segunda-feira, 30 de março de 2015

ESTUDO DO SALMO 51


Quando estudamos o Salmo 51, tomamos conta do quão grande é a misericórdia de Deus. Mas para isto é preciso que demonstremos a vontade de revermos a nossa conduta e abandonarmos o pecado.
A casa de Davi caiu por causa dos pecados sexuais. Quando a Bíblia nos ensina a Orar e Vigiar é para não darmos abertura às ciladas que o Diabo coloca na nossa frente.  Desde pequenos ouvimos dizer que uma mente vazia é uma oficina para o inimigo. Mente vazia da palavra de Deus, aliada á falta de oração, serve para nos tornar fracos e, portanto suscetíveis às insinuações, e abre-nos para a possibilidade do pecado.
Ensina-nos a Bíblia no Livro de 2º Samuel 11.1, o seguinte: “Na primavera, época em que os reis saíam para a guerra, Davi enviou para a batalha Joabe com seus oficiais e todo o exército de Israel; e eles derrotaram os amonitas e cercaram Rabá. Mas Davi permaneceu em Jerusalém. (NVI)
Naquele momento a função de Davi era a de liderar o seu exército, pois era a época em que os Reis saiam para a Guerra. No entanto Davi ficou em Jerusalém.  Continua a narrativa do livro de 2º Samuel, dizendo que Davi estava passeando pelo terraço, quando avistou uma mulher formosa. Davi não vigiou, pois desde os tempos de Moisés, foi lhe ensinado que cobiçar a mulher alheia era pecado. Embora a cultura daquela época permitisse ao homem possuir várias esposas, aquela não era sua. Não podemos colocar a culpa somente em Davi, pois Bate-seba, provavelmente teve sua parte na culpa, pois permitiu que o Pecado acontecesse.
Em acontecendo o pecado, o resultado vem... Isto é 
inevitável... A conseqüência deste pecado foi uma gravidez indesejada que colocou a casa de Davi em ruínas.  Continuando, Davi, para encobrir uma falha, acabou cometendo outro pecado pior. Que é o pecado de mandar matar Urias, seu servo fiel e leal. Do pecado sexual, caímos no homicídio. E qual foi o castigo de Deus para isto? Foi a derrubada da casa de Davi. Profetizado pelo profeta Natã. Após mostrar a Davi, seu erro, através da parábola das Ovelhas. Natã mostrou a Davi o quão terrível foi seu erro, e que Deus não compartilharia com tal erro.“Agora, pois, a espada jamais se apartará da tua casa,” (2 Samuel 12.10 a). Temos a punição de Davi com a morte de seu filho com Bate-Seba e a queda de todos os seus filhos. 
Chegamos assim ao Salmo 51. Temos um homem que reconheceu seu pecado e caiu aos pés de Deus com um coração contristado a arrependido. Já no primeiro versículo deste Salmo, Davi implora pela misericórdia de Deus.
 “Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões.” (Salmo 51.1) (NVI)  
O que significa Misericórdia? Ensina-nos o Dicionário da Bíblia de Almeida que:
“MISERICÓRDIA"
1) Bondade (Js 2.14, RA).
2) Bondade, AMOR e GRAÇA de Deus para com o ser humano, manifestos no perdão, na proteção, no auxílio, no atendimento a súplicas (Êx 20.6; Nm 14.19, RA; Sl 4.1). Essa disposição de Deus se manifestou desde a criação e acompanhará o seu povo até o final dos tempos (Sl 136, RA; Lc 1.50).
3) Virtude pela qual o cristão é bondoso para com os necessitados (Mt 5.7; Tg 2.13).
Para alcançarmos a misericórdia de Deus é preciso que a peçamos. Se não pedirmos ele não nos concederá. Quando reconhecemos os nossos pecados e tomamos ciência de nossos erros, e nos propomos a mudar a nossa trajetória de vida, Deus nos concede a Graça de seu perdão. Embora, as conseqüências do Pecado se manifestarão em nossas vidas. Na vida de Davi: A morte de seu filho; a ação de Amnom contra Tamar e a revolta de Absalão, entre outras conseqüências.
Este Salmo é um Porto Seguro, para nós, crente em Cristo Jesus, pois nos mostra que podemos voltar a ter uma convivência restaurada com Deus. O Deus de Abraão, Isaac e Jacó pode nos lavar de todas as nossas transgressões e nos purificar de nossos pecados tornando-nos mais alvos do que a neve. E foi isto que pediu o Salmista no versículo sete. Ele pede e reconhece a capacidade que Deus possui de não nos imputar as nossas transgressões após nos dar seu perdão.
 O que vem a ser pecado?

“PECADO"
Falta de conformidade com a lei de Deus, em estado, disposição ou conduta. Para indicar isso, a Bíblia usa vários termos, tais como pecado (Sl 51.2; Rm 6.2), desobediência (Hb 2.2), transgressão (Sl 51.1; Hb 2.2), iniqüidade (Sl 51.2; Mt 7.23), mal, maldade, malignidade (Pv 17.11; Rm 1.29), perversidade (Pv 6.14; At 3.26, RA), rebelião, rebeldia (1Sm 15.23; Jr 14.7), engano (Sf 1.9; 2Ts 2.10), injustiça (Jr 22.13; Rm 1.18), erro, falta (Sl 19.12; Rm 1.27), impiedade (Pv 8.7; Rm 1.18), concupiscência (Is 57.5, RA; 1Jo 2.16), depravidade, depravação (Ez 16.27,43,58, RA). O pecado atinge toda a raça humana, a partir de Adão e Eva (Gn 3; Rm 5.12). O castigo do pecado é a morte física, espiritual e eterna (Rm 6.23). Da morte espiritual e eterna escapam aqueles que se chegam a Cristo, o Salvador (Rm 3.21—8.39). O pecado sem perdão é a incredulidade (Mt 12.31-32; v. BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO).”
Se nós não tivéssemos a possibilidade de contar com o Perdão de Deus, estaríamos fulminados já neste mundo e pior, no outro que é eterno. Mas quando Deus nos perdoa ele não mais nos cobre as nossas faltas. Embora o Diabo, insista em nos acusar. Aprendemos nas Sagradas Escrituras o seguinte: “Col 2:14 e anulou a conta da nossa dívida, com os seus regulamentos que nós éramos obrigados a obedecer. Ele acabou com essa conta, pregando-a na cruz.” (NTLH)
Com a morte de Cristo ele anulou os escritos que pesavam contra nós. Mas para que isto prevaleça nós temos que aceitá-lo como nosso legítimo e único salvador. Não podemos nos fiar em outra coisa que não seja o seu sacrifício e morte de Cruz. Não podemos invalidar o derramamento de Sangue que ele fez para nos salvar.
Irmãos em cristo. Quando nós pecamos e nos afastamos da presença de Deus, estas faltas tiram nossa alegria e coragem de estarmos na presença de Deus. O Salmista, estando ciente disto pede a Deus que lhe dê novamente a vontade e a alegria de comparecer na sua presença.   “Ó Deus, cria em mim um coração puro e dá-me uma vontade nova e firme! Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu santo Espírito. Dá-me novamente a alegria da tua salvação e conserva em mim o desejo de ser obediente.” (Salmos 51.10-12) (NTLH)
Devemos aprender com o Rei Davi, mesmo que pequemos, compareçamos na presença de Deus e peçamos perdão pelos nossos pecados e voltemos alegres para a Igreja do Senhor Cantando, testemunhando e falando das Boas Novas do Evangelho. Não devemos aceitar as acusações que o Diabo faz contra nós, depois que nós recebemos o perdão de Deus. Não podemos perder a alegria de nossa salvação.
O que fazer? Comparecer na presença de Deus como fez o Salmista: “Ó Deus, o meu sacrifício é um espírito humilde; tu não rejeitarás um coração humilde e arrependido.” (Salmo 51.17)
Devemos buscar a Santificação através de uma vida equilibrada entre a Oração e a palavra. Devemos lembrar o que nos ensina a Bíblia em Isaias 44:22 “Já perdoei as suas maldades e os seus pecados; eles desapareceram como desaparece a cerração. Volte para mim, pois eu sou o seu Salvador.” (NTLH)
Façamos de nossa vida atual o momento para a agradarmos a Deus com as nossas ações de Homens e Mulheres salvos em Cristo. Levando as Boas Novas de Salvação aos perdidos. Sendo o Sal da Terra e a Luz do Mundo. Peçamos sempre a Deus para nos dar a alegria de tua salvação. E nós fazemos isto, não porque nós somos Justos e Perfeitos, mas porque conforme nos ensina as Santas Escrituras em Daniel 9:18 “Ouve, ó meu Deus, e atende a minha oração. Abre os olhos, vê a nossa desgraça e olha para a tua cidade. Fazemos os nossos pedidos por causa da tua grande compaixão e não porque sejamos bons e honestos.” (NTLH)
Vejamos o Salmo 51 em suas divisões:

 V1 Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.
Davi implora por misericórdia.  A Misericórdia é um dos atributos de Deus para conosco. Ele implora pelo perdão do senhor. O pecado existe, embora ele não seja explícito pelo salmista.

V2 Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado.
Ele pede perdão, a natureza ilimitada do Senhor, permite a Davi chegar-se a ele.

V3 Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
Temos uma confissão do Salmista. Ele conhece e sente-se perturbado pelo pecado que lhe atormenta a alma. Ele humilha-se, pois reconhece que o pecado está sempre diante dele. Devemos também confessar as nossas transgressões e assim pedir o perdão que nos permitirá aproximar-se de Deus.

V4 Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares. 
A responsabilidade pelo pecado é pessoal. É odioso contra Deus. No caso De Davi ele cedeu ao pecado da carne e se afastou de Deus. Ele abandonou a sua harpa.

V5 Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.

V6 Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria.

V7 Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve.
Aqui temos a demonstração de confiança na obra redentora de Deus. Tanto na Expiação como na aplicação.

V8 Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste.
Quando estamos separados da face de Deus pelos nossos pecados ele se afasta. Esta é a dor maior. Quando estamos com deus estamos jubilosos. Jubilar é alegrar-se muito.

V9 Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades.
Ele pede a Deus que não o olhe com os olhos de Justiça, mas sim de Misericórdia. Que o perdoe de todas as transgressões.

V10 Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto. 
O arrependimento pressupõe mudanças. Após abandonar o pecado, o homem tem que mudar as suas ações. Mas isto somente é feito com a ajuda de Deus e com a vinda de Cristo e após sua ascensão com a Santificação pelo Espírito Santo. Ele pede, “Cria”, esta é a forma de adquirir a benção. Ele reconhece a soberania do Senhor.

V11 Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. 
O salmista pede para que deus não deixe e nem o expulse de sua presença. Assim nós devemos pedir e agir para que Deus não nos deixe. Zelando pela nossa vida Cristã.

V12 Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário.

V13 Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão.
O Salmista ora por três bênçãos: a renovação da alegria, a sustentação e a utilidade para servir a Deus. Não podemos ensinar o caminho do Senhor para outras pessoas, enquanto nós mesmos não mudarmos. Quanto mais felicidade encontrarmos no caminho do Senhor, com mais fidelidade e sinceridade poderemos divulgar suas Boas-Novas. Quando nos tornamos fiéis e sinceros, os outros são influenciados por nós. O salmista estava determinado a ser um professor. Não há melhor professor do que aquele que experimentou. Ele não está só na teoria, mas tem a prática. No caso do salmista a dor vivenciada pela separação de Deus por causa do pecado.

V14 Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça.

V15 Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor. 
Quando Deus realiza sua obra em nós, a nossa boca se abre. Se não for por ele, é preferível ficarmos calados. O salmista pede para que Deus não lhe dê somente o entendimento, mas que abra os lábios. Nos dias de hoje temos que orar pedindo a Deus que nos capacite a pregar o Evangelho. Mas, que faça segundo a sua vontade.

V16 Porque te não comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos.
“Misericórdia quero e não sacrifícios”.

V17 Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.
Se existe uma oferta que Deus não despreza, é o coração contristo e quebrantado. Arrependido pelos males que causou com seu pecado e aflito para reconciliar-se com Deus. Esta deve ser a nossa oferta.

V18 Abençoa a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém.
Oremos para que Deus nos ajude a erguermos os muros de nossas vidas através de sua doutrina e zelo pela suas palavras. Nós devemos buscar o bem da Igreja através de nossas orações.

V19 Então, te agradarás de sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas; então, se oferecerão novilhos sobre o teu altar. 
Somos aceitos por Deus, as nossas ofertas também são. Então devemos oferecer o melhor. As nossas ofertas mais gordurosas, mais ricas: Nosso tempo, nosso talento. Não devemos esconder os talentos. A igreja precisa deles. E nós não podemos nos apresentar a Deus com as mãos vazias. A sã doutrina. Devemos zelar pelas ordenanças divinas a apresentar sobre o Altar as nossas ofertas.

Que o Espírito Santo fale aos nossos corações pela Misericórdia de Deus.
Amém.

Marco Antonio Lana (Teólogo)

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