Antes de ser elevado as alturas - "Dizendo isso elevou-se da (terra) à vista deles e uma nuvem o ocultou aos seus olhos.". (At 1,9), subindo à presença do Pai, Jesus deu ordem Expressa aos seus discípulos reunidos para aguardarem em Jerusalém até que fossem batizados com o Espírito Santo - "E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da promessa de seu Pai, que ouvistes, disse ele, da minha boca; porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui há poucos dias." (At 1,4-5). Os discípulos de Cristo não poderiam, de forma alguma, realizar a obra de Cristo sem a presença contínua de Seu Espírito. Esta era a grande promessa do Pai – At 1,4 – para os discípulos de Jesus eles receberiam grande poder, através do espírito santo que lhes seria dado., para realizarem a tarefa da qual Cristo lhes incumbira antes de subir aos céus - "mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo". (At 1,8).
Os discípulos obedeceram a esta orientação de Jesus e separaram unidos em oração - "Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago. Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele." (At 1,13-14) e no estudo das Escrituras - "Irmãos, convinha que se cumprisse o que o Espírito Santo predisse na escritura pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus.... Pois está escrito no livro dos Salmos: Fique deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite; e ainda mais: Que outro receba o seu cargo (Sl 68,26; 108,8)." (At 1,16-20), até que se cumpriu o tempo determinado por Deus para que eles tivessem a mais extraordinária experiência cristã, recebendo dos céus a comprovação de que Cristo tinha entrado no santuário celestial - "Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei". (Jo 16,7); "Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito". (Jo 14,26) e sentado à direita de Deus-Pai - "Mas, cheio do Espírito Santo, Estevão fitou o céu e viu a glória de Deus e Jesus de pé à direita de Deus: Eis que vejo, disse ele, os céus abertos e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus." (At 7,55-56); "Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus". (Cl 3,1), pois com o cumprimento de sua promessa - "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco". (Jo 14,16) a sua obra redentora estava concluída.
I. O DIA DE PENTECOSTES – At 2,1-4.
A vinda do Espírito Santo em Pentecostes marcou uma mudança crucial na maneira de Deus se relacionar a raça humana. Este evento nos assegura que Ele veio para realizar os propósitos de Deus no mundo, na Igreja e no crente individual.
Pentecostes era uma das três festas mais importantes do calendário judaico, nas quais deveriam comparecer perante o Senhor todos do sexo masculino (as outras duas eram a Páscoa e a Festa do Tabernáculo). Pentecostes ficou conhecido como “A festa das Semanas”, porque era comemorado no dia seguinte ao sétimo sábado depois da Páscoa – seria uma semana de semanas. Como isto perfaz 50 dias, o nome passou a ser “Pentecostes”, a palavra grega para “qüinquagésimo”. Esta festa era celebrada no inicio da colheita por isso é chamada de “dia das primícias” (primeiros frutos) - "No dia das Primícias, quando apresentardes ao Senhor uma oblação de grão novo na vossa festa das Semanas, tereis uma santa assembléia e a suspensão de todo o trabalho servil". (Nm 28,26).
Quando Lucas destaca - "Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar". (At 2,1) relacionado com Lv 23,15-21 e Dt 16,9-11 – é esta idéia que ele destaca. De fato, começando com a ressurreição de Cristo, como “as primícias dos que dormem” (1Cor 15,20), contando os quarentas dias nos quais Ele “se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis.” (At 1,3), somando os dias que os discípulos aguardaram em oração no cenáculo – (At 1,14-15), temos o período completo de que fala Lucas em At 2,1, quando ocorreu o evento da descida do Espírito Santo.
Pentecostes, quando veio o Espírito Santo, foi um dia de “primeiros frutos” – o inicio da colheita de Deus neste mundo, que será completada quando Cristo voltar à terra - "Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos". (At 2,41). Pentecostes traz consigo a idéia de “colheita” dos frutos . Depois que Jesus batizou a Igreja com o Espírito Santo ela está capacitada - "mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo". (At 1,8) a sai ao campo, que é o mundo - "O campo é o mundo. As boas sementes são os filhos do Reino. Os joios são os filhos do Maligno". (Mt 13,38), e colher os frutos de sua seara - "Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe". (Mt 9,38).
O dia de Pentecostes marcou o inicio da era do Espírito Santo; os novos tempos do relacionamento de Deus com o seu povo, que o apóstolo Paulo afirma ser o “ministério do Espírito”, inaugurado por Jesus - "quanto mais glorioso não será o ministério do Espírito!" (2Cor 3,8).
Este acontecimento tão importante no projeto de Deus para o seu povo deveria ser também inaugurado com evidencias extraordinárias que marcassem a história do povo de Deus. Uma nova revolução de Deus ao homem sempre é marcada com milagres e sinais sobrenaturais - "De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." (At 2,2-4).
II. OS RESULTADOS DE PENTECOSTES.
Observe a mudança ocorrida na vida dos discípulos de Jesus. Algo novo e surpreendente aconteceu com aquelas pessoas depois daquele Pentecostes especial. Veja, pelo menos, cinco resultados na vida dos discípulos.
1. Novo homem:
Não há duvidas, diante dos acontecimentos de Atos, que os discípulos tornaram novas pessoas depois da experiência de Pentecostes. Antes dela, todos se mostraram covardes e medrosos - "Mas tudo isto aconteceu porque era necessário que se cumprissem os oráculos dos profetas. Então os discípulos o abandonaram e fugiram". (Mt 26,56), negaram e traíram Jesus – Mc 14,66-72 – reuniram-se as escondidas - "Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco!" (Jo 20,19), estavam incrédulos e desanimados - "Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam". (Jo 21,3) com o trabalho do Mestre. Mas agora, que transformação. Tudo mudou, são de fato novas criaturas - "Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!" (2Cor 5,17).
2. Nova coragem:
Os textos acima nos revelam também que o batismo com o Espírito Santo lhes deu uma nova e surpreendente coragem para enfrentar a oposição, a critica, a perseguição e os inimigos. Veja a grande diferença na atitude de Pedro em – "Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo". (At 2,36), em contraste com Mc 14,66-71.
3. Nova capacitação:
Os discípulos, na maioria homens simples, agora receberam a capacitação para comunicar a Cristo - "mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo". (At 1,8), de maneira quem todas as nações ali representadas podiam ouvir a mensagem em sua própria língua – "Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar na sua própria língua." (At 2,4.6). isto é um milagre do Espírito Santo que dá capacidade para a evangelização. Os tímidos e medrosos tornaram-se intrépidos na evangelização do mundo, no poder do Espírito Santo – "Vendo eles a coragem de Pedro e de João, e considerando que eram homens sem estudo e sem instrução, admiravam-se. Reconheciam-nos como companheiros de Jesus. Agora, pois, Senhor, olhai para as suas ameaças e concedei aos vossos servos que com todo o desassombro anunciem a vossa palavra. Mal acabavam de rezar, tremeu o lugar onde estavam reunidos. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram com intrepidez a palavra de Deus." (At 4,13.29.31); "Pregava o Reino de Deus e ensinava as coisas a respeito do Senhor Jesus Cristo, com toda a liberdade e sem proibição". (At 28,31).
4. Nova Compreensão:
Os discípulos também obtiveram uma nova compreensão das Escrituras, isto porque o Espírito Santo é o interprete das Sagradas Escrituras - "Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará." (Jo 16,13-14); "Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar". (1Cor 2,14). O espírito ilumina o crente para que veja Jesus nas Escrituras e saiba entende-las e delas falar corretamente. Todo sermão de Pedro está baseado o 1.º Testamento, conhecido naqueles dias por todos: At 2,16-21.25-28.34-35.
5. Nova mensagem:
Agora os discípulos de Jesus tinham uma nova mensagem para o mundo: a mensagem do Evangelho – "Porque nele se revela a justiça de Deus, que se obtém pela fé e conduz à fé, como está escrito: O justo viverá pela fé (Hab 2,4)". (Rm 1,17). Veja a mensagem de Pedro, no primeiro sermão público, que aconteceu no primeiro avivamento espiritual na história da Igreja.
a) As profecias do 1.º Testamento começaram a se cumprir – At 2,16-21; conforme Jl 3.
b) Jesus crucificado, o centro da promessa dos profetas no 1.º Testamento, é o início de um novo relacionamento de Deus com os homens – At 2,22-35.
c) Jesus Cristo é o Messias, o filho de Deus – At 2,36.
d) Agora o caminho certo é arrependimento, perdão, batismo e unção do Espírito Santo – At 2,38.
III. O INÍCIO DA IGREJA CRISTÃ NO PENECOSTES.
Foi o Espírito Santo, depois do seu derramamento, que começou e fortaleceu a Igreja de Jesus Cristo, fazendo-s crescer.
1. Ele reuniu pessoas – At. 2,5-11; At 8,26-40; At 10.
Da mesma forma que no dia de Pentecostes, o dia inaugural da Igreja Cristã, o Espírito criou uma situação adequada, reunindo milhares de pessoas, de dezenas nações diferentes, para ouvirem o testemunho dos discípulos acerca de Jesus e sua obra, ainda hoje ele cria ambientes adequados, reúne pessoas para ouvir e capacita outros a falar e escrever a cerca da salvação.
2. Ele deu a mensagem – At 2,14-36; Mt 10,19.
Em cada ocasião o Espírito trouxe e continua trazendo à memória e ao coração do discípulo de Jesus a passagem das Escrituras, adequada para cada situação que ele enfrenta.
3. Ele convenceu do pecado – At 2,37-41; Jo 16,7-11.
O Espírito traz contrição à alma, compunge o coração, dá humildade ao homem para reconhecer-se pecador e coragem para buscar o perdão de Deus. Lá em Atos, assim como hoje, o Espírito é quem leva os homens a terem sede de mudança – “E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?” (At 2,37); “e, tirando-os para fora, disse: Senhores, que me é necessário fazer para me salvar?” (At 16,30).
4. Ele formou uma nova comunidade – At 2,42-47; 4,32-35.
Um novo povo surgiu – a Igreja. Pessoas com novos ideais, novo padrão de vida, nova maneira de ver e de relacionar com outras pessoas, nova esperança, nova fé. Pessoas que se unem em amor, experimentando uma comunhão ímpar, nunca vista antes. O Espírito aproxima as pessoas uma das outras e de Deus. O resultado é o surgimento da Igreja local, necessária para dar prosseguimento a esta divina comunhão.
5. Ele fortaleceu e fez crescer a Igreja – At 2,47b; 4,32a.
É esta obra contínua, ainda hoje, sendo do Espírito Santo a tarefa de fazer a Igreja crescer. È ele quem fortalece o povo de Deus e o faz multiplicar-se
IV. O DESENVOLVIMENTO DA IGREJA SOB A UNÇÃO DE PENTECOSTES.
A Igreja Cristã começou com o evento de Pentecostes e seu desenvolvimento se deu sob a orientação e direção do Espírito Santo. Alistaremos a seguir alguns exemplos de como isto se deu e continua se dando ainda hoje.
1. Levantando líderes espirituais nas igrejas.
O Espírito “enche” pessoas, capacitando-as para exercer funções chaves no Corpo de Cristo e liderar o povo de Deus. Todos que prestaram um serviço relevante a Deus e á Igreja, no livro de Atos, estavam “cheios do Espírito Santo”. Confira alguns casos:
a) Pedro – “Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e vós, anciãos,” (At 4,8).
b) Diáconos – “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço”. (At 6,3).
c) Estevão – “O parecer agradou a todos, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau, prosélito de Antioquia,.” (At 6,5); “Mas ele, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus.” (At 7,55).
d) Paulo – “Partiu Ananias e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, enviou-me para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo”. (At 9,17); “Todavia Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos nele.” (At 13,9).
e) Barnabé – “porque era homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor”. (At 11,24).
f) A Igreja toda – “E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus”. (At 4,31).
2. Dando aos crentes coragem para testemunhar. “Agora, eis que eu, constrangido no meu espírito, vou a Jerusalém, não sabendo o que ali acontecerá, senão o que o Espírito Santo me testifica, de cidade em cidade, dizendo que me esperam prisões e tribulações, mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contando que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus”. (At 20,22-24).
3. Guiando na boa disciplina da igreja. “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, não era teu? e vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. Então Pedro lhe disse: Por que é que combinastes entre vós provar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e te levarão também a ti.” (At 5,3-4.9).
4. Concedendo sabedoria, para boa administração da Igreja – “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço”. (At 6,3) e para a sua defesa – “Ora, Estevão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se, porém, alguns que eram da sinagoga chamada dos libertos, dos cireneus, dos alexandrinos, dos da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estevão; e não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava”. (At 6,8-10).
5. Fazendo a igreja crescer- “Assim, pois, a igreja em toda a Judéia, Galiléia e Samária, tinha paz, sendo edificada, e andando no temor do Senhor; e, pelo auxílio do Espírito Santo, se multiplicava”. (At 9,31).
6. Despertando visão, amor e compromisso missionário – “Ora, na igreja em Antioquia havia profetas e mestres, a saber: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo. Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram. Estes, pois, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre”. (At 13,1-4); “E dali navegaram para Antioquia, donde tinham sido encomendados à graça de Deus para a obra que acabavam de cumprir.Quando chegaram e reuniram a igreja, relataram tudo quanto Deus fizera por meio deles, e como abrira aos gentios a porta da fé”. (At 14,26-27).
7. Vocacionando e capacitando pastores/presbíteros – “Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue”. (At 20,28).
V. A EVANGELIZAÇÃO DO MUNDO SOB A DIREÇÃO DO ESPÍRITO SANTO.
Não podemos negar que o ensino neotestamentário revela que tudo o que o Espírito concede e faz pelo crente (regeneração, santificação, unção, dons, poder) é visando alcançar o mundo para Cristo. Não seria exagerado dizer que a “paixão” do Espírito Santo é Missões, pois a sua ação no crente e na Igreja é com propósito de que o mundo conheça o Evangelho de Jesus Cristo e, assim, tenha oportunidade de ser salvo – “Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”. (Gn 2,3); este ainda continua sendo o desejo de Deus.
1. O Espírito Santo dirige os obreiros para onde devem trabalhar.
Ele sabe a melhor estratégia, a melhor hora, lugar e pessoas para fazer o Evangelho se propagar até os confins da terra.
a) Filipe – foi usado para o Evangelho chegar à Samaria e à Etiópia, na África – “Mas um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai em direção do sul pelo caminho que desce de Jerusalém a Gaza, o qual está deserto. Disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco, que jubiloso seguia o seu caminho.” (At 8,26.29.39).
b) Pedro – levou o Evangelho aos gentios – “Estando Pedro ainda a meditar sobre a visão, o Espírito lhe disse: Eis que dois homens te procuram. Levanta-te, pois, desce e vai com eles, nada duvidando; porque eu tos enviei”. (At 10,19-20); “Disse-me o Espírito que eu fosse com eles, sem hesitar; e também estes seis irmãos foram comigo e entramos na casa daquele homem”. (At 11,12).
c) Barnabé e Paulo – levaram o Evangelho para além das fronteiras geográficas, culturais e raciais – “para anunciar o evangelho nos lugares que estão além de vós, e não em campo de outrem, para não nos gloriarmos no que estava já preparado”. (2Cor 10,16).
d) Paulo e Silas – levaram o Evangelho à Europa – “Atravessaram a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia; e tendo chegado diante da Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho permitiu. Então, passando pela Mísia, desceram a Trôade. De noite apareceu a Paulo esta visão: estava ali em pé um homem da Macedônia, que lhe rogava: Passa à Macedônia e ajuda-nos. E quando ele teve esta visão, procurávamos logo partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciarmos o evangelho”. (At 16,6-10).
2. O Espírito Santo dirige os crentes no cumprimento da “Grande Comissão”.
a) Começando em Jerusalém – At 2,4-11;
b) Causando a dispersão e alcançando Samaria, e, provavelmente, outros lugares – At 6,7; 8,1-4; 11,19-26.
c) Levando Pedro a Cesaréia – At 10,19-20; 11,12.
d) Levando Barnabé, Paulo e Silas para chegar aos confins da terra - Rm 15,18-19; 2Cor 10,16.
CONCLUINDO
No dia de Pentecostes. O espírito Santo desceu sobre todos quantos estavam no mesmo cenáculo, eu total de cerca de 120 pessoas. Aqui inaugura-se o tempo da obra do Espírito Santo. O restante da história de Atos, que deveria se chamar “Atos do Espírito Santo”, diz respeito a como esse dom se expandiu a ponto de abarcar todos os povos; tato os judeus – At 8,17; 9,17 – como gentios – At 10,44; 11,15-18 – Recebe-se o Espírito todo, de uma vez por todas, em um ato único (batismo), mas o enchimento dEle é um processo continuo (plenitude). Isto é, o crente deve buscar ser “cheio do Espírito Santo” a cada dia e todos os dias – Ef 5,18b – É por isso que, embora todo convertido seja batizado com o Espírito Santo, nem todo crente é igual aos demais na questão da experiência da presença habitante do Espírito Santo ou da vida espiritual que Ele nos concede. Os 120 receberam o Espírito Santo em – “E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem”. (At 2,4), mas tiveram a necessidade de serem “enchidos” novamente em – “E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus”. (At 4,31). Repetidamente precisavam buscar o enchimento do Espírito para uma vida cristã vitoriosa.
Marco Antonio Lana (Teologo)
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