terça-feira, 28 de outubro de 2014

QUAL PARENTESCO ENTRE ÁRABES E JUDEUS?



Nos estudos históricos não bíblicos ha referencias de um povo chamado literalmente "vagabundos das areias" (Ara-Bar). Esse era o vocábulo com o qual o povo egípcio designava todos os nômades semitas que giravam em volta do Egito, que depois darão origens aos árabes, e hebreus. outros antropólogos defendem que os dois povos são, ao mesmo tempo, os "habiru" nômades presentes em todo Oriente próximo, em 2000 e 2200 a.C. A partir deste ponto de vista, portanto é difícil separar a etnia dos árabes e os hebreus. São ambos  povos semitas, nascidos no mesmo contexto.

No mundo Bíblico existe a figura de Abraão, o pai espiritual das três religiões monoteísticas:
- Judaísmo,
- islamismo,
- cristianismo.

Da história de Abraão fica evidente também que ele não é só pai espiritual de hebreus e árabes, mas também pai carnal. A Bíblia conta, em Gênesis, que Abraão não podia ter filhos com sua esposa Sara. Esta, recorrendo a uma espécie de prática moderna da "barriga de aluguel", pede ao marido que tenha um filho com a escrava Agar. nasce então Ismael (pai dos ismaelitas, depois conhecido como muçulmanos ). Mais tarde também Sara conseguirá ter um filho (Isaac). O texto de Gênesis conta que ouve conflitos entre Agar e Sara e por causa disso Abraão teve de mandar embora Agar, contra a sua vontade, com o filho Ismael. Os dois vão então para o deserto, mas sempre protegidos por Deus que conforta Agar dizendo que também Ismael vai dar origem a um grande povo. Isso significa que temos duas alianças, uma feita com Abraão e sua descendência (Isaac, Jacó...) e outra similar com Ismael e seus descendentes, muçulmanos. 

Depois, na sequência da narração bíblica, se dá muita ênfase na Aliança com os patriarcas, mas também não deixa de ser mencionado o sucesso da outra aliança com Ismael: Isaac encontra com seu irmão Samuel, na vida adulta; Ismael participa do enterro de Sara e também de Abraão; quando Ismael morre é descrito como o justo.

Quem disse que os árabes descendem de Ismael é o próprio Maomé. supõe-se que uma separação entre os dois povos tenha acontecido quando uma parte da descendência de Abraão vai para o Egito. onde vive pacificamente. Depois a situação do Egito modifica-se quando Moisés com o povo Hebreu sai do Egito e volta para a Palestina, onde formam uma nova realidade social e histórica.

Da parte árabe, os vestígios arqueológicos dizem que os primeiros reinos surgem com os Mineus e os Sabeus, na Península Arábica, onde se estabilizaram as tribos nômades.

São vários os elementos que testemunham a origem comum, antropologicamente falando, dos dois povos. A raiz comum se dá também no campo religioso. Prova disso é que o próprio Moisés é evocado até mesmo no nome dos Muçulmanos (Moslen), que reconhecem Moisés como profeta.

DEUS PROIBE A CONFECÇÃO DE IMAGENS?

DEUS PROÍBE A CONFECÇÃO DE IMAGENS?




O primeiro mandamento da Lei dada por Deus a Moisés, no Sinai, diz: "Não terás outros deuses diante de Mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma do que há em cima no céu, e do que há em baixo na terra, nem do que nas águas debaixo da terra. Não adorarás tais coisas, nem lhes prestarás culto." (Ex. 20, 3-5 e Deut. 5, 8).
No Deuteronômio Deus repete essa proibição, dizendo: "Não farás para ti, nem levantarás nenhuma estátua, coisas que o Senhor, teu Deus, aborrece." (Deut. 26, 21).

Baseados nesses textos da Bíblia, os protestantes de todos os naipes - repetindo a heresia dos iconoclastas - acusam a Igreja Católica de não acatar a ordem de Deus, pois permite que se façam esculturas e imagens de Cristo e dos santos, para serem veneradas.

Esse raciocínio dos hereges peca, porque isola esse texto de outros. Se houvesse apenas essas frase na Escritura a respeito de imagens, eles teriam razão. Acontece que o mesmo Deus que deu essa lei em outras passagens disse o contrário, pelo menos aparentemente.

Assim, vejamos.

No mesmo Êxodo, quando Deus - cujo primeiro mandamento proibira fazer esculturas do que há no céu - mandou fazer a Arca da Aliança para que nela se guardassem as tábuas da Lei, Deus diz: 

"Farás também dois querubins de ouro batido, nas duas extremidades do oráculo. Um querubim esteja dum lado, o outro do outro. Cubram ambos os lados do propiciatório, estendendo as asas e cobrindo o oráculo, e estejam olhando um para o outro com os rostos voltados para o ropiciatório, com o qual deve ser coberta a arca, na qual porás o testemunho, que Eu te hei de dar. De lá te darei as minhas ordens, em cima do propiciatório e do meio dos querubins, que estarão sobre a arca do testemunho, e te direi todas as coisas que por meio de ti intimarei aos filhos de Israel" (Ex. 25, 17-22). Esse texto será repetido em Ex 37, 7.

Se Deus proibira fazer "figura alguma do que há em cima do céu", como é que depois manda fazer as figuras de dois querubins, determinando colocá-los exatamente sobre a arca em que se guardaria a Lei que proibia fazer estátuas? 
Aparentemente é uma contradição, e em Deus não pode haver contradição. Logo, deve haver uma explicação para fazer estátuas. 

Qual? 

Há ainda várias outras passagens em que Deus ordenou que se fizessem esculturas. Eis algumas: 

No Livro dos Números, quando os judeus se rebelavam contra Deus porque os tirara do Egito, Deus os puniu, castigando-os com serpentes. E o povo rogou a Moisés que intercedesse a Deus por ele, dizendo: "Roga [a Deus] que afaste de nós as serpentes. E Moisés orou a Deus pelo povo, e o Senhor disse a ele: " Faze uma serpente de bronze, e põe-na por sinal; aquele que, sendo ferido, olhar para ela, viverá. Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e pô-la por sinal; e os feridos que olhavam para ela, saravam." (Num. 21, 7-9).

De novo: se Deus proibiu fazer figuras e esculturas do que havia sobre a terra, como então ordena que Moisés faça uma serpente de bronze? E, mais, quem olhasse para a serpente era curado, ocasionando aos judeus mais rústicos a ideia - que poderia ser uma tentação -- de considerar que na serpente de bronze havia algo de espiritual ou divino capaz de curar.

Poderia haver contradição em Deus? Claro que não. Então deve haver alguma explicação para isso: Deus proíbe fazer imagens e Deus manda fazer imagens. Uma delas, uma imagem de serpente que curava sendo olhada.
Repare ainda -- de passagem -- que na Bíblia se admitem intercessores humanos diante de Deus, ao contrário do que erradamente ensinam os protestantes de todas as seitas, que não admitem intercessores...

Quando Deus mandou fazer o Templo, ordenou que se fizesse um mar de bronze, isto é, uma grande bacia de bronze, e disse: "e [o mar] estava assente sobre doze bois, três dos quais olhavam para o setentrião, três para o ocidente, três para o meio dia e três para o oriente, e o mar estava em cima deles; as partes posteriores deles escondiam-se todas para a parte interna" (I Reis, 7, 25).
Como se explica que o mesmo Deus que proibira, no Sinai, fazer esculturas do que existe sobre a terra, mande fazer doze bois? Afinal, é proibido ou não fazer esculturas? 

Que confusão fazem os protestantes lendo apenas uma frase isolada da Bíblia, esquecendo -- de propósito -- outras.

Descrevendo o mar de bronze, diz a Bíblia: "O trabalho da base era a cinzel e havia esculturas entre as junturas. Entre as coroas e festões havia leões, bois, querubins e também nas junturas da parte de cima; debaixo dos leões e dos bois pendiam como que umas grinaldas de cobre." (I Reis, 7, 28-29).

No Livro I das Crônicas ou I dos Paralipômenos se leem outras particularidades das esculturas que Deus ordenou que fossem feitas por ordem de Salomão para o Templo de Deus, em Jerusalém.

"Pôs no oráculo dois querubins feitos de madeira de oliveira., de dez côvados de altura"(...) "adornar todas as paredes do Templo em roda com várias molduras e relevos, figurando nelas querubins, palmas e diversas figuras, que pareciam destacar-se saindo da parede" (...) "Nestas duas portas de madeira de oliveira entalhou figuras de querubins, palmas, relevos de muito realce de ouro tanto os querubins como as palmas, e todas as outras coisas" (...) "esculpiu nelas querubins palmas e relevos muito salientes; "(I Rs. 6, 23-24; 29; 32; 35).

"Também para os garfos, copos, turíbulos de ouro puríssimo, para os leõezinhos de ouro, segundo os seus tamanhos, destinou o peso de ouro para cada um dos leõezinhos. Do mesmo modo, para os leões de prata, separou outro peso de prata. Para o altar, em que se queima o incenso, deu do ouro mais fino, para que dele se fizesse a figura dum carro de querubins, que estendessem as asas e cobrissem a arca da aliança do Senhor" (I Cr. 28, 17-18).

Quando a Arca da Aliança caiu em mãos dos filisteus, Deus os puniu com uma praga. Para se livrarem dela, os filisteus consultaram os seus adivinhos, que mandaram que eles fizessem cinco objetos de ouro representando a parte de seu corpo ferida pela praga, e cinco ratos de ouro, colocando esses objetos junto com a Arca da Aliança, sobre um carro de boi, deixando-o livre para partir. E o carro foi em direção dos judeus, que recuperaram a Arca.
Ora, o fato de que Deus atendeu os filisteus, curando-os, comprova que Ele aceitara a dádiva dos cinco ratos de ouro e dos cinco objetos representando a parte ferida pela praga. Portanto, nem sempre as esculturas são condenáveis.

Todas essas citações comprovam que, se Deus proibiu fazer esculturas e imagens no primeiro mandamento, Ele mandou, em outras ocasiões, e por diversas vezes, que se fizessem esculturas e figuras. Como explicar, repetimos essa aparente contradição, já que em Deus é impossível haver contradição? 

A explicação não é difícil.

Há dois tipos de proibições: as proibições absolutas e as proibições relativas.

Imagine você, um professor irritado com sua classe barulhenta, que lhes grita: "Proíbo que abram a boca". 

A seguir, ele chama um dos alunos para pedir-lhe a lição, numa chamada oral. Ele pergunta uma coisa ao Zezinho, que nada responde. Pergunta outra, Zezinho se mantém absolutamente de boca fechada. Pergunta pela terceira vez, e Zezinho fica absolutamente silencioso. O professor lhe dá nota zero.

A seguir, o professor surpreende um outro aluno comendo um sanduíche. Irritado de novo, diz que doravante proíbe que comam.

Terminadas as aulas, Zezinho vai para casa e recusa comer e falar: mantém-se de boca fechada. A mãe insiste e Zezinho se mantém inamovível; a boca dele não abre. Afinal explica por escrito porque não fala e não come: o professor proibira comer e falar. Por isso tirou zero na lição oral e recusa comer qualquer coisa.

Evidentemente, Zezinho é pouco entendedor... O professor "proibira abrir a boca em classe", no sentido que proibia conversar, mas não repetir a lição oralmente. Ele proibira comer durante a aula, mas não em casa. As proibições do professor eram de caráter relativo, e não absoluto. O professor não dissera nenhuma contradição. Falta de inteligência indicava Zezinho ao entender proibições para a classe, durante a aula, como proibições absolutas, válidas para sempre e em todas as circunstâncias.

Da mesma forma, se Deus proibiu fazer imagens e, depois, por diversas vezes, mandou fazer imagens, como em Deus não pode haver contradição, segue-se que a proibição de fazer imagens é relativa e não absoluta.

Deus proibiu fazer imagens para adoração. Deus proibiu fazer ídolos, e não fazer imagens. 

Por isso a Igreja, que compreende e aceita tudo o que Deus disse na Sagrada Escritura e que não isola uma frase de outra, mas a todas harmoniza, a Igreja sempre permitiu o uso de imagens e sua veneração, mas nunca a sua adoração. 

Aliás, qualquer protestante, na prática diária, desobedece o que eles dizem ser a verdadeira interpretação do primeiro mandamento, porque tiram fotografias de si e de seus parentes, guardam-nas e, se têm carinho por uma pessoa, beijam sua foto.

Se eles cressem mesmo que é proibido fazer imagens, nunca poderiam tirar fotos de nada. E nem ter espelhos em casa, porque em cada espelho se formam imagens.
Nem poderiam ter filhos, porque cada homem é feito à imagem de Deus.

domingo, 26 de outubro de 2014

O QUE É A BÍBLIA


Ao contrário do que parece à primeira vista, a Bíblia não é um livro único e independente, mas sim uma biblioteca que destaca a aliança e o plano de salvação de Deus para com a humanidade.  palavra Bíblia provém do grego biblos e significa livros, quando usamos a palavra "Bíblia", nos referimos a esse conjunto de livros.

É conhecida também como Sagradas Escrituras e trata de diversos assuntos: orações, rituais, história, sabedoria, exortações e até mesmo poesia..., tudo em grande harmonia - já que é inspirada por Deus - relacionando o homem com o único e verdadeiro Deus, e vice-versa.

A Bíblia é muito antiga e o conteúdo de suas histórias rremete-se a acontecimento de antes do século XV a.C. (antes de Cristo), que foram transmitidos por tradição oral, mas passaram a ser redigidos a partir do século II a.C., com o surgimento da escrita hebraica e até o final do século I d. C. (depois de Cristo). Esse, aliás, o motivo pelo qual muitas passagens são difíceis de serem compreendidas, obrigando-nos, ás vezes, a recorrer a cursos Bíblicos ou outros livros de apoio. Ela foi escrita em aproximadamente 1.600 anos, mais  de 80 autores e em três idiomas: aramaico, hebraico e grego.

Para os judeus, a Bíblia é composta de 39 livros, para os católicos 73 livros e para os protestantes 66 livros. Cada um desses livros foi escritos em épocas diferentes e cada livro, sobretudo o do Antigo Testamento, tem uma gênesis complicada e nem sempre é possível dar uma data exata. Por exemplo, a data de composição da história contada pelos livros de Samuel, que contêm parte parte daquilo que os estudiosos chamam "história deuteronomística", é definida por alguns como tendo sido desenvolvida em 800 a. C., par outros que foi escrita na época do Exilo na Babilônia, em 500 a.C. Esse é apenas um exemplo, mas vários livros, sobretudo do Antigo Testamento, apresentam problemas de discordância entre os especialistas. Muitas vezes um mesmo livro foi escrito em diversas fases, e por isso, não é possível determinar uma data com precisão.

Apresento a seguir um quadro geral, sobre a composição dos livros da Bíblia. Lembre-se, porém, que é apenas um quadro estimado não exato. 

900 - 700 a.C. - Ciclos de narrativa: tradições orais e escritas, elaborado por um grupo de autores proféticos-sacerdotais. Ciclo de Abraão, Jacó, história de José, história do Êxodo, ciclo da tomada da terra, Gênesis e Números.

A partir de 700 a.C - Escribas reais que recolhem as sentenças e provérbios de Salomão e continuam a compor salmos par a liturgia no Templo. Têm início a obra deuteronomística da história, escrita em Jerusalém nos livros de: Deuteronômio, Juízes, Livro de Samuela, Reis e Crônicas.

580 a 540 a.C. (Exílio da Babilônia) - Revisão da obra Deuteronomistica. Ampla interpretação da história desde o inicio até o exílio. O livro das Lamentações. Nasce a obra sacerdotal, inspirada na teologia do profeta Ezequiel, com os livros Jeremias e o Dêutero-Isaías. 

A partir de 450 a.C. - As diferentes obras sobre a história de Israel são reunidas em parte dos livros históricos da Bíblia.

400 a. C. - Composição final do pentateuco. Obra histórica da Crônicas e literatura profética nos livros de Ageu, Zacarias, Malaquias, Joel e Isaías. o Saltério recebe novos salmos e também os livros de Provérbios, Jó, Rute, Jonas e Cânticos.

330 a 63 a.C -  Os livros de Ester, Daniel, Macabeus, Eclesiastes, Tobias, Judite e Baruc.

50 d.C. - 1 e 2 a carta de Paulo aos Colossenses.

50 a 95 d.C. - Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João. Outras do Novo Testamento.

100 d.C. - Apocalipse.

sábado, 25 de outubro de 2014

QUEM FOI BARRABÁS



Barrabás (do aramaico Bar Abbas, "filho do pai") nasceu na cidade de Jopa, ao sul da Judeia. Tinha a profissão de remador de botes e foi contemporâneo de Jesus Cristo. É um personagem citado no Novo Testamento, no episódio do julgamento de Jesus por Pôncio Pilatos.


NARRATIVA BÍBLICA

Era integrante de um partido judeu que lutava contra a dominação romana denominado zelote.

Seu grupo agia através de ataques às legiões como meio de fustigar as forças invasoras dominantes. Foi preso após um ataque a um grupo de soldados romanos na cidade de Cafarnaum, onde possivelmente um soldado foi morto. «E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte.» (Marcos 15:7)

Segundo o texto bíblico, quando Jesus foi acusado pelos sacerdotes judeus perante Pôncio Pilatos, o governador da Judeia, depois de interrogá-lo, não encontrou motivos para sua condenação. Mas como o populacho, presente ao julgamento, vociferava contra o prisioneiro exigindo sua crucificação, Pilatos mandou flagelá-lo e depois exibi-lo, ensanguentado, acreditando que a multidão se comoveria (um episódio conhecido como Ecce homo. Mas tal não aconteceu.

Pressionado, o governador tentou um último recurso: mandou trazer um condenado à morte, tido como ladrão e assassino, chamado Barrabás, e, valendo-se de uma (suposta) tradição judaica, concedeu ao povo o direito de escolher qual dos dois acusados deveria ser solto e o outro crucificado. Então, o povo manifestou-se pela libertação de Barrabás.

NARRATIVA FORA DA BÍBLIA

Barrabás é um personagem misterioso, citado breve e exclusivamente no Novo Testamento, no contexto do julgamento de Jesus. Ele seria um criminoso condenado à morte pela justiça romana, que acaba libertado por vontade do populacho judeu, posto a escolher entre ele e o Nazareno.

Ester, sua esposa, foi morta por ser uma seguidora de Jesus.

Barrabás passa por várias situações críticas, seja como escravo-mineiro, seja como gladiador em plena capital do Império Romano. E, em todas elas, a lembrança de Jesus parece persegui-lo, através de outros personagens, como o seu companheiro de infortúnio, Sahak, e o treinador de gladiadores, Lucius.

Por força disso, Barrabás quase se torna cristão e é nesse estado que ele interpreta o incêndio de Roma, ocorrido no reinado de Nero, como um prenúncio do advento de uma nova era, prometida pelo Cristo.

Até o fim, ele se mantém atado a Jesus, posto que também sofre o suplício da cruz. Mas, se o Nazareno (segundo os Evangelhos) expira dizendo: "Pai, em Tuas mãos entrego o meu espírito!", Barrabás que, apesar de tudo não conseguiu converter-se a nenhum deus, encerra sua vida murmurando para a noite: "Escuridão, entrego-me à tua guarda!".

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

LIVRO CANTARES (Ct)



LIVRO CANTARES (Ct)


Autor: Salomão
Data: Entre 970 a 930 aC


Autor e Data


A autoria de Salomão é contestada, mas a glória do simbolismo salomônico é essencial em Cantares. Jesus referiu-se duas vezes à glória e sabedoria de Salomão (Mt 6.29; 12.42). Como filho real de Davi, Salomão tece um lugar singular na história da aliança (2Sm 7.12,13). Seus dois nomes de nascimento, que simbolizam paz (Salomão) e amor (Jedidias), aplicam-se diretamente a Ct (2Sm 12.24-25); 1Cr 22.9). O glorioso reino de Salomão foi como uma restauração do jardim do Éden (1Rs 4.20-34), e o templo e o palácio que construiu personificam as verdades do tabernáculo e a conquista da Terra Prometida (1Rs 6.7). Salomão encaixa-se perfeitamente como a benção personificada do amor da aliança, visto que ele aparece em Ct com toda a sua perfeição real (1.2-4; 5.10-16).



Embora Ct não forneça informações precisas sobre o contexto, Salomão reinou em Israel de 970 a 930 aC. Linguagem e ideais similares também são encontrados na oração que Davi fez no templo por Salomão e pelo povo durante a entronização de Salomão (1Cr 29)


Características e Conteúdo

O livro de Ct é a melhor de todas as canções, um trabalho literário de arte e uma obra– prima teológica. No séc. II, um dos maiores rabinos, Akida bem Joseph, disse: “No mundo inteiro, não há nada que se iguale ao dia em que o Cântico dos Cânticos foi entregue a Israel.” O livro de Ct, em si, é como a sua fruta favorita, a romã, em cores vivas e repleto de sementes. Bastante diferente de qualquer outro livro bíblico. Ele merece consideração especial como arquétipo bíblico que apresenta, de um modo novo, as realidades básicas das relações humanas. Ct emprega linguagem simbólica pra expressar verdades eternas, em semelhança ao Livro de Apocalipses.

Ct contém descrições da mulher sulamita juntamente com uma exibição completa dos produtos de seu jardim. Isso deve ser entendido como um paralelo poético do amor conjugal e como bênçãos ao povo da aliança, em sua terra.

Claras indicações são dadas na descoberta das bênçãos da aliança: “sai-te pelas pisadas das ovelhas” (1.8). Aqui, o termo “pisadas” é, literalmente, “marcas de calcanhar”, e pode ser uma alusão a Jacó, o patriarca cujo nome conota “um calcanhar”. A função pastoril de Jacó e a sua constante luta pela bênção de Deus e do homem são citadas como a norma bíblica para o povo de Deus (Os 12.3-4,12,14). Ele nasceu segurando o calcanhar do seu irmão, um manipulador congênito. Foi “desconjuntado” com ardil no âmago de seu ser, como ilustrado por seu mancar em Maanaim (Gn 32). Foi forçado a viver fora de sua terra sob a ameaça de uma irmão irado. Retornou pra sua terra depois de 20 anos com uma instituição familiar defeituosa. Ardil, falta de amor, ciúme, raiva e amor de aluguel (de mandrágora, um suposto afrodisíaco) entraram nessa fraca estrutura. Os próprios nomes das Doze Tribos mostram a necessidade de uma nova história familiar.

A sulamita ajuda e reescreve essa história. Ela executa a dança memorial de Maanaim (6.13); ver Gn 32.2). Quando encontra a quem ama, ela o detém e não o deixa partir (3.4; ver Gn 32.26). Mandrágoras perfumadas crescem nos campos dela (7.11-13; ver Gn 30.14). Quando as filhas vêem, chama-na bem– aventurada ou feliz (6.9; ver Gn 30.13). Na sulamita, a corrompida árvore familiar produz “frutos excelentes”, os melhores (7.13; ver Dt 33.13-17). As bênçãos da aliança que havia sido distorcidas são redimidas.

Os mesmos acontecimentos também podem ser visto como retratos do amor conjugal. Dessa maneira, ela detém o seu marido e não o deixa partir (3.4). É o seu marido que elogia sua beleza (6.4-10). E a procissão de um casamento real e a alegria recíproca do noivo e da noiva aparecem retratadas em 3.6-5.1.

O Espírito Santo em Ação

De acordo com Rm 5.5, “o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo ES”. Baseado em Jesus Cristo, o ES é o poder de ligação e união do amor. A feliz unidade revelada em Ct é inconcebível à parte do ES. A própria forma do livro como cântico e símbolo é adaptada especialmente ao Espírito, pois ele mesmo faz uso de sonhos, linguagem figurada e o canto (At 2.17; Ef 5.18,19). Um jogo de palavras sutil, baseado no “sopro” divino do fôlego da vida (o ES, Sl 104.29,30) de Gn 2.7 parece vir à tona em Ct. Isso acontece em “antes que refresque o dia” (2.17; 4.6), no “soprar” do vento no jardim da sulamita (4.16) e, surpreendentemente, na fragrância da respiração e do fruto da macieira (7.8).

Esboço de Cantares

I. Cenas de abertura 1.1-2.7
Lembrando o amor do rei de bom nome 1.1-4
A morena e agradável guarda de vinhas 1.5,6
Procurando amor nas pisadas do rebanho 1.7,8
Removendo as marcas da escravidão 1.9-11
A linguagem do amor 1.12-17
O espírito e a árvore 2.1-6
A primeira súplica 2.7
II. A busca por abertura 2.8-3.5
Começando a busca 2.8-15
A alegria do amor no frescor do dia 2.16,17
A procura determinada pelo objetivo principal 3.1-4
A segunda súplica 3.5
III. A busca por mutualidade 3.6-5.8
A carruagem matrimonial real do amor da aliança 3.6-11
Conhecendo sulamita 4.1-7
Uma visão sobre a terra de cima do monte Hermom 4.8
Uma vida de união íntima num banquete no jardim 4.9-5.1
A queda da sulamita 5.2-7
A terceira súplica 5.8
IV. A busca por unidade 5.9 –8.4
Conhecendo Salomão 5.9-6.3
A glória triunfante da sulamita 6.4-10
O nobre povo da sulamita 6.11-12
A dança memorial de Maanaim 6.13-7.9
O início do novo amor de iguais 7.9 –8.3
A quarta súplica 8.4
V. Últimas cenas com resumo de realizações 8.5-14


alcançando o objetivo principal 8.5
Alcançando o amor autêntico 8.6,7
Alcançando ao maternidade e a paz 8.8-10
Obtendo uma vinha igual a de Salomão 8.11-12
Obtendo a herança 8.13-14

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

FAMÍLIA NA BÍBLIA - LIÇÃO 13 – RECOMENDAÇÕES FINAIS PARA A FAMÍLIA.


FAMÍLIA NA BÍBLIA - LIÇÃO 13 – RECOMENDAÇÕES FINAIS PARA A FAMÍLIA.

“O padrão de amor do marido deve ser a cruz de Cristo, no qual o Senhor se sacrificou até a morte em amor abnegado pela sua noiva” (John Stott).

Nas cartas gerais e no Apocalipse, encontramos os autores tocando em assuntos relativos à família.

I – VIDA EM FAMÍLIA E CASAMENTO.

O autor desconhecido da carta aos hebreus se apropria de figuras alusivas à família para descrever Deus como o pai, desejando o nosso bem, procura disciplinares os seus filhos (Hb 12,5-11). Só aqui é que o autor da carta aos hebreus chama Deus de Pai. Se ele usa a ilustração da vida em família para trazer uma reflexão sobre a disciplina de Deus para com os filhos, podemos extrair  também uma lição para os pais hoje. Exercer uma paternidade responsável é não abrir mão da disciplina. “Um bom pai trata seus filhos com gentileza e compreensão, mas há ocasiões que sua natureza generosa da lugar à correção direta e retribuição penosa” – afirma o autor Neil Lighfoot em seu comentário da carta aos Hebreus. O Comentário Bíblico Broadmam afirma: “O desígnio da disciplina, na mente do pai, é a capacitar seus filhos a se integrarem bem na família, para o beneficio mutuo de cada membro da família”.

Mais adiante o autor das cartas aos Hebreus lembra seus leitores sobre o valor do casamento e de que Deus estará julgando aqueles que promovem a imoralidade e aqueles que praticam o adultério – “Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará.” (Hb 13,4). A expressão “o casamento deve ser honrado por todos” tem a idéia de que o casamento em todos os seus aspectos deve ser tido em alta consideração. Uma outra idéia seria a de que o estado matrimonial deve ser valorizado por todos, especialmente entre os cristãos. A Expressão  “feita sem mácula” é, sem duvida, uma alusão sobre a pureza, a sinceridade e a santidade que deve dominar as relações sexuais no casamento. Aqueles que o macularem promovendo a imoralidade sexual através de suas várias formas e também àqueles advogam a pratica do adultério, bem como o praticam, serão julgados por Deus. Em outras palavras: aqueles que praticarem uma sexualidade fora dos parâmetros de Deus estarão sendo julgados pelo justo Juiz.

II – FAMÍLIA E FÉ.

Tiago também procurou lançar luzes sobre a família em seus escritos. Alertou sobre o dever de estarmos sempre procurando livrar-nos da impureza moral – “Pelo que, despojando-vos de toda sorte de imundícia e de todo vestígio do mal, recebei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas.” (Tg 1,21) e que uma religião que agrada a Deus passa pela via do cuidado que devemos ter para com os órfãos e as viúvas – “Pelo que, despojando-vos de toda sorte de imundícia e de todo vestígio do mal, recebei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas.” (Tg 1,27). Uma igreja ou um crente que não da atenção aos órfãos e as viúvas está sendo incoerente com a fé que professa. Tiago também ensinou que é errado diferenciar os pecados – “Porque o mesmo que disse: Não adulterarás, também disse: Não matarás. Ora, se não cometes adultério, mas és homicida, te hás tornado transgressor da lei.” (Tg 2,11). Muitas vezes, como igreja, achamos que um tipo de pecado é mais grave do que outros. O pecado de adultério que afeta tanto a família está no mesmo nível, aos olhos de Deus, dos outros pecados que podemos cometer.

III – CONSELHOS PARA AS ESPOSAS E MARIDOS.

O apostolo Pedro que era casado – “Ora, tendo Jesus entrado na casa de Pedro, viu a sogra deste de cama.” (Mt 8,14), procurou ministrar às famílias através de suas cartas. Dedicou especial atenção às esposas e maridos (1Pd 3,1-7). As esposas receberam mais atenção. Para ser mais exato: receberam instruções seis vezes mais. Sua intenção era, com certeza, dar valiosas instruções às esposas de maridos não-crentes. Willian Barclay, comentando este texto afirma: “Pode parecer estranho que Pedro avise às mulheres seis vezes mais do que os maridos. Isto se deve ao fato que a posição da esposa era muito mais difícil do que a do marido. Se o marido converter-se ao cristianismo, ele automaticamente levaria consigo sua esposa à igreja....Mas se a esposa se convertesse ao cristianismo e seu marido não, ela estaria dando um passo sem precedente, causando os mais graves problemas”.

O segredo, estão, para impressionar o seu marido, conforme podemos observar, estava numa vida de submissão, de honestidade na relação conjugal, de respeito ao marido – “Semelhantemente vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos; para que também, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavra pelo procedimento de suas mulheres, considerando a vossa vida casta, em temor.” (1Pd 3.1-2), uma vida dominada pelo espírito de mansidão ou docilidade e de plena tranqüilidade – “Mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um espírito manso e tranqüilo, que és, para que permaneçam as coisas.” (1Pd 3,4). Não orientou as esposas abandonarem seus maridos pagãos, alinhando, assim, as orientações deixadas por Pedro – “E se alguma mulher tem marido incrédulo, e ele consente em habitar com ela, não se separe dele.” (1Cor 7,13). Deveriam ser submissas, isto é: humildes, desejosas em servir a seus maridos. Não deveria cultivar o mau humor, uma atitude de coração e promotora de constantes aborrecimentos. O que iria causar impacto à vida espiritual dos maridos era o comportamento da esposa no cotidiano do lar e não na beleza física. Pedro não orientou as esposas a não cuidarem do corpo, o que ele enfatizou é que o foco do cuidado deveria estar no interior, no comportamento, nas atitudes do dia-a-dia vida conjugal.

Note que Pedro não colocou um fardo sobre as esposas em relação à posição espiritual de seus maridos. A decisão de se tornarem cristãos não pesava sobre elas. A tarefa das esposas estava em tão somente viver uma vida que facilitasse a compreensão do Evangelho por parte de seus maridos. Charles Swindoll, em seu livro Renove a sua Esperança, coloca muito bem este assunto quando afirmou: “Esposa, a sua função é amar seu marido. A função de Deus é mudar a vida Dele”.

Embora só um versículo tenha sido dedicado aos maridos, nem só por isto menos importantes. Para eles, o apóstolo Pedro aconselhou que deveriam viver com suas esposas, com entendimento, honrando-as e cuidando delas com carinho – “Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações.” (1Pd 3,7). Devemos sempre lembrar-nos de que Pedro escreveu esses conselhos numa época em que a mulher era tratada como um objeto. Num contexto social machista, Pedro aconselha os maridos cristãos a viverem com suas respectivas esposas de forma harmoniosa, ouvindo as suas opiniões, entendendo os seus  sentimentos, atendendo as suas necessidades e valorizando-as sempre.

Pense num casamento  onde a esposa respeita o marido, é sábia nas suas palavras e ações, que cuida de sua aparência, mas cuida muito mais de suas atitudes para que sejam sempre aprovados por Deus e onde os maridos a amam procura viver em harmonia, valoriza e atende às necessidades e entende os seus sentimentos de esposa?

Pedro termina suas orientações às esposas e maridos conectando à vida espiritual. Quando esposas e maridos não vivem da forma que Deus deseja,  a vida devocional fica prejudicada – “Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações.” (1Pd 3,7).

IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS.

João, nas suas cartas, embora não toque diretamente no tema família usa termos familiares para expressar quase um sentimento de pai para com seus leitores. Varias vezes usa a expressão “filhinhos” (1Jo 1,2-3; 2,12.18.28; 3,7; 5,21) referindo-se aos leitores e se refere a Deus como Pai (1Jo 1,2-3; 2,15.23-24; 3,1). Escreveu ao pais e filhos sobre a certeza da vitória em Cristo – “Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados por amor do seu nome. Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque vencestes o Maligno. Eu vos escrevi, meninos, porque conheceis o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Eu escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno.” (1Jo 2,12-14).

Judas, “servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai, e guardados em Jesus Cristo.” (Jd 1), na sua pequena carta, volta a lembrar-nos que a imoralidade e todos os tipos de relações sexuais antinaturais praticadas pelos moradores de Sodoma e Gomorra sofreram as conseqüências impostas por Deus – “assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.” (Jd 7).

V – O GRANDE CASAMENTO.

O Apocalipse também se apropria de relatos históricos de famílias e casamentos para trazer mensagens importantes. Por exemplo: cita a “mulher Jezabel” “Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos.” (Ap 2,20) para mostrar grande apostasia contra Deus, o grande Marido e Senhor. Como sabemos, Jezabel era o nome da esposa de Acabe, que adorava Baal e procurou, de todas as maneiras matar o profeta Elias – “E, como se fosse pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios, e foi e serviu a Baal, e o adorou.” (1Rs 16,31); “Pois sucedeu que, destruindo Jezabel os profetas do Senhor, Obadias tomou cem profetas e os escondeu, cinqüenta numa cova e cinqüenta noutra, e os sustentou com pão e água). Porventura não disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel matava os profetas do Senhor, como escondi cem dos profetas do Senhor, cinqüenta numa cova e cinqüenta noutra, e os sustentei com pão e água.” (Ap 18,4.13). lembra, derradeiramente, que todos que cometem imoralidade sexual, que tantos males causam ao casamento e á família, serão punidos com a segunda morte – “Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.” (Ap 2,18); “Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo o que ama e pratica a mentira.” (Ap 22,15).

Mas a grande mensagem do livro Apocalipse, no que se refere a família, é a apropriação da figura do casamento para ilustrar a cerca do grande casamento que haverá entre Cristo, o Noivo, e a sua amada Igreja, a noiva – “Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória; porque são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se preparou.” (Ap 19,7); “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das sete últimas pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro.” (Ap 21,9); “E o Espírito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida.” (Ap 22,17).

CONCLUINDO


O Deus que criou o casamento e a família, como vimos nas páginas da Bíblia, apropriou-se desta  instituição para deixar a derradeira mensagem de que um dia haverá um outro casamento, não humano e sujeito, em face da dureza dos corações, ao adultério, infelicidades e divorcio, mas espiritual e eterno entre Cristo e sua amada noiva, a Igreja. E então, todos os filhos de Deus – “Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.” (Jo 1,12) estarão no lar celestial – “Na casa de meu Pai há muitas moradas.” (Jo 14,2a), como uma só família, e estaremos eternamente louvando o Pai Eterno – “Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai, do qual toda família nos céus e na terra toma o nome.” (Ef 3,14-15) e a Jesus, o Primogênito – “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1,15).