domingo, 13 de dezembro de 2020

Quem escreveu o livro de Provérbios?

Livro dos Provérbios – Wikipédia, a enciclopédia livre
 

 

Sabia que não foi somente Salomão?“


O  leitor  mais desatento  acaba  achando  que  Provérbios  foi  todo  escrito  por Salomão, principalmente  por  causa  da  frase  inicial “provérbios  de  Salomão” (Provérbios  1:1),  porém,  um  exame  detalhado  nos  mostrará  que  isso não  é  verdade.  Vamos  juntos  aprender  mais  detalhes  sobre  a  autoria desse incrível livro da Bíblia Sagrada.


(1) Sabemos  que  o  livro  de  Provérbios  é  uma  coletânea  organizada  de diversos provérbios: “São também estes provérbios de Salomão, os quais  transcreveram  os  homens  de  Ezequias,  rei  de  Judá” (Provérbios  25:1).  A  maioria  deles  é  de  autoria  de  Salomão,  porém, como  veremos  a  seguir,  temos  outros  autores  que  também  tem  seus provérbios  aqui  nesta  coletânea.  A  Bíblia  cita  Salomão  como  um  grande escritor,  veja: “Compôs  três  mil  provérbios,  e  foram  os  seus cânticos mil e cinco” (1 Reis 4:32).Em provérbios  não temos todos os  escritos  por  Salomão,  o  que  temos  é  uma  parte  escolhida,  uma seleção  (talvez  daqueles  considerados  os  melhores  pelos  organizadores da coletânea).

(2) É preciso considerar que quando a Bíblia diz “provérbios de Salomão” não está dizendo que todo o livro é de Salomão, mas, talvez, indique uma parte  que  será  citada  na  sequência  ou,  a  melhor  hipótese,  que  é  a  de Salomão  sendo  o  principal  autor.  Isso  dá,  claro,  maior  destaque  à coletânea  devido  a  fama  de  Salomão.  Por  exemplo,  veja: “Provérbios de Salomão, filho de Davi, o rei de Israel” (Provérbios 1:1).  É uma  boa  forma  de  começar  uma  coletânea,  com  destaque  para  o  autor mais  conhecido  e  admirado  e  ainda  uma citação  do  Rei  Davi,  o  mais admirado dos reis de Israel.


(3) Além  de  Salomão  temos  ainda  mais  dois  autores  citados  por  nome em  Provérbios,  que  são  Agur  e  Lemuel.  Vejamos  a  citação  sobre  Agur: “Palavras de Agur, filho de Jaque, de Massá. Disse o homem: Fatiguei-me,  ó  Deus;  fatiguei-me,  ó  Deus,  e  estou  exausto” (Provérbios 30:1).Não se sabe nada desse personagem a não ser essa citação  feita  nesse  trecho.  Em  outra  citação  temos  o  autor  chamado  de rei  Lemuel,  vejamos: “Palavras do rei Lemuel, de Massá, as quais lhe  ensinou  sua  mãe”  (Provérbios  31:1). Da  mesma  forma,  não temos  detalhamentos  a  respeito  desse  rei,  o  que  já  levou  muitos estudiosos a pensarem que fosse um rei estrangeiro ou mesmo que fosse um pseudônimo (quando um autor não usa seu nome verdadeiro).


(4) Por  fim,  temos  ainda  uma  parte  de  provérbios  que  não  tem designado  o  nome  de  nenhum  autor  especifico.  Essa  parte  designa provérbios de autores que são denominados sábios, veja: “São também estes provérbios dos sábios. Parcialidade no julgar não é bom” (Provérbios 24:23). Talvez   tenhamos   aqui   alguns   provérbios   de sabedoria popular que não se sabia a autoria de forma exata (como nos famosos  ditados  populares  que  conhecemos  hoje).  Além  desses  trechos dos “sábios” temos ainda a parte final do livro (Provérbios 31:10-31) que está “solta”, ou seja, não parece estar ligada ao rei Lemuel (citado como autor  do  trecho  anterior),  o  que  leva  a  crer  que  essa  última  parte  de provérbios é anônima. Porém, podemos notar que é uma parte composta com muita maestria, pois usa no início de cada verso, na inicial do texto, uma  letra  do  alfabeto  hebraico  (um  acróstico),  falando  sobre  a  mulher virtuosa  e  sobre  família,  fechando  o  livro  de  Provérbios  com  um  lindo poema sobre a mulher sábia que abençoa seu lar.

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