A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 06 - ISRAEL
NA VIAGEM PELO DESERTO
Moisés e Arão foram enviados ao
Egito com o propósito de convidar o povo de Israel para “celebrar uma festa
no deserto” – Ex 5,1. Deve ser porque, com Deus, até no deserto é possível
festejar!
O propósito de Deus para com seu
povo, certamente era vê-los obedecendo a seus mandamentos e assumindo
imediatamente a terra que “sob juramento prometeu dar a seus pais”. Mas
o pecado retardou a posse da herança. E o deserto, que deveria ser um lugar
somente de festejar com Deus a expectativa da entrada na terra prometida,
transformou-se também num lugar de castigo para os desobedientes.
O deserto tornou-se, portanto, um
instrumento necessário para manifestar a bondade e a severidade de um Deus
fiel.
- A VELHA GERAÇÃO (Nm 1-14).
Percebemos que o
trato principal de Deus com esta velha geração foi o extermínio quase que
total. Só restaram Josué e Calebe, em decorrência de sua fé (Gn 14,37-38),
porque Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; “Sabei que o
Senhor separou para si aquele que é piedoso;” (Sl 4,3).
a)
O
primeiro recenseamento. (Nm 1-4)
Percebe-se que o
principal objetivo deste censo era militar. Ele nos dá a lista de homens
capacitados para a guerra (Nm.1,2-3).
Normalmente
pensamos que se Deus lhes deu a terra,a sua parte era tão somente dividi-la e
apossar-se dela. Mas não, deles teriam de lutar duro para assumir totalmente a
sua posse. Deus é o Senhor dos Exércitos e ajuda os seus, mas há uma parte que
nos compete fazer.
b)
As
instruções. (Nm 5-9)
Estes capítulos informam-nos
como deveria ser o arraial de Israel por dentro.
Þ Separação da contaminação geral.
Þ Superação individual de Deus.
Þ A oferta dos príncipes.
Þ A consagração do levitas.
Þ A festa da páscoa.
Þ Os sinais da presença de Deus (fogo e nuvem).
Deus continua insistindo
com seu povo. As bases da comunhão com ele são por si mesmo estabelecidas e sua
presença e sua presença abençoadora é condicionada à obediência total. Mas ele
é fiel e dá sinais bem claros de sua companhia. Por isso, todos os fieis podem
afirmar: “O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso
refúgio.” (Sl 46,11).
c)
A
jornada. (Nm 10-14)
Esta seção começa
muito bem com a euforia da partida. Mas o tom geral é de tristeza. São tantos
os desencontros, que é quase impossível relatar. Parece que aqui trava-se uma
verdadeira guerra entre as forças espirituais do mal que encontram espaço no
meio do povo de Israel e o próprio Senhor seu Deus. De repente surgem
murmurações de todos os lados, até entre os próprios lideres. O clima era de
insatisfação quase que geral.
Se não fora às
intervenções divinas combinando justiça com misericórdia, neste ponto o povo
teria sido destruído “O Senhor é lento para a cólera e rico em bondade; ele
perdoa a iniqüidade e o pecado, mas não tem por inocente o culpado, e castiga a
iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração.” (Nm
14,18). Mas o castigo de Deus foi decretado: “Explorastes a terra em
quarenta dias; tantos anos quantos foram esses dias pagareis a pena de vossas
iniqüidades, ou seja, durante quarenta anos, e vereis o que significa ser
objeto de minha vingança. Eu, o Senhor, o disse. Eis como hei de tratar essa
assembléia rebelde que se revoltou contra mim. Eles serão consumidos e mortos
nesse deserto!” (Nm 14,34-35).
- A PEREGRINAÇÃO NO DESERTO (Nm 15-20).
o
A afirmação da autoridade divina – Nm 1.
o
A rebelião de Core – Nm 16.
o
A afirmação da autoridade sacerdotal – Nm 17-18.
o
A novilha vermelha – Nm 19.
o
O fim da peregrinação – Nm 20.
Este espaço de 38 anos na historia
de Israel é chamado por alguns de “não historia”. É como se o povo
tivesse parado de construir sua existência – estava apenas passando o tempo uma
a morte. Aqueles que pediram a morte no deserto acabaram por ver seus anseios
concretizados.
Aqui temos um paradoxo entre a fidelidade
de Deus, que continuou se comunicando com o povo de Moisés (Nm 15) e prometendo
todo seu sustento (Dt 8,2-6 e 29,5-6) e o desânimo total do povo em relação a
Deus e as coisas espirituais.
É muito reconfortante para nós, o
cristão, sabemos que “Se, porém, o renegarmos, ele nos renegará. Se formos
infiéis... ele continua fiel, e não pode desdizer-se”. (2Tm 2,13). No
entanto, somos também exortados a fidelidade!
- A NOVA GERAÇÃO (Nm 21-36).
Aquela triste peregrinação
terminou. Muitas coisas foram mudadas. A velha geração morreu, inclusive Arão;
Moisés em breve partiria, tendo Josué como seu sucessor. É chegada, portanto, a
hora de uma nova partida, que será final rumo a terra prometida.
Se para a velha geração o deserto
visava extermina-la, para esta nova geração o deserto visava apagar a memória
do Egito.
a)
A nova jornada (Nm 21-25):
Esta nova etapa da
viagem durante quatro e cinco meses. Mas prolongou-se muito, porque o povo de
Edom, não permitiu que Israel! Cortasse o caminho pelo seu território (Nm 21,4
e 20,14-22).
Durante aquela
fase anterior, quando Israel estivera desviado da vontade do Senhor, Ele não
lhes deu resposta favorável. Mas agora “O Senhor ouviu os rogos de Israel e
entregou-lhe os cananeus, que foram votados ao interdito juntamente com as suas
cidades. Deu-se a esse lugar o nome de Horma.” (Nm 21,3). Estes eram os
mesmos cananeus que antes os haviam derrotado naquele lugar.
Nós cristãos,
precisamos nos colocar no “lugar da benção” se quisermos ser abençoados.
E o “lugar da benção” é o lugar de obediência (Lc 15,20-24).
b)
O novo recenseamento (Nm 26-27)
Um novo censo militar é levantado,
visando os mesmos propósitos do primeiro. Percebemos decréscimo. Não precisa
ser especialista em analise de recenseamento para perceber que em 40 anos
somente houve baixas na nação israelita. Nesse período não houve progresso em
nenhum setor da vida do povo. Não apenas no número dos filhos de Israel (Gn
13,16;15,5), ficamos abismados ao perceber o que o pecado é capaz de fazer
aqueles, que o praticam.
“E ele lhes deu o que pediram, mas
fê-los definhar de doença.” (Sl 106,15)
c)
As novas instruções (Nm 28-36)
Já que esta é uma nova
geração, algumas novas instruções precisam ser dadas, algumas instruções velhas
são esclarecidas e outras simplesmente repetidas.
o
As ofertas ao Senhor (Nm 28-29)
Em
primeiro lugar estão as ofertas diárias (Nm 28,3-8),depois as ofertas do sábado
(Nm 28,9-10), a seguir as ofertas dos princípios dos meses (Nm 28,11-15) e por
ultimo as ofertas que acompanhavam as “festas” do Senhor (Nm
28,16;29,39). Está patente aos de qualquer leitor cristão, que essas ofertas
opontavam para Cristo que satisfez em tudo a justiça divina em nosso lugar
(2Cor 5,21).
o
Os votos ao Senhor (Nm 30)
Este capitulo refere-se aos votos
de varias classe de pessoas. Alguns princípios são estabelecidos para os
mesmos: devem ser feitos apenas a Deus; não devem ser quebrados; no caso de moças solteiras, devem ser
controlado pelos pais; no caso das noivas, é preciso cuidado para não faze-los
de modo precipitado; no caso da mulher casada, é necessário que o marido
concorde.
o
O castigo contra os midianitas (Nm 31)
Muitos levianos leitores da Bíblia
se revoltam diante de incidentes como este. Np entanto, Deus está vingando-se
deste povo que muito mal fez a Israel (Nm25,9). E é bom lembrar que vingança em
Deus é sinal de justa retribuição ao pecado do homem. É um alto de justiça de
sua parte. Ele é Deus “... que perdoa a iniqüidade e a transgressão ainda
que inocenta o culpado” (Nm 14,18).
o
Questões ligadas à herança (Nm 32-36)
Apesar de tratar de vários
assuntos, a ênfase principal desta seção recai sobre a posse da terra com
proceder nela. Deus sempre da direção correta para seus filhos. Nós é que
muitas vezes, somos apressados e desobedientes. Convém que lembremos a
exortação do profeta em
nome Senhor : “Se
fordes dóceis e obedientes, provareis os melhores frutos da terra;” (Is
1,19).
o
A repetição da lei (Dt 1,1-34;12)
O tempo coberto pela narrativa de
Deuteronômio é um mês, contudo nele é feita uma retrospectiva dos 40 anos
passados, uma perspectiva das gloriosas bênçãos futuras decorrente da
obediência e uma descrição das maldições que viriam quando Israel se rebelasse
contra Deus (Dt 28).
No entanto, a ênfase principal
deste livro é na revisão rigorosa das leis morais. As tentações estavam logo ,á
frente. Uma nova geração havia crescido e precisava conhecer a historia de
Israel, bem como as manifestações da presença de Deus e a sua própria soberania
em conduzir sabiamente essa historia.
Nunca é demais ensinar as verdades
bíblicas elas são atualíssimas e aplicam-se adequadamente á vida moderna. Não
dispense o uso prioritário do Santo Livro em casa e na Igreja., é ele que nos “torna
sábios para a salvação pela fé em Cristo Jesus ” (2 Tm 3,15). Além do mais, “é
segurança para nós ler e estudar as
mesmas coisas” da eterna palavra de Deus (Fp 3,1).
Nesta caminhada com Israel através
do deserto reconhecemos juntamente com o escritor da Carta aos Hebreus que eles
praticaram muitos atos de incredulidade e rebeldia contra Deus, e receberam o
correspondente castigo. E nós também somos exortados a tomar atitude diversa, se quisermos
experimentar a bênção e a misericórdia de Deus (Hb 3,12-19).
Temos de conhecer que muitas de
nossas igrejas, ou alguns membros delas, continuam sem o fervor espiritual
referido em Rm 12,11 e por isso mesmo não podem prosperar. A estes fica-lhe bem
a advertência do Senhor: “Não sejas incrédulo, mas homem de fé.” (Jo
20,27).