre as duas. Mas podemos afirmar, pela autoridade das escrituras, que a lei de Cristo superou completamente a lei de Moisés, sendo a lei de Cristo agora nossa regra de doutrina e conduta. O escritor da Epistola aos Hebreus escreveu há dois mil anos que Deus, ‘e, quando Deus fala da nova aliança, é porque ele já tornou velha a primeira. E o que está ficando velho e gasto vai desaparecer logo.’ (Hb 8,13). As duas leis são tão diferentes que não podemos manter ambas. É adultério espiritual procurar servir a ambas (ver Rm 7,1-6).

 

A lei de Moisés serviu bem para sua época. Mas, se mantivermos essa lei agora, rejeitando a lei de Cristo, trazemos sobre nós mesmos a condenação. ‘Vocês que querem que Deus os aceite porque obedecem à lei estão separados de Cristo e não têm a graça de Deus.’ (Gl 5,4).

 

Nós afirmamos, portanto, que a Bíblia mostra claramente que a única lei válida para hoje é a lei de Cristo, e sobre ela devemos basear toda a nossa fé e também o modo como vivemos.

 

 

7- Porque a confusão

 

A maioria das igrejas  hoje não faz uma distinção clara entre o Antigo do Novo Testamento. Como é impossível manter os dois, elas escolhem e aceitam ambos apenas algumas partes de que gostam, e rejeitam o resto. Por exemplo: embora hoje nenhuma igreja cumpra totalmente a lei de Moisés, muitas justificam sua participação na guerra participando passagens e exemplos do Antigo Testamento. Assim rejeitam o claro ensinamento de Cristo e dos apóstolos de que devemos amar nossos inimigos e fazer o bem a eles. 

 

Outro erro comum que perverte a doutrina da graça: muitos chamam o Antigo Testamento de ‘a Lei’, como se fosse a única lei; o Novo Testamento é chamado de ‘a graça’, como se nele não houvesse nada além da graça. Alguns reconhecem que é necessário ter simultaneamente lei e graça, mas substituem a lei de Cristo pela lei de Moisés, invalidando assim a graça. Eu me recuso a rejeitar a graça de Deus. Pois, se é por meio da lei que as pessoas são aceitas por Deus, então a morte de Cristo não adiantou nada!Gl 2,21). outros ensinam que, como estamos sob a graça, não precisamos de nenhuma lei. Mas, amigo, embora ja não estejamos sob a lei de Moisés, as ordens de Cristo e de seus apóstolos são para nós como uma lei. São a lei de Cristo. 

 

A graça é o grande dom de Deus para a nossa salvação e o poder do Espírito Santo para vencer nossa natureza pecaminosa. Mas no Novo Testamento encontramos tanto a lei de Cristo como a sua graça. O apóstolo Paulo disse que ele nao estava sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo (Assim também, quando estou entre os não-judeus, vivo fora da Lei de Moisés a fim de ganhar os não-judeus para Cristo. Isso não quer dizer que eu não obedeço à lei de Deus, pois estou, de fato, debaixo da lei de Cristo.1Cor 9,21). 

 

Da mesma forma, muitas igrejas hoje aceitam o divorcio e o novo casamento, instrumentos de música e outras formas sensuais de culto e a participação no governo. Elas fazem tudo isso com base no Antigo Testamento, que Deus declarou estar terminado.

 

8- Nossa confissão

 

Como cristão do Novo Testamento, cremos e confessamos que o Novo Testamento consiste em toda a vontade de Deus para nós. Convidamos a voce a confessar com a palavra inspirada de Deus e conosco o seguinte: 

 

Assim a regra antiga foi anulada porque era fraca e inútil. Pois a lei não podia aperfeiçoar nada. Mas agora Deus nos deu uma esperança melhor, por meio da qual chegamos perto dele.(Hb 7,18-19).

 

Assim, a lei ficou tomando conta de nós até que Cristo viesse para podermos ser aceitos por Deus por meio da fé. Agora que chegou o tempo da fé, não precisamos mais da lei para tomar conta de nós. (Gl 3,24-25).

 

Assim percebemos que a pessoa é aceita por Deus pela fé e não por fazer o que a lei manda.’ (Rm 3,28).

 

Porém agora estamos livres da lei porque já morremos para aquilo que nos mantinha prisioneiros. Por isso somos livres para servir a Deus não da maneira antiga, obedecendo à lei escrita, mas da maneira nova, obedecendo ao Espírito de Deus.(Rm 7,9)