terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Jefté e o sacrifício da sua filha


 

E Jefté fez um voto ao Senhor, e disse: Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, aquilo que, saindo da porta de minha casa, me sair ao encontro, voltando-me dos filhos de Amom em paz, isso será do Senhor, e o oferecerei em holocausto. (Jz 11,30-31).

 

A história de Jefté, um dos juízes de Israel, é outra narrativa que tem gerado intensas discussões entre estudiosos e divide opiniões até hoje.

 

Antes de liderar Israel na batalha contra os Amonitas, Jefté faz um voto precipitado:  ele promete sacrificar a primeira pessoa que sair de sua casa para recebê-lo ao retornas vitorioso. E essa pessoa, foi sua única filha. Existem duas principais interpretações dessa passagem. 

 

1- Sacrifício literal – a interpretação mais direta é que Jefté cumpriu seu voto literalmente, sacrificando sua filha como um holocausto. Alguns pontos reforçam essa visão:

 

a- Termo holocausto: a palavra hebraica usada no texto e ‘olah’, que nas escrituras se refere exclusivamente a uma oferta queimada, indicando um sacrifício literal.

 

b-  Pranto pela virgindade: a filha de Jefté pede permissão para prantear sua virgindade nas montanhas antes de ser sacrificada. Esse detalhe sugere que sua morte era inevitável e iminente.

 

c- Costume anual: as mulheres de Israel pranteavam a filha de Jefté todos os anos, o que parece indicar que ela foi de fato sacrificada.

 

2- Dedicação a virgindade – outra interpretação é que Jefté não sacrificou sua filha fisicamente, mas a dedicou a uma vida de virgindade perpetua. Segundo essa visão, o “holocausto” seria uma linguagem figurativa para expressar a consagração total ao Senhor. Argumentos que apoiam essa perspectiva inclui:

 

a- Ênfase na virgindade: o texto destaca que a filha lamenta sua virgindade, não sua morte, o que sugere que sua consagração envolvia viver sem casar ou ter filhos.

 

b- Coerência teológica: essa interpretação está alinhada com a proibição bíblica de sacrifícios humanos, sugerindo que Deus não permitiria um ato que contradissesse sua lei.

 

c- Cultura da consagração: consagrar alguém ao Senhor era uma pratica comum em Israel como no caso de Samuel - (‘E fez um voto, dizendo: "Ó Senhor dos Exércitos, se tu deres atenção à humilhação de tua serva, te lembrares de mim e não te esqueceres de tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao Senhor por todos os dias de sua vida, e o seu cabelo e a sua barba nunca serão cortados"’. 1Sm 1,11), embora geralmente sem implicar virgindade perpetua.

 

Independente da interpretação, o relato de Jefté nos traz importantes lições espirituais e práticas:

 

a- Cuidado com os votos precipitados:  Jefté agiu de forma impensada ao fazer um voto tão sério. Essa história nos lembra da importância de medir nossas palavras e compromissos diante de Deus (Eclesiastes 5,4-5).

 

b- Nem todas as ações são aprovadas por Deus: a Bíblia frequentemente narra ações de líderes que embora usados por Deus, tomaram decisões equivocadas. O voto de Jefté é um exemplo claro disso.

 

c- Deus não exige sacrifício humano: a historia serve como um contraste com o caráter de Deus, que valoriza a vida e abomina práticas como o sacrifício humano.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

O que Noé e os animais comiam na arca?


 

Deus ordena a Noé que leve consigo todo tipo de comida para que ele e os animais tenham o que comer” Gn 6,21.

 

Quando Deus instruiu Noé a construir a arca (Gn 6), Ele também ordenou que levasse alimento para todos, inclusive para os animais (Gn 6,21). A questão dos animais puros e impuros mencionados em Gn 7, pode levar a interpretação de que Noé usaria os animais impuros para o consumo. Contudo, a distinção entre animais puros e impuros para alimentação só seria dada por Moisés muitos anos depois.

 

Na verdade, os animais puros levado em maior número tinham outro propósito: oferecer holocaustos a Deus (Gn 8,20). Mas então, como Noé conseguiu alimentar a todos, inclusive sem que os animais predadores matassem outros para sobreviver?

 

Analisando o contexto, obtemos a explicação em Gn 1,29-30, quando Deus cria o homem, Ele fala que da a ele todas as sementes e frutas como alimento. Nada foi mencionado sobre o consumo de carne. Isso implica que, até naquele momento, Deus não havia permitido ao homem comer carne. Da mesma forma, os animais foram ordenados a comer todo tipo de vegetal, e até então não eram carnívoros.

 

O fato de algumas pessoas como Abel, serem pastores de ovelhas, não significa necessariamente que os animais eram usados como alimento. A lã, por exemplo, poderia ser usada como proteção contra o frio naquelas regiões.

 

Portanto, Noé provavelmente armazenou uma grande quantidade de grãos, frutas e vegetais para sustentar a todos, talvez seja por isso que todos na arca, humanos e animais, conseguiram viver ilesos durante mais de um ano.

 

Somente após o diluvio, em Gn 9,3, Deus fez uma nova aliança com o homem, permitindo que ele coma carne:

 

Tudo o que se move e vive servirá de alimento para vocês. Assim como lhes dei a erva verde, agora lhes dou todas as coisas” (Gn 9,3)

 

É provável que essa permissão tenha se estendido também para alguns animais. E existem dois fortes motivos para isso.

 

 1- A terra devastada – o diluvio destruiu a vegetação, e cultivar alimentos novamente levaria tempo, comer carne foi uma solução imediata para a sobrevivência.

2- O novo relevo – o diluvio transformou o relevo da terra, criando vales e montanhas. Para que o homem tivesse força para habitar e trabalhar nesse ambiente mais desafiador, ele precisaria de mais energia, que poderia ser suprida pela proteína da carne.

sábado, 28 de dezembro de 2024

Jardim do Éden

 


Terra

A Terra, apelidada de Éden pelo Altíssimo, é o terceiro planeta rochoso a partir do Sol, localizado na galáxia Via Láctea. É o lar da humanidade e, até o que se sabe, o único planeta que contém vida no universo. Por muito tempo, o planeta foi o foco de Yahweh, o criador do Universo, e de suas criações, os anjos e arcanjos. Por milênios, a Terra passou por muitas mudanças, com cataclismos e guerras que marcariam a face do planeta para sempre.

 

Criação

O planeta Terra, assim como muitos planetas do sistema solar, foi criado há 4.6 bilhões de anos atrás, entre o Quarto e Quinto Dia da Criação. Os Ishins, as castas angelicais com a função de criar os corpos celestes, usaram de seus poderes elementais para manufaturar estrelas, planetas e outros astros, provavelmente incluindo a Terra.

 

A Aurora dos Homens

Com o passar do tempo, a vida começou a crescer na Terra. Yahweh, vendo que seu trabalho começou a dar frutos, virou sua atenção ao pequeno planeta que ele havia apelidado de Éden. Eventualmente, no Sexto Dia da Criação, uma raça de primatas inteligentes evoluiu, se diferenciando das demais espécies animais pela capacidade de criar ferramentas e viver em sociedade. Essa raça ficou conhecida como os eridais, a primeira raça humana.

Não se sabe o ponto exato em que os eridais surgiram, já que eles se dividiram em um evento chamado de Grande Migração , há 320.000 anos atrás. Alguns argumentam que eles nasceram no Oriente Médio, enquanto outros argumentos que eles surgiram na ilha de Mu, no oceano Atlântico.

Com o passar do tempo, os eridais evoluíram, se ramificando em espécies diferentes:

  • os Homens, ou Enoquianos (a 2ª raça),
  •  os Atlantes (a 3ª raça)
  •  e os Neandertais (a 4ª raça).

Estas ramificações eram mais refinadas e autônomas que seus antepassados, mas ainda os faltava a razão e a consciência. Vendo que seu trabalho estava pronto, Yahweh julgou seu trabalho como pronto, dando parte de sua essência divina a humanidade, concedendo-os a alma. Agora, os humanos possuíam livre arbítrio e quando morriam, essa alma viveria para sempre. O Altíssimo então deu alma para um coro de alados e os nomeou sentinelas; entre eles estava Metatron, o Primeiro Anjo.

 

O Reinado de Metatron

Depois que Deus foi para seu descanso, Metatron e seus sentinelas governavam a Terra. Quando os primeiros humanos tomaram consciência de si e do mundo, conhecidos como Adão e Lilith, Metatron resolveu preservá-los em um local isolado de suas comunidades. Na Crescente Fértil, ele criou um luxuoso jardim, com espécies exóticas de plantas e animais. Nesse jardim, as águas dos rios concediam a imortalidade, mas suas terras os deixavam inférteis, já que Metatron acreditava que a convivência em sociedade corrompia os humanos.

Por um tempo, Adão e Lilith viveram em paz, mas eles logo começaram a discutir e, tomando partido de Adão, Metatron decidiu expulsar Lilith do jardim e selecionou outra acompanhante mais dócil para Adão, a jovem Eva. Com raiva de Metatron por ter interferido em assuntos do Sete Céus, o Arcanjo Lúcifer enviou seu leal serafim Samael para o jardim e, disfarçado de serpente, contou para o casal de humanos que eles eram mantidos presos e que Eva não era a primeira esposa. Ávidos para conhecer o mundo de fora, Metatron permitiu que eles saíssem, dizendo para eles louvarem apenas a raça humana.

Depois da saída do casal, Metatron decidiu ajudar os terrenos com uma estratégia diferente, se juntando a eles. Na região do Sudeste Asiático, ele assentou em um pequeno vilarejo e iniciou uma família.

 

A Era do Gelo

Lúcifer, que considerava Metatron seu rival, decidiu atacar o ponto fraco do Primeiro Anjo, a humanidade. Ele convenceu Miguel de que os humanos eram maldosos e que a única maneira de os exterminar era congelar o planeta inteiro. Assim foi feito, mas, graças às sentinelas, que ainda mantinham a tarefa de salvaguardar a raça humana, muitos sobreviveram ao período glacial.

Assim que a era do gelo acabou, os arcanjos declaram guerra às sentinelas por eles desafiarem a autoridade do Céu. Os primogênitos enviaram os elohins para a Terra para preencher a tarefa das sentinelas. Sob a orientação de Órion, a Estrela de Prata, a poderosa cidade de Atlântida foi fundada na ilha de Mu.

 

Primeiro Cataclismo e Guerras Mediterrâneas

Como a era do gelo não havia funcionado, os arcanjos resolveram lançar um poderoso cataclismo para exterminar a raça humana. Nessa catástrofe, continentes se dividiram, remodelando a face da Terra e enfraquecendo a capital atlante. Enquanto isso, no país de Nod (região do Oriente Médio), Caim, primogênito de Adão e Eva, fundou a cidade de Enoque, em homenagem a seu filho Enoque. Ambas as cidades se tornaram potências do antigo mundo.

Com a ascensão de Enoque, ambas as cidades entraram em choque por conta de suas ideologias opostas, iniciando inúmeras campanhas militares conhecidas como Guerras Mediterrâneas. As batalhas persistiram por séculos, mas nenhuma das partes conseguiu invadir a capital da outra.

 

Segundo Cataclismo e o Dilúvio

Depois que Metatron foi capturado por Ablon e os sentinelas enfraquecidos, os arcanjos viram outra oportunidade de atacar a Terra. Desta vez, eles enviaram terremotos, vulcões e chuvas de meteoros para matar os terrenos. Atlântida, como era leal aos alados, não sofreu com os desastres, mas Enoque foi invadida pelos celestes, apesar de conseguir sobreviver por conta de seus magos e guerreiros. Durante essa catástrofe, os Neandertais foram completamente extintos.

Apesar do cataclismo, muitos humanos ainda perseveraram. Miguel, convencido de que a humanidade era perversa, resolveu enviar o desastre definitivo, mas com o fiasco das Guerras Etéreas, os Céus estavam divididos, com alguns celestes simpáticos à causa humana. Para unificar os alados, Lúcifer propôs um teste: se um de seus anjos, Balam, teria que corromper todos os homens que visse em sua frente, para provar o ponto de Miguel. Apesar de sua tentativa, Balam não conseguiu corromper um único homem: Noé, descendente de Caim.

Assim, os arcanjos iniciaram seu plano. Eles ordenaram que os Ishins derretessem as calotas polares e inundassem a Terra, matando todos os humanos, menos Noé e sua família, seguros dentro de uma arca. Esse cataclismo, conhecido como Dilúvio, destruiu ambas Atlântida e Enoque, além de remodelar toda a face da Terra para sempre.

 

A Reconstrução da Civilização

Além de Noé e sua família, alguns grupos de humanos sobreviveram ao Dilúvio. Eles começaram a reconstruir sua civilização, sem vestígios das grandes nações de outrora. Aos poucos, os descendentes dos enoquinanos, a única raça humana que sobreviveu, se espalharam pelo mundo e, durante milênios, construíram uma nova sociedade e civilização que perdura até os dias de hoje.

Em meados do século XXI, uma nova tensão entre as principais nações humanas criou um novo cenário de guerra, conhecido como a Terceira Guerra Mundial, que antecedeu o Apocalipse. Durante os dias da guerra, boa parte do planeta foi destruído por bombas nucleares, matando bilhões de humanos e outras formas de vida. No final do conflito, não havia mais nada vivo na face da Terra, salvo por 4 anjos, mas esse cenário foi revertido quando a Roda do Tempo foi girada.

 

Criação

Após Deus entregar as almas aos eridais (a primeira raça de humanos), Ele ordenou a Metatron e seus sentinelas que os protegessem e os guiassem. Com o passar do tempo, os hominídeos começaram a ganhar consciência sobre o Universo e sobre si mesmo. Eles deixariam de ser animais agressivos guiados pelos instintos e passaram a ser mais refinados e inteligentes.

Um dos primeiros humanos a tomar essa consciência foi Adão, e logo depois sua esposa Lilith. Para preservá-los dos perigos do mundo, o Primeiro Anjo construiu, entre os rios Tigres e Eufrates, um oásis de propriedades magnificas, com muitas árvores frutíferas e animais graciosos. Depois, ele abduziu os dois e os colocou no jardim, apagando suas memórias de suas vidas em suas tribos. Adão e Lilith passaram a viver isolados dos demais humanos, pois Metatron acreditava que a humanidade era intrinsicamente boa, mas que a convivência em grandes grupos causava discórdia e conflitos. Por conta disso, além de isola-los, ele fez com que o solo do jardim os deixassem inférteis, impedindo-os de ter filhos e criar uma sociedade naquele santuário. Além disso, as águas dos rios que corriam no jardim deixavam quem as bebessem completamente imortais.

 

Adão

Adão, conhecido em Enoque como o Grande Pai, foi o primeiro humano a ter consciência, junto com sua esposa Lilith. Ele é considerado na mitologia cristã como o primeiro humano a ser criado por Deus e que ele residia no Jardim do Éden, até ser expulso por comer do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.

 

História

Depois que Yahweh deu a alma para a humanidade e foi até o Monte Tsafon descansar, os humanos começaram a ter consciência de si e do mundo a seu redor. O primeiro homem (ou um dos primeiros, há controvérsias) a demonstrar essa consciência se chamava Adão, seguido por sua esposa Lilith.

Com a ideia de preservá-los dos perigos do mundo, Metatron, o Primeiro Anjo, incumbido de proteger a Terra e seus habitantes, resolveu criar um santuário na Crescente Fértil e o cercou com grades de ouro. Conhecido como Jardim do Éden, os dois humanos viveram isolados de suas comunidades atuais, mas cercados de espécies exóticas de plantas e animais. As águas do jardim concediam a imortalidade, entretanto suas terras os tornaram inférteis, já que Metatron acreditava que os humanos eram bons por natureza, mas a vida em sociedade os corrompia.

 

No Jardim

Em um certo período de tempo, Adão e Lilith começaram a discutir na ausência de Metatron, principalmente porque Adão não queria permitir que sua esposa ficasse sobre ele no ato sexual. Ao escutar o relato, o Primeiro Anjo tomou partido do homem e resolveu expulsar Lilith do Jardim, escolhendo uma outra parceira mais dócil e obediente, a jovem Eva.

Durante um de seus dias no Jardim, Adão estava caçando em seus pastos quando havia avistado uma gazela correndo perto de um rio. Ao atirar a sua lança e acertar o animal, ele se aproximou para dar o golpe final, mas hesitou quando viu que a gazela estava prenha de filhotes. O homem então desistiu de abater sua presa e começou a chorar, pensando no ato que estava prestes a fazer, quando Metatron se materializou ao seu lado. O Primeiro Anjo questionou o motivo da tristeza de Adão e ditou a ele mais uma regra: não abater um animal que esteja prestes a dar a luz. Depois de curar a gazela, Metatron observou Adão voltar para sua tenda junto a Eva.

Por conta da interferência de Metatron em assuntos dos Sete Céus, Lúcifer resolveu atacar o Primeiro Anjo em seu ponto fraco: a humanidade. A Estrela da Manhã enviou seu Serafim mais leal, Samael, disfarçado de serpente para o Jardim e disse algumas verdades ao casal, como Eva não era a primeira esposa e que os dois eram mantidos presos por Metatron. Os dois resolveram questionar o Primeiro Anjo sobre esses fatos e, como visto que o estrago já estava feito, resolveu deixar os dois saírem do jardim, com apenas um conselho: "Não confiem em nenhum ser alado e louvem apenas a raça humana."

 

Fundando Nod

Fora das terras do jardim, Adão e Eva finalmente poderiam ter filhos. O primeiro deles, Caim, havia fundado a cidade de Enoque depois que seu pai unificou as tribos do Oriente Próximo, na região de Nod. Após um tempo, o casal teve um outro filho, conhecido como Seth. Por milhares de anos, a linhagem de Adão, conhecido como o Grande Pai em Enoque, governou sobre a Bela Gigante, tanto por Caim quanto por Seth.

Quando o Dilúvio veio, Noé, filho do rei Lemék e descendente de Adão, estavam protegidos em uma arca e começaram a reconstruir a civilização quando as águas retrocederam, mantendo viva a linhagem de Adão.

 

Características

Não se sabe muito sobre Adão e nem como ele foi em toda a sua vida. Dizem as teorias que ele é considerado o primeiro homem a tomar consciência de si e do mundo. Enquanto ele estava no Jardim do Éden, ele havia mostrado misericórdia por uma gazela prenha, chamando a atenção de Metatron pelo seu ato altruísta. Ainda sim, o Primeiro Homem havia causado a expulsão de Lilith por ela querer ficar em cima dele durante o ato sexual. Adão havia bebido das águas de seus rios, se tornando praticamente imortal, apesar de que não se sabe se ele sobreviveu ao Dilúvio.

Em Nod, o país que ele fundou, Adão ficou conhecido como Grande Pai e seus habitantes passaram a cultua-lo em sua religião estatal. Nos dias atuais, Adão é considerado pelas religiões abraâmicas como o primeiro homem criado por Deus, seguido por sua esposa, a primeira mulher, Eva. Os dois foram banidos do Éden, de acordo com as escrituras sagradas, por comerem o fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal e tomarem consciência sobre coisas maliciosas.

 

Curiosidades

  • Adão é uma palavra de origem hebraica que significa Homem, retratando sua história como o primeiro homem.
  •  Por ter bebido as águas do Éden, Adão havia se tornado imortal, mas seus filhos, como Caim e Seth, e seus descendentes herdaram uma fração desse poder, podendo viver por milhares de anos.
  •  Metusael, tataraneto de Caim e descendente de Adão, por exemplo, viveu por 432 anos até ser assassinado por seus primos.
  •  Apesar de Caim e Seth existirem no universo do Sphor, Abel não foi citado na história de Adão, então não se sabe se ele existiu.

 

Lilith

Lilith, a Primeira Mulher, é uma personagem do livro A Batalha do Apocalipse. Ela foi a primeira esposa de Adão e a primeira mulher a tomar consciência de si e do mundo em sua volta. Antes uma das residentes do Jardim do Éden, a mulher foi expulsa por Metatron e acabou cruzando caminhos com o Arcanjo Sombrio, se tornando uma figura importante dentro do Sheol.


Levada ao Jardim

Assim como seu marido Adão, Lilith foi uma das primeiras humanas a tomar consciência de si e do mundo em sua volta. Quando isso aconteceu, Metatron os retirou de sua tribo e resolveu preservar o casal dentro de um oásis no meio do deserto de Nod. Enquanto dentro do Jardim do Éden, Lilith e Adão eram imortais, mas não podiam ter filhos porque suas terras os tornavam inférteis, já que Metatron acreditava que a convivência em sociedade corrompia os humanos.

Com o passar do tempo, Lilith e Adão começaram a se desentender, principalmente sobre questões sexuais. Tomando partido de Adão, Metatron expulsou Lilith do Jardim e a substituiu com uma outra mulher, Eva. Fora do Éden, ela se estabeleceu as margens do Mar Vermelho e, livre da infertilidade, ela começou a copular com todos os homens que via em sua frente.

 

Mãe dos Lilins e das Succubus e Incubus

Graças a natureza mística de Lilith, seus filhos possuíam poderes e características estranhas, de natureza nefasta. Eles ficaram conhecidos como Lilins e, mesmo antes da queda de Lúcifer, eram tratados como demônios terrestres. Quando o Arcanjo Sombrio estabeleceu seu reino no Sheol, ele propôs um acordo aos lilins: em troca de terras e prestígios no Inferno, eles se tornariam a guarda de elite da Estrela da Manhã, e nenhum demônio tentaria atacá-lo por conta do poder da raça.

Junto com seus descendentes, Lilith foi morar no Sheol e se tornou a líder da ordem infernal das Incubus e Succubus, demônios que se alimentam de prazeres carnais. Durante milênios, Lilith fornicava continuamente com Lucifer, servindo como uma de suas concubinas, mas não sentia nada por ele além de desejo sexual. Eventualmente, ela teve uma filha com ele chamada Inanna, que logo se tornaria líder dos lilins.

 

Encontrando o Amor

No século 13 d.C., Lucifer enviou Lilith para receber Ablon em Gerython, Terceiro Círculo, e levá-lo a presença da Estrela da Manhã em Caina, Sexto Círculo. Usando suas habilidades de sedução, ela tentou fazer com que o Renegado a tomasse como amante, mas Ablon não se deixou levar pelas manipulações de Lilith, falando a ele sobre o significado do amor verdadeiro. Pega pelas palavras do general, Lilith resolveu ajudá-lo a escapar do Inferno e trair Lúcifer, já que ele nunca foi capaz de dar a ela amor de verdade.

Em 1453 d.C., Lilith e Órion foram até os Calabouços de Zandrak no Quinto Círculo para liberar Ablon. Para que a Estrela de Prata liberasse o anjo, Lilith seduziu e transou com Balor, o Baal encarregado de torturar Ablon por 200 anos. Ao descobrir o envolvimento de Lilith na fuga do Renegado, Lucifer a convocou e pediu para que ela se explicasse, o que ela fez ao insultar o Arcanjo Sombrio e dizer que Ablon a deu o que ele nunca foi capaz de conceder. Enfurecido com a traição e rejeição de Lilith, Lúcifer ordenou que Apollyon a matasse, a decapitando com sua espada.

 

Aparência

Lilith era uma mulher muito bonita, de cabelos ruivos longos, olhos azuis e de silhueta perfeita, com uma expressão sedutora. Ao se tornar uma residente do Inferno, ela ganhou uma cauda pontuda semelhante aos de demônios.

 

Personalidade

A succubus andava nua pelo Inferno e exalava feromônios que incitavam outros machos a fornicação, ressaltando ainda mais a sua natureza altamente sexual. Apesar disso, Lilith tomou partido de Ablon e resolveu ajudá-lo a escapar do Sheol, mostrando um lado mais afetivo de sua pessoa.

 

Habilidades

  • Imortalidade: Lilith é reconhecida em muitas religiões e crenças como a primeira mulher, existindo desde o início do Sétimo Dia da Criação, há 200.000 anos atrás. Ela se tornou imortal depois que bebeu das águas do Éden, assim como seu ex-marido.
  •  Doação de Poder: Através de sua linhagem, Lilith passou parte de sua natureza mística aos seus descendentes, os Lilins. A maioria deles contém poderes como voar ou imortalidade, como Inanna, que está viva desde 35.000 a.C.

 

Relacionamentos

Adão

Lilith e Adão eram casados e foram levados ao Jardim do Éden por Metatron no intuito de preservá-los. Entretanto, os dois começaram a discutir sobre posições sexuais e, tomando partido de Adão, o Primeiro Anjo expulsou Lilith do Jardim.

Lúcifer

Depois de sair do Jardim, Lilith caminhou pelo mundo até se encontrar com Lúcifer, que na época ainda estava nos Sete Céus, e os dois logo se conectaram. Depois que o Arcanjo Sombrio foi banido para o Sheol, ele levou Lilith junto a ele, a transformando em um demônio e promovendo-a a líder da ordem dos Incubus e Succubus.

No Inferno, Lilith e Lúcifer fornicavam varias vezes, mas a mulher não sentia amor, apenas desejo. Depois de conversar com Ablon, ela entendeu sobre o amor verdadeiro e resolveu ajudar o anjo a escapar.

Ablon

Lilith conheceu Ablon nos Campos da Morte, o quinto círculo do Inferno. Ao levar o anjo a presença de Lúcifer, os dois tiveram uma breve conversa sobre amor verdadeiro, o que acabou afetando Lilith. Após a conversa, ela trabalhou junto com Órion para libertar o renegado.

 

Curiosidades

  • Lilith é um personagem conhecido das mitologias abraâmicas. Dizem que ela foi a primeira esposa de Adão antes de Eva, sendo assim a primeira mulher, mas que foi expulsa do Éden por Deus por diversos motivos. Na cultura popular, ela é tratada como um demônio que trabalha junto a Lúcifer.
  •  Muitos acreditam que Lilith poderia ser a serpente que enganou Adão e Eva, como uma forma de vingança por sua expulsão.
  •  A succubus tinha em sua possessão uma fera em forma de pterodátilo, só que com o corpo feito de lava resfriada. Ela a usava para se deslocar pelo Inferno.
  • Provavelmente essa fera era um remanescente dos apaks, os últimos pterodátilos ainda vivos antes do Dilúvio, usados pelos enoquianos como montaria.

 

Expulsão da Lilith

Durante um certo período de tempo, Adão e Lilith viveram junto no jardim, acreditando que Metatron era o criador do Universo e seu progenitor, o chamando de Senhor e Pai. Entretanto, o casal começou a ter várias discussões, já que o homem não queria que a mulher ficasse sobre ele durante o ato sexual. Como o Primeiro Anjo não queria que a paz naquele santuário fosse perturbada, ele tomou partido de Adão e decidiu expulsar a Primeira Mulher do jardim. Para não deixar o Primeiro Homem sozinho, ele abduziu outra mulher, chamada Eva, de uma das tribos próximas e a colocou no Éden, apagando a memória dos dois e dizendo que os são um casal.

 

Eva

Eva foi a segunda esposa de Adão após Lilith, a primeira esposa, ser expulsa do Jardim do Éden. Pouco se sabe dela, apenas que ela teve Caim e Seth junto com Adão.

Assim que Lilith foi expulsa do Jardim do Éden por entrar em conflito com Adão, seu marido, Metatron, o Primeiro Anjo, começou a procurar por outra humana para fazer companhia para o primeiro homem. Ele encontrou uma jovem, doce e gentil moça nas comunidades próximas, Eva, e a levou para o Jardim, onde foi feita esposa de Adão. Metatron resolveu não contar a ela que ela era a segunda mulher do primeiro homem para não causar conflitos.

 

Visita de Samael

Por muito tempo, Adão e Eva viveram no jardim assim como era com Lilith, com Adão caçando os animais e Eva colhendo raízes e frutos. Durante esse tempo, Metatron novamente se apresentava como Senhor e Pai e criava provações ao casal para testar seus princípios e morais, além de permitir que qualquer anjo adentrasse seus domínios. O Primeiro Anjo sabia que sociedades fora do jardim crescia e se desenvolvia, mas, devido as guerras e conflitos entre as diferentes civilizações humanas, ele decidiu preservar o casal o máximo que pudesse até que os demais Sentinelas cumprissem suas funções e trouxessem paz ao planeta.

Devido as interferências do Primeiro Anjos nos assuntos dos Sete Céus, Lúcifer resolveu atingir seu rival em seu ponto fraco: o casal do Éden. Para semear a discórdia entre eles e Metatron, a Estrela da Manhã enviou seu serafim mais confiável, Samael, ao jardim. Na primeira ida, Samael tentou questionar o motivo do Primeiro Anjo de focar em Adão e Eva ao invés de tentar apaziguar os demais conflitos humanos e colocar os Sentinelas na linha, mas o Deus do Jardim era esperto o suficiente para conhecer as verdadeiras intenções do serafim, então ele o expulsou do Éden e decidiu fechar o jardim, proibindo que qualquer anjo além dele cruzasse seus portões.

Entretanto, isso não impediu que Samael continuasse com a missão de seu amo. Em sua segunda visita, ele se transmutou em uma serpente, uma habilidade dada a ele pelo Arcanjo Sombrio, e rastejou por dois dias até encontrar uma macieira robusta. Quando Eva passava pela árvore, a Serpente a chamou e a ofereceu um fruto, contando a ela muitos conceitos que ela desconhecia, como o amor verdadeiro, e instigando dúvidas para que ela e seu marido questionassem o porquê eles estavam presos e não podiam ter filhos.

 

Tentação de Samael

Como uma maneira de afetar a humanidade para se vingar de Metatron por interferir em assuntos dos Sete Céus, o Arcanjo Lúcifer enviou seu Serafim mais leal para o Jardim. Chegando lá, Samael se disfarçou de serpente e esperou pacientemente sobre uma macieira para que os humanos aparecessem. Eva, que estava caminhando por perto, percebeu os grandes frutos da árvore e resolveu colhe-los, mas percebeu a presença da cobra. O Serafim disse para ela se aproximar e começou a contar a ela sobre muitos conceitos desconhecidos pelo casal, como morte, anjos e outros humanos fora do Jardim. A serpente então deu um fruto para ela e mandou ela contar o que descobriu para seu marido.[1]

Sabendo a verdade, o casal resolveu confrontar o Primeiro Anjo e exigiram sair e conhecer o mundo. Vendo que o estrago já estava feito, Metatron permitiu que eles saíssem. Fora do Éden, Adão e Eva tiveram ao menos dois filhos conhecidos: Caim, o primogênito e Seth.

 

Características

Por conta do isolamento que Metatron forçou sobre o casal, Eva era bem ingênua e inocente. Ela desconhecia conceitos como: morte, provavelmente por ser imortal igual a seu marido; anjos, já que Metatron era o único celeste que entrava e saia do Jardim e se proclamava como Deus;Ela nao conhecia o que era liberdade e amor verdadeiro, já que não podia ter filhos e não podia experimentar o amor maternal e estava contida dentro dos portões do Éden.[1]

 

Curiosidades

Eva é um nome hebraico que significa "aquela que dá vida", refletindo seu papel como a mãe da humanidade.

 

Deixando o Jardim

Depois que Eva voltou ao seu marido e contou a ele o que Samael havia lhe contado, o casal resolveu questionar Metatron. Sabendo que o estrago estava feito, o Primeiro Anjo permitiu que eles saíssem do jardim e conhecessem o mundo lá fora, mas não antes de lhes dar um último conselho: "louvem apenas a raça humana e não confiem em nenhum ser alado." Livres das terras do jardim, Adão e Eva finalmente puderam ter filhos, então eles se assentaram na região do Oriente Próximo e lá tiveram seu primogênito, Caim. O Grande Pai, como Adão ficou conhecido, unificou as tribos do deserto e seu filho fundou Enoque, a Bela Gigante, a capital da nação de Nod e pátria dos homens.

Não se sabe exatamente o que aconteceu com o Jardim do Éden depois que o casal o deixou, mas, como Metatron o abandonou para ter uma família com humanos na região do Sudeste Asiático, pode-se dizer que ele ficou abandonado até ser destruído pelo Dilúvio em 11.500 a.C.

 

Território

O jardim foi construído por Metatron na confluência entre os rios Tigres e Eufrates, ao sul do Mesopotâmia, numa região de terras férteis e irrigadas conhecida como Crescente Fértil. Na época antediluviana, dizia-se que o jardim crescia a oeste de uma região chamada Nod, em que a linhagem de Adão governaria por milhares de anos.

 

Topografia

O Jardim do Éden era descrito como um paraíso na Terra, um oásis místicos no meio do deserto escaldante, com maravilhas ancestrais não encontradas em nenhum outro lugar. Ele era delimitado por sete portões de ouro e continha quatro rios e lagos puros e cristalinos, cujas águas tornavam qualquer que a bebessem imortal. O jardim não era um lugar uniforme, pois contava com muitas grutas, rincões e cachoeiras

 

Vegetação

Os campos do jardim continham árvores frutíferas robustas, em bosques verdes e copiosos, além de flores de beleza ancestral e raízes que alimentavam seus habitantes.

A leste do jardim crescia Isidrath, a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Em Nod, ela serviu como o símbolo da religião estatal, que cultuava a raça humana e Adão. No ano de 35.000 a.C., o arquimago Kothar-wa-Khasis usou de suas mudas para cultivar macieiras macabras, com um pouco de necromancia, para usar de seus frutos para produzir um gás sedativo potente o suficiente para nocautear anjos.

 

Animais

Metatron inseriu inúmeras espécies de animais dentro do jardim para que o casal os usasse como alimento, como gazelas, aves e peixes. Entretanto, ele não permitia predadores dentro do Éden, como no caso de serpentes.

 

Habitantes

  • Metatron
  •  Humanos

        Adão e Eva (antigamente; decidiram sair)

        Lilith (antigamente; expulsa por Metatron)

 

Curiosidades

  • Apesar da existência do Jardim do Éden e da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, o Fruto Proibido provavelmente não existe no universo de Spohr, ou apenas não foi citado.
  •  Algumas interpretações levam a dizer que o Fruto Proibido seria "a verdade" que Samael disse a Eva, sobre Metatron e os outros humanos.
  • Adão tinha tomado das águas do Éden e se tornara imortal, mas seus filhos, como Caim, ganharam apenas parte deste dom, podendo viver por milhares de anos.

 

Referencia

Filhos do Éden: Universo Expandido