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sexta-feira, 22 de março de 2013

GÊNESIS - LIÇÃO 08 – ABRÃO – enfrentando os ataques de Satanás.





Não foi fácil para ele deixar sua terra, seus parentes e sua família, e começar uma vida de fé, como peregrino.

Uma vez que ele começou a obedecer ao Senhor, começou também a enfrentar os ataques de Satanás para derrubá-lo.

§  É a mesma coisa com a gente. Uma vez que começamos a obedecer ao Senhor e demonstrar uma vida de santificação, podemos ter a certeza que Satanás não vai gostar e fará tudo para nos derrubar.

Vamos notar seis maneiras em que Satanás atacou Abrão.

I.              PROBLEMA MATERIAL – Gn 12,1-10.

De sua própria localidade, Abrão desceu mais ao sul do país, para a região denominada Neguebe, sujeita a secas periódicas. Deu-se, então, uma dessas, havendo fome. Por causa da fome, sem consultar o Senhor, ele desceu ara o Egito. É bom notar que Abrão não voltou pa Harã e nem para Ur dos caldeus, o que seria retomar a idolatria. O verdadeiro cristão nunca faz isso. Mas Abrão descia para o Egito, que tipifica o mundo; e infelizmente esse passo errado muito cristão dá também.

Abrão errou, porque ainda não tinha aprendido que o Senhor é Jeová-jiré  - o Deus que Provê.

“A história de Abraão está diretamente ligada à história de toda a humanidade: com ele começa a surgir o embrião de um povo que terá a missão de trazer a bênção de Deus para todas as nações da terra. Esse povo será portador do projeto de Deus: toda nação que se orientar por esse projeto estará refazendo no homem a imagem e semelhança de Deus, desfigurada pelo pecado. O caminho começa pela fé: Abrão atende o chamado divino e aceita o risco sem restrições. Ele percorre rapidamente a futura terra prometida: isso mostra que o projeto do qual ele é portador é um projeto histórico, encarnado dentro da ambigüidade e conflitividade humana. O que Deus promete a Abrão? Simplesmente aquilo que qualquer nômade desejava: terra para os rebanhos e filhos para cuidar deles. Em outras palavras, o que Deus promete é exatamente aquilo a que o homem aspira para responder às suas necessidades vitais. E hoje, quais são as supremas necessidades do homem? Por trás das necessidades estão as aspirações e, dentro destas, a promessa de Deus.” – Bíblia Pastoral


II.            PROBLEMA ÉTICO – Gn 12,10-20; 20,1-18.

1.    Mentira perante os príncipes de Faraó – Gn 12,10-20.

Uma vez  que deixou o caminho da obediência e foi para o Egito – o mundo (idolatria) – Abrão, amedrontado com as atitudes dos egípcios, planejou uma mentira e serviu-se de Sarai, sua esposa, para difundi-la. Não foi pequena sua culpa. "Dize, pois, que és minha irmã, para que eu seja poupado por causa de ti, e me conservem a vida em atenção a ti." (Gn 12,13). Sarai era uma verdadeira “princesa”, muito bonita, e Abrão teve medo que os egípcios o matassem para  possuir a sua esposa. Abrão quis salvar a sua pele! Um homem, gigante na fé, caiu e mentiu.

Sem duvida, esta foi uma tentativa de Satanás para frustrar a promessa da semente da mulher. Se ele estivesse conseguido corromper Sarai, teria estragado o plano divino. Graças  a Deus, Ele interveio e Abrão foi repreendido e despedido, sem que houvessem tocado em Sarai.

“12,10-20: O texto é uma antevisão da escravidão no Egito e do êxodo. Sarai, com a mudez feminina dentro do mundo patriarcal, é símbolo do povo oprimido que clama por libertação.” – Bíblia Pastoral.

2.    Mentira perante Abimelec – Gn 20,1-18.

Mas, o lamentável é que houve uma reincidência dessa mentira - "Ele dizia de Sara, sua mulher, que ela era sua irmã. Abimelec, rei de Gerar, arrebatou-lha". (Gn 20,2) – perante a Abimelec, rei de Gerar, quando Abraão (seu novo nome) negou que Sara (seu  novo nome) era sua mulher. É difícil acreditar que, nesta altura das suas experiências com Deus ele ainda cometesse essa falta; mas é para que a gente aprenda a “não confiar na carne”. Abraão perante Abimelec, não só impedindo que este tocasse  em Sara, mas declarando que Abraão era profeta a que suas orações eram atendidas – vv 3-8.

20,1-18: “O episódio é uma repetição de 12,10-20 (cf. nota). O texto procura também justificar a atitude de Abraão. – Bíblia Pastoral.”

III.           PROBLEMA ESPIRITUAL – Gn 13,4.

1.    A importância do altar do Senhor.

Quando Abrão chegou ao carvalho de More – Gn 12,6-7, o Senhor apareceu a ele, prometendo dar a sua descendência a terra de Canaã. O Senhor ainda não tinha prometido dar, e sim mostrar; agora explica que dará a terra sua posteridade. Que benção! Como um sinal de gratidão a Deus, Abraão edificou um altar ao Senhor e o adorou. Logo depois, Abraão viajou para Betel – Casa de Deus – que ficava bem no centro da Terra Prometida, na região montanhosa da Judéia, e mais uma vez edificou um altar ao Senhor e “invocou o nome do Senhor” – Gn 19,8.

2.    A negligência do altar do Senhor.  – Gn 12,10-20.

Parece que quando Abrão desceu para o Egito de manter comunhão com seu Deus, por isso ficou vulnerável ao ataque de Satanás.

O segredo de uma vida vitoriosa é a manutenção desta comunhão gostosa com Deus diariamente. Só quando Abrão deixou o Egito (idolatria) voltou para o caminho do Senhor, para o lugar onde primeiro estivesse entre Betel e Ai, "no lugar onde se encontrava o altar que havia edificado antes. Ali invocou o nome do Senhor". (Gn 13,4), é que Abrão voltou a gozar a sua comunhão com Deus, oferecendo um culto aceitável a Deus.

“O texto é uma antevisão da escravidão no Egito e do êxodo. Sarai, com a mudez feminina dentro do mundo patriarcal, é símbolo do povo oprimido que clama por libertação.” – Bíblia Pastoral.


IV.          PROBLEMA DE RELACIONAMENTO – Gn 13,1-18.

Com o aumento do gado de Abrão e Ló, surgiu o problema de pastagem. Daí as contendas entre os servos de um e os servos do outro. A situação ameaçava envolver Abrão nas contendas dos servos. Não é possível! Abrão foi chamado por Deus para ser uma benção – "Farei de ti uma grande nação; eu te abençoarei e exaltarei o teu nome, e tu serás uma fonte de bênçãos". (Gn 12,2), em vez disso estava começando a criar problemas com seu próprio sobrinho.

Abrão percebeu a ameaça, e fez uma proposta generosa a Ló, propondo a separação, mas dando ao sobrinho o direito de escolher o melhor para si.

“Lot, levantando os olhos, viu que a toda a planície de Jordão era regada de água (o Senhor não tinha ainda destruído Sodoma e Gomorra) como o jardim do Senhor, como a terra do Egito ao lado de Tsoar. Lot escolheu toda a planície do Jordão e foi para o oriente. Foi assim que se separam um do outro. Abrão fixou-se na terra de Canaã, e Lot nas cidades da planície, onde levantou suas tendas até Sodoma. Ora, os habitantes de Sodoma eram perversos, e grandes pecadores diante do Senhor.” Gn 13,10-13.

Mas Abraão foi recompensado pela sua fidelidade. Deus o mandou dali mesmo olhar – “O Senhor disse a Abrão depois que Lot o deixou: “Levanta os olhos, e do lugar onde estás, olha para o norte e para o sul, para o oriente e para o ocidente. Toda a terra que vês, eu a darei a ti e aos teus descendentes para sempre. – Gn 13,14-45, e mas uma vez Abrão mudou suas tendas – "Abrão levantou as suas tendas e veio fixar-se no vale dos carvalhos de Mambré, que estão em Hebron; e ali edificou um altar ao Senhor". (Gn 13,18)

“13,1-18: Ló escolhe a região onde estão localizadas cidades-estado como Sodoma e Gomorra; assim ele entra no âmbito de uma estrutura que se sustenta graças à exploração e opressão do povo. Abrão, ao invés, fica aberto para uma história nova, fundada unicamente na promessa e no projeto de Javé. Não tomando a dianteira para escolher a sua parte, mais uma vez Abrão entrega-se a Deus na fé, para que este lhe aponte o caminho.” – Bíblia Pastoral.

V.            PROBLEMA PSICOLÓGICO – MEDO – Gn 15,1-21.

Um dos grandes problemas no meio cristão é o medo de fazer a vontade do Senhor. Aqui notamos que o Senhor teve de chegar a Abrão e dizer:

"Depois desses acontecimentos, a palavra do Senhor foi dirigida a Abrão, numa visão, nestes termos: “Nada temas, Abrão! Eu sou o teu protetor; tua recompensa será muito grande. ”" (Gn 15,1).

É bom notar que estamos em boa companhia! Abrão tinha medo, como também Moisés – Ex 3,11; 4,1.10 – e Jeremias – Jr 1,5-9 – Foi por causa do medo que os espias perderam 40 anos  da sua vida no deserto, uma experiência triste – Nm 13,16-33 – E Jesus contou a parábola  dos talentos, mostrando o grande perigo de não  usarmos os nossos talentos no serviço do Senhor – Mt 25,14-30, especificamente o v 25 - "Por isso, tive medo e fui esconder teu talento na terra.". (Mt 25,25a).

“15,1-21: Deus promete e o homem aspira; mas nada ainda acontece. Deus desafia novamente Abrão com a promessa, e este acredita e confia. A justiça do homem consiste numa entrega confiante ao Deus que garante cumprir o que promete, quando ainda nada pode ser verificado (cf. Hb 11,1). Abrão pede um sinal; e como sinal, além da criação e da aliança com Noé, temos aqui a terceira grande aliança. Ora, a aliança era um acordo em que ambos os contraentes se empenhavam entre si; era concluída com um rito, no qual os contraentes passavam entre animais divididos: quem violasse a aliança teria a mesma sorte que esses animais. Notemos que somente Javé (fogueira, tocha) passa entre os animais: a aliança com Abrão é um empenho exclusivo de Deus: só Deus pode realizar aquilo que prometeu. – Bíblia Pastoral.”

VI.          PROBLEMA MORAL – Gn 16,1-16.

À proporção que os anos iam passando, Sarai continuava sem filhos. Tendo perdido a esperança de que nela se cumpriria a promessa, persuadiu Abrão, conforme o costume da época, para que tomasse Agar , a criada egípcia, e tivesse relações sexuais com ela, para, por meio dela, ver cumprida a promessa tão esperada. Assim nasceu Ismael!

Não era este o plano de Deus. E sabemos que logo surgiu uma desarmonia entre Agar e Sarai, começo de uma irremediável incompatibilidade entre a livre e a escrava, entre o filho da escrava e o filho da livre. As conseqüências desse ato se vêem até hoje, na briga entre árabes (descendência de Ismael) e os judeus (descendentes de Isaque).

Há muitas lições que devemos aprender aqui. Há um grande perigo em aceitar  os padrões morais. Tantos jovens cristãos praticam relações sexuais antes do casamento, porque é costume dos nossos dias. É o costume do mundo ir a um motel com a secretária do escritório.

"Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possa discernir qual é à vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito". (Rm 12,2)

“16,1-16: No Antigo Oriente, uma legislação permitia que a esposa estéril cedesse ao marido uma escrava para a procriação; o filho nascido da escrava era reconhecido como legítimo. Recorrendo a esse artifício legal, Abrão está querendo facilitar a realização da promessa; mas não é isso que Deus quer. Ismael, filho da escrava, é abençoado, mas não é através dele que Javé realizará a promessa. Deus faz um grande projeto para o homem; contudo, muitas vezes, o homem acha impossível realizá-lo, e recorre a subterfúgios, traindo o desafio contido na promessa e que está dentro da aspiração humana. “– Bíblia Pastoral.


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