sábado, 30 de junho de 2012

DOUTIRNA DO ESPIRITO SANTO - LIÇÃO 07 – O ESPIRITO SANTO NA VIDA DO CRENTE.


Ao estudar a questão do Espírito Santo na vida do crente, precisamos estabelecer, de princípio, que não existe salvação sem o Espírito Santo e que o Espírito Santo na vida do crente é a garantia da salvação. Paulo diz – “no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para o louvor da sua glória.” (Ef 1,13-14).

Quando Paulo esteve em Éfeso, encontrou alguns discípulos perguntou-lhes se haviam recebido o Espírito Santo quando creram. A resposta foi negativa – “Não, nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo”. (At 19,2). Paulo estranhou  a resposta e novamente interrogou – “Em que fostes batizados então? E eles disseram: No batismo de João.” (At 19,3). Paulo não descartou o batismo de João, ele simplesmente procurou  colocar em ordem a doutrina da salvação dizendo – “João administrou o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que após ele havia de vir, isto é, em Jesus.” (At 19,4). Naquele momento manifestou-se a presença do Espírito Santo na vida daqueles discípulos – “Quando ouviram isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus. Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam em línguas e profetizavam. E eram ao todo uns doze homens.” (At 19,5-7).

Partindo desta introdução que é o pano de fundo para esta lição, vamos considerar, a seguir, a atuação do Espírito Santo na vida do crente.

“Ninguém quer um Cristianismo frio, intelectual, sem alegria e sem frutos; e só o Espírito Santo na vida do crente pode proporcionar essas experiências para  o cristão” – John Stott.


I.                   O ESPÍRITO SANTO ILUMINA A MENTE DO CRENTE.

“Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Cor 3,16).

Paulo diz – “Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus.” (1 Cor 2,10); “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12,2); “...a vos renovar no espírito da vossa mente;” (Ef 4,23). O espírito conhece as profundezas de Deus. Só ele sabe realmente o que Deus pensa, é dessa maneira que podemos alcançar o milagre de termos a “mente de Cristo” (1Cor 2,14-16). Em – “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (2Cor 3,18) – está dito que o crente é trabalhado e transformado pelo Espírito à medida que, iluminado pelo mesmo Espírito, ele é capaz de contemplar a glória do Senhor como por um espelho. O crente vê a imagem de Cristo no espelho da Palavra de Deus. O Espírito Santo inspirou a Palavra, revelou a Palavra e continua iluminando a Palavra.

II.               O ESPÍRITO SANTO CONVENCE O CRENTE DO PECADO.

Não foi por acaso, ou pressionado pelas necessidades, que o filho pródigo resolveu voltar para casa de seu pai. A expressão “caído em si” de Lc 15,17 deixa claro que aquele moço foi convencido por alguém que ele estava em pecado e precisava confessar esse pecado à pessoa ofendida – “Disse-lhe o filho: Pai, pequei conta o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.” (Lc 15,21). O apóstolo João descreve este ministério do Espírito Santo em três dimensões – “E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais, e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.” (Jo 16,8-11).

III.           O ESPÍRITO SANTO ENSINA O CRENTE AS VERDADES DE DEUS.

João declara -  “Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras.” (Jo 16,13). Nos textos de Mt 20 e Lc 12,11-12, Jesus fala aos discípulos que na hora do aperto, da tribulação, da angustia, da opressão, dos tribunais, dos questionamentos, o Espírito Santo lhes daria sabedoria de forma tão profunda e poderosa que ninguém lhes poderia resistir.

O apóstolo João trabalha este assunto nestas palavras – “E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei.” (1Jo 2,27).

IV.             O ESPÍRITO SANTO GUIA O CRENTE.

Mais do que a expressão joanina “Ele vos guiará a toda a verdade” (Jo 16,13), Paulo diz aos gálatas – “Andai no Espírito” (Gl 5,16). Lucas,  descrevendo as viagens missionárias de Paulo, confirma a direção do Espírito Santo na vida do apóstolo – “Atravessaram a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia; e tendo chegado diante da Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho permitiu.” (At 16,6-7). Foi exatamente neta situação que o Espírito do Senhor guiou Paulo para a Macedônia – “De noite apareceu a Paulo esta visão: estava ali em pé um homem da Macedônia, que lhe rogava: Passa à Macedônia e ajuda-nos. E quando ele teve esta visão, procurávamos logo partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciarmos o evangelho.” (At 16,9-10).

CONCLUINDO

Resumindo o que foi dito neste capítulo, a atuação do Espírito Santo na vida do crente pode ser definida em três palavras: SOBRE – COM – NO.

1.       No 1.º Testamento Ele veio SOBRE algumas pessoas à sua escolha – Ex 35,30-31; Jz 14,6.19; Jz 15,14.
2.       Os Evangelhos mostram como ele morava COM os discípulos na Pessoa de Cristo – “a saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós.” (Jo 14,17).
3.       A partir do segundo capítulo de Atos em diante, a Bíblia diz que ele está No povo de Deus – “Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 9,19).

Marco Antonio Lana (Teologo)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

DOUTRINA DO ESPIRITO SANTO - LIÇAO 06 – O ESPÍRITO SANTO: DEPOIS DE PENTECOSTES.



Antes de ser elevado as alturas - "Dizendo isso elevou-se da (terra) à vista deles e uma nuvem o ocultou aos seus olhos.". (At 1,9), subindo à presença do Pai, Jesus deu ordem Expressa aos seus discípulos reunidos para aguardarem em Jerusalém até que fossem batizados com o Espírito Santo - "E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da promessa de seu Pai, que ouvistes, disse ele, da minha boca; porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui há poucos dias." (At 1,4-5). Os discípulos de Cristo não poderiam, de forma alguma, realizar a obra de Cristo sem a presença contínua de Seu Espírito. Esta era a grande promessa do Pai – At 1,4 – para os discípulos de Jesus eles receberiam grande poder, através do espírito santo que lhes seria dado., para realizarem a tarefa da qual Cristo lhes incumbira antes de subir aos céus - "mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo". (At 1,8).

Os discípulos obedeceram a esta orientação de Jesus e separaram unidos em oração - "Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago. Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele."  (At 1,13-14) e no estudo das Escrituras - "Irmãos, convinha que se cumprisse o que o Espírito Santo predisse na escritura pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus.... Pois está escrito no livro dos Salmos: Fique deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite; e ainda mais: Que outro receba o seu cargo (Sl 68,26; 108,8)." (At 1,16-20), até que se cumpriu o tempo determinado por Deus para que eles tivessem a mais extraordinária experiência cristã, recebendo dos céus a comprovação de que Cristo tinha entrado no santuário celestial -  "Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei". (Jo 16,7); "Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito". (Jo 14,26) e sentado à direita de Deus-Pai - "Mas, cheio do Espírito Santo, Estevão fitou o céu e viu a glória de Deus e Jesus de pé à direita de Deus: Eis que vejo, disse ele, os céus abertos e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus." (At 7,55-56); "Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus". (Cl 3,1), pois com o cumprimento de sua promessa - "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco". (Jo 14,16) a sua obra redentora estava concluída.

I.                  O DIA DE PENTECOSTES – At 2,1-4.

A vinda do Espírito Santo em Pentecostes marcou uma mudança  crucial na maneira de Deus se relacionar a raça humana. Este evento nos assegura que Ele veio para realizar os propósitos de Deus no mundo, na Igreja e no crente individual.

Pentecostes era uma das três festas  mais importantes do calendário judaico, nas quais deveriam comparecer perante o Senhor todos  do sexo masculino (as outras duas eram a Páscoa e a Festa do Tabernáculo). Pentecostes ficou conhecido como “A festa das Semanas”, porque era  comemorado no dia seguinte ao sétimo sábado depois da Páscoa – seria uma semana de semanas. Como isto perfaz 50 dias, o nome passou a ser “Pentecostes”, a palavra grega para “qüinquagésimo”. Esta festa era celebrada no inicio da colheita por isso é chamada de “dia das primícias” (primeiros frutos) - "No dia das Primícias, quando apresentardes ao Senhor uma oblação de grão novo na vossa festa das Semanas, tereis uma santa assembléia e a suspensão de todo o trabalho servil". (Nm 28,26).

Quando Lucas destaca - "Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar". (At 2,1) relacionado com Lv 23,15-21 e Dt 16,9-11 – é esta idéia que ele destaca. De fato, começando com a ressurreição de Cristo, como “as primícias dos que dormem” (1Cor 15,20), contando os quarentas dias nos quais Ele “se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis.” (At 1,3), somando os dias  que os discípulos aguardaram em oração no cenáculo – (At 1,14-15), temos o período completo de que fala Lucas  em At 2,1, quando ocorreu o evento da descida do Espírito Santo.

Pentecostes, quando veio o Espírito Santo, foi um dia de “primeiros frutos” – o inicio da colheita de Deus neste mundo, que será completada quando Cristo voltar à terra - "Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos". (At 2,41). Pentecostes traz consigo a idéia de “colheita” dos frutos . Depois  que Jesus batizou a Igreja com o Espírito Santo ela está capacitada -  "mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo". (At 1,8) a sai ao campo, que é o mundo - "O campo é o mundo. As boas sementes são os filhos do Reino. Os joios são os filhos do Maligno". (Mt 13,38), e colher os frutos de sua seara - "Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe". (Mt 9,38).

O dia de Pentecostes marcou o inicio  da era do Espírito Santo; os novos tempos do relacionamento de Deus com o seu povo, que o apóstolo Paulo afirma ser  o “ministério do Espírito”, inaugurado por Jesus - "quanto mais glorioso não será o ministério do Espírito!" (2Cor 3,8).

Este acontecimento tão importante no projeto de Deus para o seu povo deveria ser também inaugurado com evidencias extraordinárias que marcassem a história do povo de Deus. Uma nova revolução de Deus ao homem sempre é marcada com milagres e sinais sobrenaturais - "De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." (At 2,2-4).

II.               OS RESULTADOS DE PENTECOSTES.

Observe a mudança ocorrida na vida dos discípulos de Jesus. Algo novo e surpreendente aconteceu com aquelas pessoas depois daquele Pentecostes especial. Veja, pelo menos, cinco resultados na vida dos discípulos.

1.      Novo homem:

Não há duvidas, diante dos acontecimentos de Atos, que os discípulos tornaram novas pessoas  depois da experiência de Pentecostes. Antes dela, todos se mostraram covardes e medrosos - "Mas tudo isto aconteceu porque era necessário que se cumprissem os oráculos dos profetas. Então os discípulos o abandonaram e fugiram". (Mt 26,56), negaram e traíram Jesus – Mc 14,66-72 – reuniram-se as escondidas - "Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco!" (Jo 20,19), estavam incrédulos e desanimados - "Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam". (Jo 21,3) com o trabalho do Mestre. Mas agora, que transformação. Tudo mudou, são de fato novas criaturas - "Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!" (2Cor 5,17).

2.      Nova coragem:

Os textos acima nos revelam também que o batismo com o Espírito Santo lhes deu uma nova e surpreendente coragem para enfrentar a oposição, a critica, a perseguição e os inimigos. Veja a grande diferença na atitude de Pedro em – "Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo". (At 2,36), em contraste com Mc 14,66-71.

3.      Nova capacitação:

Os discípulos, na maioria homens simples, agora receberam a capacitação para comunicar a Cristo - "mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo". (At 1,8), de maneira quem todas as nações ali representadas podiam ouvir a mensagem em sua própria língua – "Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar na sua própria língua." (At 2,4.6). isto é um milagre do Espírito Santo que dá capacidade para a evangelização. Os tímidos e medrosos tornaram-se intrépidos na evangelização do mundo, no poder do Espírito Santo – "Vendo eles a coragem de Pedro e de João, e considerando que eram homens sem estudo e sem instrução, admiravam-se. Reconheciam-nos como companheiros de Jesus. Agora, pois, Senhor, olhai para as suas ameaças e concedei aos vossos servos que com todo o desassombro anunciem a vossa palavra. Mal acabavam de rezar, tremeu o lugar onde estavam reunidos. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram com intrepidez a palavra de Deus." (At 4,13.29.31); "Pregava o Reino de Deus e ensinava as coisas a respeito do Senhor Jesus Cristo, com toda a liberdade e sem proibição". (At 28,31).

4.      Nova Compreensão:

Os discípulos também obtiveram uma nova compreensão das Escrituras, isto porque o Espírito Santo  é o interprete das Sagradas Escrituras - "Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará." (Jo 16,13-14); "Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar". (1Cor 2,14). O espírito ilumina o crente para que veja Jesus nas Escrituras e saiba entende-las e delas falar corretamente. Todo sermão de Pedro está baseado o 1.º Testamento, conhecido naqueles dias por todos: At 2,16-21.25-28.34-35.


5.      Nova mensagem:

Agora os discípulos de Jesus tinham uma nova mensagem para o mundo: a mensagem do Evangelho – "Porque nele se revela a justiça de Deus, que se obtém pela fé e conduz à fé, como está escrito: O justo viverá pela fé (Hab 2,4)". (Rm 1,17). Veja a mensagem de Pedro, no primeiro sermão público, que aconteceu no primeiro avivamento espiritual na história da Igreja.

a)                As profecias do 1.º Testamento começaram a se cumprir – At 2,16-21; conforme Jl 3.
b)               Jesus crucificado, o centro da promessa dos profetas no 1.º Testamento, é o início de um novo relacionamento de Deus com os homens – At 2,22-35.
c)                Jesus Cristo é o Messias, o filho de Deus – At 2,36.
d)               Agora o caminho certo é arrependimento, perdão, batismo e unção do Espírito Santo – At 2,38.

III.           O INÍCIO DA IGREJA CRISTÃ NO PENECOSTES.

Foi o Espírito Santo, depois do seu derramamento, que começou e fortaleceu a Igreja de Jesus Cristo, fazendo-s crescer.

1.      Ele reuniu pessoas – At. 2,5-11; At 8,26-40; At 10.

Da mesma forma que no dia de Pentecostes, o dia inaugural da Igreja Cristã, o Espírito criou uma situação adequada, reunindo milhares de pessoas, de dezenas nações diferentes, para ouvirem o testemunho dos discípulos acerca de Jesus e sua obra, ainda hoje ele cria ambientes adequados, reúne pessoas para ouvir e capacita outros a falar e escrever a cerca da salvação.

2.      Ele deu a mensagem – At 2,14-36; Mt 10,19.

Em cada ocasião o Espírito trouxe e continua trazendo à memória e ao coração do discípulo de Jesus a passagem das Escrituras, adequada para cada situação que ele enfrenta.

3.      Ele convenceu do pecado – At 2,37-41; Jo 16,7-11.

O Espírito traz contrição à alma, compunge o coração, dá humildade ao homem para reconhecer-se pecador e coragem para buscar o perdão de Deus. Lá em Atos, assim como hoje, o Espírito é quem leva os homens a terem sede de mudança – “E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?” (At 2,37); “e, tirando-os para fora, disse: Senhores, que me é necessário fazer para me salvar?” (At 16,30).

4.      Ele formou uma nova comunidade – At 2,42-47; 4,32-35.

Um novo povo surgiu – a Igreja. Pessoas com novos ideais, novo padrão de vida, nova maneira de ver e de relacionar com outras pessoas, nova esperança, nova fé. Pessoas que se unem em amor, experimentando uma comunhão ímpar, nunca vista antes. O Espírito aproxima as pessoas uma das outras e de Deus. O resultado é o surgimento da Igreja local, necessária para  dar prosseguimento a esta divina comunhão.

5.      Ele fortaleceu e fez crescer a Igreja – At 2,47b; 4,32a.

É esta obra contínua, ainda hoje, sendo do Espírito Santo a tarefa de fazer a Igreja crescer. È ele quem fortalece o povo de Deus e o faz multiplicar-se

IV.             O DESENVOLVIMENTO DA IGREJA SOB A UNÇÃO DE PENTECOSTES.

 A Igreja Cristã começou com o evento de Pentecostes e seu desenvolvimento se deu sob a orientação e direção do Espírito Santo. Alistaremos a seguir alguns exemplos de como isto se deu e continua se dando ainda hoje.

1.      Levantando líderes espirituais nas igrejas.

O Espírito “enche” pessoas, capacitando-as para exercer funções chaves no Corpo de Cristo e liderar o povo de Deus. Todos que prestaram um serviço relevante a Deus e á Igreja, no livro de Atos, estavam “cheios do Espírito Santo”. Confira alguns casos:

a)      Pedro – “Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e vós, anciãos,” (At 4,8).
b)      Diáconos – “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço”. (At 6,3).
c)       Estevão – “O parecer agradou a todos, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau, prosélito de Antioquia,.” (At 6,5); “Mas ele, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus.” (At 7,55).
d)     Paulo –  “Partiu Ananias e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, enviou-me para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo”. (At 9,17); “Todavia Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos nele.” (At 13,9).
e)      Barnabé – “porque era homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor”. (At 11,24).
f)       A Igreja toda – “E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus”. (At 4,31).

2.       Dando aos crentes coragem para testemunhar. “Agora, eis que eu, constrangido no meu espírito, vou a Jerusalém, não sabendo o que ali acontecerá, senão o que o Espírito Santo me testifica, de cidade em cidade, dizendo que me esperam prisões e tribulações, mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contando que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus”. (At 20,22-24).

3.       Guiando na boa disciplina da igreja. “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, não era teu? e vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. Então Pedro lhe disse: Por que é que combinastes entre vós provar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e te levarão também a ti.” (At 5,3-4.9).

4.      Concedendo sabedoria, para boa administração da Igreja – “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço”. (At 6,3) e para a sua defesa – “Ora, Estevão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se, porém, alguns que eram da sinagoga chamada dos libertos, dos cireneus, dos alexandrinos, dos da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estevão; e não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava”. (At 6,8-10).

5.      Fazendo a igreja crescer- “Assim, pois, a igreja em toda a Judéia, Galiléia e Samária, tinha paz, sendo edificada, e andando no temor do Senhor; e, pelo auxílio do Espírito Santo, se multiplicava”. (At 9,31).

6.      Despertando visão, amor e compromisso missionário – “Ora, na igreja em Antioquia havia profetas e mestres, a saber: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo. Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram. Estes, pois, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre”. (At 13,1-4); “E dali navegaram para Antioquia, donde tinham sido encomendados à graça de Deus para a obra que acabavam de cumprir.Quando chegaram e reuniram a igreja, relataram tudo quanto Deus fizera por meio deles, e como abrira aos gentios a porta da fé”. (At 14,26-27).

7.      Vocacionando e capacitando pastores/presbíteros – “Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue”. (At 20,28).

V.                A EVANGELIZAÇÃO DO MUNDO SOB A DIREÇÃO DO ESPÍRITO SANTO.

Não podemos negar que o ensino neotestamentário revela que tudo o que o Espírito concede e faz pelo crente (regeneração, santificação, unção, dons, poder) é visando alcançar o mundo para Cristo. Não seria exagerado dizer que a “paixão” do Espírito Santo é Missões, pois a sua ação no crente e na Igreja é com propósito de que o mundo conheça o Evangelho de Jesus Cristo e, assim,  tenha oportunidade de ser salvo – “Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”. (Gn 2,3); este ainda continua sendo o desejo de Deus.

1.      O Espírito Santo dirige os obreiros para onde devem trabalhar.

Ele sabe a melhor estratégia, a melhor hora, lugar e pessoas para fazer o Evangelho se propagar até os confins da terra.

a)      Filipe – foi usado para o Evangelho chegar à Samaria e à Etiópia, na África – “Mas um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai em direção do sul pelo caminho que desce de Jerusalém a Gaza, o qual está deserto. Disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco, que jubiloso seguia o seu caminho.” (At 8,26.29.39).
b)      Pedro – levou o Evangelho aos gentios – “Estando Pedro ainda a meditar sobre a visão, o Espírito lhe disse: Eis que dois homens te procuram. Levanta-te, pois, desce e vai com eles, nada duvidando; porque eu tos enviei”. (At 10,19-20); “Disse-me o Espírito que eu fosse com eles, sem hesitar; e também estes seis irmãos foram comigo e entramos na casa daquele homem”. (At 11,12).
c)       Barnabé e Paulo – levaram o Evangelho para além  das fronteiras geográficas, culturais e raciais – “para anunciar o evangelho nos lugares que estão além de vós, e não em campo de outrem, para não nos gloriarmos no que estava já preparado”. (2Cor 10,16).
d)     Paulo e Silas – levaram o Evangelho à Europa – “Atravessaram a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia; e tendo chegado diante da Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho permitiu. Então, passando pela Mísia, desceram a Trôade. De noite apareceu a Paulo esta visão: estava ali em pé um homem da Macedônia, que lhe rogava: Passa à Macedônia e ajuda-nos. E quando ele teve esta visão, procurávamos logo partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciarmos o evangelho”. (At 16,6-10).

2.      O Espírito Santo dirige os crentes no cumprimento da “Grande Comissão”.

a)      Começando em Jerusalém – At 2,4-11;
b)      Causando a dispersão e alcançando Samaria, e, provavelmente,  outros lugares – At 6,7; 8,1-4; 11,19-26.
c)       Levando Pedro a Cesaréia – At 10,19-20; 11,12.
d)     Levando Barnabé, Paulo e Silas para chegar aos confins da terra -  Rm 15,18-19; 2Cor 10,16.

CONCLUINDO

No dia de Pentecostes. O espírito Santo desceu sobre todos quantos estavam no mesmo cenáculo, eu total de cerca de 120 pessoas. Aqui inaugura-se o tempo da obra do Espírito Santo. O restante da história  de Atos, que deveria se chamar “Atos do Espírito Santo”, diz respeito a como esse dom se expandiu a  ponto de abarcar todos os povos; tato os judeus – At 8,17; 9,17 – como gentios – At 10,44; 11,15-18 – Recebe-se o Espírito todo, de uma vez por todas, em um ato único (batismo), mas o enchimento dEle é um processo continuo (plenitude). Isto é, o crente deve buscar ser “cheio do Espírito Santo” a cada dia e todos os dias – Ef 5,18b – É por isso que, embora todo convertido seja batizado com o Espírito Santo, nem todo crente é igual aos demais na questão da experiência da presença habitante do Espírito Santo ou da vida espiritual que Ele nos concede. Os 120 receberam o Espírito Santo em – “E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem”. (At 2,4), mas tiveram a necessidade de serem “enchidos” novamente em – “E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus”. (At 4,31). Repetidamente precisavam buscar o enchimento do Espírito para uma vida cristã vitoriosa.


Marco Antonio Lana (Teologo)

sábado, 23 de junho de 2012

OS FILHOS DE ADÃO E EVA NO JARDIM DO EDEN



Adão e Eva tiveram filhos no Éden?

Quanto tempo (anos) eles viveram no Éden?

Estas e outras perguntas têm mexido com a mente teológica e motivo de questionamento de cépticos.

Quero esclarecer que vou abordar um assunto da maior profundidade teológica com temor, mas sem tremor.

Vou mostrar o que entendi e discerni.

Usei as seguintes Bíblias:

  • Bíblia Jerusalém;
  • Bíblia Pastoral;
  • Bíblia Ave Maria;
  • Bíblia Revista e Atualizada – Almeida;
  • Bíblia Revista e Corrigida Fiel – Almeida;

Esta informação é para quem deseja acompanhar á luz da Bíblia.  A Bíblia não é um livro comum. Ela contém verdades encobertas por determinação Divina.

Entre essas verdades está uma questão que mexe com a mente dos Teólogos: Adão e Eva tiveram filhos ou filhas no Paraíso (Éden)?

Quantos anos eles viveram no Paraíso? Éden?

A Bíblia não tem respostas claras e literais, entretanto logo após serem criados, Deus deu-lhes ordens para serem fecundos e multiplicarem-se, enchendo a terra – “Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei [a terra] e sujeitai-a...” (Gn 1,28). Deus disse: “enchei a terra”. Não disse “enchei o Éden”.

Adão e Eva foram criados no sexto dia. Logo em seguida Deus descansou no sétimo dia.

Do exposto fica mais a seguinte indagação: um dia era apenas 24 horas ou um período indeterminado de tempo. Pedro em sua 2ª. Carta diz – “Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como [mil anos], e [mil anos] como um dia.”

Se 24 horas como responder aos cépticos e a Ciência?

Se um período indeterminado de tempo, então Adão e Eva tiveram amplas possibilidades de terem filhos no Paraíso (Éden).

O detalhe mais significativo e que não deve ser motivo de escândalo sobre os filhos de Adão e Eva no Éden, está na ordem de Deus para que eles fossem fecundos e se multiplicassem e enchendo a terra - “Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei [a terra] e sujeitai-a...” (Gn 1,28).

Esta ordem foi antes de serem expulsos pela desobediência, logo, eles foram criados adultos e com todo vigor para o sexo.
O relacionamento sexual de Adão e Eva no Éden, transcende o nosso entendimento, pois trata-se de algo vivido num estado de pureza e santidade, que hoje, a humanidade não tem.

Que fizeram sexo no Éden e tiveram filhos, eu não tenho a menor duvida, conforme vou mostrar contextualizadamente e paulatinamente.

São muitas as evidencias de que houve um longo período Edenico, porem não registrado literalmente por Deus, mas sim, enigmaticamente.

Outra questão intriga a tantos quantos procuram uma explicação para o texto Bíblico de Gn 6,2.4 – “viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na Antigüidade.” – que faz menção de filhos de Deus e filhas dos Homens.

Como em muitos outros assuntos em que os textos não estão em ordem, isto é, separados de forma enigmática, este também pode ter sua resposta ou explicação fazendo uma ligação dos filhos de Deus em Gn 6,2.4, como resposta de que são filhos de Adão e Eva no Paraíso (Éden).

A Bíblia os chama filhos de Deus como forma de diferenciá-los dos filhos gerados fora do Paraíso (Éden), isto é, após a queda de Adão e Eva, chamados então de filhos / filhas dos homens.

Porque Deus não inspirou o registro dos filhos / filhas de Adão e Eva no Éden?

Por se tratar de um período transcendental. Deus o registrou de forma enigmática como vamos ver a seguir.

O texto de Gn 4,17 -  “Conheceu Caim a sua mulher, a qual concebeu, e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade, e lhe deu o nome do filho, Enoque.” – pode conter a confirmaçao sobre filhos / filhas de Adão e Eva no Paraíso – Éden, quando diz que Caim conheceu sua mulher.

Tudo indica, que se trata de uma descendente de descendente de Adão e Eva do período Edenico, que certamente não conhecia sua Historia, pela distancia, já que Caim afastou-se para longe, após matar seu irmão Abel.

Com certeza você deve estar questionando, para não dizer outra coisa, as minhas colocações, mas continue lendo, por favor!

Observe:

Gn 3,16 – “...E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.” – Deus disse para Eva que ela a partir daquele momento teria as dores de sua gravidez multiplicada e em dores daria a luz, numa declaração lógica de que ela o fazia com uma natureza diferente da atual – ou não?!
Ao afirmar que multiplicou é sinal de que partiu de um patamar já existente. Só se multiplica o que tenha acontecido ou acontecendo.

Somente este texto tem levantado muita polemica  a favor de que houve nascimento de filhos no período Edenico. Não deixa duvida que antes de Caim e Abel nascerem, Eva já tinha experimentado gravidez sem dor, sem problemas, gestação e nascimento que não se compara com as atuais;

Vou lembra o que Deus disse para Adão e Eva – “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra” – Gn 1,28.

FECUNDOS: Que tem a faculdade de produzir ou reproduzir; fértil.

Eu sempre notei uma preocupação em não abordar estes assuntos, nas Igrejas, em face da sua enigmática explicação. Quero deixar claro que faço conscientemente.

Medite em Gn 4,14-45 – “Eis que hoje me lanças da face da terra; também da tua presença ficarei escondido; serei fugitivo e vagabundo na terra; e qualquer que me encontrar matar-me-á. O Senhor, porém, lhe disse: Portanto quem matar a Caim, sete vezes sobre ele cairá a vingança. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o encontrasse.” – e observe que existiam muitos descendentes de Adão e Eva que foram gerados inicialmente no Período Edenico e que foram se espalhando e multiplicando-se pela terra, conforme Deus ordenou em Gn 1,28 – “enchei a terra”, como explicação para quem pudesse matar a Caim.

Quanto ao tempo que durou o período Edenico, a Arqueologia afirma que os indícios do aparecimento do Homem deu-se  de forma marcante e indiscutível, a partir de  10 mil anos atrás, podendo retroceder a um período maior e indefinido.

A cronologia Bíblica  afirma que Adão e Eva foram criados a partir de cerca de 6 mil anos atrás.

Dentro desse raciocínio eu não tenho a menos duvida que o período Edenico durou pelo menos 04 mil anos, tempo que Adão e Eva encheram a terra, conforme Gn 1,28, antes de serem expulsos do Éden. A partir da saída do Éden (queda), a terra tem 6 mil anos conforme a Bíblia, mas, lembrando que as datas são aproximados.

Assim podemos de imediato explicar a afirmação de que pudesse matar a Caim em Gn 4,14-15, bem como, a mulher com quem ele se cassou, e, de onde saiu a população necessária e suficientre para fundar uma cidade, por Caim, com toda uma estrutura que a define – “Conheceu Caim a sua mulher, a qual concebeu, e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade, e lhe deu o nome do filho, Enoque.”.

MEDITAR:

O Atlas da Historia Universal – The Times – Centro Cultural Banco do Brasil, em sua pagina 12 afirma o seguinte:

“É surpreendente como a agricultura se desenvolveu, aparentemente, de forma independente em diversas zonas do Mundo tão distantes entre elas, e aproximadamente na mesma época. No Oriente Médio por volta de 8.000 aC.; Na china aproximadamente 6.000 aC. Na Mesoamérica ao redor do sétimo milênio... Além disso... foi desenvolvida a criação de animais: ovelhas e cabras, porcos e gados bovinos.”

Estou fazendo esta pausa  no propósito de chamar a atenção para os dados históricos e suas datas que são muito importantes para a compreensão do que afirmo em relação a Arqueologia e a Cronologia Bíblica.

8.000 aC, isto é, a 10.000 anos atrás, a Arqueologia afirma a presença do Homem no Oriente Médio – 8.000 aC. + 2.000 dC. = 10.000 anos.
Oriente Médio – região que a narrativa Bíblica indica como localização do Éden e Jardim do Éden – Gn 2,8-15.

6.000 aC, isto é, a 8.000 anos atrás, na China, numa demonstração de que o homem foi paulatinamente, se espalhando (emigrando) para lugares mais distantes.

7.000 aC., Na Mesoamérica, isto é, a 9.000 anos atrás, do mesmo modo explicado.

 Não esquecer que a cronologia bíblica data a criação do homem (Adão e Eva), a aproximadamente a 4.000 aC, Isto é, a 6.000anos atrás, logo não há duvidas de que o Período Edenico durou mais de 4.000 anos, enigmaticamente e de forma transcendental.

Tudo indica que esse período de cerca de 4 (quatro) mil anos entre o aparecimento do Homem comprovado pela Ciência e o registro bíblico (diferença de 10 (dez) mil anos para 6 (seis) mil anos) esta relacionado com o homem (Adão e Eva) no Jardim do Éden, isto é, Adão e Eva ficaram 4 (quatro) mil anos, aproximados, no Éden, enchendo a terra conforme Deus ordenou. Por favor! Não se escandalize com o que vem mais adiante.

GENEALOGIA NÃO REGISTRADA

Quero chamar atenção para um outro detalhe que pode indicar que Adão e Eva tiveram filhos no Paraíso – Éden.

Quando Deus criou o homem em Gn 1,26 Ele disse Imagem e Semelhança.

Em Gn 1,27 Ele enfatiza a Imagem como prova da sua importância.

Em Gn 5,1 Deus diz apenas Semelhança ao iniciar a Genealogia de Adão, após a queda, numa indicação de que houve uma perda do homem em relação a Deus.

Minha dedução é que houve uma descendência ainda no Éden, que Deus não registrou por ser especial, enquanto durou o Éden, e que se espalhou pela terra – “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra” (Gn 1,28).

Porque Deus não registrou a Genealogia Edênica?

- Porque o período Edenico foi transcendental.
- A terra como em todo era um Paraíso.
- Não Havia morte.
- Não havia doença.
- Não havia o mau. O mau estava sobe controle (quede de Lúcifer).
- Os anjos davam proteção contra acidentes e perigos.
- Os Salmos 34,7 – “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.” – e o Salmos 91,10-12 – “nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te susterão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.”, certamente se explicavam  no Período Edêmico, assim como hoje, se aplicam aos filhos de Deus. Posso afirmar isso com experiência própria quatro vezes.

A arvore do bem e do mau é a representação simbólica  de que o mau existia, mas estava sob controle de Deus

Adão não podia se contaminar com o mau, pois através de Adão o mau contaminaria toda a terra, como aconteceu enigmaticamente – “E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida.” – Gn 3,17; “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.” – Rm 5,12.

A expressão filhos de Deus – “viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas;” – (Gn 6,2) pode ser a comprovação dessa minha opinião, ao lermos em Gn 6,4 – “Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antigüidade.” – que os filhos de Deus eram diferentes, ou melhor, eram homens especiais, e geraram filhos especiais.

Do exposto analise o seguinte:

  1. Gn 1,26 – Deus cria um homem à Sua Imagem e conforme a sua Semelhança;
  2. Gn 1,27 – Deus enfatiza a Sua Imagem na criação do Homem (Adão e Eva). Porem, após a Queda (pecado), Ele omite a Imagem quando diz que criou o homem apenas em Sua Semelhança, em Gn 5,1, numa demonstração de que o homem deixou de ser Imagem do criador.
  3. Gn 3,16 – Eva tem modificado a sua gestação e concepção explicada anteriormente. Deus diz para a Eva que ela a partir daquele momento teria as dores de sua gravidez multiplicada e em dores daria a luz, numa declaração lógica de que ela fazia com uma natureza diferente da atual – ou não?! Ao afirmar que multiplicou é sinal de que partiu de um patamar já existente. Só se multiplica o que tenha acontecido ou acontecendo.
  4. Gn 4,1 – “... adquiri um varão com auxilio do Senhor”. Na expressão, ao que tudo indica, Eva passou por situações difícieis após as mudanças nas condições de gravidez, gestação e nascimento podendo estar incluso na expressão em destaque um possível aborto antes de Caim nascer, motivo pelo qual Adão apelou (clamou) ao Senhor, por ajuda.
  5. Gn 4,15-16 – existem pessoas nascidas antes de Caim, para que pudesse matá-lo, onde ele foi habitar, na terra de Node, bem distante do Édem.
  6. Gn 4,17 – Caim casa-se com uma mulher ao qual tudo indica descendente de descendente de Adão e Eva, a ponto de fundar uma cidade.
  7. Gn 5,1 – Deus cita apenas a criação do homem em Semelhança e omite a imagem, numa demonstração de perda material e espiritual do homem em relação a Deus.
  8. Gn – 5,1 – Mostra que havia uma diferença de linhagem (não registrado) caracterizada por filhos de Deus (gerados antes da queda de Adão e Eva) e filhos dos homens (gerados após a queda de Adão e Eva).
  9. Gn 6,4 – A linhagem dos filhos de Deus era especial a ponto de gerar filhos de renomes.



A pergunta que eu fiz e que você também deve estar fazendo:

Quem pecou foi Adão e Eva, como seus descendentes antes do pecado foram atingidos?

Não existe explicação humana para a contaminação que atingiu os descendentes de Adão e Eva nascidos antes da queda, por ser  de natureza transcendental, e por isso, Deus não registrou essa genealogia.

Deus, em não registrar esses nascidos, mostra a profundidade do pecado cometido, a ponto de atingir a todos os descendentes com a perda da Imagem, da imortalidade, e com a omissão da genealogia. Gn 3,17 – “Maldita a terra por sua causa ...”.

Houve um principio transcendental de contaminação que levou os descendentes de Adão e Eva nascidos antes da queda – chamados Filhos de Deus (Gn 6,2.4) – a perderem a Imagem, a Imortalidade e o Registro da Genealogia.

Existe, porém, um principio transcendental de purificação que restaura o imortalidade e a condição de Filhos de Deus, por intermédio da Graça – Jesus Cristo.

“Pois como em [Adão] todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados.” 1º. Cort 15,22.

O PECADO:

Quem pecou foi Adão, como seus descendentes nascidos antes do pecado foram atingidos, a ponto de perderem a Imagem (Imortalidade), e, como Adão passou este mal para nós. Não existe explicação humana para este fato transcendental.

 A contaminação de Adão pelo mal e a purificação pelo Sangue de Jesus, eliminando o mal, é um ENIGMA que somente na Eternidade poderemos entender claramente.

Quem pecou (contaminou-se) primeiro foi Eva, mas Deus disse que em Adão estava o problema do mal, que tornou a terra maldita – “E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida.” – Gn 3,17.

Eva certamente iria morrer sem maiores conseqüências para nós, se Adão não tivesse desobedecido – Pecado – comido e contaminado-se. Esta é a conclusão que a afirmação de Deus nos dá entender: “... maldita é a terra por tua causa” – por causa de Adão.


Pense nisso:

Adão foi criado com cerca de 18 elementos químicos existentes na Tabela Periódica de elementos químicos que estão presentes na natureza orgânica e inorgânica do Universo.

Adão estava ligado diretamente ao mundo físico e espiritual, em Deus. Espiritual, pois era uma espécie de Sumo Sacerdote intercessor.

Outro detalhe que merece muita atenção esta no fato de Adão ter recebido o Sopro de Vida (Alma e Espírito) de Deus (Gn 2,7). Tudo indica que através do espermatozóide está a “essência” da alma e do espírito, que transmitida de geração em geração, e se forma juntamente com o corpo, durante a concepção e gestação, na mulher.

Eva foi criada a partir de Adão, enigmaticamente e transcendentalmente.

Deus não diz que soprou a Alma e o Espírito em Eva.

Creio não ser exagerado relacionar a criação de Eva, por Deus, como algo quer a Ciência Genética esta pesquisando, e, contrariando a ordem de Deus de crescer e multiplicar, e não clonar.

Agricultura e a Pecuária.

A arquitetura mostra que o Homo Sapiens (Homem atual) “surgiu” na terra por volta de 10.000 anos atrás.

A agricultura e a Pecuária são os vestígios mais evidentes de sua atividade, a partir dessa data (8.000 anos aC),

A bíblia afirma que Deus criou um Jardim e mandou o homem (Adão) a lavrar e o guardar (Gn 2,15), bem como, dominar os animais (Gn 1,28).

Adão, ao que tudo indica, tinha uma inteligência ao nível de toda a capacidade cerebral que hoje o Homem não tem, e ensinava a arte de lavrar a terra e criar animais, aos seus descendentes ainda no Éden.

Deus conversava e ensinava a Adão (Gn 2,19; 3,8).

Como a ciência afirma que a agricultura e a pecuária eram do conhecimento do homem por volta de 8.000 aC., em varias zonas do mundo, tudo indica que os nascidos de Adão e Eva ainda no Jardim do Éden, foram emigrando co  o conhecimento adquirido de Adão e enchendo a terra como Deus ordenara (Gn 1,28).

Por volta do ano 4.000 aC. Quando aconteceu de Adão e Eva serem expulsos do Paraíso (Éden) e Caim e Abel nasceram, um foi lavrador e o outro pecuarista (Gn 4,2), numa prova de que estas atividades já eram amplamente desenvolvidas pelos descendentes de Adão e Eva antes da Queda (pecado).

Preste atenção! Caim viveu por volta do ano 4.000 aC., aproximadamente, e a ciência afirma que já por volta do ano 8.000 aC., a agricultura e a pecuária eram amplamente conhecida e praticadas no Oriente Médio – Atlas da Historia Universal – região onde Caim foi habitar quando matou seu irmão Abel.

Node, região onde Caim foi habitar (Gn 4,16) ficava próximo ao Golfo Pérsico (Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia).

Caim é um exemplo claro de escolha de que conheceu Deus de perto e seguiu o caminho da perdição (Gn 4,7).

O mesmo aconteceu com Judas Iscariotes que durante três anos conviveu com Jesus.