VIVENDO NO AMOR DE DEUS - LIÇÃO 12 – A BASE DA NOSSA SEGURANÇA
“É como está escrito: Coisas que os olhos
não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4),
tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (1Cor
2,9).
I.
INTRODUÇÃO.
Em época de
eleições, nosso país, assim como tanto outros, vive momentos de euforia por
parte de alguns, expectativas por outros e ainda segurança por parte daqueles
que estão desacreditados e desesperançados com tantas promessas e tão pouco
cumprimento das mesmas por parte de nossos governantes. Com a igreja não tem
sido diferente. Há os que estão apostando tudo nela, os que estão desconfiados
de suas propostas e os que já não acreditam mais no discurso da igreja. Estão
decepcionados com ela.
A verdade é que
os sentimentos se misturam e se confundem em meio a tantas vozes dissonantes. E
o cristão que leva a Deus a sério, como ficar? Como ele deve se comportar em
relação ao que tem acontecido em nosso país e ao redor do mundo, e também na
igreja?
Qual deve ser
nossa atitude em relação àquelas pessoas que se sentem inseguras ou
decepcionada?
Devemos
aproveitar as oportunidades para falar do amor de Deus ao mundo, apresentar o
plano da salvação àqueles que estão na dúvida, e ter uma atitude que demonstre
nossa segurança e confiança em Deus. Você deve estar se perguntando: que bases
comprovam que nós, cristãos, estamos seguros em meio a tanta insegurança? É o
que veremos em seguir.
II.
PORQUE
DEUS ESTÁ EM NÓS
“12. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos
amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito. 13.
Nisto é que conhecemos que estamos nele e ele em nós, por ele nos ter dado o
seu Espírito. 14. E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como
Salvador do mundo. 15. Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus,
Deus permanece nele e ele em Deus.” (1Jo 4,12-15).
O argumento do
apóstolo parte do princípio de que nossas segurança está baseada no fato de que
Deus está em nós. As suas afirmações são claras e contundentes. Ele diz: “Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece
em nós” (v 12). Se Ele permanece, é porque já está em nós, pois só pode
permanecer em determinado lugar quem já está lá. No verso 13, o apóstolo
reforça ainda mais essa ideia quando diz: “Nisto
é que conhecemos que estamos nele e ele em nós, por ele nos ter dado o seu
Espírito.” (v 13). João diz ainda; “.
Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele
em Deus.” (v 15).
Pelo menos três
sentenças podem ser destacadas dos versículos 13-15 que evidenciam claramente a
afirmação do apóstolo de que Deus está no salvo por Jesus. São marcas que
confirmam a nossa segurança.
1. Recebemos o Espirito Santo.
“Nisto é que conhecemos que estamos nele e
ele em nós, por ele nos ter dado o seu Espírito.” (v 13).
Somente o
Espírito Santo pode trazer esta certeza de que Deus está em nós – “Não sabeis que sois o templo de Deus, e
que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Cor 3,16); “19. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que
habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos
pertenceis?” (1Cor 6,19); somente pelo Espírito é que confessamos a divindade de Jesus – “1. Caríssimos, não deis fé a qualquer
espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos
profetas se levantaram no mundo. 2. Nisto se reconhece o Espírito de Deus: todo
espírito que proclama que Jesus Cristo se encarnou é de Deus; 3. todo espírito
que não proclama Jesus esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo de
cuja vinda tendes ouvido, e já está agora no mundo. (1Jo 4,1-3); somente
pelo Espírito é que somos capacitados a amar – “23. Eis o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho Jesus
Cristo, e nos amemos uns aos outros, como ele nos mandou. 24. Quem observa os
seus mandamentos permanece em (Deus) e (Deus) nele. É nisto que reconhecemos
que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu.” (1Jo 3, 23-24);
somente pela graça do Espírito Santo é que podemos entender o ministério de
Deus em nós.
2. Temos o testemunho apostólico.
“E nós vimos e testemunhamos que o Pai
enviou seu Filho como Salvador do mundo.” (1Jo 4,14).
Outro argumento
que João usa para afirmar que Deus está em nós é a experiência objetiva da vida
do Filho à terra, da qual eles, os apóstolos, foram testemunhas oculares – “5. apareceu a Cefas, e em seguida aos
Doze. 6. Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a
maior parte ainda vive (e alguns já são mortos); 7. depois apareceu a Tiago, em
seguida a todos os apóstolos. 8. E, por último de todos, apareceu também a mim,
como a um abortivo.” (1Cor 15,5-8). “O
propósito de graça do Pai foi enviar o Seu Filho ao mundo como Salvador e
enviar o Seu Espírito aos nossos corações como testemunha. A certeza cristã
repousa no fato histórico e objetivo da missão do Filho e na experiencia
subjetiva interior do testemunho do Espirito” (Introdução e comentário de
I, II, III João – John Stott).
3. Recebemos Jesus pessoalmente como Filho de
Deus.
“14. E nós vimos e testemunhamos que o Pai
enviou seu Filho como Salvador do mundo. 15. Todo aquele que proclama que Jesus
é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus.” (1Jo 4,14-15).
O apóstolo
pressupõe que já passamos pela experiencia do novo nascimento, pois só quem já
nasceu de novo pode confessar Jesus publicamente como Filho de Deus – “2. Nisto se reconhece o Espírito de Deus:
todo espírito que proclama que Jesus Cristo se encarnou é de Deus; 3. todo
espírito que não proclama Jesus esse não é de Deus, mas é o espírito do
Anticristo de cuja vinda tendes ouvido, e já está agora no mundo.” (1Jo
4,2-3). “Portanto, se com tua boca
confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” (Rm 10,9).
III.
PORQUE
DEUS TEM AMOR POR NÓS.
“16. Nós conhecemos e cremos no amor que
Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus
e Deus nele. 17. Nisto é perfeito em nós o amor: que tenhamos confiança no dia
do julgamento, pois, como ele é, assim também nós o somos neste mundo. 18. No
amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor
envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor. (1Jo 4,16-18).
João descreve
Deus como amor. Ele diz: “Aquele que não
ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (1Jo 4,8). O amor é essência
de Deus, “pois Deus é amor”. O texto
não diz que o amor é Deus, mas que Deus é amor. “Se o amor é essencial em Deus, Ele não precisa necessariamente
manifestar Seu amor aos homens, mas na Sua essência Ele é amor” (o Ser de
Deus, de Heber C. De Campos).
1. Quais são as características do amor de
Deus descritas em 1Jo 4,16-18?
a)
O amor de Deus é essencial à nossa fé (v 16).
b)
O amor de Deus é imensurável em sua grandeza (v
17-18; Ef 3,18-19).
c)
O Amor de Deus nos enche de confiança (v 17).
d)
O amor de Deus encoraja o cristão a vencer o
medo (v 18).
2. A base da segurança do cristão está também
no fato de que Deus tem amor por nós.
Entretanto,
alguns passos são necessários para que o amor de Deus seja visto em nós.
a)
Precisamos crer no amor que Deus tem por nós (v
16).
b)
Precisamos conhecer o amor que Deustem por nós
(v 16; Rm 5,8).
c)
Precisamos experimentar o amor que Deus tem por
nós (v17; 1Jo 3,24; Jo 15,9-10).
“Deus é eterno assim como eternos são todos
os seus atributos. O amor de Deus por nós não foge à regra. O amor de Deus por
nós existe antes de haver mundo e existirá mesmo depois que este mundo for
renovado” (Heber C. De campos)
IV.
PORQUE
AMAMOS NOSSOS IRMÃOS.
“19. Mas amamos, porque Deus nos amou
primeiro. 20. Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso.
Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a
quem não vê. 21. Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a
seu irmão.” (1Jo 4,19-21).
Uma frase que
tocou-me profundamente foi: “Já tomei a
decisão de que vou amar a todos, mesmo que me custe a vida! Nisto coloquei o
meu coração. E isto farei. Algumas pessoas não gostam de mim, e já disseram
isso. Mas eu vou amá-las, e elas não poderão fazer nada para me parar”. (A.W.Tozer
em seu livro A Tragédia da Igreja –
Ausência de Dons).
A terceira base
de nossa segurança está no fato de que amamos os nossos irmãos. O que João está
querendo dizer na sua primeira epístola (1Jo 4,7-21) é que o amor a Deus não
somente se expressa em confidente atitude para com Ele, isenta de temor, mas num
efetuoso interesse por nossos companheiros cristãos. Sendo assim, podemos fazer
algumas afirmações.
1. Deus nos amou primeiro.
“19. Mas amamos, porque Deus nos amou
primeiro.” (v 19).
O amor divino é
a fonte de todo amor humano. O fato de Deus ter nos escolhido antes da fundação
do mundo – “4. e nos escolheu nele antes
da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus
olhos. 5. No seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por
Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade.” (Ef 1,4-5).
Comprova que toda a iniciativa de amor da parte de Deus é verdadeira.
2. Amar a Deus requer amar o irmão.
“20. Se alguém disser: Amo a Deus, mas
odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é
incapaz de amar a Deus, a quem não vê. 21. Temos de Deus este mandamento: o que
amar a Deus, ame também a seu irmão.” (v 20-21).
Alegar que
amamos o Pai quando odiamos os nossos irmãos é mentir (v 20). É ridículo um
homem dizer que ama a Deus quando odeia a seu irmão.
É mais fácil
amar e servir a um homem visível do que um Deus invisível. Se falharmos na
tarefa mais fácil, é muita pretensão querermos sucesso na mais fácil difícil.
“É uma falsa jactância quando alguém diz
que ama a Deus, mas negligencia a Sua imagem que está diante dos seus olhos”
(Calvino). A verdade, contudo, é clara. Toda pretensão de amor a Deus é ilusão,
se não vem acompanhada por um amor altruista e prático por nossos irmãos (1Jo 3,17; 4,19-20).
O amor de Deus
não deve ser somente pregado e apreciado, mas deve ser exercitado por nós. Se
Deus nos amou, devemos também amar nossos irmãos – “30. amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua
alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. 31. Eis aqui o segundo:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não
existe.” (Mc 12,30-31). Portanto, se não exercitamos esses dois grandes
mandamentos, a nossa vida não é cristã.
V.
CONCLUSÃO.
A base sólida de
nossa segurança está na combinação dos argumentos do apóstolo João de que, pelo
fato de sabermos que Deus está em nós, de que Ele tem amor por nós e de que nós
amamos os nossos irmãos, estamos seguros e protegidos. Por isso, o cristão não
tem que se desespera com as incertezas desta vida.
“Enquanto a presença de Deus é terror para
os impios, ela é matéria de conforto para os cristãos” (Heber C. De
Campos). Charnock diz que: “Ele enche o
inferno com Sua severidade, os céus com Sua glória, e o Seu povo com Sua
graça”.
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