Sabia que não foi somente Salomão?“
O leitor mais desatento acaba achando que Provérbios foi todo escrito por Salomão, principalmente por causa da frase inicial “provérbios de Salomão” (Provérbios 1:1), porém, um exame detalhado nos mostrará que isso não é verdade. Vamos juntos aprender mais detalhes sobre a autoria desse incrível livro da Bíblia Sagrada.
(1) Sabemos que o livro de Provérbios é uma coletânea organizada de diversos provérbios: “São também estes provérbios de Salomão, os quais transcreveram os homens de Ezequias, rei de Judá” (Provérbios 25:1). A maioria deles é de autoria de Salomão, porém, como veremos a seguir, temos outros autores que também tem seus provérbios aqui nesta coletânea. A Bíblia cita Salomão como um grande escritor, veja: “Compôs três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco” (1 Reis 4:32).Em provérbios não temos todos os escritos por Salomão, o que temos é uma parte escolhida, uma seleção (talvez daqueles considerados os melhores pelos organizadores da coletânea).
(2) É preciso considerar que quando a Bíblia diz “provérbios de Salomão” não está dizendo que todo o livro é de Salomão, mas, talvez, indique uma parte que será citada na sequência ou, a melhor hipótese, que é a de Salomão sendo o principal autor. Isso dá, claro, maior destaque à coletânea devido a fama de Salomão. Por exemplo, veja: “Provérbios de Salomão, filho de Davi, o rei de Israel” (Provérbios 1:1). É uma boa forma de começar uma coletânea, com destaque para o autor mais conhecido e admirado e ainda uma citação do Rei Davi, o mais admirado dos reis de Israel.
(3) Além de Salomão temos ainda mais dois autores citados por nome em Provérbios, que são Agur e Lemuel. Vejamos a citação sobre Agur: “Palavras de Agur, filho de Jaque, de Massá. Disse o homem: Fatiguei-me, ó Deus; fatiguei-me, ó Deus, e estou exausto” (Provérbios 30:1).Não se sabe nada desse personagem a não ser essa citação feita nesse trecho. Em outra citação temos o autor chamado de rei Lemuel, vejamos: “Palavras do rei Lemuel, de Massá, as quais lhe ensinou sua mãe” (Provérbios 31:1). Da mesma forma, não temos detalhamentos a respeito desse rei, o que já levou muitos estudiosos a pensarem que fosse um rei estrangeiro ou mesmo que fosse um pseudônimo (quando um autor não usa seu nome verdadeiro).
(4) Por fim, temos ainda uma parte de provérbios que não tem designado o nome de nenhum autor especifico. Essa parte designa provérbios de autores que são denominados sábios, veja: “São também estes provérbios dos sábios. Parcialidade no julgar não é bom” (Provérbios 24:23). Talvez tenhamos aqui alguns provérbios de sabedoria popular que não se sabia a autoria de forma exata (como nos famosos ditados populares que conhecemos hoje). Além desses trechos dos “sábios” temos ainda a parte final do livro (Provérbios 31:10-31) que está “solta”, ou seja, não parece estar ligada ao rei Lemuel (citado como autor do trecho anterior), o que leva a crer que essa última parte de provérbios é anônima. Porém, podemos notar que é uma parte composta com muita maestria, pois usa no início de cada verso, na inicial do texto, uma letra do alfabeto hebraico (um acróstico), falando sobre a mulher virtuosa e sobre família, fechando o livro de Provérbios com um lindo poema sobre a mulher sábia que abençoa seu lar.
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