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quinta-feira, 28 de março de 2013

DOUTRINA DOS ANJOS - LIÇAO 12 – Os Demônios Em Ação.



No capitulo anterior estudamos sobra a atuação dos demônios, quando declaramos que eles são ajudantes do diabo no cumprimento de seus propósitos:

a)       Atrapalhar o desenvolvimento do plano de Deus em favor de toda a humanidade, e
b)       Estender a autoridade e o domínio de Satanás, o seu chefe.

Sendo assim, o crente em Cristo está em constate guerra com os demônios. Enquanto ele serve a Deus para dar cumprimento ao seu plano na terra, implantando o Seu Reino, os demônios, de algum modo, agem para dificultar ou interromper o trabalho. As formas de atuação demoníacas são várias! A questão, então, é como enfrentar este confronto vitoriosamente.

Vamos relacionar algumas atividades dos demônios e procurar compreender a extensão  dos prejuízos de sua ação para a Igreja e para o crente, em particular.

I.                  A AÇÃO DOS DEMÔNIOS NO CAMPO DAS DOENÇAS FÍSICAS.

Muita confusão tem se estabelecido quanto à atuação dos demônios em relação às enfermidades. Vamos buscar esclarecimento na Bíblia?

Þ    Os demônios infligem doenças físicas.

Eles são capazes para isso e realmente o fazem. Podem causar a mudez  - "Logo que se foram, apresentaram-lhe um mudo, possuído do demônio. O demônio foi expulso, o mudo falou e a multidão exclamava com admiração: Jamais se viu algo semelhante em Israel". (Mt 9,32-33),  a cegueira e a mudez juntas - "Apresentaram-lhe, depois, um possesso cego e mudo. Jesus o curou de tal modo, que este falava e via". (Mt 12,22), a epilepsia - "dizendo: Senhor, tem piedade de meu filho, porque é lunático e sofre muito: ora cai no fogo, ora na água. Já o apresentei a teus discípulos, mas eles não o puderam curar. Respondeu Jesus: Raça incrédula e perversa, até quando estarei convosco? Até quando hei de aturar-vos? Trazei-mo. Jesus ameaçou o demônio e este saiu do menino, que ficou curado na mesma hora". (Mt 17,15-18). Entretanto, nem toda enfermidade física é resultado de uma atividade demoníaca. Precisamos aprender a distinguir enfermidades físicas naturais daquelas que são provocadas por demônios. Os textos acima mencionados indicam que aquelas enfermidades não eram naturais (conseqüências naturais da debilidade física do homem, herdada do pecado). Mas em Mt 8,16 se diz - "Pela tarde, apresentaram-lhe muitos possessos de demônios. Com uma palavra expulsou ele os espíritos e curou todos os enfermos". Duas ações distintas foram praticadas pelo Mestre, porque havia dois males distintos - "Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo. Sua fama espalhou-se por toda a Síria: traziam-lhe os doentes e os enfermos, os possessos, os lunáticos, os paralíticos. E ele curava a todos". (Mt 4,23-24). Quando Jesus curou um leproso, a Bíblia não menciona que a lepra estava associada à ação de demônios – Mt 8,1-4; quando debelou a febre alta da qual estava acometida a sogra de Pedro, nenhuma relação se faz entre a doença e a atividade dos demônios - "Foi então Jesus à casa de Pedro, cuja sogra estava de cama, com febre. Tomou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela levantou-se e pôs-se a servi-los." (Mt 8,14-15); nem quando curou os dois cegos se menciona que a cegueira deles era provocada pelos espíritos malignos – Mt 9,27-31. Poderíamos multiplicar  os exemplos. Mas bastam este para estarmos convencidos de que não devemos atribuir toda doença á influencia dos demônios.

Þ    Os demônios causam distúrbios mentais.

Parece que o homem geraseno estava acometido de distúrbios mentais causados por demônios. Suas atitudes demonstravam ser ele mentalmente desequilibrado – Mc 5,1-9; 9,20-27. outra vez é necessário que sejamos prudentes, não fazendo generalizações. Há distúrbios mentais que são naturais, que não são infligidos pelos demônios nem estão associados à possessão demoníaca. Esquizofrenia, por exemplo, pode ano ter relação nenhuma com o mal espiritual. Há casos que o doente precisa de tratamento psiquiátrico e não de expulsão de demônios, porque não está possuído por eles.

Þ    As doenças não são “demônios”.

Os adeptos da doutrina da Confissão Positiva e da Teologia da prosperidade crêem que as doenças de modo geral, são “demônios” ou “espíritos maus” alojados nas pessoas. Dois graves erros são por eles cometidos.

a)      Acreditam que todas as doenças são causadas por demônios.

Ora, já vimos acima que isto é falso. Há doenças de causas naturais, que sofremos devido à nossa debilidade física em conseqüência da natureza pecaminosa que herdamos, e há doenças infligidas por demônios. Não podemos tratar todas as doenças como se fossem demônios, porque assim toda pessoa estaria endemoninhada ao ficar enferma, inclusive o cristão! E teríamos de admitir que alguns personagens bíblicos como Timóteo - "Não continues a beber só água, mas toma também um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes indisposições". (1Tm 5,23) e Trófino - "Erasto ficou em Corinto. Deixei Trófimo doente em Mileto". (2Tm 4,20) tinham demônios alojados em seu corpo, pois a Bíblia menciona que eram enfermos. Absurdo!

b)      Enganam-se quanto à natureza dos demônios.

Tratam-nos como se fossem coisas, doenças. Os demônios têm existência real, são seres pessoais e espirituais, como já vimos, que causam grandes males aos homens. Um espírito maligno pode provocar uma enfermidade, mas não se pode confundi-lo com ela - "Havia ali uma mulher que, havia dezoito anos, era possessa de um espírito que a detinha doente: andava curvada e não podia absolutamente erguer-se". (Lc 13,11).

II.               A AÇÃO DOS DEMÔNIOS NO CAMPO DA MORAL.

Os demônios incentivam a impureza moral. O fato de serem chamados de espíritos imundos - "Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e de curar todo mal e toda enfermidade". (Mt 10,1) – já indica que eles agem para perverter tudo aquilo que é puro, nobre e justo. A imoralidade dos canaanitas parecia ser determinada pela atividade dos demônios – Dt 18,9-14.

Esta ação dos demônios é tão sutil e velada que nós, os cristãos, não apercebemos dela. Depois de ensinar os crentes de Éfeso a praticarem a vida cristã, a andarem “em Cristo”  e na “plenitude do Espírito” evidenciando-a nos diversos relacionamentos pessoais, o apóstolo Paulo os adverte - "Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares.” (Ef 6,10-12).

Os demônios são os dominadores deste mundo tenebroso. Eles estão sempre agindo no campo das idéias, dos pensamentos e dos sentimentos, pervertendo-os.

Muito nos enganamos quando achamos que a atuação do diabo e dos demônios se prende à possessão demoníaca, ao infligir doenças ou  a dominar certos grupos. Há muitos sinais da presença do maligno e dos demônios mesmo dentro das igrejas. Num artigo “Sinais do Maligno na comunidade da fé” – O jornal Batista (114/7/96) por José M. Salgado está escrito o seguinte:

“As manifestações do Maligno dentro da comunidade cristão se dão, sobretudo”:

a)      Quando se coloca interesse humano contra a vontade de Deus - "Mas, voltando-se ele, olhou para os seus discípulos e repreendeu a Pedro: Afasta-te de mim, Satanás, porque teus sentimentos não são os de Deus, mas os dos homens". (Mc 8,33);
b)      Quando se é empecilho à continuidade ou progresso da obra - "Os príncipes dos sacerdotes e os escribas buscavam um meio de matar Jesus, mas temiam o povo". (Lc 22,2);
c)       Quando se é dominado pela mentira, pelo egoísmo ou pelo interesse da autopromoção – At 5,1-11;
d)     Quando não se perdoa o outro – "A quem vós perdoais, também eu perdôo. Com efeito, o que perdoei - se alguma coisa tenho perdoado - foi por amor de vós, sob o olhar de Cristo". (2Cor 2,10);
e)      Quando há ociosidade, falação e intriga – 2Tm 2,14-16;
f)       Quando não há solidariedade concreta para com o necessitado e oprimido – Mt 25,31-46;
g)      Quando não há prática de amor e de justiça – 1Jo 3,6-10;
h)      Quando não há bom testemunho esterno – "Importa, outrossim, que goze de boa consideração por parte dos de fora, para que não se exponha ao desprezo e caia assim nas ciladas diabólicas". (1Tm 3,7);
i)       Quando a resistência e contendas – 2Tm 2,23-26”.


III.           A AÇÃO DOS DEMÔNIOS NO CAMPO DAS DOUTRINAS.

Os demônios operam conterá Deus, promovendo as falsas religiões.

Þ    Promovem a idolatria.

No curso de sua oposição a Deus, os demônios tentam tornar os homens adoradores de ídolos. Isto ocorria na antiguidade – Lv 17,1; Dt 32,17; Sl 106,36-38 - , ainda ocorre - "Não! As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios". (1Cor 10,20). No fim dos tempos, esta operação maligna será mais intensa - "Mas o restante dos homens, que não foram mortos por esses três flagelos, não se arrependeu das obras de suas mãos. Não cessaram de adorar o demônio e os ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar". (Ap 9,20).

Þ    Promovem as falsas doutrinas.

Há muitos artifícios usados por eles para promover a criação e a difusão de falsas doutrinas.

a)      Ensinam erros sobre a Pessoa do Salvador.

João exortou os seus leitores a provar os espíritos, porque os demônios influenciam os falsos profetas –  1Jo 4,1-4 – A razão por que João manda provar os espíritos é que “por trás de cada profeta está um espírito e por trás de cada espírito esta Deus ou o diabo. Antes de podermos confiar em quaisquer espíritos, precisamos prová-los, se procedem de Deus. O que importa é a sua origem” – Stott no seu comentário sobre 1,2 e 3 João – O teste especifico que João ensina a aplicar é o da encarnação de Jesus. Os verdadeiros profetas proclamavam a vinda “em carne” do Salvador; os falsos, inspirados pelo “espírito erro” - "Nós, porém, somos de Deus. Quem conhece a Deus, ouve-nos; quem não é de Deus, não nos ouve. É nisto que conhecemos o Espírito da Verdade e o espírito do erro". (1Jo 4,6) ou pelo “espírito do anticristo”  "todo espírito que não proclama Jesus esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo de cuja vinda tendes ouvido, e já está agora no mundo". (1Jo 4,3) negam a vinda do Senhor “em carne”. Se Cristo não encarnou, então não poderia morrer  para tornar-se o Salvador.

Paulo também desfere seu ataque aos “ensinos de demônios”1Tm 4,1-5 – Estabelecendo uma ligação entre este texto  e o anterior da verdade sobre Cristo e Sua obra - "Sim, é tão sublime - unanimemente o proclamamos - o mistério da bondade divina: manifestado na carne, justificado no Espírito, visto pelos anjos, anunciado aos povos, acreditado no mundo, exaltado na glória!" (1Tm 3,16), deduzimos que os falsos mestres não só negavam histórica e a ascensão de Jesus Cristo.

b)      Ensinam erros sobre a obra de Jesus Cristo.

Todo ensino que diminui o valor e eficácia da obra de Jesus Cristo não vem de Deus. Isto também é mostrado em 1Tm 4, onde os falsos mestres acusados por Paulo ensinavam a necessidade de práticas ascéticas e das boas obras para alcançar a graça de Deus – vv 1- 4.

Quando escreva aos crentes de Colossos, além de asseverar a absoluta suficiência que encontramos em nosso Senhor, lembra-lhes para não aceitarem nenhum aditivo espiritual, como a filosofia – Cl 2,8-10 – o legalismo – Cl 2,16-17 – o misticismo – Cl 2,18-19 – e o ascetismo -  Cl 2,20-23 – que os falsos mestres sugeriam.


CONCLUINDO

Constatamos, portanto, que os demônios estão em ação. Afligem os homens impingindo-lhes enfermidades, pervertendo a moral e arrebatando sua alma com as falsas doutrinas. Se não estivermos apercebidos disso, se ignorarmos estas estratégias de ação do inimigo teremos maior dificuldade em combater sua oba. E podemos estar certos que temos autoridade outorgada por Cristo para atacar os demônios e sua obra – Mc 16,15-18 – Os demônios “se nos submetem” pelo nome de Jesus, isto é, pela autoridade  que aos verdadeiros cristãos foi outorgada – Lc 10,17-20.

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