De acordo com a Bíblia Sagrada Davi foi um homem polígamo. Teve oito esposas e mais de 20 filhos. Mas o interessante dessa história é que cinco delas eram originárias e as demais foram tomadas de outros homens. Vamos aos nomes das cônjuges do rei Davi.
Mical foi a primeira e única esposa singular de Davi. Filha do Rei Saul, casou-se com Davi quando ele ainda não era rei (1ª Samuel capítulo 18, vers. 20 em diante e cap. 19, vers. 11).
Pois bem. Como Saul queria matar Davi porque Deus havia entregue o reinado nas mãos dele, Mical ficou sabendo do plano assassino de seu pai e avisou tudo para ele, que fugiu de madrugada para não morrer e sua esposa ficou, em respeito ao seu pai. Para se vingar, Saul acabou com o casamento entre Davi e Mical, entregando-a para um outro homem chamado Palti. (1ª Samuel, cap. 25. vers. 44).
Mical amava demais a Davi e sofreu muito com a separação. Infelizmente Davi não teve filhos com ela porque o casamento durou pouco tempo.
A segunda esposa de Davi se chamava Abigail. Ora, Abigail foi casada com Nabal, um homem rico e muito avarento que desafiou o rei Davi. Nabal morreu doente e Davi se apoderou da mulher dele e se casou com ela (1ª Samuel cap. 25, versículo 36 em diante).
Desse relacionamento nasceu Quileabe (2ª Samuel, cap. 3, vers. 3).
A terceira esposa de Davi foi Ainoã. O interessante dessa história é que Ainoã era esposa de Saul (1ª Samuel, cap. 14, vers. 50) e quando ficou viúva, já que Saul se matou, Davi a tomou por mulher (1ª Samuel cap. 25, vers. 43).
Como não podia ser diferente, desse matrimônio nasceu Amnon, a primeira vergonha de Davi (2ª Samuel cap. 3, vers. 2). Amnon cometeu incesto e estuprou a própria irmã Tamá. Por causa disso foi assassinado pelo irmão Absalão (2ª Samuel 13, vers. 7 em diante). Mais um casamento de derrota do rei Davi e o primeiro filho problemático do rei.
O quarto casamento de Davi foi com Eglá e está registrado em 2ª Samuel, cap. 3, vers. 5. O interessante é que a Bíblia não diz como se iniciou esse relacionamento e nem como terminou.
Desse quarto relacionamento nasceu Itreão (2ª Samuel, cap. 3, vers. 5).
O quinto matrimônio de Davi foi com Maaca e está registrado em 2ª Samuel, cap. 3, vers. 3. Desse casamento nasceram dois filhos: Absalão e Tamá. Absalão foi o segundo filho que envergonhou o pai.
Pois bem. Tamá era uma mulher muito bonita e formosa e foi estuprada pelo irmão Amnon, filho de seu pai com Ainoã. Amnon era o filho mais velho de Davi e possivelmente era quem iria assumir o trono com a morte do rei. Mas essa tragédia já era prevista porque Davi se apoderou da viúva de Saul e por isso coisa boa não poderia vir dessa união.
O rei Davi ficou muito irado quando soube do estupro, mas nada fez porque sempre defendeu o seu filho querido Amnon. Mais outra tragédia familiar estava para acontecer: era a vingança de Absalão.
Por dois anos Absalão tratou Amnom friamente sem lhe dirigir palavra. Ao final deste período ele viu a oportunidade de executar o seu plano premeditado, pois Davi já teria dado o caso do estupro por encerrado.
Pois bem. Absalão resolveu fazer justiça com as próprias mãos e se vingou de Amnom, matando-o e, por conseguinte, vingando o crime praticado contra sua também irmã.
A Bíblia diz que os irmãos Absalão e Amnon nunca se deram bem. A inveja sempre imperou entre eles, já que Absalão nunca havia aceitado uma possível sucessão do trono por parte do irmão mais velho Amnon.
Depois de cometer o crime de assassinato Absalão se refugiou na casa de seu avô materno Talmai, rei de Gesur.
Davi pranteava a morte do seu filho Amnom todos os dias e perseguiu Absalão por três anos. Ao fim deste período, mediante uma arapuca, Joabe conseguiu que ele perdoasse Absalão, permitindo sua volta a Jerusalém. Esse foi mais um erro fatal cometido por Davi, que pagou caro pela indulgência que mostrou para com este filho.
Passados três anos, Absalão também se rebelou contra o pai, tentando destroná-lo e matá-lo. Com a ajuda Aitofel, homem de confiança de Davi, tentou dar um golpe de estado para assumir o trono.
Pois é. Ele começou a roubar a simpatia do povo se fazendo de amigo de todos e foi para Hebrom e ali se declarou rei, contando com o apoio de muita gente, inclusive do homem de confiança de Davi, Sr. Aitofel.
A partir de então Davi teve que deixar Jerusalém para se proteger e planejar sua resistência. Quando Absalão soube que Davi tinha deixado Jerusalém foi para a cidade e se apoderou do trono de seu pai.
Pra piorar a situação, Absalão cometeu imensa torpeza ao se relacionar sexualmente com as esposas de Davi, em frente de todo o povo de Israel (2ª Samuel, cap. 16, vers. 20/23). Mais uma vergonha para o pai. Mas veja que Absalão era filho de Davi com a viúva de Saul. Só podia dar nisso. Pagou caro pelas besteiras que fez.
Mas essa história não ficou assim. Davi era um homem de guerra e por mais que lhe doesse, era preciso derrotar seu próprio filho Absalão. Joabe, que era o comandante do exército de Davi, organizou a resistência e atraiu Absalão e seus seguidores à floresta de Efraim e ali os derrotou. Absalão fugiu montado numa mula, mas seus belos cabelos ficaram presos nos galhos de uma árvore.
Davi tinha dado ordens para não matarem seu filho, mas não foi obedecido e Absalão foi atingido por Joabe e depois morto por dez homens. Estava morto o rebelde Absalão. Tudo está escrito em 2ª Samuel do capítulo 13 ao 18.
Fiz questão de destacar um pouco mais sobre esses dois filhos de Davi porque foram filhos da vergonha, de um casamento usurpador que começou errado e só poderia ter trazido consequências trágicas. Amnon e Absalão, dois filhos problemáticos, fruto de casamentos errados de Davi, um homem polígamo.
A sexta esposa de Davi se chamava Hagite. Não se tem muita informação desta mulher, mas alguns registros dão conta de que ela era uma dançarina muito bonita e Davi se encantou por ela. O início do relacionamento está registrado em 2ª Samuel, cap. 3, vers. 4.
Desse casamento nasceu Adonias (2ª Samuel, cap. 3, vers. 4). O terceiro filho problemático de Davi. O que tentou se apoderar do trono de Israel quando seu pai estava velho (1ª Reis, cap. 1).
Diz a Bíblia que com a morte de Amnon e Absalão, Adonias passou a ser o filho mais velho de Davi e o primeiro na ordem sucessiva. Era ele quem deveria assumir o trono quando Davi falecesse.
Acontece que, quando Davi já estava bem velhinho e sem condições físicas de reinar, já que a saúde não permitia, seu filho Adonias vendo aquela situação resolveu usurpar o trono e assumiu o reinado, mesmo sem o consentimento do pai (1ª Reis, cap. 1).
Só que, conforme irei descrever no oitavo casamento de Davi, Betsaba não aceitou essa situação e fez seu esposo jurar por Deus que o rei seria seu filho Salomão. Com isso, Adonias foi destronado e quem assumiu foi realmente seu irmão Salomão.
Por causa disso, Adonias foi assassinado pelo irmão Salomão. Mais uma tragédia na família de Davi. O terceiro filho da perdição. Irmão matando irmão (1ª Reis, cap. 2, vers. 13 ao 25).
O sétimo casamento de Davi ocorreu com Habital. Esse matrimônio está registrado em 2ª Samuel, cap. 3, vers. 4 e da mesma forma a Bíblia não diz como se iniciou esse relacionamento.
Dessa união nasceu Sefatias (2ª Samuel, cap. 3, vers. 4).
E
por fim, o oitavo casamento de Davi se deu com Betsaba.
A Bíblia diz que Bate-Seba era filha de Eliã e neta de Aifoel, o gilonita (2 Samuel 11:3; 23:34). O seu nome provavelmente significa “filha de um juramento” ou “sétima filha”. Ela também é chamada no texto bíblico de Bate-Sua, que significa “filha de abundância” (1 Crônicas 3:5).
Bate-Seba e Urias
Antes de seu envolvimento com Davi, Bate-Seba era mulher de Urias, um soldado heteu do exército de Davi. A Bíblia não traz qualquer informação ou detalhe da vida pessoal de Bate-Seba e Urias.
Tudo o que se sabe é que num certo dia Bate-Seba foi vista por Davi enquanto se lavava. Como ele a viu do terraço de seu palácio, de alguma maneira o lugar em que Bate-Seba estava se banhando não era totalmente reservado. Naquele tempo Urias estava no campo de batalha a serviço do exército de Israel. Qualquer intimidade conjugal entre ele e Bate-Seba ocorreu antes desses acontecimentos.
Davi ficou impressionado com a beleza de Bate-Seba e não conseguiu subjugar seus desejos pecaminosos. Inicialmente ele não sabia quem era Bate-Seba, mas logo foi informado por seus servos que tratava-se da esposa de um de seus guerreiros. Mesmo assim Davi ordenou que a mulher fosse levada ao seu palácio. Ali ele se deitou com Bate-Seba e concretizou seu pecado de adultério.
Após ter seduzido Bate-Seba, o rei Davi descobriu que ela havia engravidado dele. Então ele tentou a todo custo fazer com que Urias pensasse que o filho era dele. Para tanto, ele mandou que Urias retornasse à cidade de Jerusalém na tentativa de convencê-lo a ir para casa e se deitar com Bate-Seba. Caso isso acontecesse, ele não suspeitaria da gravidez dela.
Mas Urias não aceitou ir para sua casa e se deitar com a sua esposa enquanto seus companheiros estavam engajados numa guerra. Inclusive, Davi chegou até a embriagá-lo, mas ele não cedeu. Foi então que Davi se afundou ainda mais no pecado ao ordenar que Urias fosse colocado na frente da batalha para ser morto (2 Samuel 11).
Davi e Bate-Seba
Depois de ter passado o luto de Bate-Seba pela morte de seu marido, Davi a tomou como esposa. Talvez em sua cabeça naquele momento ele pensava que tinha resolvido todos os problemas e sua reputação e a honra de Bate-Seba estavam preservadas. Tudo parecia quieto e escondido, mas Deus havia visto o que Davi fez e definitivamente não se agradou.
O Senhor enviou o profeta Natã para denunciar o pecado de Davi e expor sua miséria. Primeiro Natã contou a Davi um tipo de parábola e tudo isso aconteceu de tal forma que antes mesmo de cair em si Davi ficou revoltado com a situação descrita pelo profeta e declarou que era digno de morte o homem que tivesse cometido tal pecado. Então quando soube que tratava-se de seu próprio caso, o rei de Israel se lamentou profundamente.
Mas Davi era um homem segundo coração de Deus. Ele temia ao Senhor e tinha verdadeiro zelo e compromisso com a vontade de Deus. O Salmo 51 mostra toda sua contrição ao entender que havia transgredido a Lei do Senhor que ele tanto amava e se deleitava.
Contudo, apesar do arrependimento genuíno e sincero de Davi, o filho de seu adultério veio a morrer (2 Samuel 12). Depois, já legalmente casados, juntos Davi e Bate-Seba foram pais de outros quatro filhos: Salomão, Siméia, Sobabe e Natã (1 Crônicas 3:5).
A rainha mãe
De todos os filhos de Bate-Seba e Davi, sem dúvida Salomão foi o mais ilustre. Inclusive, a coroação de Salomão aconteceu num momento em que havia uma conspiração para que seu meio irmão, Adonias, assumisse o trono de Israel. Então Bate-Seba, juntamente com o profeta Natã e o sacerdote Zadoque, foram importantes para que Adonias não tivesse sucesso em sua reivindicação. Eles conseguiram fazer com que rapidamente Davi proclamasse Salomão como rei. Quando isso aconteceu, Bate-Seba se tornou rainha mãe em Israel.
Mais tarde o mesmo Adonias se empenhou em persuadir Bate-Seba para que ela pedisse que o rei Salomão lhe desse Abisague como esposa. Abisague havia sido esposa de Davi. Nesse contexto Adonias acabou sendo morto (1 Reis 1-2). Por fim, como a mãe de Salomão, Bate-Seba é mencionada no Novo Testamento ao ser incluída na genealogia de Jesus (Mateus 1:6).
Quem foi o rei Salomão?
O rei Salomão foi o rei mais sábio de Israel. Ele era filho do rei Davi e construiu o primeiro templo de Jerusalém. Durante seu reinado, Israel viveu uma época de grande paz e prosperidade.
Salomão começa a reinar
Salomão era filho de Davi com Bate-Seba, depois que se casaram. Deus prometeu que, de todos os filhos de Davi, Salomão seria seu sucessor (1 Crônicas 22:9-10). Quando Davi estava muito velho, Adonias, outro filho seu, se autoproclamou rei. Então Davi tomou frente e mandou proclamar Salomão rei. Salomão ficou com a oposição e seu reinado foi estabelecido.
Salomão obedecia a Deus, como seu pai Davi. Um dia Deus apareceu a Salomão num sonho e lhe disse que podia pedir o que quisesse (1 Reis 3:5). Salomão pediu sabedoria para governar bem. Isso agradou a Deus, que lhe deu muita sabedoria e também riquezas, fama e vida longa.
Salomão provou que era sábio quando resolveu uma disputa entre duas prostitutas. Cada uma tinha um bebê mas um tinha morrido. As duas diziam ser a mãe do filho vivo e não havia forma de saber quem dizia a verdade. Então Salomão mandou cortar o menino vivo a meio e dar metade a cada uma. A mulher que não era a mãe concordou mas a verdadeira mãe implorou pela vida do filho (1 Reis 3:24-26). Assim, Salomão entregou o filho à mãe verdadeira.
As obras de Salomão
Salomão administrou Israel muito bem e ficou muito rico. Ele investiu em obras públicas em várias cidades de Israel e desenvolveu o comércio internacional. Salomão construiu um palácio para si e fez um grande templo para Deus em Jerusalém.
Israel viveu em paz com seus vizinhos durante o reinado de Salomão. Ele estabeleceu alianças e tratados comerciais com vários países. Sua fama se espalhou e pessoas de muitos lugares vinham provar sua sabedoria. A visita mais ilustre foi a rainha de Sabá, que ficou impressionada com a sabedoria e a riqueza de Salomão (1 Reis 10:4-5).
Salomão tinha muitos interesses. Ele construiu jardins e estudou plantas e animais. Também escreveu e juntou muitos provérbios (1 Reis 4:32). Salomão escreveu ou patrocinou:
- Provérbios
- Eclesiastes
- Cânticos
- Salmos 72
- Salmos 127
A velhice de Salomão
Na sua velhice Salomão se desviou de Deus. Ele tinha casado com muitas mulheres estrangeiras que adoravam outros deuses. Para agradar suas mulheres, Salomão construiu altares a esses deuses e se esqueceu do Deus verdadeiro (1 Reis 11:4).
Por causa de seu pecado, Deus levantou adversários contra Salomão (1 Reis 11:10-11). Um desses adversários foi Jeroboão, que mais tarde dividiu o reino de Israel em duas nações: Israel e Judá. Jeroboão se tornou rei de Israel e Roboão, filho de Salomão, se tornou rei de Judá.
Salomão era muito sábio mas ele acabou se desviando da fonte de toda a sabedoria: Deus (Provérbios 9:10). Por causa disso, ele perdeu a sabedoria para manter a paz e não conseguiu ensinar sabedoria a seu filho, que perdeu grande parte do reino.
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