“Tomo hoje por testemunhas o céu e a terra contra vós: ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a I tua posteridade,” (Dt 30,19).
- INTRODUÇÃO.
As contraposições de escolha são uma constante por toda Bíblia:
- Qual árvore? A árvore da Vida; ou a árvore do conhecimento do bem e do mau?
- Qual jovem? Caim ou Abel?
- Entrar ou não na arca?
- Terra Prometida (desconhecida) ou Ur dos Caldeus (tudo sob controle)?
- Sacrificar o filho a Deus ou não?
- Nínive ou Jope?
- As finas iguarias do rei ou água e legumes?
- A cruz (cálice amargo) ou a coroa?
- A mão no arado ou olhar atrás?
- Os pais ou o reino?
- Deus ou as riquezas?
- O reino ou “estas coisas”?
As contraposições de escolhas são uma constante por toda a Bíblia porque ela fala acerca de seres criados à imagem e semelhança de um Criador que arbitra; decide por um lado e não por outro, anda por um caminho e não por outro... Sempre bem (graças a Ele mesmo). Nós fomos feitos seres arbitrários. Projetados com a capacidade, e muito mais que isto, com a permissão (do Altíssimo) de fazer qualquer escolha: boa ou ruim, certa ou errada. E nem sempre nossa “raça humana” tem escolhido bem (infelizmente, graças a nós mesmo)..
Hoje temos um texto maravilhoso pela frente, que ele nos inspire a fazer boas escolhas na vida.
- A PORTA ESTREITA: RENUNCIA.
“Não se faz omelete sem quebrar ovos”. Certamente você já ouviu esse ditado popular. Ele é muito usado para justificar prejuízos assumidos como preço de uma conquista maior. Não se pode seguir a Jesus sem renunciar.
Lembra quando Jesus falou a respeito da peculiar dificuldade dos riscos em passar pela estrada do reino de Deus (Lc 18,24-30)? “Vendo-o entristecer-se, disse Jesus: Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar o camelo pelo fundo duma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.” (v 24-25).
Ninguém pode ter tudo na vida. É preciso aprender a abandonar para abraçar, deixar para encontrar, soltar para pegar. Infelizmente a “Teologia da Prosperidade” tem convencido cristãos de que podem ter tudo na vida. Há somente um Evangelho, o Sermão da Montanha, o Evangelho da renuncia, da Porta Estreita, por onde passa só um coração órfão: sem pai nem mãe (“Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim, não é digno de mim.” Lc 10,37); um coração “solteiro” (“Disse também outro: Casei-me e por isso não posso ir.”); uma alma falida (“Aquele que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por minha causa, reencontrá-la-á.”), nua.
Logicamente estou falando por figuras, e estas são fortes. Veja a parábola da grande ceia em Lc 14,15-24 no qual os convidados escolheram não aceitar o convite para o banquete colocando outros assuntos na frente: compras de imóveis (“Mas todos, um a um, começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um terreno e preciso sair para vê-lo.” – Lc 14,18), móveis (“Disse outro: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las”. – Lc 14,19) e casamento (“Disse outro: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las.” – Lc 14,20). Eu já cansei de ouvir cristãos dando varias desculpas porque não puderam ir à igreja no domingo. Mas não faltaram às festas, botecos, dormiram até mais tarde e outras desculpas.
Alem de uma porta estreita para começar, há um caminho apertado para continuar.
- CAMINHO APERTADO: RENUNCIA, RENUNCIA, RENUNCIA...
O problema da igreja na Galácia é que havia começado bem e estragado tudo logo em seguida (“Estou admirado de que tão depressa passeis daquele que vos chamou à graça de Cristo para um evangelho diferente.” – Gl 1,6; “Sois assim tão levianos? Depois de terdes começado pelo Espírito, quereis agora acabar pela carne? – Gl 3,3). Esse é um defeito comum em ter os cristãos de todos os tempos, se a vida cristã começa com renuncia, por que deveria continuar com egoísmo? Se a salvação se dá com a confissão do Senhorio de Cristo (“ Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” – Rm 10,9), por que a santificação se daria com “eu sou o senhor e ando por onde e como quiser”? Se o discipulado é iniciado com a cruz (“E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim”. Mt 10,38), por que não se continua com ela?
Lucas, o evangelista, sempre meticuloso, em seu registro acerca do “custo do discipulado” acrescenta “o dia a dia” depois do “a si mesmo se negue”, (“A vida vale mais do que o sustento e o corpo mais do que as vestes.” Lc 12,23; conferir com Mt 16,24 e Mc 8,34). Essa é a obra do Espírito Santo para nos lembrar que a porta é estreita, tanto quanto o caminho é apertado.
A renuncia, a devoção, o choro, a entrega desmedida, o “salto” pela fé nos braços do Bom Pastor, não é só no dia da conversão, é todo dia.
- CONCLUSÃO.
Certa vez um homem disse: “Eu criei minha própria religião”. Certamente ele só permitiu que fizesse parte de suas escolhas tudo quando lhe conviesse, como os seus desejos, gostos, idéias, vontades, prazeres, outros.
Todos nós preferimos ter muito mais que uma opção para fazermos nossas escolhas. Mas Jesus não nos deixa tantas opções. Ele ensinou que temos que escolher apenas uma, entre duas opções.
a) Ha dois caminhos;
b) Há duas portas;
c) Há dois destinos;
d) Há duas multidões;
Você já fez sua escolha?
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