Páginas

sexta-feira, 29 de março de 2013

GÊNESIS - LIÇÃO 09 – ABRAÃO – o pai dos cristãos



Desde que Deus chamou Abraão, ficou evidenciado nele o alto propósito divino – fazer do patriarca uma grande nação, um grande povo. Abraão foi chamado para uma vocação sem precedentes. Esse alto propósito de Deus precisava de preparo, e era isso que o Senhor faria com Abraão.

I.                    AS RAZÕES DA FÉ – Gn 15,1-21.

Abraão, mais do que nunca, precisava viver pela fé. Deus deu a Abraão três razões para que vivesse por sua fé.

1.      Deus prometeu a Abraão um filho, e sua descendência seria inumerável – vv 4-6. Abraão reconheceu que esta promessa era humanamente irrealizável, mas creu no Senhor. Esta expressão “creu”, no hebraico, significa literalmente “apoiou-se”, ou seja, creu incondicionalmente, mesmo em face às impossibilidades.

2.      Deus confirmou Sua promessa fazendo uma aliança solene com Abraão – vv 9-17. Deus fez com Abraão um pacto unilateral, pois era uma iniciativa divina  e somente Deus poderia cumpri-la. Abraão devia aceitar a aliança e continuar crendo em Deus.

3.      Deus prometeu uma terra que se estenderia do Nilo até o Eufrates  - vv 18-21. Canaã está na encruzilhada do mundo, entre três continentes – Europa, Ásia e África. Deus escolheu uma terra estratégica onde seu povo pudesse exercer maior influencia no mundo.

“Deus promete e o homem aspira; mas nada ainda acontece. Deus desafia novamente Abrão com a promessa, e este acredita e confia. A justiça do homem consiste numa entrega confiante ao Deus que garante cumprir o que promete, quando ainda nada pode ser verificado (cf. Hb 11,1). Abrão pede um sinal; e como sinais, além da criação e da aliança com Noé, têm aqui a terceira grande aliança. Ora, a aliança era um acordo em que ambos os contraentes se empenhavam entre si; era concluída com um rito, no qual os contraentes passavam entre animais divididos: quem violasse a aliança teria a mesma sorte que esses animais. Notemos que somente Javé (fogueira, tocha) passa entre os animais: a aliança com Abrão é um empenho exclusivo de Deus: só Deus pode realizar aquilo que prometeu.” – Bíblia Pastoral.
“O esquema do Êxodo é fortemente representado no texto: Deus faz Abrão sair de Ur para dar-lhe a terra (v. 7); da mesma forma, os descendentes de Abrão serão escravos no Egito e Deus os fará sair daí para lhes dar a terra (vv. 13-20). Sair para: é o movimento de libertação que torna possível, tanto para o indivíduo, como para o povo ao qual ele pertence, caminhar para a vida.” – Bíblia Pastoral.

II.                  AS OSCILAÇÕES DA FÉ – Gn 16,1-16; 17,17.

Já havia passado dez anos desde a primeira vez que Deus prometera uma descendência a Abraão – Cap. 12. Com a idade avançando, cada ano parecia uma eternidade. E a promessa? Como Deus vai fazer? Não vai dar tempo!
A fé de Abraão oscilou em momentos cruciais de sua vida.

1.      Quando a Fé foi confundida pela vontade própria – Gn 16,2. Evidentemente havia no coração de Sara e Abraão um grande desejo de possuir o grande galardão – “Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão numa visão, dizendo: Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, o teu galardão será grandíssimo.” – Gn 15,11; “Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.” – Sl 127,3.

2.      Quando a Fé foi sucumbida pela impaciência – Gn 16,3.  Por que Deus tardou tanto em cumprir Sua promessa? Deus queria que Abraão e Sara soubessem que o cumprimento da promessa seria por graça  e não por méritos humanos. Eles sucumbiram a esta prova e os resultados foram tristes – Gn 16,4-16. Também por impaciência ante o longo tempo de espera, Abraão quase comprometeu o plano de redenção ao entregar sua esposa nas mãos de Abimelec – Gn 20,1-18. Já pensou um homem de fé mentindo! Como a mentira é triste na vida do crente!

3.      Quando a Fé foi comparada com a impossibilidade – Gn 17,17  Abraão descobriu que a descendência prometida não viria pelo filho que demorou onze anos para chegar – Gn 16,16, mas por outro que viria após mais quatorze anos – Gn 21,15, nas seguintes circunstancias:

§         "(Abraão e Sara eram velhos, de idade avançada, e Sara tinha já passado da idade.)" (Gn 18,11).
§         "Abraão prostrou-se com o rosto por terra, e começou a rir, dizendo consigo mesmo: “Poderia nascer um filho a um homem de cem anos? Seria possível a Sara conceber ainda na idade de noventa anos?”" (Gn 17,17).
§         "Sarai, mulher de Abrão, não lhe tinha dado filho; mas, possuindo uma escrava egípcia, chamada Agar," (Gn 16,1).

E um milagre aconteceu!

§         "Porque a Deus nenhuma coisa é impossível". (Lc 1,37).
§         "Respondeu Jesus: O que é impossível aos homens é possível a Deus". (Lc 18,27).
§         "Mas minha aliança eu a farei com Isaac, que Sara te dará à luz dentro de um ano, nesta mesma época." (Gn 17,21).
§         "Será isso porventura uma coisa muito difícil para o Senhor? Em um ano, a esta época, voltarei à tua casa e Sara terá um filho." (Gn 18,14).

“No Antigo Oriente, uma legislação permitia que a esposa estéril cedesse ao marido uma escrava para a procriação; o filho nascido da escrava era reconhecido como legítimo. Recorrendo a esse artifício legal, Abrão está querendo facilitar a realização da promessa; mas não é isso que Deus quer. Ismael, filho da escrava, é abençoado, mas não é através dele que Javé realizará a promessa. Deus faz um grande projeto para o homem; contudo, muitas vezes, o homem acha impossível realizá-lo, e recorre a subterfúgios, traindo o desafio contido na promessa e que está dentro da aspiração humana.” Bíblia Pastoral.


III.                AS EXPERIENCIAS DA FÉ – Gn 15, 1-21; 17,1-27; 18,16-33.

Abraão teve experiências miraculosas com Deus por causa de sua fé . estas experiências foram marcadas pelas visitas que Deus fez ao seu servo.

1.      Visita de compromisso – Gn 15,1-21. Abraão parecia estar temeroso - "Depois desses acontecimentos, a palavra do Senhor foi dirigida a Abrão, numa visão, nestes termos: “Nada temas, Abrão! Eu sou o teu protetor; tua recompensa será muito grande.”" (Gn 15,1), apreensivo a respeito do rumo que tomara sua vida; Deus então faz uma visita onde reafirma sua presença, sua promessa, sua fidelidade.

“Deus promete e o homem aspira; mas nada ainda acontece. Deus desafia novamente Abrão com a promessa, e este acredita e confia. A justiça do homem consiste numa entrega confiante ao Deus que garante cumprir o que promete, quando ainda nada pode ser verificado (cf. Hb 11,1). Abrão pede um sinal; e como sinal, além da criação e da aliança com Noé, tem aqui a terceira grande aliança. Ora, a aliança era um acordo em que ambos os contraentes se empenhavam entre si; era concluída com um rito, no qual os contraentes passavam entre animais divididos: quem violasse a aliança teria a mesma sorte que esses animais. Notemos que somente Javé (fogueira, tocha) passa entre os animais: a aliança com Abrão é um empenho exclusivo de Deus: só Deus pode realizar aquilo que prometeu.” – Bíblia Pastoral.

2.      Visita de confirmação – Gn 17,1-27. Deus não brinca em seus propósitos. Para leva-los  a cabo em Abraão como pai de descendência numerosa, Deus confirma sua aliança com dois sinais:

§         "De agora em diante não te chamarás mais Abrão – pai enaltecido –, e sim Abraão – pai de uma multidão – , porque farei de ti o pai de uma multidão de povos". (Gn 17,5).
§         "Circuncidai-vos em honra do Senhor, tirai os prepúcios de vossos corações, para que meu furor se não converta em fogo, e não vos consuma, sem que ninguém possa extingui-lo, por causa da perversidade de vossos atos". (Jr 4,4).


Esta visita ocorreu quando Abraão estava já achando remota a possibilidade de um filho por meio de Sara – G17.17. deus se revelou a Abraão  como El Shaddai – o Deus todo poderoso – Gn 17,1.

“A mudança do nome indica um compromisso com Deus para realizar uma missão. A circuncisão é um rito que indica a pertença ao povo com o qual Deus faz aliança. Esse rito, como o batismo, supõe o compromisso de viver conforme Deus quer (v. 1). Notemos que tanto os livres como os escravos são circuncidados: o povo de Deus nasce aberto para todos, e diante de Deus são todos iguais. É um convite para que os homens também realizem essa igualdade entre si.” – Bíblia Pastoral.

3.      Visita do juízo – Gn 18,16-33 – Deus afirma sua amizade e confiança em Abraão, quando revela a ele seus propósitos quanto ao pecado de  Sodoma e Gomorra. Abraão precisava compreender juízo de Deus para poder inculcar em seus descendentes o temor de Deus – Gn 18,19; Jo 15,15; Sl 25,14. A Fé de Abraão e a amizade de Deus para com ele garantiram-lhe uma intercessão proveitosa em favor dos justos da cidade condenada – Gn 18,23-33.

“Do povo da aliança Deus espera a prática da justiça e do direito, que realizam o projeto de Deus. Esse projeto provoca a destruição da cidade injusta. A intercessão de Abraão mostra que o justo se compadece do povo da cidade. Mas o texto levanta perguntas: Quantos justos são necessários para que uma cidade não seja destruída pela injustiça? Até onde Deus está disposto a agir com misericórdia? O texto não responde. O Novo Testamento mostra que Deus, na sua misericórdia, está disposto a salvar não só uma cidade, mas a humanidade toda, e por causa de um só justo: Jesus Cristo.” – Bíblia Pastoral



CONCLUINDO

Deus fez um desafio a Abraão - "Abrão tinha noventa e nove anos. O Senhor apareceu-lhe e disse-lhe: “Eu sou o Deus Todo-poderoso. Anda em minha presença e sê íntegro; "” (Gn 17,1).

A cada dia o patriarca tomava conhecimento do seu alto propósito e sua necessidade de crer em Deus – Gn 21,22-34.

Apesar das dificuldades, Deus levou o bom termo o seu propósito na semente de Abraão. Abençoou Ismael, mas manteve a aliança com Isaque – Gn 17,20-21; 21,1-21.

Nenhum comentário:

Postar um comentário