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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 06 - ISRAEL NA VIAGEM PELO DESERTO


A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 06 - ISRAEL NA VIAGEM PELO DESERTO

Moisés e Arão foram enviados ao Egito com o propósito de convidar o povo de Israel para “celebrar uma festa no deserto” – Ex 5,1. Deve ser porque, com Deus, até no deserto é possível festejar!

O propósito de Deus para com seu povo, certamente era vê-los obedecendo a seus mandamentos e assumindo imediatamente a terra que “sob juramento prometeu dar a seus pais”. Mas o pecado retardou a posse da herança. E o deserto, que deveria ser um lugar somente de festejar com Deus a expectativa da entrada na terra prometida, transformou-se também num lugar de castigo para os desobedientes.

O deserto tornou-se, portanto, um instrumento necessário para manifestar a bondade e a severidade de um Deus fiel.

  1. A VELHA GERAÇÃO (Nm 1-14).

Percebemos que o trato principal de Deus com esta velha geração foi o extermínio quase que total. Só restaram Josué e Calebe, em decorrência de sua fé (Gn 14,37-38), porque Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; “Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso;” (Sl 4,3).

a)      O primeiro recenseamento.  (Nm 1-4)

Percebe-se que o principal objetivo deste censo era militar. Ele nos dá a lista de homens capacitados para a guerra (Nm.1,2-3).

Normalmente pensamos que se Deus lhes deu a terra,a sua parte era tão somente dividi-la e apossar-se dela. Mas não, deles teriam de lutar duro para assumir totalmente a sua posse. Deus é o Senhor dos Exércitos e ajuda os seus, mas há uma parte que nos compete fazer.

b)      As instruções. (Nm 5-9)
Estes capítulos  informam-nos como deveria ser o arraial de Israel por dentro.
Þ     Separação da contaminação geral.
Þ     Superação individual de Deus.
Þ     A oferta dos príncipes.
Þ     A consagração do levitas.
Þ     A festa da páscoa.
Þ     Os sinais da presença de Deus (fogo e nuvem).

Deus continua insistindo com seu povo. As bases da comunhão com ele são por si mesmo estabelecidas e sua presença e sua presença abençoadora é condicionada à obediência total. Mas ele é fiel e dá sinais bem claros de sua companhia. Por isso, todos os fieis podem afirmar: “O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.” (Sl 46,11).

c)      A jornada. (Nm 10-14)
Esta seção começa muito bem com a euforia da partida. Mas o tom geral é de tristeza. São tantos os desencontros, que é quase impossível relatar. Parece que aqui trava-se uma verdadeira guerra entre as forças espirituais do mal que encontram espaço no meio do povo de Israel e o próprio Senhor seu Deus. De repente surgem murmurações de todos os lados, até entre os próprios lideres. O clima era de insatisfação quase que geral.

Se não fora às intervenções divinas combinando justiça com misericórdia, neste ponto o povo teria sido destruído “O Senhor é lento para a cólera e rico em bondade; ele perdoa a iniqüidade e o pecado, mas não tem por inocente o culpado, e castiga a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração.” (Nm 14,18). Mas o castigo de Deus foi decretado: “Explorastes a terra em quarenta dias; tantos anos quantos foram esses dias pagareis a pena de vossas iniqüidades, ou seja, durante quarenta anos, e vereis o que significa ser objeto de minha vingança. Eu, o Senhor, o disse. Eis como hei de tratar essa assembléia rebelde que se revoltou contra mim. Eles serão consumidos e mortos nesse deserto!” (Nm 14,34-35).


  1. A PEREGRINAÇÃO NO DESERTO (Nm 15-20).

o        A afirmação da autoridade divina – Nm 1.
o        A rebelião de Core – Nm 16.
o        A afirmação da autoridade sacerdotal – Nm 17-18.
o        A novilha vermelha – Nm 19.
o        O fim da peregrinação – Nm 20.

Este espaço de 38 anos na historia de Israel é chamado por alguns de “não historia”. É como se o povo tivesse parado de construir sua existência – estava apenas passando o tempo uma a morte. Aqueles que pediram a morte no deserto acabaram por ver seus anseios concretizados.

Aqui temos um paradoxo entre a fidelidade de Deus, que continuou se comunicando com o povo de Moisés (Nm 15) e prometendo todo seu sustento (Dt 8,2-6 e 29,5-6) e o desânimo total do povo em relação a Deus e as coisas espirituais.

É muito reconfortante para nós, o cristão, sabemos que “Se, porém, o renegarmos, ele nos renegará. Se formos infiéis... ele continua fiel, e não pode desdizer-se”. (2Tm 2,13). No entanto, somos também exortados a fidelidade! 

  1. A NOVA GERAÇÃO (Nm 21-36).

Aquela triste peregrinação terminou. Muitas coisas foram mudadas. A velha geração morreu, inclusive Arão; Moisés em breve partiria, tendo Josué como seu sucessor. É chegada, portanto, a hora de uma nova partida, que será final rumo a terra prometida.

Se para a velha geração o deserto visava extermina-la, para esta nova geração o deserto visava apagar a memória do Egito.

a)      A nova jornada  (Nm 21-25):

Esta nova etapa da viagem durante quatro e cinco meses. Mas prolongou-se muito, porque o povo de Edom, não permitiu que Israel! Cortasse o caminho pelo seu território (Nm 21,4 e 20,14-22).

Durante aquela fase anterior, quando Israel estivera desviado da vontade do Senhor, Ele não lhes deu resposta favorável. Mas agora “O Senhor ouviu os rogos de Israel e entregou-lhe os cananeus, que foram votados ao interdito juntamente com as suas cidades. Deu-se a esse lugar o nome de Horma.” (Nm 21,3). Estes eram os mesmos cananeus que antes os haviam derrotado naquele lugar.

Nós cristãos, precisamos nos colocar no “lugar da benção” se quisermos ser abençoados. E o “lugar da benção” é o lugar de obediência (Lc 15,20-24).

b)      O novo recenseamento  (Nm 26-27)

Um novo censo militar é levantado, visando os mesmos propósitos do primeiro. Percebemos decréscimo. Não precisa ser especialista em analise de recenseamento para perceber que em 40 anos somente houve baixas na nação israelita. Nesse período não houve progresso em nenhum setor da vida do povo. Não apenas no número dos filhos de Israel (Gn 13,16;15,5), ficamos abismados ao perceber o que o pecado é capaz de fazer aqueles, que o praticam.

“E ele lhes deu o que pediram, mas fê-los definhar de doença.” (Sl 106,15)

c)      As novas instruções  (Nm 28-36)

Já que esta é uma nova geração, algumas novas instruções precisam ser dadas, algumas instruções velhas são esclarecidas e outras simplesmente repetidas.

o        As ofertas ao Senhor (Nm 28-29)

Em primeiro lugar estão as ofertas diárias (Nm 28,3-8),depois as ofertas do sábado (Nm 28,9-10), a seguir as ofertas dos princípios dos meses (Nm 28,11-15) e por ultimo as ofertas que acompanhavam as “festas” do Senhor (Nm 28,16;29,39). Está patente aos de qualquer leitor cristão, que essas ofertas opontavam para Cristo que satisfez em tudo a justiça divina em nosso lugar (2Cor 5,21).

o        Os votos ao Senhor (Nm 30)

Este capitulo refere-se aos votos de varias classe de pessoas. Alguns princípios são estabelecidos para os mesmos: devem ser feitos apenas a Deus; não devem ser quebrados;  no caso de moças solteiras, devem ser controlado pelos pais; no caso das noivas, é preciso cuidado para não faze-los de modo precipitado; no caso da mulher casada, é necessário que o marido concorde.

o        O castigo contra os midianitas (Nm 31)

Muitos levianos leitores da Bíblia se revoltam diante de incidentes como este. Np entanto, Deus está vingando-se deste povo que muito mal fez a Israel (Nm25,9). E é bom lembrar que vingança em Deus é sinal de justa retribuição ao pecado do homem. É um alto de justiça de sua parte. Ele é Deus “... que perdoa a iniqüidade e a transgressão ainda que inocenta o culpado” (Nm 14,18).

o        Questões ligadas à herança (Nm 32-36)

Apesar de tratar de vários assuntos, a ênfase principal desta seção recai sobre a posse da terra com proceder nela. Deus sempre da direção correta para seus filhos. Nós é que muitas vezes, somos apressados e desobedientes. Convém que lembremos a exortação do profeta em nome  Senhor: “Se fordes dóceis e obedientes, provareis os melhores frutos da terra;” (Is 1,19).

o        A repetição da lei (Dt 1,1-34;12)

O tempo coberto pela narrativa de Deuteronômio é um mês, contudo nele é feita uma retrospectiva dos 40 anos passados, uma perspectiva das gloriosas bênçãos futuras decorrente da obediência e uma descrição das maldições que viriam quando Israel se rebelasse contra Deus (Dt 28).

No entanto, a ênfase principal deste livro é na revisão rigorosa das leis morais. As tentações estavam logo ,á frente. Uma nova geração havia crescido e precisava conhecer a historia de Israel, bem como as manifestações da presença de Deus e a sua própria soberania em conduzir sabiamente essa historia.

Nunca é demais ensinar as verdades bíblicas elas são atualíssimas e aplicam-se adequadamente á vida moderna. Não dispense o uso prioritário do Santo Livro em casa e na Igreja., é ele que nos “torna sábios para a salvação pela fé em Cristo Jesus(2 Tm 3,15). Além do mais, “é segurança para  nós ler e estudar as mesmas coisas” da eterna palavra de Deus (Fp 3,1).

Nesta caminhada com Israel através do deserto reconhecemos juntamente com o escritor da Carta aos Hebreus que eles praticaram muitos atos de incredulidade e rebeldia contra Deus, e receberam o correspondente castigo. E nós também somos exortados a  tomar atitude diversa, se quisermos experimentar a bênção e a misericórdia de Deus (Hb 3,12-19).

Temos de conhecer que muitas de nossas igrejas, ou alguns membros delas, continuam sem o fervor espiritual referido em Rm 12,11 e por isso mesmo não podem prosperar. A estes fica-lhe bem a advertência do Senhor: “Não sejas incrédulo, mas homem de fé.” (Jo 20,27).


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

SODOMA E GOMORRA



SODOMA E GOMORRA

Em Gênesis 18, logo após Deus prometer a Abraão que ele teria um filho (Isaque), o Senhor veio ter com seu servo acompanhado por anjos. Deus pretendia destruir Sodoma e Gomorra, duas cidades conhecidas por sua perversão e profunda maldade. O patriarca hebreu pediu a Deus que preservasse a região, onde habitava seu sobrinho Ló.
 
Não houve jeito. Quando achou oportuno, Deus enviou anjos guerreiros em forma de homens a Sodoma, para terem com Ló. O sobrinho de Abraão os recebeu, deu-lhes pousada e alimento. Logo, muitos homens locais bateram à porta de Ló, querendo os visitantes que estavam no interior da casa para “abusar deles”. Ló, sabendo quem seus hóspedes eram, tentou defendê-los, chegando ao ponto de oferecer suas duas filhas virgens aos malfeitores. Os perversos recusaram as moças e partiram para cima do ancião. Os anjos fizeram Ló entrar em casa e fecharam a porta, protegendo-o, e cegaram todos os homens que queriam lhes fazer mal.
 
A perversidade da região era tão grande, que o Senhor não via outro remédio senão fulminar toda a área. Fala-se que seus habitantes cediam facilmente à luxúria, a ponto de praticarem atos sexuais em plena luz do dia e na frente de qualquer pessoa. Mas o sexo não era o único pecado em pauta. Os locais eram exageradamente apegados aos bens materiais, não se rendendo à ética para adquiri-los. A idolatria era abundante. Antigos textos judaicos alegam que visitantes eram maltratados, torturados e seviciados até mesmo sexualmente.
 
Os anjos avisaram a Ló para pegar sua família e sair dali, pois a destruição era iminente. Seus genros, maridos de outras filhas, acharam que o sogro brincava e não lhe deram ouvidos. Ló não teve outro remédio senão pegar a esposa e as duas filhas que moravam com ele e correr dali. A ordem de Deus era para abandonar tudo, sem nem mesmo olhar para trás. Ló e as filhas obedeceram à risca, mas a esposa, apegada, olhou para o lugar de onde fugiam. Ali mesmo foi transformada em uma estátua de sal. As cidades e seus arredores foram consumidos por fogo do céu.
 
O termo sodomia, referente à extrema perversão sexual, nasceu deste episódio. Muitos atribuem à palavra uma relação com o homossexualismo, mas seu significado vai bem além, dando a ideia de perversões muito maiores.
 
Sabe-se hoje que Sodoma e Gomorra estavam em uma área ocupada por cinco cidades-estado bem próximas (uma pentápole): Sodoma, Gomorra, Admá, Zebolim e Zoar, sendo as duas primeiras as mais importantes e conhecidas. Poderiam ser comparadas, guardadas as proporções, a uma região metropolitana atual, formada por vários municípios ao redor de um maior. Ló se refugiou, como consta de Gênesis 19: 20-22, em Zoar.
 
Segundo estudos arqueológicos, Sodoma e Gomorra ficavam em uma área hoje inundada pelas águas extremamente salgadas do famoso Mar Morto.
 
O Mar Morto
 
Localizado às margens do Deserto de Judá, o Mar Morto, com extensão de 650 quilômetros quadrados, é uma pequena incisão geográfica entre Israel e a Jordânia. Atualmente, os dois países dividem seu controle. A região ocidental fica em solo israelense, enquanto a oriental está na Jordânia.
 
Em hebraico, recebeu o nome de Yam HaMelach, Mar Salgado – na verdade, um enorme lago, a exemplo dos Grandes Lagos da América do Norte, chamados de mar por sua incrível extensão. E não é a toa que é apelidado Salgado ou Morto: é a terceira porção de água mais salgada do mundo, contendo dez vezes mais sal do que um mar comum. Perde apenas para os lagos Don Juan (na Antártida) e Assal (em Djibuti, África), nessa ordem. Em muitos idiomas, entre os quais o português, ficou conhecido como Mar Morto devido ao alto índice de salinidade, impossibilitando qualquer forma de vida em suas águas.
 
O sal dificulta os banhos. A elevada densidade impede o mergulho, “empurrando” os banhistas para cima. Flutua-se involuntariamente, sem o menor esforço.
 
O diferencial não termina aí. Suas praias ficam no local mais baixo da Terra, 421 metros abaixo do nível do mar. A estrada que leva à região de Ein Gedi, desde Jerusalém, é uma descida bastante sinuosa, com uma paisagem única e exótica. É possível avistar comunidades beduínas com seus camelos “estacionados”. 
 
As águas do Mar Morto, bem como sua lama (cavando pouco menos de 20 centímetros na areia, qualquer pessoa pode encontrá-la), são ricas em propriedades terapêuticas. Por isso, na região há diversos SPAs e hotéis de luxo que oferecem tratamentos para a pele, utilizando produtos com matéria-prima local.
 
Precauções para os banhistas 
 
A beleza da região e as inúmeras propriedades terapêuticas do Mar Morto tornam suas praias convidativas para o turismo. No entanto, alguns cuidados devem ser tomados:
 
- Na beira da praia, junto à areia, há muitos pedregulhos e pedaços de sal que podem cortar os pés. Recomenda-se o uso de sandálias mais fechadas para protegê-los.
 
- Um banho no Mar Morto nunca ultrapassa poucos minutos. A coceira e ardência provocadas pela grande quantidade de sal são insuportáveis, principalmente em partes do corpo com cortes ou em mucosas. Por isso, não é recomendado barbear-se ou depilar-se antes de entrar em suas águas. 
 
- Não é aconselhável afundar a cabeça na água, e, se a pessoa o fizer, não deve abrir os olhos. Esfregá-los também pode provocar coceira e ardência.

- A água do Mar Morto, como de qualquer outro mar, não é potável. Ingeri-la pode trazer graves consequências à saúde.

domingo, 24 de novembro de 2013

CRISTO REI



CRISTO REI
A visão grandiosa de Cristo Senhor universal une-se a de Cristo crucificado e esta recorda a consideração de seu imenso amor: “Ama-nos, e nos libertou dos nossos pecados em virtude do seu Sangue" (ibidem, 5). Rei e Senhor outro caminho não escolheu, para purificar os homens do pecado, senão lavá-los com o próprio Sangue. Unicamente por este preço os introduziu no seu Reino, onde os admitiu não só como súditos, mas também como irmãos e co-herdeiros, como co-participantes de sua realeza, de sua dominação sobre todas as coisas. Assim, com ele, único Sacerdote, poderemos oferecer e consagrar a Deus toda a criação. "Fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai" (ibidem, 6). Até este ponto quis Cristo Senhor que participassem os homens de suas grandezas! 
O Evangelho (Jo 18,33b-37) também apresenta a realeza de Cristo em relação com sua Paixão e a contrapõe, ao mesmo tempo, às realezas terrenas. Tudo isto baseado no colóquio entre Jesus e Pilatos. Sempre se ocultara o Senhor às multidões, que em momentos de entusiasmo queriam proclamá-lo rei. Entretanto agora, que está para ser condenado à morte, confessa abertamente sua realeza. A pergunta de Pilatos: "Então és rei?", responde: "Tu o dizes, eu sou Rei" (ibidem, 37). Antes, porém, declarara: "Meu Reino não é deste mundo" (ibidem, 36). 

A realeza de Cristo não está em função de domínio temporal algum, nem político! E, ao contrário, de domínio espiritual: consiste em anunciar a verdade, em conduzir os homens à suprema Verdade, libertando-os das trevas do erro e do pecado, "Para isto vim ao mundo - diz Jesus - para dar testemunho da verdade" (ibidem, 37). Jesus é a "Testemunha fiel" (2ª leitura) da verdade, isto é, do mistério de Deus e de seus desígnios de salvação do mundo. Veio revelá-los aos homens e testemunhá-los com o sacrifício da própria vida. Por isso, só quando está para abraçar a Cruz declara-se Rei. E, da Cruz, atrairá tudo a si (Jo 12,32). 

Impressionante é que, no Evangelho de João - o evangelista teólogo - esteja o tema da realeza de Cristo constantemente ligado ao da Paixão. E que, na realidade, é a Cruz o trono régio de Cristo. Da Cruz abre os braços para apertar a si todos os homens, da Cruz governa com seu amor. Para que reine sobre nós, temos de nos deixar atrair e vencer pelo seu amor.

sábado, 23 de novembro de 2013

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 05 – A CONSTITUIÇÃO DA NAÇÃO ISRAELITA



A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 05 – A CONSTITUIÇÃO DA NAÇÃO ISRAELITA


  1. A BASE DA COMUNHÃO COM DEUS: O SACRIFÍCIO (LV 1 A 17):

a)      As ofertas (Lv 1–7):

Þ     Ofertas queimadas;
Þ     Ofertas de manjares;
Þ     Ofertas pacificas;
Þ     Oferta pelo pecado;
Þ     Ofertas pelas transgressões.

Parece que o pensamento central desta primeira parte está fundamentado na seguinte expresso: “Três vezes por ano, todos os vossos varões se apresentarão diante do Senhor teu Deus, no lugar que ele tiver escolhido: na festa dos Ázimos, na festa das Semanas e na festa dos tabernáculos: não aparecerão diante do Senhor com as mãos vazias”. (Dt 16,16). Deus estabelece os vários tipos de ofertas através das quais os israelitas podiam aproximar-se dele.

b)      Os sacerdotes (Lv 8 – 10):

Neste texto nós encontramos:

Þ     A consagração dos sacerdotes;
Þ     A ministração dos sacerdotes;
Þ     A transgressão dos sacerdotes (o pecado de Nadabe e Abiu);

Para que o culto de Israel estivesse completo, era necessário não apenas a absolvição através do sacerdote. Ele era o elo entre o homem e Deus.

Nós, os cristãos, somos privilegiados por que Jesus Cristo é tanto sacrifício quanto sacerdote. Deste modo, temos acesso ao Pai “pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, isto é, o caminho de seu próprio corpo”. (Hb 10,20) – Jesus.

c)      O povo (Lv 11 – 16):

O pensamento predominante nesta seção é a pureza dos Israelitas. O povo de Deus é povo limpo interna e externamente.

O Senhor deixa bem claro  que aquele que quer entrar e permanecer em comunhão com Ele precisa ser limpo em todos os sentidos.

“Senhor, mostrai-me os vossos caminhos, e ensinai-me as vossas veredas”. (Sl 24,4).

Daí encontramos.

Þ     Alimentos limpos.
Þ     Corpos limpos.
Þ     Roupas limpas.
Þ     Casas limpas.
Þ     Contatos limpos.
Þ     Nação limpa.

d)      O altar (Lv 17)

É interessante notar a centralidade do altar, o lugar do sacrifício, na vida do povo de Israel.

O significado disto para nós é caro. Há um lugar, e somente um, onde Deus, em graça e soberana, decidiu encontrar-se com os pecadores arrependidos, a cruz, da qual o altar á porta da tenda da congregação era um tipo, nenhum outro sacrifício! Nenhum outro sacerdote! Nenhum outro altar! “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos”. (At 4,12).

  1. O ANDAR EM COMUNHÃO – A SANTIDADE (LV 18 A 27):

Note que quem estabelece as regras da comunhão com Deus é sempre Ele e não nós.

A nós compete apenas concordar com Deus e isto  corresponde a servi-lo.

a)      Regulamentos referentes ao povo – ( Lv 18-20).

Þ     Em relação à sexualidade:  Estes princípios que orientam a vida sexual do povo de Deus não pretendem ser como um manual completo, mas cobrem apenas os desvios mais grosseiros da sexualidade humana que eram praticados pelos pagãos daquela época, assim como são hoje. “Vós todos considerai o matrimônio com respeito e conservai o leito conjugal imaculado, porque Deus julgará os impuros e os adúlteros”. (Hb 13,4)

Þ     Em relação à ordem social.   Estes princípios cobrem vários aspectos da vida do povo especialmente aqueles mencionados nos dez mandamentos. Para que haja ordem social é preciso primeiramente que haja ordem espiritual.

Þ     Em relação às penalidades.  Deus exige a retidão do seu povo em todos os relacionamentos. Ele é misericordioso mas não “inocenta o culpado”. Por isso, a desobediência deve ser castigada com firmeza e severidade.  “Vai santificar o povo; dize-lhe: purificai-vos para amanhã, porque eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: o interdito está no meio de ti, Israel. Não poderás resistir aos teus inimigos, enquanto não tiveres tirado o interdito que está no meio de vós”. (Js 7,13)



b)     Regulamento referente ao sacerdote – (Lv 21-22).

Se Deus exige do seu povo em geral uma vida santa, quer dizer do seu padrão para o sacerdote em particular? Deus lhe deu ordens:

Þ     Quanto a sua ação (o que não devia fazer).
Þ     Quanto a sua natureza (o que não devia ser).
Þ     Quanto a sua manifestação (o que não deveria oferecer).

O novo testamento reafirma o padrão de vida especial que Deus exige dos lideres de seu povo. Como se não bastassem as listas de qualificações para diáconos, presbíteros, pastores.

“Meus irmãos, não haja muitos entre vós a se arvorar em mestres; sabeis que seremos julgados mais severamente,” (Tg 3,1).

c)      Regulamento referente às festas.

Þ     A festa da páscoa.
Þ     A festa do pentecostes.
Þ     O toque das trombetas.
Þ     O dia da expiação.
Þ     A festa dos tabernáculos.

No capitulo 23 de uscali encontramos cinco “épocas determinadas” por Deus para serem relembradas pelos Israelitas, das quais são chamadas de festas, conforme a descrição acima.

Todas estas “épocas determinadas” eram ocasiões de sábados especiais ou descanso. Eram oportunidades para adoração e ações de graças.

O Deus de Israel é o nosso Deus. Ele tem nos dado muitas oportunidades para festejarmos sua majestade e a gloria de seu nome.

“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.” (Sl 122,1)

d)     Regulamento referentes à terra.

Nesta seção final do livro de Levítico, percebemos claramente a preocupação de Deus quanto ao bom uso da herança concedida exclusivamente por sua graça aos filhos de Israel.

São expostas aqui lições de mordomia ou administração da terra. Daí encontramos várias vezes a expressão “... quando entrares na terra...”

Þ     O ano sabático e do jubileu.

Estas duas expressões referem-se ao  descanso da terra no (7.º) e no quinquagésimo (50.º) ano ( “Durante seis anos semearás a tua terra, durante seis anos podarás a tua vinha e recolherás os seus frutos. Mas o sétimo ano será um sábado, um repouso para a terra, um sábado em honra do Senhor: não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha. Santificareis o quinquagésimo ano e publicareis a liberdade na terra para todos os seus habitantes. Será o vosso jubileu. Voltareis cada um para as suas terras e para a sua família. –  Lv 25 3-4,10).

Estes mandamentos demonstram claramente que Deus é o Senhor de tudo, que nós somos dependentes dele e que todos os homens e os animais devem ter o sustento básico.

Þ     Alternativas da aliança.

Deus afirma ao seu povo que os caminhos de sua historia dependem em muito de sua submissão ou rebeldia a seus princípios. A obediência lhes traria bênçãos (Lv 26,3-13), mas a desobediência lhes traria maldição (Lv 26,14-46).

Þ     Consagrações e dízimos.

Deus ensinou ao seu povo que tudo lhes pertence. Agora ele espera que haja disposição voluntária da parte deles em consagrar seus bens e a si mesmos para o seu serviço. Isto combina muito com o pensamento do Novo Testamento neste particular, no qual temos a declaração chave: “Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria”. (2Cor 9,7).

O cristão consagrado não precisa que alguém o pressione para que entregue seus dízimos e ofertas. Ele faz isto “O amor de Cristo nos constrange, considerando que, se um só morreu por todos, logo todos morreram”. (2Cor 5,14).


sábado, 16 de novembro de 2013

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇAO 04 – SINAI, O MONTE DE DEUS



A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 04 – SINAI, O MONTE DE DEUS


Após a décima praga, Israel saiu do Egito, rumo à terra prometida, Canaã. Porém, Moises havia sido orientado por Deus a passar pelo Monte Sinai (Ex 3,12).

O Sinai (também conhecido como Horebe) foi um ponto de parada muito importante na vida do povo de Deus. Ali o caráter e grandeza de Deus foram revelados através da lei e do Tabernáculo.

A revelação foi progressiva e interrupta, sempre enfatizado o poder, santidade e sabedoria de “Eu sou”. Seu poder nas manifestações sobre as leis físicas da natureza (Ex 19,18); Sua santidade nos mandamentos, juízos e ordenanças, que regem a conduta com Deus e o próximo (Ex 19,20-23); e Sua sabedoria, mediante a profundidade das leis cerimoniais que deram novo conceito de adoração através do Tabernáculo (Ex 19,24-31).

  1. ACONTECIMENTOS ANTERIORES AO SINAI.

No percurso entre Egito e Sinai, os israelitas fizeram paradas nos quais Deus lhes trouxe novos ensinos e revelações.

Veremos os fatos sem detalhes, através de uma tabela. Sugiro a consulta de um mapa para notar estes locais.

PARADAS NO PERCURSO ENTRE EGITO E SINAI


PARADAS
PROBLEMA
POVO
MOISES
DEUS
LIÇÃO

MAR VERMELHO – Ex 14-15

Ficaram defrontes ao mar, com o exercito de elite atrás p/os matar.

. Desespero
. Murmuração
. incredulidade

Clamou a

Deus

Ordenou a marcha e abriu o mar vermelho

. Providencia
. Proteção
. Juízo

MARA

Ex 15,22-26

Três dias sem água e quando achou era amarga

Murmuração contra Moisés

Clamou a

Deus

Curou as águas e provou povo

.Transformações  de essência;
.Deus quer ser ouvido e entendido

ELIM

Ex 15,27


. Descansou;
. Meditou nos acontecimentos




Refrigério e descanso são preparo para mais revelação e luta


SIM

Ex 16,1-13

Não havia comida

. Murmurou contra Moises e Arão;
. Sentiu saudades do Egito;


.
. Deu maná  pela manhã;
. Deu codornizes no final da tarde

. Paciência;
. Cuidado;
. A rocha, um tipo de Cristo

 

 

REFIDIM

Ex 17,1;18,27

Não havia água


. Contendeu
. Murmurou

Clamou ao Senhor

Fez brotar água da rocha

. Paciência;
. Cuidado;
. A rocha, um tipo de Cristo.


Atacados pelos Amalequitas


Lutou sob o comando de Josué

. Orava
. Abençoava

Concedeu vitória a Israel

. O poder da intercessão
. Guerra espiritual
. Muita necessidade

Somente Moises para dar a palavra e juízo de Deus


Ficava de pé o dia todo

Julgava causas o dia todo

Usou, Jetro, sogro de Moisés, p/aconselha-lho a dividir  tarefa

. Ninguém trabalhava sozinho;
. Deus da Seu Espírito Santo a pessoas de responsabilidade


  1. ACONTECIMENTOS NO SINAI.

No Sinai o povo recebe responsabilidades e passa a ter um sistema de governo inédito no mundo, o teocrático, para o qual Deus lhes  concede a lei (mandamentos, juízos, ordenança) e o Tabernáculo (com rituais e cerimônias, mediante os sacerdotes).

Þ     A dádiva da lei (Ex 20,23):

Ela expõe caráter, vontade e essência de Deus. Nela o pecado é denunciado por um padrão de justiça. Deus é Santíssimo e a Lei prova isto.

Como um todo, a Lei se resume em mandamentos para a vida moral (Ex 19-20); juízos para a vida social (Ex 21-23); ordenança para a vida religiosa (Ex 25-30). Tudo isto levando o povo, a saber, como se relacionar com Deus e o próximo.

Assim que o povo recebe a Lei, propõe-se a cumpri-la (Ex 24,3). Deus convida Moises a subir no monte a fim de dar as instruções sobre o Tabernáculo, e isto durou 40 dias (Ex 24,1).

Þ     O bezerro de Ouro (Ex 32-34)

Este incidente é um intervalo negativo entre as instruções sobre o Tabernáculo e sua construção.

  • “Vendo que Moisés tardava a descer da montanha, o povo agrupou-se em volta de Aarão e disse-lhe: “Vamos: faze-nos um deus que marche à nossa frente, porque esse Moisés, que nos tirou do Egito, não sabemos o que é feito dele.”” (Ex 32,1).

Desta forma o povo caiu na idolatria, cultuando e festejando a um bezerro de ouro (Ex 32,6). O bezerro se torna um flagrante retrocesso à vida no Egito, onde este seria um animal sagrado.

  • Moisés e Cristo têm ligação espiritual. Será que hoje a aparente demora de Jesus não tem feito você cultuar outras coisas e valores e não o Senhor dos senhores?

Com esta idolatria. Deus identificou o povo como sendo “Vejo, continuou o Senhor, que esse povo tem a cabeça dura”. (Ex 32,9), ou seja, um povo que não é manso.

  • Você como crente é dobrável na presença de Deus, ou se endurece às Suas ordens, perante seus ministros, igreja e denominação?

O povo só não foi  destruído por inteiro devido à intercessão de Moisés (Ex 32,11-14). O preço desta intercessão foi renuncia pessoal (Moisés não quis ser outro patriarca). Negou sua própria vida (Ex 32,32); apelou à reputação divina perante o mundo (Ex 32,12); fez menção a Deus da aliança com Abraão, que não se cumpriria se o povo fosse destruído.

  • Sua intercessão é com renuncia pessoal? Você paga o preço em termos de amor e interesse? Sua intercessão se preocupa com a gloria de Deus?

Þ     O Tabernáculo (Ex 25-31)

Todas as instruções e rituais sobre o Tabernáculo, seu sacerdócio, peças e partes componentes, adoração, foram dados a Moisés no Monte durante quarenta dias (Ex 24,12.18). Mas antes de ser ele construído, houve a apostasia com o bezerro, em que Moisés quebrou as tábuas da Lei (Ex 32,19) e purificou o povo (Ex 32,25-35). Com isto, volta ao Monte e esperar mais de 40 dias para começa-lo foi necessário, a fim de as condições da adoração das primeiras tábuas (Ex 34,1.28).

a)      O Tabernáculo na vida do povo de Deus.

Tudo no Tabernáculo, a posição, localização, utensílios, pessoas autorizadas a entrar e suas vestes, compartimentos, material, tudo bem significado simbólico e tipológico. Por exemplo, na consagração do sacerdote, Moisés iria tocar a ponta da orelha, polegar da mão e do pé direito com sangue! Isto quer dizer que o sacerdote ouve e obedece à palavra, e, com as mãos e os pés, executa o serviço, o sangue está presente para purificar os pecados. Outro exemplo é a localização do Tabernáculo: exatamente no centro do povo ordenadamente colocado, significando Deus no centro de Tudo.

Vejamos seus utensílios e vamos compará-los à Jesus no Evangelho de João, que os apresenta exatamente na ordem descrita em Êxodo.

o        O altar do holocausto: é visto logo na entrada, para a expiação mediante o sacrifício – “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (Jo 1,29.36);


o        Bacia de bronze: para se lavar e purificar para adoração – “quem não nascer da água e do Espírito Santo não pode entrar no reino” (Jo 3,5;4,10-14)



o        Mesa dos pães: para o sustento espiritual – “eu sou o pão da vida” (Jo 6,33-35);


o        Candelabro: para iluminação espiritual – “eu sou a luz do mundo” (Jo 8,12);


o        Altar de incenso: para oração aceitável – a oração sacerdotal de Cristo (Jo 17-26);

o        Arca: no Santo dos Santos, com a palavra de Deus – na oração sacerdotal de Cristo, ele esta no Santíssimo lugar como sumo sacerdote intercedendo por nós e faz menção à palavra “a tua palavra é a verdade (Jo 17-7).


b)      A Construção do Tabernáculo.

Foi à base de ofertas do povo e uso de dons espirituais sobre alguns homens que se construiu o Tabernáculo  (Ex 35-40), que foi finalmente completado e erguido um ano depois do Êxodo (Ex 40,2).

A conclusão do Tabernáculo aconteceu quando ele foi erguido e consagrado, e assim o Senhor veio fazer morada nele (Ex 40,34-38).



O Sinai era incontornável para Israel. As lições ali marcaram profundamente  povo de Deus, até os dias de hoje.