A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 19 – O ESTABELECIMENTO DO TRONO.
Uma das realizações mais
relevantes do reinado de Davi foi estabelecer Jerusalém com sua cidade real e
como capital da nação. Todavia, essa foi mais uma conquista que o jovem que
obter.
1. A
CIDADE DE DAVI (2Sm 5,6-16).
Embora Jerusalém fosse
herança dos filhos de Benjamim (Js 18,21;Jz 1,21), estava em poder dos jebuseus
quando Davi foi ungido rei de Israel. Estes desafiaram e menosprezaram a Davi
(2Sm 5,6-8); mas a presença do Senhor dos Exércitos garantiu vitória ao novo
rei (2Sm 5,10). A fim de não provocar as tribos do norte, permanecendo em
hebrom, nem criar dificuldades com o sul, fixando-se no norte. Davi mudou a
capital para outro lugar.
Þ
POLITICAMENTE – era neutro, pois era
localizada na fronteira entre Judá e Benjamim, mas não era controlada por
nenhuma destas tribos, e sim pelos jebuseus.
Þ
GEOGRAFICAMENTE – era mais centralizada
do que hebrom ou Maanaim (atuais
capitais). E ao localizar sua cidade real numa fronteira entre os dois
segmentos do seu reino, Davi uniu o pais inteiro debaixo da sua monarquia sem
dar a aparência de subordinar um deles ao outro.
Þ
MILITARMENTE – era estratégica .
Jerusalém era uma fortaleza natural por causa da sua localização numa elevação
cercada por vales profundos em três lados; por iso os jebuseus tinham confiança
de que seus muros podiam ser facilmente defendidos.
Obs.:
Þ “6-16: A escolha de
Jerusalém como capital é um ato estratégico de Davi: tomando uma cidade que
ainda não pertencia a Israel, ele evita possíveis ciúmes entre as várias
tribos. O texto não fala propriamente de uma conquista. É provável que Davi
tenha feito um pacto com a dinastia sacerdotal que governava a cidade: Davi
seria o chefe político, e Sadoc o chefe religioso (cf. 2Sm 8,17 e Gn 14).”
Bíblia Pastoral.
2. DAVI
DERROTA OS FILISTEUS (2Sm 5,17-25).
Cronologicamente é
provável que o ataque pelos filisteus tenha seguido imediatamente aos
acontecimentos do v.3, se deu antes da captura de Jerusalém (vs. 6-14). Esta é
a sugestão da Bíblia de Estudo NVI, acreditando que o autor organizava por
temas.
Enquanto Davi era rei
apenas em Judá, os filisteus se contentavam em tolerar seu poder, quando foi
proclamado rei de todo Israel, resolveram destruí-lo.
Ao consultar ao Senhor,
Davi demonstra toda sua dependência de Deus e consciência de que a vitória esta
nas mãos dEle (2Sm 5,19). Mas também é interessante notar como o Senhor dá a
estratégia correta para derrotar os adversários (2Sm 5,23-25).
Obs.:
Þ “17-25:
Os filisteus se assustam com o crescente poder de Davi e tentam conservar os
territórios conquistados. Davi, porém, os encurrala cada vez mais junto à costa
marítima.” – Bíblia Pastoral.
3. A
ARCA É LEVADA PARA JERUSALEM (2Sm 6,1-23).
Por simbolizar a
presença de Deus (2Sm 6,1-2), Davi queria levar a arca da aliança para
Jerusalém, retirando-a da casa de
Abinadade onde ficou depois de ter sido capturada pelos filisteus (1Sm 7,1-2).
Ale disso, com a arca em Jerusalém, a vida religiosa e política de Israel
poderiam obter unidade.
Os israelitas foram
instruídos que somente os levitas poderiam carregar a arca e que ela não
deveria ser tocada (Ex 25,12-25; Nm 4,15-20; Dt 10,8). Por isso que Oza morreu
ao segurar a arca (2Sm 6,6-7). “Davi ficou contrariado” (2Sm 6,8a),
porque sua intenção era agradar a Deus ao trazer a arca para Jerusalém e, de
repente, vê uma severa advertência divina que não seria facilmente esquecida;
mas isso lhe aumentou o temor do Senhor.
Após permanecer três
meses na casa de Obed-Edom (2Sm 6,11), a araçá entrou na cidade sob as bênçãos
de Deus. Davi comemorou com dança e muita alegria diante do Senhor (2Sm
6,14-15). Micol, filha de Saul, reprova a expressão de louvor do novo rei,
sendo punida com a impossibilidade de ter filhos até final de sua vida (2Sm 6,16.20-23).
Obs.:
Þ 6,1-23:
A arca era, por excelência, o sacramento da religião das tribos. Colocando-a em
Jerusalém, Davi se serve da religião para consolidar politicamente o seu
reinado. O episódio dos vv. 6-10, porém, mostra que a religião está acima da
política e não pode ser manipulada por ela. Ao mesmo tempo, o texto deixa claro
que a sacralidade da arca não impede a expressão religiosa popular, em clima de
alegria e festa. Deus não se deixa manipular por estruturas e instituições por
melhores que sejam; mas está sempre perto da vida do povo. Participando da
religiosidade popular, Davi está se comprometendo a conduzir o povo segundo o projeto
de Deus.
4. A
ALIANÇA DO SENHOR COM DAVI (2Sm 7,1-29).
A aliança de Deus com
Davi é antecedida à sua preocupação com um local digno para a arca de Deus (2Sm
7,1-2).a resposta do Senhor, dada por intermédio de Nata, expressa em três
promessas eterna - uma linhagem real, um
reino e um trono (2Sm 7,4-17). Nisto constitui a aliança davídica.
A reação de Davi,
mediante estas grandes e preciosas promessas, não poderia ser outra, senão,
louvor e adoração, reconhecendo a soberania e o poder de Deus sobre o seu povo
e a historia (2Sm 7,18-29). Interessante notar que, ao anunciara a Maria, o
nascimento do Rei Jesus, o anjo Gabriel fez menção das palavras da aliança
davídica (Lc 1,32-33).
Obs.:
Þ “7,1-17:
Davi quer construir uma casa, isto é,
um templo para Javé. Javé recusa, pois está presente no meio do povo que luta
pela vida e liberdade. Em troca, é Javé quem vai construir uma casa, isto é,
uma dinastia para Davi: o poder
político estará sempre nas mãos de seus descendentes.” – Bíblia Pastoral.
O oráculo é sem
dúvida um ato político que procura justificar e preservar o poder dinástico da
família de Davi, principalmente o poder de Salomão. As tribos do Norte, porém,
vão logo rebelar-se contra esse verdadeiro «ato institucional» (cf. 1Rs 12).
Esse texto fundou a
concepção messiânica, elaborada tanto no Antigo como no Novo Testamento. Com o
fracasso da realeza em Judá, o Messias (rei descendente de Davi) torna-se o rei
ideal que libertará o povo e o fará viver conforme a justiça e o direito (cf.
Is 11,1-9 e nota). O Novo Testamento vê a pessoa de Jesus como a realização da
promessa do Messias (Cristo=Ungido=Messias).
Þ
“18-29: O texto é uma espécie de resposta ao
oráculo de Natã (vv. 4-17). Talvez seja originariamente uma oração que os reis
costumavam repetir em alguma celebração solene, relembrando o sentido da função
política dentro de um povo que foi libertado por Javé.” – Bíblia Pastoral
5. VITORIAS
DE DAVI (2Sm 8,1-10,19)
Ao afirmar que o “o Senhor dava vitórias a Davi em
todos os lugares aonde ia” (2Sm 8,14), o autor está nos preparando para
relatar algumas vitórias – chaves que serviriam para que Israel pudesse possuir
e controlar a totalidade ao território da Palestina.
As realizações de Davi
tornavam possível a concretização da monarquia em Israel. Ele viu seu reino
prosperar em pelo menos em quatro áreas:
Þ
POLITICA – Uniu as doze tribos num só
governo e construiu uma equipe de auxiliares (8,15-18; 20,23-26).
Þ
ORGANIZAÇAO MILITAR – Venceu os
filisteus, os amonitas, os moabitas, os siros e outros, expandindo territórios.
Alem do exercito das tribos, dispunha de trinta e sete valentes extremamente
habilitados em guerra, que eram sua guarda pessoal e particular (2Sm 23,8-39).
Þ
PROSPERIDADE FINANCEIRA – Através dos
despojos das conquistas, dos tributos de paises conquistados, de recursos
naturais e presentes recebidos, o reino de Israel foi enriquecido. Afinal as
bênçãos prometidas em Dt 28,1-14 tinham agora
um ambiente favorável a seu comprimento.
Þ VIDA
ESPIRITUAL – Como salmista, Davi era um adorador por
excelência. A composição de setenta e três salmos demonstra que o rei de Israel
tinha coração de adorador. Um dos convites a seus súditos dizia – “Venham,
exultemos
em Javé,
aclamemos o Rochedo que
nos salva.
Entremos
com louvor
em sua presença,
vamos
aceita-lo cominstrumentos”. (Sl 95,1-2).
Obs.:
Þ “8,1-14:
O resumo das conquistas de Davi mostra que ele cumpriu a primeira parte do
contrato: livrar o povo de seus inimigos.” – Bíblia Pastoral
Þ “15-18: O
outro dever do rei era governar o povo, fazendo-o viver segundo a justiça e o
direito. O texto mostra que Davi cumpriu a segunda parte do contrato com o
povo. Os vv. 16-18 comprovam a formação inicial de uma burocracia estatal, que
se tornará bem mais complexa no tempo de Salomão.” – Bíblia Pastoral
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