Muito do passado da humanidade continua encoberto pelo tempo e intriga os cientistas até hoje. Entre os muitos fatos já conhecidos da pré-história que despertam a curiosidade de adultos e crianças temos a Era Glacial, ou Era do Gelo. Fato que chama atenção principalmente porque durante o seu acontecimento o homem ainda não existia.
1. O que é?
Chamamos de Era do Gelo, Era Glacial e Idade do Gelo o período geológico em que a temperatura da Terra cai e permanece assim por um longo tempo, causando a formação de extensos mantos de gelo sobre a superfície do planeta. No entanto esse termo é utilizado geralmente para fazer referência a Era do Gelo mais recente, que atingiu seu pico há cerca de 60 milhões de anos atrás.
2. A última Era Glacial
Foi durante o período do Terciário Superior da Era Cenozóica que aconteceu a última grande glaciação da Terra. Os seres humanos ainda não existiam e o planeta era dominado por muitos animais que não existem hoje em dia. A temperatura do planeta baixou e as camadas de gelo formadas durante o inverno não foram derretidas e começaram a se expandir.
As Eras Glaciais duram geralmente alguns milhões de anos diferindo dos chamados períodos Glaciais que nunca chegam a 60 mil anos.
3. Os sobreviventes
O período de glaciação pode durar milhões de anos, por isso boa parte dos animais e vegetais desaparecem, pois não resistem a longa falta de luz solar e ao frio. Os animais que conseguiram sobreviver a essas Eras foram os mais adaptados ao frio, com grande camada de gordura, sendo geralmente animais marinhos ou aves e que conseguiram imigrar para locais onde a temperatura não era extremamente baixa.
O ancestral do ser humano, chamado de homem de Cro-Magnon, viveu na última Era do Gelo e conviveu com animais hoje extintos, como os mamutes, os cervos gigantes e os leões das cavernas. É dito que algumas espécies de plantas e animais só sobreviveram graças a ação do nosso ancestral, que dispersou muitos pelos lugares aonde o frio não chegava com muita intensidade.
4. Por que isso acontece?
Ainda não estão claros os motivos que levam o planeta a baixa de temperatura que causa a Era Glacial. Os cientistas geralmente listam uma gama de fatores importantes que se entrelaçam para que isso aconteça. Entre eles temos a movimentação das placas tectônicas, a composição da atmosfera e as variações de atividade do Sol e dos vulcões.
5. Dinossauros
Dinossauros foram répteis que viveram durante a Era Mesozoica. Tiranossauros e velociraptores são exemplos de dinossauros.
Dinossauros foram répteis que viveram em nosso planeta durante a Era Mesozoica, sendo os primeiros registros desses animais datados do período Triássico. O termo é usado para se referir a dois grupos de répteis, pertencentes às ordens Saurischia e Ornithischia. Diferentes espécies de dinossauros são conhecidas, as quais variam muito em estrutura do corpo, hábito de vida e tipo de alimentação, sendo reconhecidos animais herbívoros, carnívoros e onívoros. Sem dúvida, a teoria mais conhecida para explicar a extinção dos dinossauros foi a queda de um meteorito em nosso planeta há cerca de 66 milhões de anos.
5.1. Resumo sobre os dinossauros
Dinossauros dominaram a terra firme durante a Era Mesozoica.
Tradicionalmente, os dinossauros fazem parte de dois grupos: Ornithischia e Saurischia.
Ornithischia inclui animais com quadril semelhante ao das aves, enquanto Saurischia inclui animais com anatomia semelhante à dos répteis.
Existiram dinossauros carnívoros, herbívoros e onívoros.
Alguns trabalhos sugerem que os dinossauros eram endotérmicos.
A teoria mais conhecida para explicar a extinção dos dinossauros é a da queda de um meteorito em nosso planeta há cerca de 66 milhões de anos.
5.2. Quando os dinossauros existiram na Terra?
Os dinossauros foram animais que dominaram o ambiente terrestre durante a Era Mesozoica. Eles surgiram, mais precisamente, no período Triássico, se extinguindo no final do período Cretáceo. Os registros mais antigos de dinossauros passam dos 230 milhões de anos.
5.3. Características dos dinossauros
“Dinossauro” é um termo criado pelo biólogo Richard Owen que significa “lagarto terrível”, usado para se referir a répteis pertencentes a duas ordens da subclasse Archosauria que dominaram a terra firme no passado de nosso planeta. Nessa subclasse são reconhecidas cinco ordens, entretanto, são considerados dinossauros apenas os animais das ordens Saurischia e Ornithischia.
Podemos diferenciar os animais de cada uma dessas duas ordens analisando, por exemplo, as diferenças entre suas regiões pélvicas. Os dinossauros da ordem Saurischia são conhecidos por apresentarem cintura de répteis, enquanto os da ordem Ornitischia apresentam cintura de aves.
Nos Ornithischia, o púbis é inclinado para trás e está em paralelo com o ísquio. Já nos Saurischia, o que se observa é que o púbis está voltado para frente, e o ísquio, para trás.
Os Saurischia incluem os dinossauros Sauropoda e os Theropoda. No grupo dos Sauropoda, há animais de grande porte, que andavam sobre quatro patas e se alimentavam de vegetais. Já os Theropoda incluem animais bípedes e carnívoros. Na ordem Ornithischia, incluem-se animais herbívoros.
Alguns dinossauros podiam atingir grandes tamanhos, como os braquiossauros, que apresentavam uma altura equivalente a um prédio de cinco andares. Outros, no entanto, possuíam pequeno porte. Além da diferença em tamanho, algumas espécies se sustentavam apenas sobre as patas posteriores, enquanto outras apoiavam-se sobre as quatro patas.
5.4. Alimentação dos dinossauros
Existiram diferentes espécies de dinossauros, cada qual com sua particularidade quando o assunto é alimentação. Houve espécies carnívoras, herbívoras e até mesmo onívoras. Além disso, existiram espécies predadoras e algumas necrófagas. Na ordem Saurischia, observam-se espécies carnívoras, herbívoras e onívoras, enquanto em Ornithischia estão espécies herbívoras.
5.5. Dinossauros eram animais endotérmicos?
Antes de respondermos a essa pergunta, devemos compreender melhor o que é endotermia. Animais endotérmicos são aqueles capazes de manter sua temperatura estável, independentemente das alterações do meio ambiente. Essa manutenção da temperatura é conseguida graças à produção de calor pelo próprio animal. Aves e mamíferos destacam-se como animais endotérmicos. Répteis, por sua vez, são reconhecidos como animais ectotérmicos, ou seja, que não são capazes de manter sua temperatura estável.
Animais endotérmicos destacam-se por serem capazes de viver em uma maior variedade de ambientes, como regiões muito frias. Além disso, são capazes de apresentar níveis mais altos de atividade do que os animais ectotérmicos.
Devido ao fato de os dinossauros terem sido répteis, muitos autores acreditavam que esses animais eram ectotérmicos. No entanto, alguns estudos (como o artigo Biomechanics of Running Indicates Endothermy in Bipedal Dinosaurs, publicado pela revista PLoS One) sugerem que dinossauros podem ter sido endotérmicos. De acordo com os autores, os resultados da pesquisa corroboram a hipótese de que a endotermia foi generalizada em pelo menos dinossauros não aviários maiores.
5.6. Espécies de dinossauros
l Tyrannosaurus rex: o T. rex é, sem dúvida, um dos dinossauros mais conhecidos. Destaca-se pelo seu grande tamanho e patas dianteiras pequenas. Um T. rex podia apresentar cerca de 14 metros de comprimento, enquanto seu braço media cerca de um metro. Alguns autores acreditam que os braços do tiranossauro eram órgãos vestigiais (estruturas que perderam ou modificaram sua função ao longo da história evolutiva da espécie) enquanto outros acreditam que os braços poderiam ajudar no ataque às presas ou ainda durante o acasalamento. Um trabalho, intitulado Why tyrannosaurid forelimbs were so short: An integrative hypothesis, traz outra hipótese e afirma que a “redução de membros foi selecionada para manter os membros anteriores fora do caminho das mandíbulas de grandes predadores da mesma espécie, evitando lesões, perda de sangue, amputação, infecção e morte”.
l Brachiosaurus: dinossauros que se destacam, principalmente, por terem possuído pescoço e cauda longos e grande comprimento, podendo atingir cerca de 35 metros. Além disso, podiam pesar mais de 23 toneladas. Os braquiossauros viviam na Áfrie e América do Norte no final do período Jurássico e eram animais quadrúpedes e herbívoros.
l Stegosaurus: estegossauros eram dinossauros herbívoros, quadrúpedes e que apresentavam como característica mais marcante a presença de placas ao longo de suas costas. Essas placas não estavam presas ao esqueleto, o que faz com que fósseis sejam encontrados com placas separadas do corpo.
l Velociraptor: velociraptores são dinossauros que habitam o imaginário popular de maneira muito equivocada devido a alguns erros contidos em filmes da franquia Jurassic Park. Nesses filmes, os velociraptores eram animais grandes, cobertos por escamas e que utilizavam suas grandes garras para rasgar suas vítimas. Eles, no entanto, apresentavam pequeno porte, atingindo aproximadamente 60 cm e cerca de 45 kg, e seu corpo era coberto por penas. Apesar de serem cobertos por penas, esses animais não voavam. Em relação às garras, acredita-se que esses dinossauros as usavam para perfurar e imobilizar as presas. Outro ponto importante é que esses animais provavelmente caçavam sozinhos.
5.7. Dinossauros brasileiros
No Brasil, já foram reconhecidas diferentes espécies de dinossauros. Entretanto, existem menos de 20 espécies descritas formalmente, segundo o Museu Nacional. Veja a seguir algumas espécies de dinossauros (fossilizados) encontrados no Brasil:
l Staurikosaurus pricei: espécie descrita em 1970 e que foi encontrada em uma fazenda perto de Santa Maria (RS). Era uma espécie carnívora que pesava em média 30 quilos e tinha cerca de 2,5 metros de comprimento e 1 metro de altura.
l Saturnalia tupiniquim: apresentava cerca de 1,5 metro de comprimento e pesava aproximadamente 10 kg. Os fósseis da espécie foram encontrados em Santa Maria (RS), e a espécie foi descrita em 1999.
l Angaturama limai: espécie descrita em 1996 e que pertence ao grupo dos espinossauros. Eram animais carnívoros que possuíam uma grande vela nas costas, assim como outros espinossauros.
l Santanaraptor placidus: essa espécie podia atingir, no máximo, 2,5 metros de altura. Era uma espécie carnívora, e o fóssil do animal foi descoberto no ano de 1991, no Ceará. O espécime encontrado era um filhote com cerca de 1,5 metro de altura.
5.8. Extinção dos dinossauros
A extinção dos dinossauros é um assunto complexo e que envolve uma série de importantes eventos. Sem dúvida, a teoria mais conhecida para explicar a extinção dos dinossauros foi a queda de um meteorito em nosso planeta há cerca de 66 milhões de anos. Entretanto, alguns pesquisadores acreditam que os dinossauros já estavam em declínio nesse momento e que erupções vulcânicas na Índia também podem ter contribuído para o fim desses animais.
O meteorito que caiu em nosso planeta apresentava grandes dimensões (cerca de 10 quilômetros de diâmetro) e caiu onde é hoje a península de Yucatán, no México. Ao cair no planeta, o meteorito provocou a abertura de uma cratera de cerca de 180 quilômetros de diâmetro e desencadeou terremotos de grande magnitude, além de tsunamis, ondas destrutivas de pressão, incêndios e chuvas de rocha fundida. O impacto também fez com que partículas ficassem na atmosfera por um longo período, impedindo os raios solares de atingirem a Terra, o que levou à morte de diversas espécies vegetais e provocou grande queda de temperatura.
6. A Bíblia e a Pré-história
De Gêneses 1 ou 11 é considerado a era pré-história pois não sabemos as datas exatas quando se deram os seguintes eventos:
· Criação;
· Adão e Eva no jardim e o primeiro pecado;
· Caim e Abel e o primeiro assassinato;
· Noé e o diluvio;
· A torre de Babel:
7. A Teoria do Intervalo e os Dias Literais de Gênesis1
Gênesis 1:1-2(a)1. “No princípio, criou Deus os céus e a terra. 2. A terra, porém, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.”
Para quem em algum momento procedeu a leitura do relato histórico dos dois primeiros capítulos de Gênesis sem qualquer tipo de preconceito, impressiona a questão sobre a duração dos seis dias normais de trabalho da obra criativa de Deus e mais um dia de descanso, constituindo assim a unidade de tempo da admirável semana da Criação. O texto ensina que Deus criou todas as coisas em seis dias literais de 24 horas. Esta compreensão fez parte da cosmovisão judaico-cristã por milênios, onde teólogos e crentes em geral compartilhavam da mesma verdade contida na Bíblia. No entanto, a partir do século 18 e início do 19, geólogos deístas e ateístas desenvolveram a ideia naturalista das supostas longas eras geológicas de milhões de anos da Terra (incorporada pela teoria da evolução) usando pressuposições filosóficas antagônicas à revelação bíblica e as interpretaram de forma contrária ao relato da Criação e do Dilúvio no livro de Gênesis.
8. Segundo a Bíblia qual é a idade da terra?
A Bíblia não diz qual é a idade da terra. Não há nenhuma indicação específica sobre a data da criação. A data da criação do mundo tem sido calculada entre 6000 a 4 500 000 000 de anos atrás!
8.1 - O que é a “teoria da terra jovem”?
A teoria da terra jovem sugere que terra foi criada há cerca de 6000 anos atrás. Essa teoria assume que a terra foi criada literalmente em 6 dias e soma as genealogias de Gênesis 5 e 11, calculando para trás a partir de Abraão.
As teorias sobre a formação natural da terra sem a intervenção de Deus exigem uma idade muito maior da terra. Hoje em dia, os defensores dessas teorias dizem que a terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos.
Entre esses dois extremos existem muitas teorias que procuram reconciliar as evidências bíblicas e científicas. As provas são todas duvidáveis, tanto dos ateus como dos religiosos, e dependem muito da forma como as interpretamos.
8.2 - Como calcular a idade da terra a partir da Bíblia?
Chegar a uma data para a criação na Bíblia depende:
a) Da interpretação – algumas pessoas leem a história de Gênesis 1 como literal, por isso creem que a criação levou 6 dias. Outras pensam que é uma metáfora, então pode ter durado mais tempo.
b) Da noção de dia – na Bíblia a palavra “dia” nem sempre representa 24 horas. Às vezes representa eras de tempo indefinido. Dependendo de como interpretamos os 6 dias da criação, pode ter levado uma semana ou muitos anos.
c) Das genealogias – as listas dos descendentes de Adão e Noé têm exatamente 10 gerações cada. Isso provavelmente indica que as genealogias estão incompletas, só registrando as pessoas mais importantes. A lista poderá ser mais extensa, sendo a terra muito mais antiga que 6000 anos.
8.3 - Como calcular a idade da terra cientificamente?
Algumas formas científicas para descobrir a idade da terra são:
a) Datação radiométrica – os cientistas calculam a idade de rochas a partir do nível de degradação dos seus átomos. A idade das rochas mais antigas foi calculada em vários milhões de anos. No entanto, essa técnica não leva em conta a possibilidade de a degradação ocorrer a velocidades diferentes em tempos diferentes e alguns cálculos provaram estar errados.
b) Camadas rochosas – os geólogos calculam a idade da terra de acordo com o tempo que teria levado para criar diferentes camadas rochosas. Tem os mesmos problemas que a datação radiométrica.
c) Cálculos de evolução – os evolucionistas calculam o tempo que teria levado para animais microscópicos evoluírem até chegar à diversidade que temos hoje. Isso supõe que a teoria da evolução está certa, embora ainda falte muita evidência.
Nem a Bíblia nem a ciência podem nos dar a idade exata da terra. Mas o mais importante do relato de Gênesis é que foi Deus que criou tudo, com um propósito. Nós não somos só fruto do acaso, fazemos parte do grande plano de Deus. Ele nos ama e criou o mundo para ser um lugar bom.
9. Deus criou o mundo em sete dias?
A Bíblia diz que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo dia. Existe muito debate sobre se esses dias eram dias literais de 24 horas ou se eram períodos de tempo indefinido. Mesmo havendo teorias diferentes, o mais importante é que Deus é o Criador do mundo.
Segundo o relato de Gênesis 1, no princípio Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia, mas havia água. Então, durante seis dias Deus criou:
· A luz
· O céu
· Terra seca e vegetação
· Corpos celestes (sol, lua, estrelas)
· Animais aquáticos e aves
· Animais terrestres e o ser humano
No sétimo dia Deus descansou. Deus abençoou o sétimo dia e o instituiu como dia de descanso (Gênesis 2:2-3).
9.1 - Sete dias ou milhões de anos?
Baseado em estudos científicos, muitos hoje afirmam que o universo foi criado ao longo de milhões de anos, não em sete dias. Os cristãos têm várias teorias, entre as quais:
9.2 - Seis dias literais
Deus criou o mundo em exatamente seis dias de 24 horas. Essa é a interpretação mais literal do relato de Gênesis. Quem apoia essa teoria aponta que os estudos científicos são muito especulativos que não podem ser comprovados categoricamente (o que é verdade). Deus pode ter criado a terra em seis dias mas com aparência de muito mais idade.
9.3 - Seis épocas de tempo
Os “dias” da criação representam grandes épocas de tempo. Essa é a sugestão de quem tem alguma confiança nos estudos científicos sobre a criação do universo. Deus tem uma noção de tempo diferente da nossa (2 Pedro 3:8) e a palavra “dia” em hebraico pode ter vários significados, incluindo uma época de tempo indefinido. Deus pode ter usado os processos e as leis naturais para criar o mundo em seis eras.
9.4 - Linguagem figurativa
O relato da criação é uma narrativa simbólica, não histórica. Essa é a visão de quem vê a história da criação mais como uma alegoria, não para ser levada ao pé da letra. O objetivo principal dessa história pode ser explicar algumas verdades fundamentais (Deus criou tudo e é o único Deus verdadeiro) de uma forma que as pessoas compreendem, sem preocupação com rigor histórico ou científico.
10. A Teoria do Intervalo
A partir deste momento, as portas do chamado “concordismo” estavam abertas para que teólogos cristãos liberais se sentissem motivados em fazer concessões para reinterpretar e ajustar assim prováveis eras geológicas de milhões de anos da Terra aos seis dias de Gênesis, com seríssimas consequências à fé cristã. Desta forma, algumas teorias tem sido apresentadas com o intuito de compatibilizar a suposta antiguidade da Terra com o texto da Criação em Gênesis 1.
Por exemplo, a Teoria do Intervalo (“Gap Theory” - Teoria da Lacuna ou Hiato) foi elaborada em 1876 pelo evangélico George H. Pember (1837-1910) e divulgada através de seu livro “Earth’s Earliest Ages” (As Eras Mais Primitivas da Terra) com esse intuito. De acordo com essa teoria, houve um lapso gigantesco e indefinido tempo (talvez bilhões ou trilhões de anos–pasme!) entre o verso 1 e o verso 2 do primeiro capítulo de Gênesis. Desta forma, Deus teria criado um mundo pré-adâmico numa Terra primitiva e perfeitamente funcional no verso 1 (“No princípio criou Deus os céus e a terra.”) antes dos seis dias da criação, abrigando as formas de vida vegetal e animal. A teoria do intervalo sugere também que o verso 2 (“E a terra ERA sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; ...”) deve ser traduzido como “E a Terra TORNOU-SE sem forma e vazia; ...” devido à queda de Satanás que ocorrera em algum momento neste suposto intervalo entre Gn 1:1 e Gn 1:2, que transformou a Terra criada perfeita em um caos de total destruição quando submetida a uma espécie de “Dilúvio de Lúcifer”. Ou seja, um juízo teria se abatido sobre a Terra primitiva tornando-a sem forma e vazia. Depois disso, Deus teria reconstituído em seis dias literais a Criação devastada da suposta Terra primitiva transformando-a num paraíso, recriando todas as formas de vida que agora conhecemos. Essa teoria, bastante aceita por grande parte do mundo cristão e popularizada nas notas explicativas de rodapé da bíblia de referência Scofield a partir de 1917, recolocou os fósseis nesta criação século’ primitiva para assim evitar o alegado conflito entre a ciência e o relato de Gênesis.
11. Contestando a Teoria do Intervalo
Como em outras teorias da Terra-antiga, a teoria do intervalo tenta evitar o confronto entre a ideia evolucionista dos supostos bilhões de anos da Terra com os seis dias literais da criação em Gênesis 1.
No entanto, chamamos a atenção para a existência de profundas diferenças entre os problemas teológicos resultantes da teoria do intervalo e o ponto de vista tradicional de uma criação recente da Terra a partir dos seis dias do contexto bíblico. Destacaremos agora alguns pontos em que determinados autores contestam a teoria do intervalo, como segue: Alexander Vom Stein refuta essa teoria com a seguinte analise: “Entretanto, essa teoria é incompatível com a Bíblia – o relato da criação não tem lacunas. Em que consistem as contradições?
1. Não se pode traduzir “a terra era sem forma e vazia” como “a Terra tornou-se sem forma e vazia”. Nisso todos os tradutores são unânimes. Mas é exatamente isso que afirma a Teoria da Lacuna. A palavra traduzida por ‘sem forma’ também pode ser traduzida por ‘informe’ – o que, em princípio, não tem um sentido negativo.
2. As ‘trevas’ também não têm necessariamente que ser entendidas como consequência de um juízo. No versículo 5 [‘E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite...’] Deus as chama de ‘noite’. Dia e noite se complementam e são parte da Criação perfeita.”
John C. Whitcomb também contesta a teoria como segue: “A teoria do intervalo tem de redefinir o “muito bom” de Gênesis 1.31 (“Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”), pois Adão chegaria muito mais tarde a um mundo que já havia sido destruído, de modo que, literalmente, estaria pisando a sepultura de bilhões de criaturas (inclusive dinossauros), sobre os quais ele jamais exerceria domínio (cf. Gn 1.26). Além do mais, esse mundo ‘muito bom’ já teria se transformado em domínio de um ser decaído e perverso, que, em outras passagens das Escrituras, é descrito como ‘o deus deste século’ (2Co 4.4). A teoria do intervalo assume que animais carnívoros e outros animais já viviam e morriam, não apenas antes de Adão existir, mas até mesmo antes da queda de Satanás. Mas será que a morte poderia prevalecer no reino animal num mundo sem pecado? A Bíblia não ensina que ‘a criação está sujeita à vaidade’ e ‘geme e suporta angustia até agora’, como resultado da maldição edênica que veio depois da queda de Adão? (Rm 8.20-22). [...] foi somente depois que o homem rejeitou deliberadamente a vontade conhecida de Deus é que a morte fez sua primeira aparição neste planeta (Rm 5.12)”.
12. O que a Bíblia diz sobre dinossauros
A Bíblia não diz nada sobre dinossauros, mas fala de monstros, que algumas pessoas interpretam como sendo dinossauros. A palavra “dinossauro” foi inventada há menos de 200 anos, portanto não aparece na Bíblia, que é muito mais antiga.
Na Bíblia, tal como em praticamente todas as culturas, há relatos de monstros gigantes que hoje não conhecemos. É bem possível que sejam inspirados nos dinossauros, mas não podemos ter certeza se é porque ainda havia dinossauros naqueles tempos ou porque tinham lendas mais antigas sobre esses animais. A paleontologia (estudo dos fósseis) parece indicar que os dinossauros já não existiam nessa altura, mas isso depende da forma como interpretamos a evidência.
Onde a Bíblia fala sobre possíveis dinossauros
· Gênesis 1:21 – os “grandes animais aquáticos” em hebraico significam monstros aquáticos. Esses animais são normalmente interpretados como sendo dinossauros marinhos ou então sendo baleias.
· O Beemote (Jó 40:15-24) – segundo o relato em Jó, era um animal herbívoro muito grande que vivia perto do rio. É tradicionalmente associado ao hipopótamo ou ao elefante, mas tem algumas características (como a cauda grossa) que parecem indicar outro animal, possivelmente um dinossauro.
· O Leviatã ou monstro marinho – sua descrição aparece em Jó 41:1-34. Algumas pessoas associam-no ao crocodilo, mas a associação mais normal é com o mítico dragão, porque diz que cuspia fogo. É também possível que seja baseado num dinossauro marinho. O Leviatã, como o dragão, é usado em algumas partes da Bíblia como alegoria para o diabo (Isaías 27:1).
13. O Dilúvio Foi Universal ou Local?
A Bíblia diz que o dilúvio foi universal. Isto significa que as águas do dilúvio cobriram toda a terra. Mas nas últimas décadas tem crescido a aceitação de algumas teorias que defendem que o dilúvio teria sido local. Dessa forma, supostamente o juízo de Deus atingiu apenas a região do Antigo Oriente Próximo e não todas as partes do planeta Terra.
Quem defende que o dilúvio foi um evento local afirma que toda a população humana estava concentrada no vale da Mesopotâmia. Assim, qualquer inundação local seria descrita com proporção global. Mas não há nada que comprove a condição de que o homem não teria migrado para fora daquela região, mesmo numa época muito remota. Existem evidências de fósseis humanos extremamente antigos espalhados por todo o planeta.
A ideia de um dilúvio local também não explica o fato de fósseis de animais marinhos serem encontrados em montanhas ao redor do mundo. Além disso, também não se pode desconsiderar a enorme variedade de relatos de povos antigos de todas as partes do mundo sobre uma inundação universal.
Mas o mais importante é que a Bíblia não deixa qualquer dúvida de que o dilúvio foi universal. O escritor de Gênesis descreve:
E as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu, foram cobertos. - (Gênesis 7:19)
13.1. - Por que o Dilúvio foi universal?
Algumas questões importantes que apontam para um dilúvio universal devem ser consideradas. Citaremos algumas aqui:
1. Se o Dilúvio tivesse sido local, Noé não precisaria ter construído uma arca. Ele poderia ter migrado para qualquer outro local longe da inundação.
2. Sem um dilúvio universal não haveria a necessidade de juntar os animais. Num dilúvio local todos os outros animais fora do perímetro da inundação continuariam preservados.
3. O relato bíblico em Gênesis 7:19, afirma que “todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu foram cobertos”. Essa afirmação é uma questão de física. A água busca seu próprio nível! Se apenas um alto monte tivesse sido coberto, como o Ararate, por exemplo, as águas teriam atingido todo o planeta.
4. Gênesis 7:11 claramente afirma que todas as fontes do grande abismo se romperam. O grande abismo nesse caso se refere às profundezas oceânicas. Esse cenário sem dúvida reforça a ideia de um dilúvio universal.
5. As dimensões espetaculares da arca construída por Noé não parecem concordar com a ideia de que ela teria servido apenas como escape de um dilúvio local..
6. As inundações locais mais severas e destrutivas da História da humanidade duraram apenas poucos dias. Mas o dilúvio bíblico durou por um período de um ano. Esse período aponta para uma inundação sem prescendentes!
7. Além dos capítulos 6 e 7 de Gênesis, a Bíblia Sagrada confirma um dilúvio universal em diversas outras passagens. No Novo Testamento, por exemplo, o apostolo Pedro em suas epístolas se refere a um dilúvio universal (1 Pedro 3:20; 2 Pedro 2:5). Além disso, o próprio Jesus parece ter ensinado sobre as proporções mundiais do dilúvio (Mateus 24:37-39; Lucas 17:26,27). Por fim, o escritor de Hebreus também indica um dilúvio universal em sua epístola (Hebreus 11:7).
13.2 - De onde vieram as águas do Dilúvio?
A principal questão levantada por quem contesta a ideia de um dilúvio universal, é a questão da origem das águas desse dilúvio. Segundo quem pensa assim, não existiria água suficiente disponível no planeta para provocar um dilúvio universal na Terra. Então, de onde teria vindo tanta água no dilúvio?
Sobre isto, o livro de Gênesis informa de maneira clara e direta de onde vieram as águas do dilúvio:
No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, E houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites. (Gênesis 7:11-12)
Em primeiro lugar, precisamos saber que a Terra foi profundamente alterada pelo dilúvio. Isso significa que no período antediluviano as condições de vida na Terra, principalmente referente ao clima, eram bem diferentes das condições atuais.
Não sabemos muitas coisas sobre o período antediluviano. Os relatos bíblicos parecem indicar que a chuva, assim como a conhecemos hoje (principalmente de forma torrencial), ainda não havia ocorrido antes do dilúvio. Parece que um tipo de vapor era o responsável por regar a terra.
Se considerarmos o texto de Gênesis 1:6-8, esse vapor de água estaria suspenso na atmosfera. Essa condição poderia proporcionar um clima essencialmente diferente do que temos na atualidade. Isso talvez explique o fato de existirem fósseis de animais tropicais e depósitos de carvão em regiões polares. Tudo isso evidencia uma repentina mudança climática.
Esse vapor de água, pelo menos em quantidade, parece ser muito diferente do vapor presente atualmente em nossa atmosfera. Se todo o vapor atual caísse sobre a terra, não seria capaz de cobri-la por completo como aconteceu no dilúvio. Outra questão que precisa ser considerada é que no dilúvio universal ocorreu uma grande elevação do nível das águas oceânicas (Gênesis 7:11).
Seja como for, o que realmente importa é que para Deus, o criador de todas as coisas, não seria nada difícil prover água para que um plano arquitetado por Ele mesmo fosse realizado. Neste ponto, as evidências cientificas inevitavelmente são ofuscadas pela fé. Portanto, biblicamente a melhor interpretação é aquela que diz que o dilúvio foi universal.
14. O que era um Nefilim segundo a Bíblia?
A Bíblia diz que os nefilins eram heróis famosos da antiguidade, antes do Dilúvio. Seus pais eram os “filhos de Deus” e as “filhas dos homens” (Gênesis 6:4). Os nefilins morreram no dilúvio.
14.1 - Quem eram os “filhos de Deus”?
A Bíblia não diz quem eram os filhos de Deus. As duas teorias mais populares são:
· Os anjos – em algumas partes da Bíblia os anjos são chamados filhos de Deus
· As pessoas que seguem a Deus – quem ama e se dedica a Deus é adotado como Seu filho
A Bíblia diz que os anjos são seres espirituais que não se casam nem têm relações sexuais (Marcos 12:25; Hebreus 1:14). Os demônios também são espíritos, não têm corpo físico. Por isso, não podiam ter relações com mulheres humanas. Além disso, a Bíblia provavelmente não chamaria esses anjos ou demônios de “filhos de Deus” se tivessem feito algo tão repugnante. A Bíblia chama os nefilins de homens, não seres híbridos.
É mais provável que os “filhos de Deus” foram homens tementes a Deus que se casaram com mulheres que não temiam a Deus, que provavelmente os desviaram de seus bons caminhos. Seus filhos se tornaram poderosos e famosos, talvez por causa da mistura de bons valores (determinação, lealdade, trabalho árduo...) com maus valores (crueldade, violência...). Mas isso é só especulação, a Bíblia apenas diz que eram heróis, sem explicar porquê.
14.2 - O que significa e quem eram os nefilins?
A palavra nefilim vem da derivação de “naphal” e a tradução que mais se aproxima é “ele caiu”. Na Bíblia, aparece apenas duas vezes: em Gênesis 6:4 e em Números 13:33. A Septuaginta (é uma das primeiras traduções do Antigo Testamento) a tradução está em uma palavra grega em que o significado é “nascido da terra”. No decorrer do tempo, as traduções que sucederam mudaram para “gigantes”.
Na época da Reforma Protestante, Martinho Lutero fez a tradução desse termo algo como “tiranos”. Por isso, quando se diz que nefilim é gigante, pode mesmo ser um erro, pois pelo que podemos entender, o significado mais perto, mais correto é algo como “homens caídos”, tipo homens corrompidos.
Portanto, a interpretação mais aceite diante disso seria que, os nefilins eram um povo da antiguidade com uma alta estatura e não seres espirituais vivendo entre os humanos.
Existiram outros povos no Antigo Testamento, que foram citados com características parecidas com os nefilins, tais como: anaquins e os refains (Deuteronômio 2:21). Podemos perceber, pelo versículo, que os anaquins também foram um povo alto, ditos como gigantes.
Podemos, assumir então que, provavelmente, os nefilins não eram “anjos caídos” que viveram na terra e tiveram relações sexuais com as mulheres. Isso parece ser muito duvidoso principalmente na questão bíblica no que diz respeito sobre seres espirituais e relação com seres humanos.
Eram, portanto, um povo antigo, com uma alta estatura e foram conhecidos por sua maldade, assim eram homens caídos por sua conduta, modo de viver.
14.3 - E quem eram os anaquins?
Pelo relato de Números 13:22-33, os anaquins habitavam perto de Hebrom e eram filhos de Enaque e também de alta estatura e que até os espias haviam feito o comentário de que esse povo era muito forte e alto.
Foi nesse contexto que os doze espias olharam pela primeira vez os anaquins e, dez dos espias falaram com muito medo, pois justamente eram de alta estatura e, eles eram como “gafanhotos” (Números 13:28-33; Deuteronômio 1:28).
Pelo fato da alta estatura deles e pela força, veio a comparação aos homens gigantes dentre os emins e refains (Deuteronômio 2:10; Deuteronômio 11:20-21; Deuteronômio 9:1-3).
Não temos registros bíblicos concretos da aparência ou associação anaquins.
14.4 - Golias, o guerreiro invencível
Golias era um guerreiro filisteu conhecido por seu tamanho muito grande. Ele tinha quase três metros de altura! Sua armadura muito pesada cobria quase todos os pontos fracos e ele estava armado com uma lança, um dardo e uma espada. Seu equipamento era feito de bronze, um metal muito bom para criar armas e que pouca gente sabia usar nessa altura (1 Samuel 17:5-7). Golias era o guerreiro ideal, com todo o equipamento mais avançado da época.
Quando os filisteus se juntaram para lutar contra os israelitas, os dois exércitos acamparam cada um em uma colina, com um vale entre eles. Os filisteus enviaram seu campeão Golias para desafiar o campeão dos israelitas a um duelo (1 Samuel 17:8-9). Mesmo não cumprindo o acordo de se renderem ao vencedor, o exército do campeão que perdesse ficaria desmoralizado e certamente perderia a guerra.
Nenhum dos guerreiros israelitas queria lutar contra Golias. Ele era demasiado forte para ser vencido. Nem mesmo o rei Saul, que era muito alto, teve coragem de enfrentar Golias (1 Samuel 17:11). Durante 40 dias Golias esperou por um adversário.
Ver também 2 Samuel 21,16-22
Obs: houve gigantes na terra antes e depois do diluvio.
Por: Marco Antônio Lana (Teólogo Bíblico)
Nenhum comentário:
Postar um comentário