“Assim Deus criou os grandes animais (monstros; serpentes; baleias) marinhos e os demais seres vivos que povoam as águas, de acordo com as suas espécies; e todas as aves, de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom”. Gn 1,21
“Esmagaste as cabeças do Leviatã e o deste por comida às criaturas do deserto”. Sl 74:14
“Eis o mar, imenso e vasto. Nele vivem inúmeras criaturas, seres vivos, pequenos e grandes. Nele passam os navios, e também o Leviatã, que formaste para com ele brincar”. Sl 104:25-26
“Naquele dia, o Senhor com sua espada severa, longa e forte, castigará o Leviatã, serpente veloz, o Leviatã, serpente tortuosa; matará no mar a serpente marinha”. Isaias 27:1
Introdução
Leviatã – hebraico
Significado
1. Leviatã, monstro marinho, dragão.
a) Grande animal marinho, serpente.
b) Talvez o dinossauro extinto, plesiossauro.
Alguns pensam ser um crocodilo, mas pela descrição em Jó 41 isso é absurdo. Parece ser um grande animal que expele fogo de algum tipo. Assim como o besouro Bombardier tem um mecanismo de explosão, o grande dragão marinho pode ter um mecanismo de produção de explosivos para permitir que seja um verdadeiro dragão que salta fogo.
Segundo algumas interpretações, o leviatã representa forças poderosas e destrutivas que desafiam a ordem divina. Além disso, o leviatã é mencionado no livro de Jó como uma criação impressionante e aterrorizante de Deus, demonstrando o poder e a supremacia de Deus sobre todas as criaturas. Existem diversas interpretações e estudos sobre o Leviatã na teologia e na cultura popular.
Jó 41
1 "Você consegue pescar com anzol o leviatã ou prender sua língua com uma corda?
2 Consegue fazer passar um cordão pelo seu nariz ou atravessar seu queixo com um gancho?
Esta introdução estabelece a ideia de que o Leviatã é incontrolável, uma força que Deus criou e que transcende a capacidade humana.
3 Pensa que ele vai lhe implorar misericórdia e lhe vai falar palavras amáveis?
4 Acha que ele vai fazer acordo com você, para que você o tenha como escravo pelo resto da vida?
Aqui Deus destaca que tentativas de domesticar o Leviatã são fúteis, uma representação de como o homem tenta controlar o incontrolável.
5 Acaso você consegue fazer dele um bichinho de estimação, como se ele fosse um passarinho, ou pôr-lhe uma coleira para as suas filhas?
6 Poderão os negociantes vendê-lo? Ou reparti-lo entre os comerciantes?
7 Você consegue encher de arpões o seu couro, e de lanças de pesca a sua cabeça?
A linguagem hiperbólica sugere a ideia de que o Leviatã é tão imenso que não pode ser tratado como uma criatura normal.
8 Se puser a mão nele, a luta ficará em sua memória, e nunca mais você tornará a fazê-lo.
9 Esperar vencê-lo é ilusão; só vê-lo já é assustador.
10 Ninguém é suficientemente corajoso para despertá-lo. Quem então será capaz de resistir a mim?
Esses versos transmitem a realidade de que confrontar Leviatã pode resultar em ferimentos e arrependimentos.
11 Quem primeiro me deu alguma coisa, que eu lhe deva pagar? Tudo o que há debaixo dos céus me pertence.
12 "Não deixarei de falar de seus membros, de sua força e de seu porte gracioso.
13 Quem consegue arrancar sua capa externa? Quem se aproximaria dele com uma rédea?
14 Quem ousa abrir as portas de sua boca, cercada com seus dentes temíveis?
Esses versos solidificam a soberania de Deus sobre todas as coisas.
15 Suas costas possuem fileiras de escudos firmemente unidos;
16 cada um está tão junto do outro que nem o ar passa entre eles;
17 estão tão interligados, que é impossível separá-los.
A descrição vivida da aparência de Leviatã enfatiza sua formidável natureza e o protege como uma armadura.
18 Seu forte sopro atira lampejos de luz; seus olhos são como os raios da alvorada.
19 Tições saem da sua boca; fagulhas de fogo estalam.
20 Das suas narinas sai fumaça como de panela fervente sobre fogueira de juncos.
21 Seu sopro faz o carvão pegar fogo, e da sua boca saltam chamas.
Este trecho retrata Leviatã como uma criatura de destruição, imbuída de poder e temor.
22 Tanta força reside em seu pescoço que o terror vai adiante dele.
23 As dobras da sua carne são fortemente unidas; são tão firmes que não se movem.
24 Seu peito é duro como pedra, rijo como a pedra inferior do moinho.
Esses versos ressaltam a inevitabilidade da sua presença e o impacto de causa. A ideia é que Leviatã não teme nada e nem ninguém.
25 Quando ele se ergue, os poderosos se apavoram; fogem com medo dos seus golpes.
26 A espada que o atinge não lhe faz nada, nem a lança nem a flecha nem o dardo.
27 Ferro ele trata como palha, e bronze como madeira podre.
28 As flechas não o afugentam, as pedras das fundas são como cisco para ele.
29 O bastão lhe parece fiapo de palha; o brandir da grande lança o faz rir.
Essas imagens de destruição reforçam a imagem de Leviatã como um destruidor intransigente e aterrorizante.
30 Seu ventre é como caco denteado, e deixa rastro na lama como o trilho de debulhar.
31 Ele faz as profundezas se agitarem como caldeirão fervente, e revolve o mar como pote de unguento.
32 Deixa atrás de si um rastro cintilante; como se fossem os cabelos brancos do abismo.
Essas imagens de destruição reforçam a imagem de Leviatã como um destruidor intransigente e aterrorizante
33 Nada na terra se equipara a ele; criatura destemida!
34 Com desdém olha todos os altivos; reina soberano sobre todos os orgulhosos".
A conclusão irrefutável é que o leviatã é uma criatura que deve ser deixada em paz – um símbolo das ordens de Deus sobre a criação.
“Assim Deus criou os grandes animais (monstros; serpentes; baleias) marinhos e os demais seres vivos que povoam as águas, de acordo com as suas espécies; e todas as aves, de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom”. Gn 1,21
É um versículo rico que descreve uma das etapas da criação divina onde Deus cria os grandes animais marinhos e as aves, enfatizando Sua soberania e poder criativo. A repetição da estrutura “segundo suas espécies” destaca a ordem e a intencionalidade no ato da criação. Ao usar o verbo “bara” (hebraico - significa “criar” e é usado especificamente para atos de criação divina. Indica criar algo novo, trazendo à existência o que não existia antes), o texto enfatiza que a criação é um ato originário de Deus, que traz coisas à existência apropriadamente categoricamente. A inclusão dos “grandes animais marinhos” (hebraico tannin – criaturas poderosas do mar – serpentes ou dragões marinhos) sublinha a magnitude e a diversidade da criação, bem como o controle de Deus sobre essas criaturas poderosas. A conclusão de que “Deus viu que isso era bom” é um momento culminante que reflete a satisfação divina com a ordem da criação, enfatizando que tudo foi feito de maneira adequada e com proposito. Esse versículo não apenas comunica a majestade de Deus como Criador, mas também começa a estabelecer o padrão de criação que será desenvolvido ao longo da narrativa. Em suma, Gn 1,21 serve como um lembrete poderoso da ordem e da beleza necessárias no mundo natural, que devem ser respeitadas e valorizadas.
“Esmagaste as cabeças do Leviatã e o deste por comida às criaturas do deserto”. Sl 74:14
O Sl 74:14 retrata a intervenção direta de Deus na história e sua capacidade de dominar as forças do caos. O leviatã, um símbolo do mal e da desordem, é derrotado, quebrado em suas partes mais autoridades e despedaçado. Este ato de Deus serve como um poderoso lembrete de seu controle soberano sobre toda a criação. Ele não apenas destrói este símbolo de opressão, mas também em algo proveitoso – alimento para os animais no deserto. Essa transição mostra que mesmo as situações que parecem devastadoras podem ser utilizadas por Deus para o bem. A imagem do deserto também sugere um lugar de necessidade e provação, onde a presença e a ação de Deus são mais evidentes. Assim, o versículo não só reafirma a onipotência de Deus, mas também apresenta a sua fidelidade em suprir as necessidades mesmo nas adversidades. Ele nos convida a confiar na provisão divina que transforma o que é mau em bênção para a criação.
“Eis o mar, imenso e vasto. Nele vivem inúmeras criaturas, seres vivos, pequenos e grandes. Nele passam os navios, e também o Leviatã, que formaste para com ele brincar”. Sl 104:25-26
O versículo 25 nos apresenta uma visão panorâmica do mar e de sua vasta vida. A descrição de “um mar grande e muito espaçoso” cumpre a função de exaltar a magnitude do cosmo criado por Deus. A palavra “criaturas” abrange diversos seres, destacando a generosidade da criação divina que não só inclui o majestoso, mas também o pequeno, reforçando a ideia de todas as formas de vida, independentemente de seu tamanho, são valorizadas por Deus. A repetição da ideia de grandeza com a dupla menção da palavra “grande” (gado) não apenas reforça a vestidão e a generosidade do mar, mas também indica que cada elemento da criação, das pequenas criaturas às maiores, abriga um propósito inerente. Essa descrição não é apenas uma observação da estrutura do mundo natural, mas um lembrete de que Deus está intimamente envolvido em todas as suas obras, mostrando sua beleza e ordem de uma criação tão diversificada. O salmista nos convida a refletir sobre a complexidade da natureza e a adoração que deve surgir em nossos corações diante do criador que faz todas as coisas com sabedoria.
No versículo 26 apresenta uma rica tapeçaria teológica sobre a criação e a ordem divina. No versículo, os barcos que “navegam” evocam a ideia de que a humanidade, mesmo considerando-se poderosa e capaz de dominar os mares, ainda está sob a majestade da criação divina. o Leviatã, símbolo do caos e da força bruta do mar, reforça a ideia de que, mesmo as forças mais temíveis da natureza, são criação de Deus e estão sob seu controle. Ao afirmar que Deus criou o Leviatã para que ele se alegrasse. O salmista revela uma impressão de que a presença de até mesmo as criaturas mais aterrorizantes serve um propósito dentro da criação, refletindo a gloria de Deus. Assim este versículo não apenas nos faz contemplar a grandeza da criação, mas também nos convida a reconhecer a alegria e o propósito que Deus tem em cada parte dela, seja na calmaria do mar ou nas profundezas onde criaturas como o Leviatã habitam. Há uma interconexão entre todas as criaturas e toda a criação, todas mostrando um testemunho do regozijo que deve existir na aclamação do criador. Deste modo, a passagem celebra a harmonia que existe entre humanidade e natureza sob a soberania divina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário