INTRODUÇÃO
Entre as aflições da vida, a enfermidade é a que mais temos
dificuldade em aceitar. Lutamos tanto quanto podemos pra aliviar a dor.
Os pesquisadores da área da saúde são incansáveis visando esse fim.
Somos cônscios que a enfermidade é uma consequência do juízo divino
sobre a humanidade, feita ao primeiro casal, por causa do pecado.
Herdamos do primeiro casal a natureza pecaminosa e passamos a viver numa
terra amaldiçoada em virtude da iniquidade(Gn 3:17). Nascidos à imagem e
semelhança de Adão (Gn 5:3), concebidos em pecado (Sl 51:5), não temos
como deixar de possuir um corpo que está marcado para morrer, como
também uma natureza que, ao adquirir a consciência, nos leva a pecar
contra Deus. Estamos destinados a morrer e, como tal, não temos como
fugir da enfermidade. Pode ser que morramos por motivo outro que não a
enfermidade, mas jamais podemos dizer que, por sermos cristãos, jamais
ficaremos enfermos. Assim como o fato de sermos salvos não nos livra da
morte física, consequência praticamente inevitável do pecado e que
acomete tanto os salvos quanto os ímpios, assim também não estamos
imunes à doença. A Bíblia está repleta de exemplos de homens e mulheres
de Deus que, apesar de terem uma vida de comunhão com o Senhor,
adoeceram e, por vezes, até morreram doentes, sem que esta doença
significasse qualquer desvio espiritual ou pecado por parte do servo do
Senhor. A propósito, o profeta que maior número de milagres fez no
Antigo Testamento, Eliseu, em que repousava porção dobrada do Espírito
Santo que havia estado em Elias, diz-nos as Escrituras, morreu por causa
de uma doença (2Rs 13:14). Muitos insinuam em dizer que os crentes não
podem adoecer, como é o caso dos “teólogos” da “teologia da
prosperidade”. Segundo esses “teólogos”, quem fica doente não está
reivindicando seus direitos como filho de Deus ou não tem fé. Que
falácia! Tudo isso porque as suas mensagens visam agradar o ser humano e
atendê-lo em suas necessidades restritas a essa vida, como saúde,
prosperidade e bem-estar. O ensino bíblico, porém, é claro ao ensinar
que muitas são as aflições do justo. Jesus cura os enfermos, este é um
sinal de que venceu a morte e o inferno, de que é o Salvador do mundo,
mas daí a se dizer que todo salvo não fica doente há uma grande
distância. O fato de que a saúde faz parte do plano de Deus para a
salvação não significa que a doença venha a ser erradicada da vida de
todo aquele que aceita a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua
vida. Assim, como ainda estamos neste “corpo do pecado”, enquanto ainda
temos um corpo corruptível, o corpo que está destinado ao pó, de onde
foi formado, temos de conviver com a enfermidade. Ela pode aparecer como
uma ocorrência em nossas vidas, ainda mais nos tempos trabalhosos em
que vivemos, dias em que, apesar da multiplicação da ciência (Dn 12:4),
surgiriam cada vez mais enfermidades (Mt 24:7). Todavia, quando o nosso
corpo for revestido da incorruptibilidade aí sim, gozaremos para sempre
uma vida de plena saúde.
I. A ORIGEM DAS ENFERMIDADES
A enfermidade é algo que vem ao homem por causa da entrada do
pecado no mundo, mas pode ser tanto um castigo divino, como uma
oportunidade para a manifestação das obras de Deus, como resultado de
negligência do homem no desempenho da sua mordomia em relação a seu
corpo e a sua mente.
1. A queda e as enfermidades. A enfermidade física
é um fato incontestável, e a Escritura afirma que o primeiro motivo
deste terrível mal sobre a humanidade foi a queda de Adão e Eva. O
propósito divino, que era, como vemos no relato da criação, o de manter
uma comunhão com Deus e de, a partir desta comunhão, dominar sobre a
criação terrena. Contudo, o homem não obedeceu a este propósito divino e
pecou. Ao desobedecer a Deus, o homem perdeu este estado de equilíbrio,
tanto que um dos juízos lançados por Deus sobre ele foi o da morte
física: “…maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos
os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a
erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à
terra, porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”
(Gn 3:17,18,19). A sentença divina sobre o homem, por causa do seu
pecado, atingiu diretamente a questão da saúde. A terra, antes o local
da realização do propósito divino para o homem, passou a ser um
obstáculo para este mesmo ser humano. A terra foi maldita e, como algo
maldito, traria infelicidade, incômodo e aborrecimento para o homem. A
natureza passou a colaborar para um crescente desequilíbrio do organismo
humano, desequilíbrio que levaria, mais cedo ou mais tarde, à extinção
da atividade, com a degeneração do organismo, que estaria fadado a se
desfazer, voltando a ser pó, o mesmo pó que o Senhor havia tomado para
formar o homem. O homem passou a ter a natureza como um obstáculo, como
um fator de empecilho, em vez de um complemento que só lhe trazia
alegria e ajuda na sua sustentação (Gn 2:9). A natureza passou a
colaborar com a perda da saúde, passou a ser um fator que contribuiria
para a corrupção progressiva e constante do corpo humano. Daí termos o
fato de a natureza ter seres que, para o homem, são geradores de
doenças, os chamados “agentes patogênicos”. Isto é resultado da sentença
divina sobre o homem, por causa da “queda”, algo que somente será
modificado depois que a natureza for redimida (Rm 8:1923), o que
ocorrerá apenas por ocasião do reino milenial de Cristo (Is 11:6;
65:25). Como se não bastasse o fato de a natureza passar a colaborar
para a degeneração do homem, temos que o próprio organismo humano, por
si só, após o pecado, haveria de iniciar sua marcha para a sua extinção.
Como resultado do pecado, o corpo humano passou a sofrer de uma
degeneração contínua, independentemente da ação de “agentes
patogênicos”, porque o Senhor estabeleceu que o homem deveria tornar ao
pó (morrer), ou seja, que o corpo tenderia a se desfazer, a deixar de
existir enquanto tal. Assim, podemos afirmar que a doença e a morte
física não estavam projetadas para o homem, não faziam parte do
propósito divino, mas que são resultado do pecado, consequências da
queda do homem.
2. Provados pelas enfermidades. A Bíblia está
repleta de exemplos em que doenças foram utilizadas para julgamento de
nações e de povos, como a quinta praga lançada sobre o Egito, a praga
das úlceras (Ex.9:812); a lepra, que, durante toda a história do povo
hebreu, sempre esteve vinculada a uma maldição ou juízo divinos – como
nos casos de Miriã (Nm 12:10), de Geazi (2Rs 5:27), e do rei Uzias (2Rs
15:5); e as doenças que acometeram tanto um rei fiel como Asa, mas que
havia entristecido o Senhor ao perseguir um profeta(2Cr 16:9,10,12), e o
rei Ezequias (2Rs 20:1-11), como um rei infiel, como o rei Jeorão de
Judá (2Cr 21:18,19). Mas, também, não podemos nos esquecer que, por
vezes, a doença foi impingida por Deus não por causa de algum pecado,
mas com outros objetivos, como a retidão e sinceridade de alguém – como
no caso de Jó(Jó 1:1-22), Timóteo(1Tm 5:23), Trófimo(2Tm 4:20), Paulo
(2Co 12:7) – ou, mesmo, para a manifestação das obras de Deus – como no
caso do cego de nascença (João 9:13). Se o problema da doença não for de
pecado, mas de manifestação da obra de Deus, devemos aguardar que o
Senhor faça a Sua obra, o que poderá ocorrer tanto na cura quanto na
morte física. Devemos ter a resignação como conduta, pedindo a Deus
misericórdia para suportar o sofrimento e intensificando a nossa
comunhão com Ele. Estejamos certos que, se se trata de uma provação
divina, ela é para o nosso bem, para melhorar nossa condição diante do
Senhor (Rm 8:28). As dores, o incômodo, o sofrimento não são fáceis, mas
peçamos ao Senhor que tenha misericórdia de nós, que nos console e
conforte para que o Seu propósito seja cumprido. Jó assim procedeu e,
antes de ser sarado pelo Senhor, testemunhou que todos os pesadelos,
todas as dores, todo o sofrimento atroz de sua enfermidade física lhe
havia proporcionado uma maior intimidade com Deus (Jó 42:1-6).
3. Enfermidades de origem malignas. Existem
enfermidades cuja origem é maligna. Todavia, jamais um servo de Deus
será atingido por doença dessa procedência sem a permissão de Deus(Jó
2:6). No Novo Testamento é citado alguns casos de enfermidades de origem
espiritual maligna. Cito apenas dois exemplos: (a) O caso do menino
lunático(grego:“seleniázomai” – indicava crise muito parecida com a
epilepsia) -“E, quando chegaram para junto da multidão, aproximou-se
dele um homem, que se ajoelhou e disse: Senhor, compadece-te de meu
filho, porque é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e
outras muitas, na água. […] Trazei-me aqui o menino. E Jesus repreendeu o
demônio, e este saiu do menino; e, desde aquela hora, ficou o menino
curado“ (Mt 17:14-18). (b) O caso do homem mudo – “De outra feita,
estava Jesus expelindo um demônio que era mudo. E aconteceu que, ao sair
o demônio, o mudo passou a falar; e as multidões se admiravam” (Lc
11:14).
É importante fazer os seguintes esclarecimentos: a) Nem todo ataque
epilético é de origem demoníaca. A ciência já descobriu que eles são
provocados por uma espécie de curto circuito no cérebro. Creio que a
maioria deles é de origem física. Portanto, não se pode sair expulsando
demônios de quem sofre ataques epiléticos. Você a ajudará mais a
encaminhando a um médico especialista que a submeta a um exame adequado.
b) Nem toda pessoa muda é por influência demoníaca. A maioria é pelo
simples fato de serem surdos. Por não poderem ouvir não tem como prender
os sons das palavras e, portanto, não podem emitir sons inteligíveis.
Por isso, jamais se deve cometer o erro de querer expulsar demônios de
tudo que é mudo que aparecer na sua frente! É necessário que tenhamos
discernimento espiritual para diferenciar o que é e o que não é
enfermidade de origem demoníaca. Não se pode atribuir todas as mazelas
de uma pessoa a uma ação direta dos demônios. Mesmo o cristão mais
espiritual está sujeito a ficar enfermo fisicamente. Temos claros
exemplos disto tanto na Bíblia como na história da igreja. É bom
ressaltar que por ser habitação permanente do Espírito Santo de Deus,
nenhum cristão pode sofrer o que vimos nos exemplos bíblicos citados. Ou
seja, um demônio não pode entrar num cristão verdadeiro provocando
ataques e atirando-o ao chão, provocar mudez ou outra enfermidade.
II. AS DOENÇAS DA VIDA MODERNA
As doenças originaram-se da queda do homem no Éden. Antes do
pecado, não havia enfermidades, desgastes, envelhecimento e morte, mas a
desobediência de nossos primeiros pais trouxe medo, moléstias,
deterioração e morte (Gn 3:10,17-19). A primeira enfermidade foi de
ordem emocional. A Bíblia sustenta que Adão e Eva, ao pecarem, sentiram
medo (Gn 3:8-10). Depois, certamente sobrevieram-lhes as demais sequelas
emocionais, psicológicas e físicas. É do pecado, como estado e como
ato, que procedem todas as doenças. Muitas são as doenças da vida
moderna, mas citaremos apenas três, acompanhando a indicação do
comentarista da lição em foco.
1. Depressão. É uma doença física como outra
qualquer, só que desorganiza as reações emocionais. Ela é muito complexa
e difícil de ser diagnosticada, pois um dos seus principais sintomas
pode ser confundido com tristeza, apatia, preguiça, irresponsabilidade e
em casos crônicos como fraqueza ou falha de caráter. É muito comum
ouvir as pessoas dizer que estão deprimidas, quando apenas estão
chateadas, estressadas ou porque se desentenderam com alguém. Devemos
ter cuidado para não associar a depressão com pecado, o que costuma
acontecer em muitas igrejas. Os crentes, como todo mundo, estão expostos
a essa doença(Sl 42:3-6,11; 2Co 1:8), e a depressão pode ter causas
variadas. Essa doença, dependendo do caso, pode ser tratada tanto com
medicação quanto por meio de terapia e aconselhamento. Não podemos
descartar a possibilidade de uma cura divina, e, quando necessário,
atentar para a necessidade de uma intervenção médica (Mt 9:12). Muitas
são as causas da depressão. Apesar de muitas pesquisas nessa área, os
cientistas ainda não sabem se são os pensamentos depressivos que
provocam alterações bioquímicas ou é um desequilíbrio químico no cérebro
que provoca a depressão. Ela pode ser causada pela maneira como se vive
no trabalho, no lar, na escola. O emprego que não oferece recompensa,
mas não pode ser deixado porque não há outro em vista; muita tensão de
horários e prazos; tensão doméstica, econômica, déficit de sono, pouco
exercício físico, problemas pessoais, problemas de criação, problemas na
infância, problemas de relacionamento, distância de Deus, a meia-idade
(difícil para o homem, ainda mais difícil para a mulher),
desapontamentos, enfermidade, efeitos colaterais de determinados
medicamentos, rejeição, alimentação inadequada, efeito de entorpecentes,
perda de emprego, perda de posição, perda de pessoas queridas por
morte, divórcio, abandono etc., etc. Outras causas não têm sentido
aparente, porém, na verdade, são provocadas por um desequilíbrio
interno, como desordens glandulares ou hipoglicemia. Como se vê, as
causas da depressão podem ser as mais diversas, inclusive não podemos
descartar os casos hereditários. Há pessoas que, ao que tudo indica, têm
alguma propensão, vinda dos seus pais, para desenvolver esse tipo
doença. Mas, na maioria das vezes, a causa da depressão é cultural, isto
é, depende do estilo de vida no qual as pessoas se integram e a que são
expostos. Na Bíblia, encontramos vários homens de Deus que enfrentaram a
depressão. As causa foram as mais diversas. Dentre eles destacamos:
Elias, o tesbita (1Reis 19:1-4); Jó (Jó 3:11; 6:11; 17:1); Abraão (Gn
15); Jonas (Jn 4); Saul (1Sm 16:14-23); Davi (Sl 13:1-3;57:6,7) e
Jeremias (Jr 9). Quando a depressão chega, costumamos reagir através da
fuga, como fez Moisés (Ex 2:15) e o próprio Elias (1Rs 19:3,4). A
verdade é que a depressão é uma condição da qual Satanás se aproveita
para tornar o povo de Deus inútil para a Obra do Mestre. Entende o
cristão deprimido que Deus dá perdão, mas não o experimentou ou acha que
não foi salvo ou que perdeu a salvação (coisa que a Bíblia não ensina),
ou ainda que cometeu o pecado imperdoável (sem saber defini-lo). Satã
ataca o cristão com o cansaço que deprime, e, assim, vem o sentimento de
fraqueza, ansiedade e medo. Medo da morte, medo do amanhã, medo de
gente, medo de coisas específicas, e medos mal definidos também. Mesmo
em momentos de depressão, os servos de Deus podem contar com o seu
cuidado proteção e orientação. Deus não só habita no alto e santo lugar,
mas também com o contrito e quebrantado de coração (Is 57:15). Jeová
jamais deixaria só seus filhos no quarto escuro e solitário da depressão
espiritual. O hino 193 da harpa cristã de Paulo Leivas Macalão traz a
confiança inabalável em Deus oriunda do usufruto de Sua presença apesar
da depressão: “Ele intercede por ti, minh’alma; Espera Nele, com fé e
calma; Jesus de todos teus males salva, E te abençoa dos altos céus“.
Foi a intercessão de Jesus por Pedro, quando este lhe negou por três
vezes, que o sustentou em seu choro de amargura e desespero: “Eu, porém,
roguei por ti, para que tua fé não desfaleça” (Lc 22:32a). O salmista
com veemência exclamou: “Por que estás abatida, ó minha alma? Espera em
Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu” (Sl 42:5).
Fica claro que a cura da depressão espiritual se centraliza em Deus.
Fica claro também que todos os grandes homens de Deus que caíram em
depressão correram para o trono da graça a fim de obterem socorro em
ocasião oportuna. Quando esta força de buscar o trono era inexistente, o
Senhor ia ao encontro dos seus filhos, como no caso de Pedro e
especificamente no caso de Elias. Glórias a Deus!!
2. Síndrome do pânico (crise ansiosa aguda). A
síndrome do pânico “é uma condição mental que faz com que o indivíduo
tenha ataques de pânico esporádicos, intensos e muitas vezes
recorrentes. Pode ser controlado com medicação e psicoterapia. É
importante ressaltar que um ataque de pânico pode não constituir doença
(se isolado) ou ser secundário a outro transtorno mental”(fonte:
Wikipédia). A insegurança nos grandes centros urbanos tem fomentado a
síndrome do pânico e outras desordens mentais. O tratamento do
transtorno do pânico inclui medicamentos e psicoterapia, além de muita
oração, apoio da família e da igreja. Além do tratamento médico – que é
válido e necessário -, aqueles que cristãos dizem ser devem se
conscientizar que a saúde envolve a mente, esta faculdade que não é do
corpo, mas, sim, da alma. Depende, portanto, de cada um de nós permitir
que o Espírito Santo habite em nós, para que venhamos a conhecer as
coisas de Deus e, assim, ter a “mente de Cristo”. Sem a “mente de
Cristo”, jamais teremos saúde mental. Sem o Espírito de Deus, estaremos
sujeitos a sermos cegados em nosso entendimento pelo adversário de
nossas almas, cujos ardis não podemos ignorar (2Co 2:11). Precisamos ter
uma vida de santidade, de comunhão com Deus, precisamos buscar a Deus
para não permitir que a nossa mente venha a ser enganada pelo inimigo.
Para termos a “mente de Cristo”, é indispensável que meditemos na
Palavra do Senhor de dia e de noite (Sl 1:1,2). É fundamental que não
permitamos que os nossos olhos sejam a porta de entrada daquilo que não
agrada a Deus (Mt 5:22,23). Se vigiarmos para que os nossos sentidos
físicos não sejam utilizados para levar à nossa mente aquilo que não é
agradável ao Senhor, certamente estaremos preparando terreno para que o
Espírito possa atuar em nossa mente e, assim, tenhamos a “mente de
Cristo”, tudo discernindo espiritualmente e evitando ser apanhados nos
embaraços e laços que o adversário sempre está a pôr diante de nós. A
saúde mental exige que tenhamos a “mente de Cristo”. Sem ela, cairemos
na mesma “onda” dos incrédulos, correndo de um lado para outro, cegos
pecadores, que nada enxergam por causa de seu pecado (Is 59:10; Sf
1:17), o que redundará em problemas psíquicos, que podem até gerar
doenças psicossomáticas. As síndromes de pânico e demais enfermidades
mentais, tão corriqueiras nos dias de hoje, relacionadas estão quase
sempre com esta falta da “mente de Cristo”. Que tenhamos saúde mental
nos submetendo ao Senhor e nEle pensando a todo instante!
3. As doenças psicossomáticas. O aumento do pecado
no mundo é, sem dúvida, o principal motivo para a intensificação dos
problemas psíquicos, das enfermidades mentais. Os tempos trabalhosos são
tempos de desamor, de egoísmo, de crueldade, de ingratidão, de falta de
afeto natural. O individualismo e egoísmo crescentes levam à completa
desconsideração do próximo, levam a um progressivo e contínuo isolamento
das pessoas, a uma desconfiança cada vez maior. Tudo isto abala a
estrutura psíquica do ser humano. Os dias de hoje são dias de crueldade,
de egoísmo, em que as pessoas temem relacionar-se com outras (muitas
vezes face à exorbitante violência que tem pairado sobre a sociedade,
independente de posição social), medo este que já está se tornando pavor
diante da crueldade e da ingratidão reinantes. Neste isolamento de tudo
e de todos, os homens angustiam-se, entram em depressão, recorrendo a
subterfúgios que somente aumentam ainda mais as suas carências. O uso de
drogas para se fugir da realidade e se alcançar a alegria momentânea, a
procura das riquezas para se fazer reconhecido e respeitado no meio
social, o uso da tecnologia para a criação de mundos virtuais, tudo tem
sido vão na solução deste impasse, nesta incessante e incansável
investigação para se obter o equilíbrio mental e psíquico, algo que
somente se obtém mediante o restabelecimento da comunhão com Deus, o que
se faz somente por intermédio de Jesus Cristo.
Fatores que contribuem para doenças psicossomáticas.
a) Competitividade excessiva. O mundo moderno é
extremamente competitivo, razão pela qual grande parte das pessoas é
ansiosa. A Bíblia nos recomenda “descansar no Senhor” (Sl 37:5,7; Mt
6:30-34).
b) Luta pelo sucesso profissional. A falta de preparo profissional, o desemprego e a obtenção de um bom desempenho profissional, levam muitos a ficarem frustrados. O crente em Jesus não se desespera, mas confia no Senhor (Sl 55:22; 1Pe 5:7).
b) Luta pelo sucesso profissional. A falta de preparo profissional, o desemprego e a obtenção de um bom desempenho profissional, levam muitos a ficarem frustrados. O crente em Jesus não se desespera, mas confia no Senhor (Sl 55:22; 1Pe 5:7).
c) Estresse. O estresse ocasional não causa
neuroses ou outro tipo de doença da mente. Entretanto, o estresse
constante tende a desenvolver enfermidades mais graves. Por isso, a
Bíblia ensina que não devemos andar ansiosos (Mt 6:25), e que nossas
ansiedades devem ser lançadas sobre o Senhor (1Pe 5:5-7). Nesse sentido,
a igreja deve ser instruída à luz da Palavra e da ciência social, pois,
conforme nos ensina a Bíblia, devemos entregar o nosso caminho ao
Senhor; confiar nele, e Ele tudo fará (Sl 37:5; Mt 6:33).
III. O QUE FAZER DIANTE DA DOR E SOFRIMENTO
1. Não culpar ou questionar a Deus. Querer
questionar a Deus a cerca de dificuldades que passamos – quer seja ela
de natureza física, emocional ou social -, é fruto da ignorância, da
falta de conhecimento acerca de Deus. O silêncio de Deus às vezes é
muito doloroso, quando necessitamos de um socorro imediato. Porém, temos
apenas de demonstrar a nossa pequenez e a necessidade de estarmos na
nossa humilde posição de servos do Senhor. Aconteceu com Jó. Após os
longos discursos de Eliú, antes que Jó pudesse oferecer alguma resposta
(se é que iria oferecer alguma), o debate é interrompido pelo Senhor
que, de dentro de um redemoinho, inicia um diálogo direto com o
patriarca. Era o final do silêncio de Deus de que o patriarca tanto
reclamara durante a discussão com seus amigos, mas Deus, em vez de
respostas, traria perguntas ao patriarca. Deus Se apresenta ao patriarca
e inicia seu discurso com uma pergunta: “quem é este que escurece o
conselho com palavras sem conhecimento? “(Jó 38:2). Em outras palavras,
quem é que quer ter o direito de dizer o que Deus deve ou não fazer?
Quem é aquele que está indignado por causa de seu sofrimento e se sente
um injustiçado? Quem é aquele que quer que Deus lhe dê satisfação, lhe
preste contas do que está fazendo na sua vida? Será que o Senhor também
não nos está fazendo esta mesma indagação? Será que temos nos colocado
no nosso devido lugar de servos, de pessoas dispostas a obedecer e a
fazer o que o Senhor nos manda? Ou será que estamos como Jó, que, apesar
de ser o homem mais excelente na terra no seu tempo (como é a Igreja do
Senhor na atualidade), não deixou de ser homem e, como tal, não tinha o
direito de querer questionar Deus ou querer que Ele lhe prestasse
contas do que estava fazendo em sua vida? Deus mostrou a Jó que, apesar
de sua excelência e de ser, efetivamente, uma pessoa inocente, não tinha
o direito de querer demandar com Deus, de arguir-Lhe num tribunal, como
tinha desejado (Cf. Jó 7:20,21; 10:2-22;13:3,14-28; 23:1-17). Portanto,
quando estivermos passando por dificuldades não devemos culpar ou
questionar a Deus. Devemos, sim, questionarmos a nós mesmos, se estamos
andando conforme a sua vontade.
2. Confiar em meio à dor. Jamais conseguiremos
entender e discernir os desígnios e propósitos do Senhor. Não é esta a
nossa função, mas, sim, confiarmos no Senhor e entregarmos nosso caminho
a Ele, sabendo que Ele tudo fará e que este tudo sempre promoverá o
nosso benefício (Sl 37:5; Rm 8:28). 3. A espera de um milagre. A
promessa da cura divina é uma realidade para os nossos dias. É algo
destinado aos que crêem. É uma realidade atual e indispensável para que
demonstremos a presença de Deus no meio da Igreja, para que o nome do
Senhor seja glorificado. A cura poderá ocorrer de forma milagrosa ou por
meio dos recursos da medicina. Uma pessoa pode ser vitima de câncer e
estar desenganada pelos médicos, e Deus restaurar sua saúde através da
ministração de determinados medicamentos ou realização de cirurgia. Mas
não devemos nos esquecer de que nem sempre Jesus cura, pois a cura tem
propósitos que não se confundem com a nossa vontade ou com os nossos
caprichos. Por isso é importante sabermos o porquê alguém está doente, a
fim de que compreendamos qual o propósito do Senhor nesta doença. Uma
vez tendo compreendido isto, o que nem sempre será o enfermo que
conseguirá entender sozinho, pois, muitas vezes, necessitará do auxílio
dos servos de Deus neste discernimento, então deve-se clamar a Deus para
que a sua vontade seja feita, bem compreendendo que a cura virá se este
for o propósito divino naquele caso. O rei Ezequias havia sido
informado pelo profeta de que iria morrer, mas essa era apenas uma forma
de Deus desenvolver a sua fé. Após sua oração, ele recebeu de Deus mais
quinze anos de vida(Is 38:1-22; 2Rs 20:1-11).
CONCLUSÃO
Um dia não haverá mais doenças nem morte (Ap 21:4). Porém, enquanto
estamos aqui, devemos zelar pela nossa saúde física, mental e
emocional. Precisamos lembrar que o nosso corpo é o templo do Espírito
Santo, por isso, temos de cuidar de nossa saúde por meio de uma
alimentação correta, repouso adequado, exercícios físicos, jejum e
oração. No sofrimento, lembre-se de que Jesus nos alertou quanto às
aflições (João 16:33). Aguarde com alegria aquele ditoso tempo, quando
Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem
pranto, nem clamor, nem dor (Ap 21:4).
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Caramuru Afonso Francisco – Saúde física e mental.
Caramuru Afonso Francisco – A promessa da cura divina
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Caramuru Afonso Francisco – Saúde física e mental.
Caramuru Afonso Francisco – A promessa da cura divina
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