SEGUNDO MANDAMENTO – NÃO FARÁS
IMAGENS DE ESCULTURAS
“Portanto, meus amados,
fugi da idolatria” (1Cor 10,14)
O segundo mandamento
proíbe a idolatria, adoração de ídolo, imagem de um deus ou qualquer objeto de
culto.
“4 “Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma
imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. 5 Não te
prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor, o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos
pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, 6 mas trato
com bondade até mil gerações aos que me amam e obedecem
aos meus mandamentos.” (Ex
20,4-6);
“No dia em que o Senhor lhes falou do meio do fogo em Horebe, vocês não
viram forma alguma. Portanto, tenham muito cuidado, para que não se corrompam e não
façam para si um ídolo, uma imagem de qualquer forma semelhante a homem ou
mulher, ou a qualquer animal da terra ou
a qualquer ave que voa no céu, ou a
qualquer criatura que se move rente ao chão ou a qualquer peixe que vive nas
águas debaixo da terra. E para que, ao
erguerem os olhos ao céu e virem o sol, a lua e as estrelas, todos os corpos
celestes, vocês não se desviem e se prostrem diante deles, e prestem culto
àquilo que o Senhor, o seu Deus, distribuiu a todos os povos debaixo do céu.” (Dt 4,15-19).
I.
INTRODUÇÃO.
O
primeiro mandamento estabelece a adoração somente a Deus e a mais ninguém. A
ordem do segundo mandamento é para adorar a Deus diretamente, sem mediação de
qualquer objeto. A idolatria é o primeiro dos três pecados capitais na tradição
judaica. “a idolatria, a impureza e o derramamento de sangue”. Os cristãos
devem se abster da contaminação dos ídolos – “Pelo
contrário, devemos escrever a eles, dizendo-lhes que se abstenham de comida
contaminada pelos ídolos, da imoralidade sexual, da carne de animais
estrangulados e do sangue.” (At 15,20).
II.
PROIBIÇÃO À IDOLATRIA.
1.
Ídolo e imagem.
O termo hebraico empregado aqui para a
“imagem de escultura” – “Não farás para ti imagem de
escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra.” (Ex 20,4); “8
Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há
em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra” (Dt
5,8) – é péssel, usado no Antigo Testamento para designar os deuses – “Tornarão atrás e confundir-se-ão de vergonha
os que confiam em imagens de escultura, e dizem às imagens de fundição: Vós
sois nossos deuses.”
(Is 42,17), como Aserá, a divindade dos cananeus – “Também pôs uma imagem de
escultura, do bosque que tinha feito, na casa de que o SENHOR dissera a Davi e
a Salomão, seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos
de Israel, porei o meu nome para sempre;”. (2 Rs 21,7). Esses ídolos eram
esculpidos em pedra, madeira ou metal – “NÃO fareis para vós ídolos, nem vos
levantareis imagem de escultura, nem estátua, nem poreis pedra figurada na
vossa terra, para inclinar-vos a ela; porque eu sou o SENHOR vosso Deus.” (Lv 26,1); “Congregai-vos, e vinde;
chegai-vos juntos, os que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em
procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus
que não pode salvar.” (Is 45,20); “Contra ti, porém, o SENHOR deu ordem que
não haja mais linhagem do teu nome; da casa dos teus deuses exterminarei as
imagens de escultura e de fundição; ali farei o teu sepulcro, porque és vil.”
(Na 1,14). A Septuaginta traduz péssel pela palavra grega eidolon, “ídolo”, a mesma usada no Novo
Testamento – “Portanto,
meus amados, fugi da idolatria.” (1Cor 10,14); “Filhinhos,
guardai-vos dos ídolos. Amém.” (1Jo 5,21). O
ídolo é um objeto de culto visto pelos idólatras como tendo poderes
sobrenaturais e a imagem é a representação do ídolo.
2.
Idolatria.
O termo “idolatria” vem de eidolon, “ídolo”
e latreia, “serviço sagrado, culto,
adoração”, idolatria é a forma pagã de adoração a ídolos, de adorar e
servir a outros deuses ou a qualquer coisa que não seja o Deus verdadeiro. É
prática incompatível com a fé judaico-cristã, pois nega o senhorio e a
sabedoria de Deus. Moisés e os profetas viam na idolatria a destruição de toda
base religiosa e ética dos israelitas, além de negar a revelação – “Guardai-vos e
não vos esqueçais da aliança do SENHOR vosso Deus, que tem feito convosco, e
não façais para vós escultura alguma, imagem de alguma coisa que o SENHOR vosso
Deus vos proibiu. Porque o SENHOR teu Deus é um fogo que consome, um Deus
zeloso. Quando, pois, gerardes filhos, e filhos de filhos, e vos envelhecerdes
na terra, e vos corromperdes, e fizerdes alguma escultura, semelhança de alguma
coisa, e fizerdes o que é mau aos olhos do SENHOR teu Deus, para o provocar à
ira;” (Dt 4,23-25).
3.
Semelhança ou figura.
A frase “Nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra,
nem nas águas debaixo da terra” (Êx 20,4b; Dt 5,8b), à luz de Deuteronômio
4,12.15, proíbe adorar o próprio Deus verdadeiro por intermédio de qualquer
objeto. A palavra hebraica para “semelhança”
é temunah, “aparência, representação,
manifestação, figura”. Sua ideia básica é de aparência externa, ou seja,
uma imagem vista numa visão (Nm 12,8; Dt
4,12.16-18, Jô 4,16; Sl 17,15). Essa proibição inclui a representação de
coisas materiais como homens e mulheres, pássaros e animais terrestres, peixes
e corpos celestes – “Para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem
esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou mulher; Figura de
algum animal que haja na terra; figura de alguma ave alada que voa pelos céus;
Figura de algum animal que se arrasta sobre a terra; figura de algum peixe que
esteja nas águas debaixo da terra; Que não levantes os teus olhos aos céus e
vejas o sol, e a lua, e as estrelas, todo o exército dos céus; e sejas impelido
a que te inclines perante eles, e sirvas àqueles que o SENHOR teu Deus repartiu
a todos os povos debaixo de todos os céus.” (Dt
4,16-19).
III.
AMEAÇAS E PROMESSAS.
1.
O Deus zeloso.
O
adjetivo hebraico qanna “zeloso”,
aparece apensa cinco vezes no Antigo Testamento e está associado ao nome divino
el, “Deus”. O zelo de Jeová consiste
no fato de ser Ele o único para Israel, e este não deveria partilhar o amor e a
adoração com nenhuma divindade das nações. Esse direito de exclusividade era
algo inusitado na época e único na história das religiões, pois os cultos
pagãos antigos eram tolerantes em relação a outros deuses.
·
“Não
te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus
zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta
geração daqueles que me odeiam.” (Ex
20,5; ver Êx 34,14; Dt 4,24; Dt 5,9; Dt 6,15)
2.
As ameaças.
A expressão “terceira e quarta geração” indicam qualquer número ou plenitude e
não refere necessariamente à numeração matemática, pois se trata a máxima comum
na literatura semítica.
·
“Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus,
sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e
quarta geração daqueles que me odeiam.” (Ex 20,5; ver
Dt 5,9; Am 1,3.6.11.13; 2,1.4.6; Pr 30,15.18.21.29).
O objetivo aqui é contrastar o castigo
para “terceira e quarta geração” com
o propósito de Deus de abençoar a milhares de geração.
3.
As promessas.
Salta
à vista de qualquer leitor a diferença entre castigo e misericórdia de Deus
chega a mil gerações sobre os que guardam os mandamentos divinos.
·
“E faço
misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.” (Ex 20,6; ver Dt 5,10).
Muito
cedo na nossa história, o nosso Deus revela que seu amor ultrapassa
infinitamente o juízo.
IV.
O CULTO VERDADEIRO.
1.
Adoração.
O
segundo mandamento proíbe fazer imagem de esculturas e também de se prostrar
diante dela para adore-la – “não te
encurvarás a elas, nem as servirás” (Ex 20,5; Dt 5,9). Adoração é serviço
sagrado, culto ou reverencia a Deus por suas obras. É somente a Deus qe se deve
adorar (Mt 4,10; Ap19,10; 22,8-9)
2.
Deus é espírito.
O
Catecismo Maior de Westminster (1648) declara que “Deus é Espírito, em si e
por si infinito em seu ser (Jo 4,24; Êx 3,14; Jó 11,7-9)” O espírito é substancia imaterial e invisível,
diferentemente da matéria. É também indestrutível, pois o “espírito não tem carne e nem ossos” (Lc 24,39). Além de a Bíblia
afirmar que Deus é espírito, declara também de maneira direta que Ele é
invisível (Cl 1,15; 1Tm 1,17). Assim, a espiritualidade que tem Deus como alvo
é incompatível com as imagens dos ídolos.
3.
Deus é imanente e transcendente.
A
imanência é a forma de relacionamento de Deus com o mundo criado e
principalmente com os seres humanos e sua história. O Salmo 139 é um exemplo clássico.
A transcendência significa que Deus é um ser que não pertence à criação, não faz
parte dela, transcende a toda matéria e a tudo que foi criado (Jo 17,5.24;
Cl1,17; 1Tm 6,16). O exclusivismo da sua adoração é natural porque Deus é incomparável;
ninguém há como Ele no universo (Rm 11,33-36)
V.
AS IMAGENS E O CATOLICISMO ROMANO
O Catolicismo exige que todos os Católicos
"venerem" estátuas ou imagens de Cristo, Maria e outros:
"As
santas imagens, presentes em nossas Igrejas e em nossas casas, destinam-se a
despertar e a alimentar a nossa fé no mistério de Cristo. Através do ícone de
Cristo e das suas obras salvíficas, é a ele que adoramos. Através das santas
imagens da santa mãe de Deus, dos anjos e dos santos, veneramos as pessoas
nelas representadas." P. 335, #1192 Catecismo
da Igreja Católica (1994)
Sem levar em conta o que as estátuas
representam, uma coisa é certa - elas transgridem as instruções de Deus. Quando
Deus deu os Dez Mandamentos, o segundo foi:
"Não
farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do
que há em cima nos céus, nem embaixo na terra." Êxodo 20,4
Deus também ordenou:
"Nem
levantarás coluna, a qual o
Senhor teu Deus odeia." Deuteronômio 16,22
A Bíblia conclui que aqueles que fazem ou
possuem estátuas estão corrompidos:
"Guardai,
pois, cuidadosamente a vossa alma, pois aparência nenhuma vistes no dia em que
o Senhor, vosso Deus, vos falou em Horebe, no meio do fogo; para que não vos
corrompais e vos façais alguma imagem esculpida na forma de ídolo, semelhança
de homem ou de mulher." Deuteronômio 4,15-16
Deus declara novamente sua posição:
"Guardai-vos,
não vos esqueçais da aliança do Senhor, vosso Deus, feita convosco, e vos
façais alguma imagem esculpida, semelhança de alguma cousa que o Senhor, vosso
Deus, vos proibiu." Deuteronômio 4,23
A Palavra de Deus também proíbe expressamente
as pessoas de se curvar diante das imagens, o que é costume na Igreja Católica.
Sempre que você vir o Papa ajoelhando-se em frente a Maria, você deveria pensar
sobre estes versos da Escritura Sagrada:
"Não
as adorarás nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus,
Deus zeloso…" Êxodo 20,5
No Novo Testamento o apóstolo Paulo explica
porque Deus é tão categórico contra os ídolos:
"Que
digo, pois? que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o próprio ídolo
tem algum valor? Antes digo que as cousas que eles sacrificam é a demônios que as sacrificam, e não a Deus; e eu
não quero que vos torneis associados aos demônios." 1 Coríntios 10,19-20
Atrás de cada ídolo há um demônio literal, e
Deus não deseja associação alguma com demônios. Não é de admirar que Deus
proíba o uso de ídolos:
"Não vos virareis para os ídolos,
nem vos fareis deuses de fundição. Eu sou o Senhor, vosso Deus." Levítico
19,4
Deus odeia a idolatria:
"Mas
agora vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for
impuro, ou avarento,ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou
roubador; com esse tal nem ainda comais." 1 Coríntios 5,11
"Sabei,
pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem
herança no reino de Cristo e de Deus." Efésios 5,5
Aqui Deus declara que os idólatras não entrarão
no céu. Os próximos versos alertam:
"Ninguém
vos engane com palavras vãs, porque por estas cousas vem a ira de Deus
sobre os filhos da desobediência." Efésios 5,6
Será que a Igreja Católica está enganando você com
palavras vãs? Decida por você mesmo.
1.
Origem desta doutrina
O Catolicismo reconhece que esta doutrina não
veio de Deus:
"Na
trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos padres, e da
tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que
habita nela, definimos com toda a certeza e acerto que as veneráveis e santas
imagens, bem como as representações da cruz preciosa e vivificante, sejam elas
pintadas, de mosaico ou de qualquer outra maneira apropriada, devem ser colocadas
nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre
paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos..." P. 327, #1161 Catecismo
da Igreja Católica (1994)
Esta doutrina veio dos "santos
padres" e da "tradição da Igreja Católica". Espera-se que você
creia que estes santos padres foram "divinamente inspirados" para
violar a Palavra de Deus? Você pode aceitar isto?
O salmista nos ensina ainda mais sobre este
assunto:
"Os
ídolos das nações são prata e ouro, obras das mãos dos homens. Têm boca e não
falam; têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem, pois não há alento de
vida em sua boca. Como eles, se tornam os que os fazem, e todos os que neles
confiam." Salmo 135,15-18 Catecismo da Igreja Católica (1994)
Em outras palavras, como um ídolo é surdo e
mudo, também todos os que fabricam ídolos e neles confiam são débeis mentais.
Esta é uma admoestação poderosa de um Deus
amoroso e compassivo.
VI.
CONCLUSÃO.
A Igreja Católica determina que os ídolos
"despertam e alimentam" sua fé no "mistério de Cristo". Mas
a Palavra de Deus proíbe o seu uso. A quem você vai obedecer?
"Não
fareis para vós outros ídolos, nem vos levantareis imagem de escultura, nem
poreis pedra com figuras na vossa terra, para vos inclinardes a ela; porque eu
sou o Senhor, vosso Deus." Levítico
26,1
"Negligenciando
o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens." Marcos 7,8
Devemos
ter discernimento para distinguir ídolos de objetos meramente decorativos. Tudo
aquilo que a pessoa ama mais que a Deus torna-se idólatra (Ef 5,5; Cl 3,5). A Bíblia
não proíbe as artes, nem a escultura em si mesma e nem a pintura. Deus mesmo inspirou
artistas entre os israelitas no deserto (Êx 35,30-35). O rei Salomão mandou esculpir
querubins na parede e touros e leões
para decorar o templo (1Rs 6,29; 7,29) e o palácio real (1Rs 10,19-20), mas
nunca com o objetivo de que tis objetos fosse adorados.
Marco Antonio Lana (Teólogo)
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