A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 03 – ISRAEL NO
EGITO
O Egito tem uma rica e longa
historia, abrangendo os 30 séculos que vão de 3.300 à 300 aC . Era uma nação
desenvolvida e de grande conhecimento em literatura, agricultura, matemática,
artesanato, política, e técnica militar.
A descida da família de Israel
para o Egito se deu no período médio e sucessivo, uma época na qual a nação
egípcia estava em grande glória, com organização, construções e crescimento.
1. MOTIVOS DE
ISRAEL NO EGITO.
Þ
MOTIVO SOCIOLOGICO:
Em Canaã seria muito para os
israelitas entrarem em casamentos mistos e, com isso, rapidamente perderem sua
identidade de povo separado.
No Egito, este perigo era
distante, porque os egípcios, bem antipáticos com outros povos, especialmente
nômades criadores de ovelhas (Gn 46,34), não se misturariam. Assim Israel
ficaria isolada de outras nações, unida e livre para crescer.
Þ
MOTIVO PSICOLOGICO:
Todo filho, ao nascer, para
desenvolver-se bem, precisa ser protegido, ser bem alimentado, receber
respeito, carinho e amor. O Egito cumpriu este papel! A lactente nação foi
muito bem recebida (Gn 45,17-18); deu-se-lhes o melhor da terra (Gn 45,20);
houve cura das feridas emocionais no pai (Gn 45,28) e nos irmãos que se sentiam
culpados, mesmo depois de muitos anos (Gn 50,20-21). Acima de tudo, sentiram em
tudo isto o apoio e carinho paternal de Deus (Gn 48,15-16).
Þ
MOTIVO REVELACIONAL:
A transferência de Israel para o
Egito prova o controle de Deus sobre a situação e a historia (Gn 45,45).
Deve-se observar que mais tarde, na retirada do povo. Deus usou Egito novamente
para se mostrar ao mundo como Senhor de toda a terra, quando arrasou a mais
desenvolvida nação através das dez pragas (Ex 15,14-16 e Js 2,10-11).
Þ
MOTIVO ESPIRITUAL:
Israel ainda não podia tomar posse
de Canaã, uma vez que os povos ali residentes ainda não estavam maduros para
sofrerem o juízo divino
2. CONSEQUENCIAS
DE ISRAEL NO EGITO.
Þ
DE FAMILIA A POVO (Ex 1,7):
Com todas as condições descritas
acima “os israelitas foram fecundos e multiplicaram-se; tornaram-se tão
numerosos e tão fortes, que a terra ficou cheia deles”. (Ex 1,7) – de 70
pessoas (Gn 46,26-27) a 600.000 homens sem contar mulheres e crianças (Ex 12,37). De acordo com o censo
em Nm 1, os homens contados são os de 20 anos para acima.
Þ
ESCRAVIDÃO E OPRESSÃO (Ex 1,1-22):
Passaram-se mais de 300 anos desde
a morte de José, o que equivale a 430 anos que o povo de Jacó ficou no Egito.
Com um grupo de estrangeiro tão numeroso na fronteira, Faraó se inquietou (Ex
1,9) e, assim, a condição privilegiada se transformou em escravidão.
O Egito estava em expansão e, com
seus programas de construção, os egípcios “usaram de astúcia” (v10) para
ter mãos de oba gratuita e tentar impedir o crescimento demográfico de Israel.
Þ
O PREPARO DE UM LIBERTADOR (Ex 2,1-25):
Como libertador Deus escolheu
Moises, da tribo de Levi. Seu preparo durou oitenta anos: quarenta no Egito
aprendendo a ler e escrever, administração civil, ciências e artes (At 7,22);
os outros quarenta anos, longe do Egito, aprendendo a ser pastor (vs 11-25).
Þ
O PLANO E PROGRESSO DA REDENÇÃO (Ex 4-11):
Moises foi vocacionado e ali, pela
primeira vez. Deus revelou seu nome “Eu sou” (Ex 3,14); concedeu poderes
a Moisés (u 4,1-17); enviou-o a Faraó. Quanto a Faraó. Deus endureceu seu
coração ao deixá-lo agir e seguir o caminho a seu modo, e assim todos viram
quem é Deus, devido às pragas lançadas sobre o Egito. Cada uma delas atingiu e
desmascarou um deus egípcio.
a)
Água transformada em sangue – “Eu sou” fez com
que o Nilo trouxesse ruína e não prosperidade, afogando com isto, o deus
Osíris;
b)
As rãs – difundiram o nojo e asco, e no a
adoração ao deus Hect (deus da ressurreição em forma de rã);
c)
Os pilotos e as moscas – geraram
inquietação e irritabilidade, atingindo Ísis (a deusa da vida);
d)
A peste nos animais – desacreditou
os deuses Hator e Apis (deuses da fertilidade em forma de touro e vaca);
e)
As úlceras – tornam enferma a fé em Imotep (o
deus da medicina);
f)
A chuva de pedras – tornou pó
e cinza fé na deusa Nut (deusa do céu);
g)
Os gafanhotos – devoraram a fé no deus Set (deus
protetor das colheitas);
h)
As trevas – humilharam o deus Rá (deus do sol).
Sendo o Egito uma nação rica e
poderosa, automaticamente seus deuses também o eram. Porem, no Êxodo de Israel,
magos do Egito confessaram “Então os mágicos disseram ao faraó: “Isso é o
dedo de Deus”. Mas o coração do faraó permaneceu endurecido e, como o Senhor
havia predito, não ouviu Moisés e Aarão”. (Ex 8,19); todos os povos da
terra concordaram (Ex 15,15-15); os israelitas entenderam “Quem entre os
deuses é semelhante a vós, Senhor? Quem é semelhante a vós, glorioso por vossa
santidade, temível por vossos feitos dignos de louvor, e que operais
prodígios?” (Ex 15,11).
Þ
A INSTITUIÇÃO E OBSERVANCIA DA PASCOA (Ex 12,1-27)
A décima praga, contra a principal
divindade do Egito, Osíris (doador da vida), bem como contra o próprio Faraó,
atingiria os primogênitos, entre os quais o primogênito de Faraó (os egípcios
criam que os faraós eram encarnações da divindade).
Até aqui, “eu sou” fizera
distinção entre egípcios e israelitas, mas, para ensinar que “Aliás,
conforme a lei, o sangue é utilizado, para quase todas as purificações, e sem
efusão de sangue não há perdão”. (Hb 9,22), agora Ele institui a páscoa,
que representa vida através do sangue do cordeiro, com todo seu ritual e
simbolismo. Com isto já preparava Israel para receber estatutos e ordenanças
futuras no Sinai. Dali em diante estas
festas passou a ser comemorada todos os anos. Jesus a comemorou com os
discípulos na ceia do Senhor, sendo Ele o Cordeiro Pascal, e deixou a ceia como
ordenança à sua igreja “até que ele venha”.
O Egito cumpriu por 430 anos o
papel de uma sementeira para Israel. Depois disto, serviu como um grande palco
teatral no qual o mundo inteiro assistiu e temeu a Deus verdadeiro, denunciando
a falsidade da idolatria. Hoje ele cumpre o papel de exemplo de escravidão às
pessoas não convertidas.
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