Uma
das relações mais maravilhosas da Bíblia é a de que Deus é o nosso pai.
Antes
de pensar quase superficialmente diante da profundidade do caráter paterno de
Deus, devemos responder a seguinte pergunta de modo um pouco mais abrangente:
Por que a Bíblia se refere a Deus em termos masculino? Foi a maneira que Deus
escolheu para revelar-se a nos. A Bíblia não refere a Deus com características
sexuais. Concretamente ela o descreve como sendo do sexo masculino. Embora o
Senhor reúna qualidades masculinas e femininas, ele optou por revelar-se com
características masculinas. Eis algumas metáforas que a Bíblia utiliza para
descrevê-lo: pai, juiz, esposo e o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
Embora
Deus seja visto e descrito nas Escrituras sempre na forma masculina, a Bíblia
se apropria de imagens femininas para descrever o seu cuidado para conosco:
“Como a águia desperta o seu ninho, adeja sobre os seus filhos e,
estendendo as suas asas, toma-os, e os leva sobre as suas asas”. – Dt 32.11;
“Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o resto da casa de Israel, vós que por
mim tendes sido carregados desde o ventre, que tendes sido levados desde a
madre”. –
Is 46.3
“Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não
se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu,
todavia, não me esquecerei de ti”. – Is 49.15
“Como alguém a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei; e em
Jerusalém vós sereis consolados”. – Is 66.13
“Pelo contrário, tenho feito acalmar e sossegar a minha alma; qual
criança desmamada sobre o seio de sua mãe, qual criança desmamada está a minha
alma para comigo”. – Sm 131.2
‘E
sempre bom lembrar que a Bíblia usa apenas imagens femininas, sem jamais se
referir a deus como mãe.
De
todas as figuras que a Bíblia usa para revelar o caráter de Deus, a mais terna
‘e a de “Pai”. De Gênesis a Apocalipse, posso extrair centenas de lições
sobre paternidade de Deus, mas quero destacar somente três itens.
O valor da liberdade, dos limites e da disciplina.
Logo
no inicio do livro de Gênesis podemos perceber a perfeição de Deus no
relacionamento com Adão e Eva. Deus ao colocar o primeiro casal no Éden, deu
liberdade, mas também colocou limites bem definidos para eles e estipulou as
conseqüências em caso de desobediência. Diz a palavra de Deus:
“Ordenou o Senhor Deus ao
homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do
mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás”. – Gn 2 16-17
Se quisermos realmente criar os filhos, tendo como
referencial o Pai perfeito que Deus é, devemos jamais nos esquecer dessas três
coisas:
·
Liberdade,
·
Limites e
·
Disciplina.
Deus na sua perfeição nos ensina essa lição para
nos.
Assim como a liberdade é importante, outro elemento
para criarmos filhos sadios é colocar limites. Deus disse: “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás”. –
Gn 2.17a. O limite estava bem claro. Cremos que um dos grandes erros
que muitos pais cometem hoje ‘e a não colocação de limites para os filhos. Os
limites devem ser fixados com firmeza, amor, mas acima de tudo, com clareza.
Ainda analisando a atitude de Deus a atitude de Deus
como Pai, vemos que alem da liberdade e dos limites, Deus especificou as
conseqüências, caso houvesse desobediência, como alias, houve. Nossos filhos
desejam liberdade, limites, mas também querem ser disciplinados. Muitas vezes
pensamos que disciplina ‘e apenas dar algumas chineladas na região glútea
(bumbum). ‘E mais do que isso. Disciplinar ‘e educar e mostrar que
desobedecendo aos acordos pré-estabelecidos pelos pais haverá conseqüências.
Um Pai presente.
Somente Deus, nosso Pai eterno, tem a capacidade de
estar conosco 24 horas por dia:
“Para onde me irei do teu
Espírito, ou para onde fugirei da tua presença? Se subir ao céu, tu aí estás;
se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da
alva, se habitar nas extremidades do mar, ainda ali a tua mão me guiará e a tua
destra me susterá”. – Sl 139.7-10.
Um dos grandes males da família moderna ‘e a
ausência dos pais na vida de seus filhos.
Muitos pais hoje estão preocupados mais em dar
presentes a seus filhos – como forma, muitas vezes, (de compensação pela
ausência), mas se esquecem que o que eles mais desejam ‘e a presença não
somente física, mas também emocional.
Está provado que as crianças que recebem atenção e
presença dos pais são mais saudáveis emocionalmente possuem melhor auto-estima
e tornam-se adultos mais ajustados.
Um Pai que nos ama e que
nos encoraja.
Outras duas características de Deus como Pai ‘e nos
amar incondicionalmente e nos encorajar sempre. Já no Éden, mesmo Adão e Eva
tendo desobedecido, Deus já demonstrava seu amor prometendo-lhes a vitória
sobre a morte – “Porei inimizade entre ti e
a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. – Gn 3.15. Amar ‘e
um verbo de ação. Deus conjuga todos os dias esse verbo em relação a nos.
Nossos filhos precisam ser amados, mas, acima de
tudo, se sentirem amados. O se sentirem amados só será possível quando
verbalizarmos isso, dizendo: “filho (a) eu amo você”.
Eles se sentirão amados quando demonstrarmos, na pratica, que eles são
lembrados em nossas decisões profissionais, no uso do nosso tempo através de
outros pequenos gestos como um abraço, um deixar de jornal de lado e começar
uma conversa significativa, um sentar-se no chão e montarem juntos um
quebra-cabeça ou brincar de carrinho ou quando eles já são crescidos através de um convite para
um lanche.
Encorajamento ‘e uma outra qualidade de Deus como
Pai. Varias vezes na Bíblia encontramos Deus dizendo aos seus filhos: “Eu te ajudo”; “Não temas”; “Eu estou contigo”.
Precisamos como pais aprender com Deus a encorajar
nossos filhos. Eles, como nos, vivem num mundo altamente competitivo. Para
tanto, precisamos injetar neles doses diárias de encorajamento. Precisamos
dizer para eles que eles são valorosos, que podem vencer as batalhas que
enfrentam no dia-a dia. Outra forma de encorajar os nossos filhos ‘e através do
elogio. Às vezes, como pais, somos pródigos em criticá-los, mas nos esquecemos
de elogia-los quando praticam ou falam coisa que edificam.
Muitos outros atributos do caráter de Deus, como
Pai, poderiam ser lembrados como amizade, perdão, aconselhamento, direção e
tantos outros.
Vale à pena reafirmar que Deus nosso Pai, deseja ver
e formar em nos, pais e mães de hoje, essas qualidades básicas. Se buscarmos e
praticarmos essas qualidades, com certeza estaremos dando uma significativa
contribuição a nossa sociedade e estaremos também deixando para o mundo filhos
maduros e, acima de tudo, tementes a Deus e que, por sua vez, valorizarão suas
famílias.
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