quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

LIVRO DE GÊNESIS



Autor: Tradicionalmente Moisés

Data: Cerca de 1440 a.C.

Autor:
A tradição judaica lista Moisés como o autor do Gênesis e dos outros quatro livros que o seguem, juntos, estes livros são denominados de Pentateuco. Jesus disse: “Se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim, porque de mim escreveu ele” (Jo 5,46) O próprio Pentateuco descreve Moisés como alguém que escreveu extensivamente. Ver Ex 17,14; 24,4; Dt 31,24; At 7,22 nos conta que “Moisés foi instruído em toda ciência dos egípcios.” Nas notas que acompanham o texto nós observamos que Gênesis emprega um bom número de termos emprestados dos egípcios, sendo este um fato que sugere que o autor original tenha as suas origens no Egito, como era o caso de Moisés.

Data:
A data tradicional do êxodo do Egito se encontra no meio do décimo quinto século a.C. 1 Rs 6,1 afirma que Salomão começou a construir o templo “no ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito”. Entende-se que Salomão tenha iniciado a construção em cerca de 960 a.C., datando assim o êxodo em 1440 a.C. Desta forma Moisés redigiu o Êxodo depois de 1440 a.C., durante os quarenta anos no deserto.

Conteúdo:
Gênesis inicia com a formação do sistema solar, os preparativos da terra para sua habitação, e a criação da vida sobre a terra. Todos os oito atos da criação foram executados em seis dias.

Os dez capítulos seguintes explicam as origens de muitas qualidades misteriosas da vida: a sexualidade humana, o matrimônio, o pecado, a doença, as dores do parto, a morte, a ira de Deus, a inimizade do ser humano contra o próprio ser humano e as dispersão das raças e línguas sobre toda a terra.

Iniciando no cap. 12, Gênesis relata o chamado de Abraão e a inauguração do concerto de Deus com ele, um concerto glorioso e eterno que foi renovado com Isaque e Jacó. Gênesis é impressionante pela forma característica da sua narrativa, realçada pelo relato inspirador de José e pela multiplicação do povo de Deus no Egito. Trata-se de uma lição na eleição divina, conforme encontrado por Paulo em Rm 9.

Gênesis antecipa o NT de muitas maneiras: o próprio Deus pessoal, a Trindade, a instituição do matrimônio, a seriedade do pecado, o julgamento divino e a justificação pela fé. A Árvore da Vida, perdida em Gênesis, é restaurada em Ap 22. 

Gênesis conclui com a bênção de Jacó sobre Judá, de cuja tribo viria o Messias: “O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos” (49,10). Muitos séculos e muitas lutas seguir-se-ão antes que esta profecia encontre o seu cumprimento em Jesus.

Cristo Revelado:
O Cristo preexistente, a Palavra viva, estava muito envolvido na criação. “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1,3). O ministério de Jesus está antecipado em Gn 3,15, sugerindo que a “semente” da mulher que ferirá a cabeça da serpente (satanás) é Jesus Cristo, a “posteridade” de Abraão mencionada por Paulo em Gl 3,16. Melquisedeque é o misterioso rei-sacerdote do cap. 14. Uma vez que Jesus é rei e também sumo sacerdote, a carta aos Hebreus faz, de forma apropriada, esta identificação (Hb 6,20).

A grande revelação de Cristo em Gn se encontra no estabelecimento do concerto de Deus com Abraão nos caps. 15 e 17. Deus fez promessas gloriosas a Abraão, e Jesus é o maior cumprimento destas promessas, uma verdade que é explicada de forma detalhada por Paulo em Gálatas. Boa parte da Bíblia está fundamentada sobre o concerto abraâmico e o seu desenvolvimento em Jesus Cristo.

A dramática história da prontidão de Abraão em sacrificar a Isaque segundo a ordem de Deus apresenta uma incrível semelhança com o evento crucial do NT. “Toma agora teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas... E oferece-o em holocausto” (22.2), lembra-nos da prontidão de Deus em sacrificar o seu único Filho pelos pecados de todo o mundo.
Por fim, a bênção de Jacó sobre Judá antecipa a vinda de “Siló”, a ser identificada como o Messias. “E a Ele se congregarão os povos (49,10).

O Espírito Santo em Ação.
“O Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (1,2). Desta forma achamos o Espírito envolvido na criação. O Espírito Santo também operou em José, um fato que foi óbvio pra o Faraó: “Acharíamos um varão como este, em quem haja o Espírito de Deus?” (41,38)

Embora o Espírito Santo não seja mencionado de outra forma em Gênesis, nós o vemos em ação ao atrair os animais dos quatro cantos da terra para dentro da arca de Noé. Nós também percebemos a sua operação através das vidas dos patriarcas: Ele protegeu os patriarcas e as suas famílias e os abençoou materialmente. Todo tipo de dificuldades e situações impossíveis cercaram a família escolhida, tentando frustrar, onde possível, o cumprimento das promessas de Deus a Abraão; porém o Espírito de Deus resolveu, de maneira sobrenatural cada um destes desafios.

Esboço de Gênesis 


I. A história primitiva do ser humano 1,1– 11,32
As narrativas da criação 1,1-2,5
1. Criação dos céus, da terra, e da vida sobre a terra 1,1-2,3
2. Criação do ser humano 2,4-25
A) A queda do ser humano 3,1-24
·         O mundo anterior ao dilúvio 4,1-5,32
·         Noé e o dilúvio 6,1-9,29
·         A Tabela das nações 10,1-32
·         A confusão das línguas 11,1-9
·         Genealogia de Abraão 11,10-32
II. Os patriarcas escolhidos 12,1-50,26

Abrão (Abraão) 12,1-23,20
1.      O chamado de Abraão 12,1-23,20
2.      A batalha dos reis 14,1-24
3.      O concerto de Deus com Abraão 15,1-21,34
4.      O teste de Abraão 22;1-24

Isaque 24,1-26; 35
1.      A noiva de Isaque vem da Mesopotâmia 24,1-67
2.      A morte de Abraão 25,1-11
3.      Ismael, Esaú e Jacó 25,12-34
4.      Deus confirma seu concerto com Isaque 26.1-35

Jacó 27.1-35,29
1.      Jacó engana o seu pai 27,1-46
2.      A fuga de Jacó para Harã 28,1-10
3.      Deus confirma o concerto com Jacó 28,11-22
4.      O casamento de Jacó em Harã 29,1– 30,43
5.      O retorno de Jacó para Canaã 31,1-35,29

Esaú 36,1-43

José 37,1-50,26
1.      A venda de José 37,1-40,23
2.      A exaltação de José 41,1-57
3.      José e os seus irmãos 42,1-45,28
4.      Jacó muda para o Egito 46,1-48,22
5.      A benção de Jacó e o seu sepultamento 49,1-50,21
6.      Os últimos dias de José 50,22-26


CAPITULO 01

Iniciamos o antigo testamento com a revelação de Deus sobre coisas importantes e de grande valor para o nosso crescimento espiritual. Quando olharmos para os relatos da criação, devemos ver o Deus vivo que está por trás dela. Até mesmo as pessoas que nunca leram a Bíblia são capazes de reconhecer que Deus existe, pois ele se manifesta em sua obra criadora. Os céus e a terra foram criados por Deus "no princípio”. Então o que existia antes do princípio? Somente Deus! O Criador necessariamente deve existir antes de sua criação. Deus é um ser eterno, ele existia antes do princípio, e existirá depois de toda a criação ser desfeita. Deus é poderoso e teve a força de criar do nada "os céus e a terra," e tudo o que há no universo, fora e dentro do nosso planeta. O Criador é senhor de toda a sua criação. Deus, por seu eterno poder, criou e governa os céus e a terra. Deus é espírito: ele não é material como a sua criação, e não será encontrado através de meios materiais. A verdadeira busca de Deus será uma busca espiritual admirando tudo o que ele criou. A terra estava sem forma antes de Deus usar seu eterno poder para organizá-la. Além disso, a terra estava vazia e havia uma imensidão de nada, um abismo vazio. Ela se encontrava em trevas. Deus trouxe a luz. Notemos que Deus criou a luz, bem como a maior parte de sua criação, simplesmente pelo poder de sua palavra! "Disse Deus: Haja luz; e houve luz". Assim, o poder criador da palavra de Deus coloca todas as coisas em sua própria ordem. Depois de haver criado um lugar bem organizado e com bastante luz, Deus olhou para a sua criação e viu que ainda estava vazia. Ele transformou o estado vazio da terra, colocando plantas sobre a terra firme, planetas e estrelas no céu, e animais na terra, nas águas e no céu. Quando tudo estava perfeito e bem ordenado de acordo com seus planos, Deus criou o homem e o colocou no meio. De fato, a Bíblia nos ensina que a salvação do homem estava nos planos de Deus mesmo antes do princípio da criação. Devemos sempre dar glórias a Deus e ficar admirados com o eterno poder de nosso Pai o Criador.

CAPITULO 02

Tendo concluído a criação, Deus repousou. Depois Deus abençoou o Sétimo Dia e o santificou. Todos os dias são bênçãos e são abençoados pelo Senhor, mas o Sétimo Dia Ele o santificou, o Dia do Senhor, dia em que mais do que descansar, devemos dedica lo ao Senhor, dia de louvar e agradecer a Deus, dia de nos abastecermos na Palavra e na Eucaristia, participar ativamente na Santa Missa. Concluído a criação, vendo Deus que não havia quem cultivasse o solo, fez o homem e a mulher. Deu ao homem o poder sobre toda a criação. (dominai e submetei toda a terra). Poderia e deveria o homem usufruir de toda a criação, menos da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque conhecendo o mal não poderíamos dominá-lo, Hoje muitos sofrem, principalmente nos países mais pobres, as consequências da ação humana na terra, fruto do egoísmo do homem, o mal que conhecemos e nos domina. Por fim, tendo criado o homem e a mulher Deus disse: Por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne. (24). Continuarão a ser duas pessoas, duas cabeças,mas uma vez unidos um só pensamento, um só sentimento, um só objetivo. Que Deus abençoe a cada dia o nosso planeta terra e nossas famílias. Amém !!!!!!

GÊNESIS 03


O capítulo 3 do livro do Gênesis apresenta o momento onde a criatura deseja se tornar como o Criador. Levado pelos desejos de seu coração, e influenciada pelo mal, a humanidade se afasta de Deus. A história da Bíblia apresenta o momento do rompimento com Deus: a desobediência, muitas vezes gerada pela ingenuidade e ambição do homem. Em que momento de nossas vidas nós também rompemos com Deus? Em que momento nos demos conta de que, de alguma maneira, estávamos nus na frente de Deus e sentíamos vergonha de Sua presença? Em quais momentos de nossas vidas perdemos a inocência? Esse rompimento com Deus não deve ser um simples “jogar a culpa na serpente”. Cada um de nós, seja por nossos próprios desejos ou por frutos proibidos que outrem, consciente ou inconscientemente, colocam em nosso jardim do éden, são motivos de queda. Dessa maneira irmãos, precisamos seguir na oração, sempre lembrando que Deus habita o paraíso e criou o homem para que fosse feliz ao Seu lado. Para nos mantermos na presença do Senhor, somente na oração.



GÊNESIS 04

Depois do pecado “original” de Adão e Eva, rebelião contra o mandamento Divino, segue-se o pecado “original” de Caim, de lesa-fraternidade, contra a célula social. O relato repete sete vezes a palavra “irmão”, no centro, quando Deus interroga. A fecundidade se multiplica e com a fraternidade introduz a diferenciação. Diferença de cultura: lavrador e pastor; diferença consequente de culto, segundo as oferendas; diferença na preferência Divina. Deus intervém, fazendo o inexperiente Caim compreender o que lhe acontece e ameaça: o rancor é como um animal à espreita, junto à porta de entrada e saída, que intenta apoderar-se do homem; o homem pode e deve submetê-lo. Se Deus oferece a sua palavra a Caim, é porque não o rejeitou, é porque deseja salvar a fraternidade. E hoje devemos sim nos preocupar com os nossos irmãos e não questionar a Deus como Caim: “Acaso sou o guarda do meu irmão?” (9d)



GÊNESIS 05

O autor sagrado quis propor a linhagem dos bons; estes têm números, isto é, gozam de ordem e harmonia e estão inscritos na Palavra de Deus.

A grande longevidade assinalada a cada patriarca quer dizer que, na verdade, viviam séculos. Para os antigos, a longevidade era sinal de venerabilidade e respeitabilidade; por conseguinte, quando atribuíam a alguém longa duração de vida, queriam apenas dizer que tal pessoa era merecedora de toda estima e consideração.

Os dez nomes significam os homens que transmitiram a fé e a fidelidade aos seus descendentes; visto que a vida é o bem fundamental, uma longa vida, para os antigos hebreus, era símbolo de bênção divina e honra; a indicação de que cada Patriarca viveu elevado número de anos após gerar o seu sucessor na lista, significa que esses pais tiveram a possibilidade de manter pura na sua família a revelação primitiva; onde se concluía que a religião que por tal via chegara a Israel, era a religião verdadeira, conservada através de urna série de gerações providencialmente favorecidas por Deus.

GÊNESIS 06

Procurando seu próprio prazer, a humanidade desagrada a Deus e vê sua vida limitada. O comportamento humano passa a ferir o coração de Deus, já que a atuação de seus filhos tende para o mal. O trecho inicial deste capítulo é uma fase de transição para a história do dilúvio e de Noé, em que nos é revelado o coração magoado e decepcionado de Deus. O tema marcante deste capítulo é a autossuficiência, a violência, o desrespeito à vida e qualquer forma de orgulho que o homem demonstra diante da criação de Deus. Com o dilúvio, Deus lança um castigo purificador com a figura de Noé, eleito para dar um novo início à humanidade, projeto que Deus confirmará com uma aliança. E este é um ponto importante e atual para reflexão do cristão. Assim, aproveitemos o dia de hoje e a reflexão deste capítulo para fazer um profundo exame de consciência e analisar nossos comportamentos diante da criação do Pai, bem como restabelecer a aliança que Deus firmou naquele tempo, no sentido de criar um novo homem, com o coração purificado e seguidor de Jesus.

CAPITULO 07

O Senhor disse a Noé: “Entra na arca, tu e toda a tua casa. Tu és o único justo que encontrei nesta geração”. Sem saber o porquê, Noé obedece ao pedido de Deus e não sofre com a vinda do dilúvio. Por causa da fé de Noé todos de sua casa são salvos, esta promessa é confirmada em Jesus nos Atos dos Apóstolos 16,31 “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, como também todos os de tua casa”. A nossa fidelidade a Deus nos leva a salvação, esta fidelidade é compreendida quando fixamos o nosso olhar em Deus. Pedro, cf. Mt 14,24ss foi capaz de andar sobre as águas enquanto tinha o olhar fixo em Jesus, mas ao perceber que a violência do vento tinha se dobrado, desviou seu olhar, teve medo e começou a afundar. Estes dois fatos nos levam a meditar na nossa fé e na nossa fidelidade para com Deus. Enquanto os nossos passos estiverem de acordo com justiça de Deus não se desviado nem para direita nem para esquerda, mesmo quando vier a turbulência em nossas vidas ou até mesmo que venha sobre nos um dilúvio, não temeremos, pois o Senhor está conosco.

CAPITULO 08

O Dilúvio é considerado o grande lamento do Senhor ao ver a criatura que criou andar nos caminhos da destruição. Mas nosso Pai criador que tanto nos ama, estabeleceu uma aliança com Noé, e com tudo o que criou, preservando a continuidade de sua obra ao tornar novamente a terra seca e fértil.
Depois que tudo passou Noé não se esquece de agradecer ao Senhor, construindo um altar para oferecimentos e sacrifícios. O Senhor se alegra com este gesto de gratidão e promete que jamais castigara a terra com tamanha força. Deus abençoa Noé e seus filhos, e confirma a aliança com eles e com as futuras gerações. Este relato nos mostra a seriedade com que Deus observa a maldade do homem na terra. Nós também precisamos levar a sério o pecado, principalmente os nossos pecados individuais, voltando a pedir perdão a Deus, confiantes na eficácia do sacrifício de Jesus por nós. As promessas do Senhor sempre se cumprem. Assim como a nova humanidade recebeu uma nova chance através de Noé, em Cristo, pela sua graça e misericórdia, Deus nos concede não apenas uma nova chance, mas, uma vida nova. Eis a promessa do Senhor no final deste capítulo: ¨Enquanto durar a terra, não mais cessarão a sementeira e a colheita, o frio e o calor, o verão e o inverno, o dia e a noite.”

CAPITULO 09

Após prometer que jamais amaldiçoaria a terra novamente por causa dos homens, Deus abençoou Noé e sua descendência e lhes ordenou: “sede fecundo e multiplicai-vos e enchei a terra.”
Deus reconheceu a inclinação do homem ao pecado, mas mesmo assim o colocou sob sua proteção. Seu amor imenso se evidencia e transborda, diante da pequenez do ser humano. Desde o princípio nos amou, pensou em nós qual planta que precisa ser cuidada, podada e alimentada. Ele nos fez a sua imagem e semelhança. Desta forma, estabeleceu a 1ª das Alianças que fez com o homem, (na figura de Noé) e todos os seres vivos, cujo símbolo é o Arco Íris, e nos fez uma promessa: “ não destruirei mais a Criação.” No entanto, essa relação do homem e a natureza não seria mais pacífica, a nova época conheceria a luta entre animais e homens , até a chegada do fim dos tempos, no paraíso celeste.
A história de Israel está intimamente ligada ao simbolismo da história de Noé, principalmente durante a conquista de Canaã (livro de Josué). A maldição de Noé ao seu neto Canaã, filho de Cam,
foi usada pelos povos semitas (descendentes de Sem, da qual os hebreus fazem parte), como justificativa para a conquista da terra de Canaã (ocupada pelos cananeus, descendentes de Canaã). Deus sempre se mostrou fiel em suas promessas, e nós, estamos sendo fiéis a Deus?


CAPITULO 10

Depois da destruição universal do dilúvio, este capítulo quer mostrar como a terra será povoada e se multiplicarão os descendentes de Noé, o novo Adão. Como fruto da aliança e das bençãos divinas, inicia-se um novo tempo onde tudo terá um novo começo. Ao final, teremos os descendentes de Sem, de onde nascerão os povos semitas, um dos quais serão os hebreus ou israelitas. É importante para o autor sagrado, estabelecer as raízes de Israel a partir desta nova criação.

CAPITULO 11

Neste capítulo destacam-se duas mensagens distintas: a primeira, bem mais famosa, trata da construção da Torre de Babel, quando o homem quer escalar o céu – não para encontrar-se com Deus mas sim para subjugá-Lo - e a segunda quando o autor, deixando de lado a humanidade dispersa e plural, concentra-se na genealogia de Abrão-Abraão apresentando-a como a porta de entrada da história do povo eleito. Assim o capítulo 11 conclui o relato dos “primeiros tempos” e entra, na costumeiramente chamada, História da Salvação. À insolência e soberba da humanidade, Deus responde com a confusão das línguas, e esta “maldição” vai perpetuar-se até o Dia de Pentecostes quando, apesar de estarem reunidas pessoas de diferentes nacionalidades, pelo poder do Espírito Santo, “todos escutavam as maravilhas de Deus em sua própria língua” (At 2, 11). Só o amor é capaz de unificar, reunir e agregar. Hoje vivemos em numa nova Torre de Babel. A teimosia e arrogância do ser humano que “quer ser Deus”, que deseja independer de Deus, ainda persiste e as consequências dessa atitudes estão diante de nossos olhos: corrupção, drogas, violência, fanatismos, desordem coletiva, desajustes emocionais, solidão, ... Oremos nós ao Pai, pedindo, com humildade, que envie o Seu Espírito Santo e renove a face da Terra, para que assim possa ser alcançado o desejo de Jesus: “que todos sejam um...” (Jo 17, 21)

CAPITULO 12

Deus disse a Abraão: “Deixa a tua terra, tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar. Farei de ti uma grande nação.” Neste capítulo do livro do Gênesis vemos o chamado e a promessa de Deus à Abraão. Deus o escolheu para ser o pai de uma grande nação, o povo escolhido por Deus. Ao aceitar o chamado de Deus, Abraão teve que despojar-se de si mesmo. Deixar a sua casa significa deixar a sua segurança, o seu conforto. Significa colocar toda a sua confiança e entregar-se inteiramente nas mãos de Deus. Abraão se sustentou na promessa dita no versículo 3b “...todas as famílias da terra serão benditas em ti.” Durante a sua viagem acreditou que Deus estaria com ele e como vemos neste capítulo tudo foi conduzido perfeitamente por aquele que nos guia e nos sustenta, o Deus de amor e misericórdia que nos quer para si e nos pede também nos dias de hoje.... Sai de tua casa, do teu comodismo, da tua preguiça espiritual, da tua falta de fé e vai para onde Eu te conduzir... O desafio está lançado: deixemo-nos guiar totalmente por nosso Pai amoroso! Você está preparado??

CAPITULO 13

Quando consideramos o sobrinho de Abrão Ló – quando no texto sagrado aparece Ló como irmão de Abrão, é um termo genérico de parentesco usado também em Mateus 12, 46-50, quando dizem a Jesus; “Disse-lhe alguém: Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te. “(12, 47) - encontramos um agudo contraste no modo como eles viveram suas vidas! Como algumas pessoas hoje em dia, Ló amava as coisas deste mundo e fazia tudo o que podia para "ser alguém". Em vez de imitar o exemplo de seu tio piedoso e depender do Senhor para suprir todas suas necessidades, ele exibia uma atitude de ingratidão. Os versículos 5 e 6 do capítulo nos dizem que Ló foi grandemente abençoado enquanto permaneceu com Abraão: Mas logo ele quis mais e quando Abrão gentilmente permitiu que ele escolhesse que parte da terra ele queria, Ló aproveitou-se da oportunidade e escolheu a melhor — "a campina do Jordão"-, que o versículo 10 chama de "jardim do Senhor" por causa de sua beleza comparável ao Jardim do Éden. Entretanto, existiam espinhos naquela bela rosa que Ló não reconheceu! As cidades extremamente ímpias de Sodoma e Gomorra estavam situadas ali e em breve "Ló armou suas tendas até Sodoma".(verso 12).


CAPITULO 14

O Capítulo 14 traz uma demonstração da valentia e da bondade de Abrão, que luta para salvar Ló, que era filho do irmão de Abrão e habitava em Sodoma.

Abrão, ouvindo que seu irmão estava preso, escolheu seus melhores guerreiros para libertá-lo. No meio da batalha, Melquisedeque, rei e sacerdote do Deus Altíssimo, abençoa Abrão, que por sua vez, ofertou o dízimo de tudo o que tinha.

CAPITULO 15

Todos nós temos necessidade de proteção. Não foi diferente com Abrão, que em sonho recebe de Deus a promessa de ser ele mesmo o seu escudo protetor, e lhe promete que sua descendência seria tão grande como as estrelas do céu. Como pode um homem idoso com uma esposa idosa e estéril serem os pais de uma descendência tão grande? Abrão homem de Deus teve fé e acreditou no que o Senhor lhe prometia, mas queria receber esta confirmação do próprio Deus. Era costume para ratificar uma aliança que os envolvidos passassem entre as partes de animais sacrificados. Abrão permanece o dia inteiro protegendo os animais que sacrificara das aves famintas. Isto nos ensina a necessidade de vigilância em nossas preces e pedidos a Deus, até sermos ouvidos. Como prova da fidelidade ao que prometera, a noite Deus vem ao encontro do seu protegido em forma de uma tocha de fogo e passa no meio dos animais esquartejados. Deus incapacitou Abraão, a fim de que somente Ele pudesse passar pelos animais. Com isto demonstrava que Sua aliança seria incondicional. Deus esclarece a Abrão como isso se daria passando as seguintes informações : Sua semente seria estrangeira em uma terra possuída por outros (Egito). Lá eles seriam escravos. A aflição deles duraria 400 anos. Deus julgaria a nação que os escravizaria. Israel sairia enriquecido ao deixar esta terra. Abraão teria uma vida longa. Após passar por estas aflições, seus descendentes retornariam para Canaã.

CAPITULO 16

Nascimento de Ismael que quer dizer “Deus escuta”O significado do nome “Ismael”, podemos dizer ser o ponto central deste capítulo. Deus vê, ouve e socorre o oprimido. Sarai que era infértil procura dar filhos a Abrão por meios meramente humanos, usando literalmente a escrava Agar, que uma vez grávida, provavelmente ficou tentada a descobrir direitos que na realidade não os tinha, pois era escrava. Perseguida por Sarai, Agar foge para o deserto onde encontra o socorro de Deus. Aos olhos meramente humanos, não entendemos o propósito de Deus que manda Agar voltar a sua senhora, o que significa a ser escrava novamente, mas os planos de Deus vão além da nossa compreensão. Deus promete a Agar sua proteção e a seu filho a quem deveria colocar o nome de Ismael, uma descendência numerosa que ninguém poderia contar. Agar aceita e pratica a vontade de Deus por isso diz: “Aqui cheguei a ver Aquele que olha para mim”. Que possamos em nossa vida, caminhar sempre conforme a vontade de Deus e quem sabe um dia poder dizer as palavras da escrava Agar.

CAPITULO 17

No capítulo 17 do livro de Gênesis, Deus faz uma promessa a Abraão, de que ele seria pai de uma numerosa nação. Essa promessa foi vista como um milagre por Abraão, devido a sua idade e de sua mulher. Para que isso pudesse acontecer, Deus faz uma aliança, uma marca, para dizer que Abraão é seu consagrado, e todos que tiverem essa marca (a circuncisão) são eleitos por Deus. Hoje devemos nos perguntar, qual a promessa que Deus nos faz? Qual o milagre Deus precisa realizar em cada um de nós? Que marca ou sinal possuímos para sermos considerados consagrados do Senhor? Deus realiza graças, milagres e prodígios; isso sempre deixa uma marca. Nós temos essa marca?

CAPITULO 18

Neste trecho da Palavra, podemos observar aspectos importantes do relacionamento dos homens entre si e do homem com Deus. Na primeira parte deste capítulo, quando Abraão acolhe os peregrinos sem saber que eram anjos enviados por Deus (vers. 1 a 8), observarmos o dom da hospitalidade. Através deste dom, Deus reafirma sua promessa a Abraão: “Pois Abraão virá a ser uma nação grande e forte, e nele serão abençoadas todas as nações da terra. 19. De fato, eu o escolhi para que ensine seus filhos e sua casa a guardarem os caminhos do SENHOR, praticando a justiça e o direito, a fim de que o SENHOR cumpra a respeito de Abraão o que lhe prometeu.” (Gn 18, 18-19). Na carta aos hebreus, a Palavra confirma a necessidade de sermos hospitaleiros como gesto de amor fraterno, citando justamente este capítulo do Gênesis: “Não descuideis da hospitalidade; pois, graças a ela, alguns hospedaram anjos, sem o perceber.” (Heb 13, 2). Já na segunda parte, vemos a intercessão de Abraão pela cidade de Sodoma (vers. 17 a 33). Uma leitura mais atenta nos indica a profundidade da sua oração a Deus, pois ele não se limita a pedir a salvação aos inocentes, mas pede pela cidade inteira. Com isso, ele entra no coração de Deus, que é rico em misericórdia e que possui uma justiça diferente da justiça do homem. Ora, a vontade de Deus não é o pecado e suas consequências, mas a conversão do pecador. Por estes episódios da vida de Abraão encontramos também a vontade de Deus a nosso respeito. Assim como Abraão, somos eleitos e escolhidos para fazer chegar a salvação aos que estão ao nosso redor. Deus nos pede para desenvolvermos o dom da hospitalidade com todos aqueles que nos procuram, seja na nossa casa, seja na nossa comunidade. Além disso, Deus pede a nossa oração de intercessão. Clamemos a Deus a graça da conversão de todos com os quais convivemos, principalmente aqueles que mais amamos.

CAPITULO 19

Neste capítulo Ló acolhe dois anjos que estavam a porta de Sodoma, as pessoas da cidade estavam cheias do mal e Deus decidiu acabar com a cidade e pediu para Ló sair da região com a sua família. Devemos manter desta passagem a seguinte mensagem: Deus cuida das pessoas que o amam acima de tudo e lutam por Ele, não somente a pessoa, mas toda a sua família. Peçamos neste momento pelas pessoas que são importantes para nós. A nossa família. As vezes você não sabe qual o pecado dos seus, por muitas vezes você tem conhecimento, independente do que seja, Deus esta sempre disposto ao perdão, ao recomeçar. Temos que ter a convicção que se cremos, nós e nossas famílias serão salvas!

CAPITULO 20

Neste capítulo o migrante Abraão continua com medo e parte para a região do deserto de Negueb, estabelecendo-se entre Cadés e Sur. Ali viveu por um tempo como migrante em Gerara. Abraão dizia de sua esposa Sara que esta era sua irmã, já que era filha de seu pai, mas não de sua mãe. Então o Rei de Gerara, Abimelec mandou que lhe trouxessem Sara, retirando-a de Abraão. Contudo, Deus apareceu em um sonho a Abimelec e determinou que devolvesse Sara a seu marido ou a sua ação causaria a sua morte e de todos os seus. Apesar da atitude de Abimelec, Deus reconhece a simplicidade em seu coração e por isto lhe concede a oportunidade de devolver Sara a Abraão, sem qualquer punição por sua ação. E assim, por temor a Deus, Abimelec cumpre a vontade de Deus. Neste contexto, retiramos uma importante lição. Deus sempre nos concede a chance de refazer, consertar ou nos redimir de qualquer ação praticada, que desagrada Seu coração. E é por intermédio de seus ensinamentos e da revelação de sua Palavra que aprendemos a agir como cristãos.

CAPITULO 21

O cumprimento da promessa de Deus para com Sara, dando lhe um filho de nome Isaac na sua velhice, é o ponto chave deste capítulo. O uso patriarcal de colocar o nome nos filhos, a circuncisão no oitavo dia, o desmame celebrado com um grande banquete, nos faz conhecer um pouco a respeito dos costumes da época. Mas a ênfase principal se da no destino de Ismael e de Isaac. Apesar de Agar e seu filho Ismael terem sidos despedidos da casa de Abrãao, Deus não os desampara, vem em seu socorro e promete que Ismael também será uma grande nação, os ismaelitas ou árabes. Quanto a Isaac, o herdeiro legitimado, se torna pai dos hebreus. Apesar do antagonismo destes povos o relato serve para mostrar a misericórdia de Deus com os seus filhos que deseja dar-lhes a vida e um lugar para habitar. Deus não nega e não privilegia uma pessoa ou grupo, mas deseja que todo o filho de Deus possa ter uma terra e um lugar para se desenvolver. Deus é justo.

CAPITULO 22

Abraão recebeu de Deus uma ordem. Ele deveria oferecer Isaque, o filho da promessa, em sacrifício igual ao sacrifício de um cordeiro. Como entender que o Deus do amor pedisse isto a um pai? Não a um simples pai, mas ao pai de todas as futuras gerações. Nada parecia fazer sentido. A fé verdadeira em Deus mesmo quando nada parece ser racional, leva Abraão, a cumprir a vontade de Deus. Em nenhum momento Abraão duvida ao questiona a ordem recebida, tanto é que no versículo 5 ele diz a seus servos que esperem, pois ele e Isaque iriam retornar. A certeza que as promessas seriam cumpridas torna a obediência de Abraão um ato de grandiosa fé. De muitas maneiras Isaque nos lembra o Salvador: Ele foi gerado de forma miraculosa, era o centro dos planos de seu pai, sua morte seria um grande sacrifício para Abraão, assim como foi para Deus quando deu-nos seu único filho. Isaque foi oferecido por seu pai, como Cristo também o foi. Jesus carregou sua cruz, assim como Isaque carregou a lenha para seu próprio sacrifício. Nossa razão sozinha não explica a grandiosidade de nosso Deus. Somente pela fé é que o obedecemos e mostramos que somos filhos que acreditam e confiam em suas promessas.

CAPITULO 23

Este capítulo narra o processo de aquisição de uma propriedade funerária para Sara, esposa de Abraão. Ao comprar o terreno de Macpela, em Hebron, isto significou a posse de um título de propriedade e direito de cidadania em Canaã, iniciando, desta forma, a realização da promessa que Deus fez a Abraão, a posse da Terra Prometida. Este foi o único pedaço de terra que possuiu durante sua vida e queria ser enterrado com Sara, como de fato ocorreu mais tarde. (Gn 25, 7-9) Sara é considerada a “Maria do Primeiro Testamento” - mãe de todos os povos, mãe dos fiéis, como atesta I Pd 3, 1-6. Sua importância é tal, que sua morte, enterro e idade são descritos nas Escrituras. Abraão não chegou a ver a realização total da promessa que lhe fora feita, não temos relatos de murmurações e nem de cobranças a Deus para que lhe fosse concedido “logo” o que fora prometido. Abraão entendeu que o tempo de Deus – kairós – não é o tempo dos homens – cronos - e aceitou com paciência e fidelidade os acontecimentos. Que nós possamos, como descendentes de Abraão, ser pacientes e perseverantes e viver com fidelidade os ministérios a nós consagrados. Que possamos fazer da nossa vida uma eterna oração.

CAPITULO 24

Abraão já tinha 147 anos e devia encontrar uma esposa para Isaac, herdeiro da promessa, que tinha 36 anos e estava inconsolável pela morte de sua mãe. Então chama seu servo de confiança e dá a ele uma missão ,da qual depende a continuidade da Promessa: buscar, encontrar e fazer apaixonar uma donzela do herdeiro. Esta, que não conhece Isaac. Então o servo começa uma longa viagem com camelos carregados de todos os tipos de riqueza, e quando encontra Rebeca no poço , consegue convencê-la de se casar com Isaac. Quando o servo retorna trazendo a noiva para o herdeiro de Abraão, faz com que Isaac se apaixone imediatamente por Rebeca. Deus também nos confiou uma missão. A de buscarmos a noiva (o povo de Deus), e convencê-la a apaixonar-se pelo Herdeiro. Para isso nos dá carismas e dons. Estes dons não são nossos, já que somos simples administradores. Estas riquezas são para fazer com que a noiva se apaixone pelo Herdeiro, Jesus. Se nos apropriamos destes dons , somos ladrões, também se os usamos para apaixonar a noiva de nós, é adultério, traição e infâmia. Por isso devemos estar atentos à única missão que Deus nos confiou, atrair a noiva para o herdeiro!

CAPITULO 25

Depois do poético capítulo 24 sobre o encontro de Isaac e Rebeca, o texto bíblico apresenta a genealogia de Abraão com sua nova esposa, Cetura (25, 1-6) e de Ismael – filho de Abraão com a escrava Agar (12-18), de quem descendem os muçulmanos. Entre essas duas genealogias está a morte e sepultamento de Abraão feito por seus dois primeiros filhos: Isaac e Ismael. A partir do versículo 19 a História da Salvação ganha destaques significativos como:
  • a esterilidade de Rebeca, tal como aconteceu com Sara e, posteriormente, com Raquel, com a mãe de Sansão, com Ana, mãe de Samuel e com Isabel, mãe de João Batista – todas fertilizadas pela intervenção de Deus, porque para Ele “nada é impossível” (Lc 1, 37);
  • a rivalidade entre os irmãos desde o ventre materno e o gesto de Jacó (26) prefiguram uma situação histórica: dois povos irmãos, separados, rivais e um dominando o outro;
  • ambos os filhos terão seus nomes trocados ao longo do texto bíblico: Jacó/ Israel e Esaú/ Edom e esses nomes trocados serão os nomes dos próprios povos que eles lideram;
  • Jacó, astuto, egocêntrico e mentiroso é considerado como a personagem bíblica que mais claramente mostra o conflito entre baixos e altos da natureza humana... e, apesar de todas as suas debilidades, foi um instrumento escolhido por Deus; com Abrão e Isaac forma o nosso trio patriarcal.
Que o Deus que transformou Jacó e fez dele um líder para seu povo, possa também nos corrigir, nos aperfeiçoar e nos tornar instrumentos úteis na tarefa contínua de edificação de seu povo e construção de seu Reino de justiça e de paz. Amém!

CAPITULO 26

Neste capítulo do livro de Gênesis observamos a fidelidade de Isaac à Deus (Iahweh). No versículo 2 podemos ver a promessa de Deus à Isaac “ ...fica na terra que eu te disser. Habita nesta terra, eu estarei contigo e te abençoarei...” , provavelmente Isaac teve medo e duvidas, era um ser humano!! Foi a Gerara, junto a Abimelec, rei dos filisteus, teve medo quando o questionaram sobre Rebeca, sua mulher, disse que era sua irmã (pois tinha receio de perdê-la), mas mesmo assim acreditou na promessa do Senhor, ficou na terra dita, trabalhou e prosperou muito se tornando assim o homem mais rico do lugar. A sua prosperidade causou inveja ao povo filisteu e Isaac foi aconselhado pelo rei Abimelec a deixar a terra e partir, Deus novamente falou com ele e pediu para que não temesse pois estava com ele e abençoaria a sua descendência. Muitas vezes Deus nos orienta, fala conosco mas não o ouvimos... não acreditamos nas suas promessas, temos medo, dúvidas. Que esta passagem nos faça ver o exemplo de Isaac e nos estimule a sermos fieis a Deus, aos seus mandamentos e as suas promessas em nossas vidas, pois Ele é fiel e nunca nos abandonará.

CAPITULO 27

Isaac agiu aqui em completa rebelião contra Deus. Mesmo sabendo que Deus havia escolhido Jacó (Gênesis 25:23), ainda assim ele buscou satisfazer suas próprias preferências. Talvez por ser um homem introvertido, ele admirasse a masculinidade e o estilo de vida rude de Esaú. Sem dúvida, ele se justificou de alguma maneira, mas deveria ser espiritualmente maduro para ver a incapacidade espiritual de Esaú ser abençoado. Isaac simplesmente não se submeteu ao plano de Deus. Não é significante o fato de que nem Rebeca e nem Jacó soubessem dos planos de Isaac? Normalmente, quando alguém era abençoado toda a família estava presente na celebração. O fato de Isaac querer ocultar o seu feito, mostra a rixa que existia na família. O comportamento de Rebeca também demonstra que ela sentia que Isaac não tinha uma mente aberta para a razão. Todos nesta família falharam diante de Deus e sofreram por isso:Isaac se rebelou contra Deus e viu seus planos dar em nada. Seu filho favorito se deu mal e sua casa ficou cheia de intrigas. Esaú perdeu as bênçãos e sua alma. Ele foi um homem que não amou a Deus, e nem o seu povo. O seu intento de assassino para com Jacó é uma manifestação do caráter dele. O casamento de Esaú com mulheres pagãs foi uma grande carga para Rebeca e Isaac (Gênesis 26:35). Aqueles que amam a Deus não se sentiam a vontade com a presença do paganismo e a impiedade. Não há dúvidas de que os casamentos de Esaú acabaram produzindo muitas brigas e atritos no acampamento. Apesar de Esaú tomar conhecimento da viajem feita para encontrar uma noiva para Isaac (Gênesis 24), e do desgosto de seus pais a respeito de suas futuras noivas, ele não buscou uma mulher temente a Deus. Infelizmente, ele não tinha interesse em tais coisas

CAPITULO 28

O capítulo 28 inicia com a benção de Isaque sobre seu filho Jacó. Esta benção foi uma das últimas passagens da vida de Isaque, como que se ele estivesse dizendo para seu filho que agora era com ele, foi uma benção do Deus todo Poderoso.
Após receber a benção, Jacó recebeu uma ordem, que era para ter uma esposa que fosse da linhagem de seus parentes (2). Assim, partiu Jacó de Beer-Seba para Harã a fim de encontrar sua esposa. No caminho, chegou a um lugar onde passou a noite e ali teve um sonho. Jacó em seu sonho viu uma escada que ligava a terra ao céu, e nela os anjos subiam e desciam, e por cima da escada estava o Senhor. No sonho Deus prometeu para Jacó uma descendência numerosa, e prometeu estar sempre com ele. Ao acordar, Jacó faz um voto prometendo ser fiel a Deus.

CAPITULO 29

Jacó ao se aproximar do local de destino, encontrou alguns pastores e perguntou sobre Labão. Ele ficou muito contente ao saber que ele estava bem, e que sua filha estava a caminho, trazendo o próprio rebanho. Ao avistar Raquel foi tomado de grande emoção, e brotou em seu coração um grande amor a primeira vista. Raquel possuía muitas qualidades para uma boa esposa. Era humilde muito ativa, sua paciência entre os pastores grosseiros, e a pressa em partilhar sua alegria com o pai trouxe alegria para a vida de Jacó e encheu seu coração de sincero amor. O comportamento de Labão, ao enganar Jacó no contrato firmado para o matrimônio de sua filha, revela um homem ganancioso que não se importava com os sentimentos dos seus filhos. Tudo o que importava a Labão eram os valiosos serviços de Jacó. Jacó se tornou um polígamo contra a sua vontade e protagonizou uma história repleta de inveja, tristeza, favoritismo, desapontamentos e artimanhas. Lia não era amada, mas era fértil e não se cansava de dar glórias a Deus por isso. Raquel linda e amada, era estéril, e isso a amargurava muito. Nos alegremos pelo fato de que acima das confusões deste mundo, Deus reina soberano e santo.

CAPITULO 30

Na primeira parte deste capítulo – A exemplo do capítulo 16, por paixões, ciúmes e vontades meramente humanas, as pessoas buscam honra e glória no fato de terem muitos filhos, ou neste caso, mais filhos que a outra esposa (Jacó era casado com as irmãs - Raquel e Lia). Neste desejo de gerar filhos Raquel que tinha naquele momento a “preferencia” de Jacó, o entrega a Lia em troca de um pouco de mandrágoras (fruto raro, considerado estimulante de amor e fecundidade), mas a fecundidade não fica com Raquel, pois a fecundidade não vem das mandrágoras, mas de Deus que atende o desejo de Lia. Apesar de tudo, Deus vê o coração de Jacó, dá-lhe sabedoria para deixar Labão, seu senhor, pai de Raquel e Lia, dá-lhe também astúcia no acerto de contas e Jacó acaba um homem muito rico. Deus muitas vezes age contrariamente aos critérios humanos. Dos filhos de Jacó saem os doze patriarcas de Israel, e o próprio Jacó, é, em quem Deus se agrada e ele se torna personagem de grande relevância e prefigura o êxodo dos Israelitas da escravidão do Egito.

CAPITULO 31

Nesse capítulo podemos perceber a confiança de Jacó em Deus, a promessa de Deus para com Jacó e a providência e proteção que o Senhor realiza na vida daqueles a quem nele depositam sua esperança. A confiança está demonstrada no momento em que Jacó obedece ao Senhor e volta para sua terra natal. Para andarmos no rumo certo precisamos escutar a Deus e, mais difícil que isso, é aceitar seus desígnios e se colocar a caminho. A providência de Deus pode ser observada no pagamento que Jacó recebia: por determinado tipo de animal. Mesmo em tentativas de ser prejudicado, o Senhor foi fiel em sua promessa, e continuou a aumentar o rebanho de Jacó. A proteção pode ser observada, entre outros, no momento em que se passa no coração de Labão o desejo de causar mal a Jacó, e Deus, em sonhos, o alerta para que não faça isso. Observando todas essas situações, podemos ter certeza que aqueles que confiam no Senhor e seguem seu caminho, sempre estarão abençoados e protegidos.

CAPITULO 32

A primeira parte do capítulo que estudamos hoje nos mostra como Jacó, apesar de ser o escolhido de Deus, frente à grande dificuldade de ter que enfrentar seu irmão Esaú, teve sentimentos plenamente humanos: medo e angústia (vers. 8). Mas, ao invés de fugir e se esconder, orou a Deus (Gn 32, 10-13), onde é possível ver a sua atitude de gratidão (vers. 11), súplica (vers. 12) e fé (vers. 13). Na segunda parte, podemos observar a atitude de Jacó, que teve que enfrentar o próprio Deus (vers. 25) e disso guardou uma marca (vers. 26). Como mensagem de Deus para nós hoje, frente às dificuldades que temos e sempre teremos, assumamos uma atitude de fé, gratidão e súplica por meio da oração. Além disso, lembremos que precisamos também “confrontar” o nosso projeto de vida pessoal com o projeto que Deus tem para nós, mesmo que para isso sejamos “marcados” na nossa história. Aí então, poderemos ser chamados também de Israel – aquele que luta com Deus (vers. 29).


Por - Marco Antonio Lana - Teólogo Biblista

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

DOUTRINA DOS ANJOS - 03 – ANJOS – Quem São Esses Seres?






No capitulo anterior focalizou a necessidade de estudar estes seres e deixou evidente que a angeologia é uma doutrina amplamente exposta na Bíblia. Agora continuamos com base na palavra de Deus, a considerar esta doutrina.



Quem são os anjos? Respostas erradas tem sido dadas a esta pergunta como já vimos. Embora ao se possa encontrar na Bíblia tudo o que desejamos para satisfazer nossa curiosidade sobre os seres angelicais, cremos que Deus nos revela o necessário para nossa compreensão a seu respeito.



I.                  SÃO MENSAGEIROS.



A palavra “anjo” deriva da língua latina – ângelus – que é correspondente à palavra grega angelos. No hebraico a palavra para anjo é mal’ako. O significado comum é mensageiro, enviado.



“Anjos”, com sentido de mensageiros, não diz respeito á natureza espiritual desses seres, mas determina a sua missão. Com esse mesmo sentido de mensageiro ou enviado, pessoas humanas são chamadas anjos, o sacerdote - "Porque os lábios do sacerdote guardam a ciência e é de sua boca que se espera a doutrina, pois ele é o mensageiro do Senhor dos exércitos". (Ml 2,7); o rei - "Que o rei, ajuntou ela, se digne pronunciar uma palavra de paz, porque o rei, meu senhor, é como um anjo de Deus para discernir o bem do mal. Que o senhor, teu Deus, seja contigo!" (2Sm 14,17); os pastores lideres das sete igrejas do Apocalipse - "Ao anjo da igreja de Éfeso, escreve: Eis o que diz aquele que segura as sete estrelas na sua mão direita, aquele que anda pelo meio dos sete candelabros de ouro. Ao anjo da igreja de Esmirna, escreve: Eis o que diz o Primeiro e o Último, que foi morto e retomou a vida. "Ao anjo da igreja de Pérgamo, escreve: Eis o que diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes". (Ap 2,1.8.12); "Ao anjo da igreja de Sardes, escreve: Eis o que diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas. Conheço a tua obras: és considerado vivo, mas estás morto. Ao anjo da igreja de Filadélfia, escreve: Eis o que diz o Santo e o Verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi - que abre e ninguém pode fechar; que fecha e ninguém pode abrir. "Ao anjo da igreja de Laodicéia, escreve: Eis o que diz o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de Deus". (Ap 3,1.7.14). Contudo, não é difícil perceber quando o termo se refere aos seres celestiais, porque vem associado à pessoa de DEUS como, por exemplo, em : "O anjo do Senhor, encontrando-a no deserto junto de uma fonte que está no caminho de Sur," (Gn 16,7); "E teve um sonho: via uma escada, que, apoiando-se na terra, tocava com o cimo o céu; e anjos de Deus subiam e desciam pela escada. No alto estava o Senhor," (Gn 28,12), “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.” (Sl 34-7).




II.               SÃO CRIATURAS DE DEUS.



Deus criou tudo que existe, as coisas visíveis e as invisíveis. Entre elas criou os anjos – "Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por ele e para ele". (Cl 1,16). Examinando a Bíblia, concluímos que foram criados todos de uma só vez – Deus criou ma companhia de anjos e não uma raça.



Þ    Quando foram criados?



Provavelmente foram criados antes da criação do mundo físico. A Bíblia não fala da criação dos anjos diretamente. Podemos entender á luz de Jó 38,4-7 – “Os filhos de Deus”, que foram testemunhas da criação de todas as coisas, certamente eram os anjos. Puderam-se contemplar toda a criação divina, é porque já haviam sido criados antes dela.



Þ    Quantos foram criados?



Não há como contá-los. As Escrituras falam de milhares de milhares - "Saído de diante dele, corria um rio de fogo. Milhares e milhares o serviam, dezenas de milhares o assistiam! O tribunal deu audiência e os livros foram abertos". (Dn 7,10); "Na minha visão ouvi também, ao redor do trono, dos Animais e dos Anciãos, a voz de muitos anjos, em número de miríades de miríades e de milhares de milhares," (Ap 5,11), de miríades - "Vós, ao contrário, vos aproximastes da montanha de Sião, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celestial, das miríades de anjos," (Hb 12,22), de legiões - "Crês tu que não posso invocar meu Pai e ele não me enviaria imediatamente mais de doze legiões de anjos?" (Mt 26,53). Tentar descobrir quantos são e nomeá-los é pura tolice, porque a Bíblia dá números indefinidos. Há um número definido deles, que apenas o Senhor conhece, pois  foram criados ao mesmo tempo, de uma só vez.



Þ    Em qual estado foram criados?



Originalmente as criaturas angelicais eram santas. Todas as outras coisas criadas por Deus eram boas - "Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia". (Gn 1,31) e os anjos foram criados neste estado de justiça, bondade e santidade. Havia uma condição original de igualdade em todos os anjos - "Pois se Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os precipitou nos abismos tenebrosos do inferno onde os reserva para o julgamento;" (2Pd 2,4). Os anjos que assim perseveraram, continuaram a serviço do Senhor e foram chamados “eleitos” - "Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus". (Mt 18,10); "Eu te conjuro, diante de Deus e de Cristo Jesus e dos anjos escolhidos, a que guardes essas regras sem prevenção, nada fazendo por espírito de parcialidade". (1Tm 5,21).



Os anjos maus são os que não perseveraram no estado original. Rebelaram-se e tornaram-se inimigos de Deus, dos outros anjos e dos homens, e estão condenados a tormentos e castigos eterno - "Os anjos que não tinham guardado a dignidade de sua classe, mas abandonado os seus tronos, ele os guardou com laços eternos nas trevas para o julgamento do Grande Dia". (Jd 1,6); "Eis que se puseram a gritar: Que tens a ver conosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" (Mt 8,29); "Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: - Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos". (Mt 25,41).



Þ    Onde habitam?



Habitam nas regiões celestiais, onde se manifestam. Várias referencias nos dão conta de que os anjos tem sua habitação numa dimensão celestial. Jacó sonhando, viu anjos que subiam e desciam uma escada cujo topo tocava os céus - "E teve um sonho: via uma escada, que, apoiando-se na terra, tocava com o cimo o céu; e anjos de Deus subiam e desciam pela escada. No alto estava o Senhor," (Gn 28,12). No Apocalipse anjos são vistos no céu - "Depois disso, o anjo tomou o turíbulo, encheu-o de brasas do altar e lançou-o por terra; e houve trovões, vozes, relâmpagos e terremotos". (Ap 8,5). Quando descem a terra o fazem para cumprir uma missão - "De repente, apresentou-se um anjo do Senhor, e uma luz brilhou no recinto. Tocando no lado de Pedro, o anjo despertou-o: Levanta-te depressa, disse ele. Caíram-lhe as cadeias das mãos". (At 12,7). 


III.           SUA PERSONALIDADE E NATUREZA.



Há informações bíblicas preciosas sobre personalidades e natureza dos anjos. Vejamos:



Þ    Os anjos são seres pessoais.



Deus atribuiu a esses seres que criou características pessoais. A crendice popular tem os anjos como espíritos impessoais ou influencias sobre os homens. Diferentemente do que popularmente se pensa, a Bíblia os apresenta como pessoas. são seres inteligentes, tem vontade própria e  prerrogativas específicas. Um exame do texto de Gn 19.1-13 demonstra isso. Dois anjos estão dialogando inteligentemente com Ló, determinando providencias e agindo coerentemente.



Þ    Os anjos são seres imortais.



Não são eternos, nem possuem a imortalidade essencial, que só Deus possui - "o único que possui a imortalidade e habita em luz inacessível, a quem nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno! Amém". (1Tm 6,16), mas são imortais - "Eles jamais poderão morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, porque são ressuscitados". (Lc 20,36), do mesmo modo que o são almas dos homens. A eternidade para os anjos é a mesma concedida aos seres humanos, na qualidade de criaturas de Deus – Lc 20.34-36.



Þ    Os anjos são seres espirituais e incorpóreos.



Os seres celestiais estão destituídos de qualquer forma corpórea - "Pela tarde, apresentaram-lhe muitos possessos de demônios. Com uma palavra expulsou ele os espíritos e curou todos os enfermos". (Mt 8,16); "Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares". (Ef 6,12); "Não são todos os anjos espíritos ao serviço de Deus, que lhes confia missões para o bem daqueles que devem herdar a salvação?" (Hb 1,14). Por isso não possuem carne e nem osso - "Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho". (Lc 24,39) e não podem exercer atividades que são próprias dos seres humanos -"Na ressurreição, os homens não terão mulheres nem as mulheres, maridos; mas serão como os anjos de Deus no céu". (Mt 22,30). 


Anjos aparecem na forma de homem - "Abraão levantou os olhos e viu três homens de pé diante dele. Levantou-se no mesmo instante da entrada de sua tenda, veio-lhes ao encontro e prostrou-se por terra". (Gn 18,2); "Pela tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Lot, que estava assentado à porta da cidade, ao vê-los, levantou-se e foi-lhes ao encontro e prostrou-se com o rosto por terra". (Gn 19,1); agiram como homens, ingerindo alimentos -"Tomou manteiga e leite e serviu aos peregrinos juntamente com o novilho preparado, conservando-se de pé junto deles, sob a árvore, enquanto comiam". (Gn 18,8); "Mas Lot insistiu tanto com eles que acederam e entraram em sua casa. Lot preparou-lhes um banquete, mandou cozer pães sem fermento e eles comeram". (Gn 19,3), apenas para convencer de sua presença real as pessoas a quem apareciam.



“Os anjos de Deus não tomam outros corpos para se manifestarem, mas tomam formas de pessoas humanas visíveis para se fazerem manifestos” – Cabral, p 9.



Sendo espirituais, são também invisíveis - "Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por ele e para ele". (Cl 1,16).



Þ    Os anjos são seres morais.



Se são seres pessoais, possuem também uma natureza moral, e portanto se encontram debaixo de obrigação moral. São recompensados por sua obediência  e foram castigados por sua desobediência. Há anjos que permaneceram fieis a DEUS - "Cornélio fixou nele os olhos e, possuído de temor, perguntou: Que há, Senhor? O anjo replicou: As tuas orações e as tuas esmolas subiram à presença de Deus como uma oferta de lembrança. "Responderam: O centurião Cornélio, homem justo e temente a Deus, o qual goza de excelente reputação entre todos os judeus, recebeu dum santo anjo o aviso de te mandar chamar à sua casa e de ouvir as tuas palavras". (At 10,4.22); "há de beber também o vinho da cólera divina, o vinho puro deitado no cálice da sua ira. Será atormentado pelo fogo e pelo enxofre diante dos seus santos anjos e do Cordeiro". (Ap 14,10) e anjos desobedientes, infiéis que caíram - "Então! Caíste dos céus, astro brilhante, filho da aurora! Então! Foste abatido por terra, tu que prostravas as nações!" (Is 14,12); "Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira". (Jo 8,44).



Þ    Os anjos são seres gloriosos.



Foram criados com glória e dignidade sobre-humana - "Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na sua glória, na glória de seu Pai e dos santos anjos". (Lc 9,26). No Apocalipse alguns anjos são descritos com majestades – Ap 101-3, contudo, não possuem a mesma glória do Pai nem a mesma glória do Filho – Hb 1,5-13. Anjos são  seres celestiais são seres divinos.



Þ    Os anjos são seres poderosos.



Aos anjos é conferido maior poder que os homens - "embora os anjos, superiores em força e poder, não pronunciem contra elas, aos olhos do Senhor, o julgamento injurioso". (2Pd 2,11). O salmista reconhece o poder desses seres – “Bendizei ao Senhor, vós anjos seus, poderosos em força, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra!” (103.20). Eles conhecem as leis a da natureza e dominam o fogo e a água - "E outro anjo, aquele que tem poder sobre o fogo, saiu do altar e bradou em alta voz para aquele que tinha a foice afiada: Lança a foice afiada e vindima os cachos da vinha da terra, porque maduras estão as suas uvas". (Ap 14,18); "Ouvi, então, o anjo das águas dizer: Tu és justo, tu que és e que eras o Santo, que assim julgas". (Ap 16,5).



Há muitos fatos bíblicos que evidenciam o poder dos anjos. Vejamos alguns:



·        "Mandou, pois, o Senhor a peste a Israel, desde a manhã daquele dia até o prazo marcado. Ora, foi nos dias da colheita do trigo que o flagelo começou no povo, e morreram setenta mil homens da população, desde Dã até Bersabéia. a E o Senhor enviou um anjo sobre Jerusalém para destruí-la". (2Sm 24,15-16);

·        "O anjo do Senhor apareceu no campo dos assírios e feriu cento e oitenta e cinco mil homens. No dia seguinte, de manhã, ao despertar, só havia lá cadáveres". (Is 37,36);

·        "E eis que houve um violento tremor de terra: um anjo do Senhor desceu do céu, rolou a pedra e sentou-se sobre ela". (Mt 28,2).



Entretanto, o poder dos anjos não é ilimitado. Não são onipotentes. São mais poderosos que os homens, mas não têm o mesmo  poder que Deus. Não são capazes de criar nada, nem esquadrinhar o coração humano. Os anjos podem influenciar a mente humana do mesmo modo como outro ser humano influencia. A influencia dos anjos maus, porém, pode ser impedida pelo poder de Deus  - Ef 6,10-12; 1Jo 4,4.18.



Þ    Os anjos são seres inteligentes.



Não são oniscientes. Não tem inteligência num grau perfeitamente elevado como Deus - "Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas somente o Pai". (Mt 24,36), mas possuem em grau mais elevado que os homens - "Que o rei, ajuntou ela, se digne pronunciar uma palavra de paz, porque o rei, meu senhor, é como um anjo de Deus para discernir o bem do mal. Que o senhor, teu Deus, seja contigo! Foi para dar a esse assunto uma nova feição que Joab fez isso. Porém tu, ó rei, meu senhor, és tão sábio como um anjo de Deus, para saber tudo o que se passa na terra!" (2Sm 14,17).



Þ    Os anjos são seres assexuados



Os anjos, tanto os bons, como os maus, são seres que ano apresentam característica de macho e fêmea. Jesus respondeu aos saduceus, que não criam nas existências de anjos, que estes não casam, o que indica que não têm sexo e, consequentemente, não se propagam – “Jesus respondeu: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento, mas os que serão julgados dignos do século futuro e da ressurreição dos mortos não terão mulher nem marido. Eles jamais poderão morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, porque são ressuscitados.” (Lc 2034-36).


Na Bíblia não se encontra a expressão “filhos de anjos”, pois os anjos são filhos diretos de Deus por ato de criação e por obediência - "Um dia em que os filhos de Deus se apresentaram diante do Senhor, veio também Satanás entre eles". (Jó 1,6); "Ora, um dia em que os filhos de Deus se apresentaram diante do Senhor, Satanás apareceu também no meio deles na presença do Senhor". (Jó 2,1).



Em Gn 6.2 – “os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram belas, e escolheram esposas entre elas". os “filhos de Deus” não são anjos como alguns entendem. São os descendentes de Sete, que eram tidos como os verdadeiros adoradores de Deus, e são assim chamados para diferençar dos descendentes de Caim.



CONCLUINDO




Em resumo “embora haja semelhança entre anjos e Deus e entre anjos e homens, anjos são uma classe distinta de seres. Como Deus mas diferente dos homens, eles não podem morrer. Como Deus eles são superiores em poder em relação ao homem, contudo não são onipotentes. Do mesmo modo que Deus e o homem eles tem personalidade. Como Deus  eles são espirituais, mas não são onipresentes como Deus é” – Ryrie, p12