quarta-feira, 5 de março de 2025

Satanás se encontrou com Deus no céu?


O texto de Jó diz exatamente o seguinte: “Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles” (Jó 1:6).

 

Primeiro vamos compreender cada parte para que possamos, depois, entender o cenário onde tudo isso ocorre.

Filhos de Deus no texto se refere a seres celestiais, possivelmente anjos, já que somente homens (Gênesis 6:2) e anjos são chamados assim, como nesse texto de Jó.

Fica claro que não tem como ser homens, então, nos resta compreender que são possivelmente anjos que fazem a vontade do Senhor e prestam contas ao Soberano.

Quando o texto diz que “vieram apresentar-se perante o Senhor” podemos compreender que existem reuniões, prestação de contas, contato entre os seres que servem a Deus e o próprio Deus. Porém, o texto não dá maiores detalhes sobre isso.

Muitos olham para esse texto e já pressupõem que o diabo se apresenta a Deus no céu, onde geralmente é mencionado que está o trono de Deus (Apocalipse 4:2-3).

Mas nem sempre o trono de Deus é citado no céu. Isaías, por exemplo, vê a grandeza do trono de Deus, mas enchendo o templo e a terra e não o céu (nesse caso):

 

No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo” (Isaías 6:1).

 

Feitas essas considerações, temos duas possibilidades de interpretação sobre a pergunta: o diabo esteve no céu junto a Deus ali no livro de Jó?

A primeira entende que sim, os filhos de Deus e o diabo entre eles se apresentaram a Deus no céu. Quem entende assim pensa que temos aqui uma exceção de Deus, permitindo a presença do diabo ali (por alguns momentos) para que fosse humilhado com a vitória que Jó teria!

Todo o diálogo travado entre Deus e Satanás demonstra que Deus tinha um plano para aplicar, daí a presença do diabo em um lugar que não teria ele permissão de ficar, portanto, era uma presença passageira! O diabo é o acusador, mas não pode agir sem que Deus assim o permita.

Na segunda linha de interpretação temos o pensamento de que o diabo nunca poderia ter permissão de adentrar o céu, de estar diante do Senhor ali, pois tal ser sujo como ele nunca poderia colocar seus pés em um local totalmente santo!

Por isso, pensam, que sendo Deus onipresente, esse encontro poderia ter ocorrido em qualquer outro lugar. Assim como Isaías vê o trono de Deus, a presença viva enchendo o templo e toda a terra, não haveria dificuldades de compreender esse encontro fora do céu.

Já que o texto de Jó deixa essa questão em aberto, essas duas linhas de interpretação são possíveis. Talvez a falta dessa informação de forma mais precisa tenha ocorrido de propósito.

Podemos ver que o diabo é citado como um tipo de intruso permitido passageiramente entre os filhos de Deus. Ele não pode fazer o que quer, ele não pode estar onde quer, ele está limitado pelo Soberano Deus!

Até mesmo o assunto sobre Jó é “puxado” por Deus e não pelo inimigo. Ele desaparece da história em Jó 2:7 e nada mais é relatado sobre ele! Seja aonde for que tenha ocorrido esse encontro, quem estava na condução de todas as coisas era Deus!

terça-feira, 4 de março de 2025

Apocalipse 17 – A Grande Meretriz, A Besta, Os Reis e os Dez Chifres.

 I – INTRODUÇÃO

 

Quando um dos sete anjos que tinham as sete taças dos juízos de Deus apresentou em visão a grande meretriz ao profeta João, ele tinha como objetivo principal mostrar as características dela e como seria a sua condenação final (Apocalipse 17:1 e 2).

 

Esta mulher é bem diferente da do capítulo doze. Há muitas interpretações e especulações sobre este assunto. Parece claro, no entanto, que esta profecia abre a cortina do tempo a fim de mostrar em que momento da história surgiria esse grandioso poder político-religioso, simbolizado pela figura de uma grande meretriz.

 

Os pormenores sobre este poder ampliam o entendimento a respeito das múltiplas ações do inimigo de Deus, o qual magistralmente tem-se utilizado de agentes humanos para realizar as suas pretensões expansionistas, embebedando o mundo inteiro com os seus falsos ensinamentos.

 

Este capítulo traz informações valiosas e surpreendentes perfeitamente capazes de identificar a grande meretriz e os demais símbolos que a cercam.

 

II – ENTENDENDO O CAPÍTULO 17

 

Apocalipse 17:1-18 traz revelações importantes e desvenda o mistério da grande meretriz, em cuja fronte encontra-se escrito um nome simbólico: A Grande Babilônia (Apocalipse 17:5).

 

Antes de analisarmos todas as suas características, primeiramente se faz necessário descobrir em que época deveria ocorrer todo o desdobramento desta visão.

 

A primeira evidência é o fato de a visão ter sido mostrada ao profeta João por um dos sete anjos que tinham as sete taças dos juízos de Deus (Apocalipse 17:1). É um forte indício de que as ações da grande meretriz atingirão o seu ápice quando efetivamente forem derramadas as últimas pragas, um acontecimento que desenrolar-se-á momentos antes da segunda vinda de Jesus.

 

Mais adiante o anjo apresenta detalhes importantíssimos a respeito das sete cabeças, sobre as quais a grande meretriz está assentada. As sete cabeças são sete montes (reinos), sobre os quais a mulher está assentada (Apocalipse 17:9). O termo “monte” simbolicamente significa “reino” (ver Daniel 2:35). As sete cabeças podem também significar “reis”, que seriam os governantes desses reinos (Apocalipse 17:10). As sete cabeças ou os sete reinos que influenciaram de uma forma ou outra o Império Romano, através suas ideologias, normas legais, sistemas estruturais, etc. foram: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa, Grécia, Roma Imperial e Roma Eclesiástica. Quando o apóstolo João recebeu esta visão, os cinco primeiros reinos haviam caído (Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa e Grécia); o sexto reino existia (Império Romano); o sétimo reino ainda não tinha vindo, mas que duraria pouco tempo (Roma Eclesiástica).

 

Quanto a este último, a sétima cabeça da besta ou o sétimo reino (Roma Eclesiástica), este exerceria o seu domínio temporal de 538 a 1798 d.C., perfazendo o total de 1260 anos (ver nossos estudos publicados sobre Apocalipse 12 e Apocalipse 13). Porém, segundo Apocalipse 17:10, esse domínio duraria pouco tempo. Parece estranho afirmar que o período de 1260 anos seja considerado “pouco tempo”. No entanto, é perfeitamente viável, pois o termo ”pouco tempo” foi aplicado também para as atividades de Satanás contra o povo de Deus, contado a partir da morte de Cristo. O impressionante é que esse “pouco tempo” já perdura quase dois mil anos.

 

A esse respeito o texto bíblico diz o seguinte:

 

“...Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” Apocalipse 12:12.

 

O término do período de domínio temporal de Roma Eclesiástica ocorreu em 1798 d.C., quando o exército francês revolucionário pôs fim às ações desse poder religioso, aprisionando o seu líder, Pio VI que, levado para a França, ali morreu. Durante alguns anos Roma Eclesiástica permaneceu desolada e destituída de seu poder.

 

Em seguida o anjo faz referência ao surgimento de um oitavo rei ou reino, representado simbolicamente pela grande meretriz, que se estabeleceria baseado no sistema de governo do extinto Império Romano, e ao mesmo tempo faria parte das sete cabeças da besta. Estas informações levam-nos a concluir que este oitavo rei ou reino surgiria necessariamente após 1798 d.C., quando do término do período de domínio temporal do sétimo reino (Roma Eclesiástica). Assim diz o texto:

 

“A besta que era e já não é, é também o oitavo rei, e é dos sete, e vai-se para a perdição.” Apocalipse 17:11.

 

A besta sobre a qual está assentada ou estabelecida a grande meretriz representa simbolicamente a estrutura do poder político ou sistema de governo do extinto Império Romano. Embora ferido de morte em 476 d.C., toda a sua estrutura política foi reativada por Roma Eclesiástica, significando que a sua ferida mortal lhe fora curada (Apocalipse 13:3). Por isso a expressão “que era e já não é”. Esta besta é identificada pelas suas sete cabeças e dez chifres (Apocalipse 17:3 e 7). É o mesmo poder apresentado em Apocalipse 13:1.

 

O oitavo “rei” ou “reino” é simbolizado por uma “prostituta assentada sobre muitas águas; com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam sobre a terra se embriagaram com o vinho da sua prostituição”. (Apocalipse 17:1 e 2).

 

III – A GRANDE MERETRIZ

 

As interpretações a respeito da grande meretriz ou prostituta são muitas, porém, para o atento pesquisador das Escrituras Sagradas, esta grande prostituta é identificada no próprio capítulo como sendo “a grande cidade que reina sobre os reis da terra.” Apocalipse 17:18.

 

A declaração bíblica é muito clara e precisa: “A mulher... é a grande cidade.” Tudo indica que a grande meretriz simboliza a Cidade Estado do Vaticano, conhecida como “Cidade Eterna”, encravada dentro de Roma, localizada no “mons vaticanus”, a “oitava colina” de Roma. Ela possui uma área aproximada de 44 hectares e é o menor Estado político independente do mundo, reconhecido como um estado eclesiástico ou sacerdotal monárquico, governado pelo bispo de Roma, líder máximo da Igreja Romana. A Cidade Estado do Vaticano foi criada em 11 de fevereiro de 1929, através o Tratado de Latrão, documento assinado pelo então primeiro ministro italiano Benito Mussolini, com o representante de Pio XI, o cardeal Pietro Gaspari.

 

O líder máximo da Igreja Romana governa soberanamente a Cidade Estado do Vaticano e tem a plenitude dos poderes legislativo, executivo e judiciário. Por sua vez, a Cidade Estado do Vaticano abriga em seu território a mais poderosa cúpula religiosa do planeta, através da qual ela mantém as relações e acordos diplomáticos com outros estados soberanos.. Esta cúpula central funciona também soberanamente, isto é, goza de status de um Estado soberano, com as mesmas prerrogativas dadas à Cidade Estado do Vaticano, tendo também como chefe supremo o líder máximo da Igreja Romana, o mesmo que governa a Cidade Estado do Vaticano. A cúpula central possui vários órgãos que coordenam e organizam o funcionamento da Igreja Romana ou Roma Eclesiástica em todos os países onde atua e dedica-se inclusive a apoiar todas as suas ações diplomáticas e políticas expansionistas. Roma Eclesiástica é aquela que remonta do quarto século, quando já havia se tornado a religião dominante no Império Romano.

 

A “grande cidade” vista pelo profeta João é, na realidade, o centro de um monumental sistema político-religioso, que atua em todos os níveis da sociedade. Ela tem participação direta e indireta em organismos internacionais como: ONU (Organização das Nações Unidas), UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), OMC (Organização Mundial do Comércio), OEA (Organização dos Estados Americanos), OMS (Organização Mundial da Saúde), OIT (Organização Internacional do Trabalho), FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), INTOSAI (Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores), OMT (Organização Mundial do Turismo), UNIDROIT (Instituto Internacional para Unificação do Direito Privado), CMI (Conselho Mundial de Igrejas) e mais dezenas de outros.

 

Na fronte desta grande meretriz o profeta viu escrito um nome simbólico: “A Grande Babilônia, a mãe das prostitutas e das abominações da terra.” Apocalipse 17:5.

 

A partir de 1929 esse poder político-religioso surge revestido de grande vigor com o propósito de se tornar a mais poderosa organização religiosa do mundo. A sua influência entre os governos da terra e sua participação com importantes organismos internacionais, com raras exceções, é a mais poderosa de todas as influências humanas. A palavra “Babilônia” significa confusão e sendo ela “mãe”, significa que tem filhas, um símbolo das igrejas que se apegam às suas doutrinas, tradições e por estabelecerem com ela uma aliança ilícita com o mundo. Deste modo a grande meretriz encabeça a confusão reinante no seio do cristianismo com suas doutrinas, muitas das quais de origem pagã.

 

A grande meretriz foi vista pelo profeta João “vestida de púrpura e de escarlate, e adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas; e tinha na mão um cálice de ouro, cheio das abominações e de imundície da sua prostituição. ...estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue dos mártires de Jesus.” Apocalipse 17:4 e 6. Os pormenores proféticos falam por si e são mais uma prova inconteste de que a simbólica grande meretriz é a Cidade Estado do Vaticano com sua cúpula central religiosa, governada pelo mesmo poder religioso que nasceu e cresceu dentro do Império Romano, poder religiosos este identificado por seus templos e ornamentos luxuosos e por sua atuação contra os santos durante o período da Idade Média.

 

IV – A CONDENAÇÃO DA GRANDE BABILÔNIA

 

A partir do versículo 12 entram em cena os dez chifres que são dez reinos:

 

“E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta. Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta. ...E os dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo.” Apocalipse 17:12, 13 e 16.

 

Depois da derrocada do Império Romano em 476 d.C., historicamente considerado o último dos impérios mundiais, o mundo dividiu-se em nações, com suas culturas, raças e línguas, uma divisão que estender-se-á até a segunda vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Esta divisão é representada pelos dez chifres. O mesmo entendimento aplica-se aos dez dedos da estátua, conforme Daniel 2:41.

 

A profecia prevê que as nações receberão poder como reis juntamente com a besta por “uma hora” (do vocábulo grego “oran”: pode significar não necessariamente uma hora, mas, um espaço definido de tempo ou tempo particular para alguma coisa). Em seguida, por decisão conjunta, entregarão o seu poder e autoridade à besta. Em outras palavras as nações colocarão em prática o sistema de governo do extinto Império Romano. Uma das ações mais cobiçadas é aquela adotada pelo Imperador Constantino. Com o objetivo de se manter no poder e ter o apoio popular, ele oficializou a união do Estado com a Igreja. Quando Estado e Igreja andam juntos, os governantes passam a ser dependentes daquele antigo sistema político-religioso romano. Ao receber dinheiro público para as chamadas “ações sociais”, a grande meretriz se robustece, domina as multidões e torna-se inusitadamente abrangente, a ponto de encabeçar uma poderosa confederação mundial, incluindo igrejas, autoridades civis e militares, governantes, todos apoiados e aglutinados pelo seu poderio econômico, político e religioso, conluiados para tentarem criar um governo global com princípios anti-cristãos, razão porque Deus conclama Seu povo a não se submeter a tais ensinamentos anti-escriturísticos (Apocalipse 18:4).

 

Diz a profecia que “os dez chifres que viste na besta, estes odiarão a prostituta e a tornarão desolada e nua, e comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo.” Apocalipse 17:16.

 

Durante as cenas finais, antes da gloriosa vinda de Jesus a esta Terra, as nações, sentindo-se enganadas pelas magias praticadas pela grande meretriz (Apocalipse 18:23), levantar-se-ão contra ela (Apocalipse 18:6), queimando-a no fogo. Cumpre-se, assim, a profecia a respeito da queda e destruição da grande Babilônia (Apocalipse 18:2; Apocalipse 14:8).

 

V – CONCLUSÃO

 

A grande meretriz encabeça na realidade um gigantesco sistema de engano (Apocalipse 18:23). A sua arrogância, vaidade e orgulho, provindos de suas características únicas, as quais são objetos de tanta admiração e culto, são muito bem destacadas pela Palavra de Deus (ver Apocalipse 17:4 e 18:7).

 

Sem dúvida alguma, quem está por trás de tudo isso é Satanás. O arqui enganador aspira eternizar aqui o seu império do mal, na sua longa disputa pela posse da Terra.

 

A destruição da grande meretriz será inevitável e será idêntica àquela ocorrida à Babilônia antiga (Apocalipse 18:21; Jeremias 51:63 e 64). A ideia da iminência está expressa nas páginas sagradas (Apocalipse 18:8). Embora o capítulo dezessete do livro do Apocalipse descreva poderes malignos que se encontram muito ativos, por outro lado, traz conforto para o povo de Deus. Dentro em breve o nosso Senhor Jesus virá e intervirá a favor dos Seus:

 

“Pelejarão eles contra o Cordeiro e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com Ele, os chamados, e eleitos, e fieis.” Apocalipse 17:14.

segunda-feira, 3 de março de 2025

5 Motivos que fazem Deus odiar o carnaval

(1) Deus odeia o carnaval porque o que acontece nele não é edificante

 

A grande mídia que fatura alto com o carnaval faz questão de esconder (o máximo possível) o que realmente acontece nesses quatro dias de festa.

O governo também tenta minimizar a questão com algumas políticas de saúde pública para diminuir o estrago (distribuição de camisinhas, por exemplo).

Mas uma pesquisa rápida pela internet nos ajuda a verificar que o carnaval é uma das épocas onde existem mais estupros, mais acidentes por embriaguez ao volante, mais mortes nas estradas, mais assédios, mais gravidez indesejada, mais doenças sexualmente transmissíveis, mais abusos de todo tipo concentrados em poucos dias, etc.

Tudo isso nos indica claramente que o carnaval é a festa dos excessos e a festa onde Deus e Sua vontade são colocados de lado.

Tudo isso, além de custar caríssimo aos cofres públicos, também custa caríssimo à vida das pessoas. Como Deus pode amar algo assim? Como Deus pode aprovar tal busca por uma alegria destruidora que nem pode ser chamada de alegria?

Deus, na época do profeta Isaías, chamou a atenção de seu povo por algo parecido com o carnaval e que fazia parte da vida das pessoas:

 

Ai dos que se levantam cedo para embebedar-se, e se esquentam com o vinho até à noite. Harpas e liras, tamborins, flautas e vinho há em suas festas, mas não se importam com os atos do Senhor, nem atentam para obra que as suas mãos realizam.” (Isaías 5:11-12)

 

(2) Deus odeia o carnaval porque nele as pessoas são mais amigas dos prazeres do que amigas de Deus

 

Existem prazeres em nossa vida que não são pecado. Mas no carnaval o grande foco é para os prazeres pecaminosos.

Dentre eles podemos citar claramente a sexualidade aflorada e fora de controle, a lascívia, as bebedeiras insanas, e a busca da alegria nos prazeres e não em Deus. Isso faz Deus detestar o carnaval.

A palavra do Senhor nos alerta que esse tipo de comportamento seria muito comum nos tempos do fim:

 

Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus", (2 Timóteo 3:1-4).

 

Isso demonstra claramente o espírito do carnaval atual: amizade com o mundo e distância de Deus e de Sua vontade.

 

(3) Deus odeia o carnaval porque nele não existe espaço para Ele

 

A Bíblia nos mostra que Deus não é um Deus carrancudo e que não gosta de festas. Pelo contrário, nas leis do Antigo Testamento existiam diversas festas obrigatórias e, algumas, inclusive, que duravam até sete dias:

 

Diga o seguinte aos israelitas: Estas são as minhas festas, as festas fixas do Senhor, que vocês proclamarão como reuniões sagradas (Levítico 23:2).

 

A grande diferença é que as festas de Deus têm foco na edificação do relacionamento de Deus com Seu povo. Elas não têm foco no pecado e no erro. As festas do Senhor são festas de alegria e gratidão focadas em Deus e não em coisas.

Nelas havia culto ao Senhor, Deus era o centro delas. Já na festa do carnaval Deus é “expulso” pelos homens, não há espaço para Ele. E se Deus não é bem-vindo é porque a festa não é boa e não conduz à verdadeira alegria:

 

Para o homem não existe nada melhor do que comer, beber e encontrar prazer em seu trabalho. E vi que isso também vem da mão de Deus. E quem aproveitou melhor as comidas e os prazeres do que eu? (Eclesiastes 2:24-25).

 

(4) Deus odeia o carnaval porque é um perigo para as pessoas

 

Mas é só uma festinha comum, sem maldades, da nossa cultura! Muitos argumentam isso para participar do carnaval. Porém, a palavra do Senhor é bastante clara sobre o risco de participar de coisas que têm potencial de nos causar males:

Pode alguém colocar fogo no peito sem queimar a roupa?” (Provérbio 6:27 – NVI). Em outras palavras, como alguém pode passar por dentro do esgoto sem que se suje?

Por mais cuidados que se possa tomar, o risco é muito grande. Nossa natureza humana pecaminosa é pendida para o erro, por isso, participar do carnaval (mesmo que com boas intenções) representa um erro.

A Palavra nos ensina claramente: “Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau” (Provérbios 13:20).

Certamente não temos verdadeiros sábios desfrutando daquilo que o carnaval oferece. Os sábios estão onde Deus está e não onde Deus não se agrada de estar.

 

(5) Deus odeia o carnaval porque aquilo que se canta não O agrada

 

Carnaval sem música não existe, não é verdade? E você já reparou naquilo que se canta no carnaval? Já reparou nas letras das músicas que fazem os foliões se alegrarem durante os dias da festa?

Em sua maioria músicas que exaltam a sensualidade, promiscuidade, lascívia e outras coisas que de forma alguma edificam, que de forma alguma exaltam a Deus e a vontade Dele para as nossas vidas.

Como eu posso cantar essas músicas, me alegrar com elas, fazer delas algo positivo em minha vida? Impossível!

Aquilo que se canta no carnaval, em sua maioria, violenta os mandamentos de Deus contidos em Sua palavra, ignorando-os completamente ou até zombando deles, o que faz o Senhor detestar o carnaval e suas músicas.

Será que é possível, com as músicas típicas de carnaval, cumprir o que Deus deseja de nós neste texto?

 

“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo…” (Efésios 5:18-20).

Quem Foi a Esposa de José do Egito?

 

 
 
 


 

A Bíblia diz que a esposa de José do Egito foi uma mulher egípcia chamada Asenate. As poucas referências à mulher de José na Bíblia concentram-se basicamente em Gênesis 41, onde se menciona que ela era filha de Potífera, um sacerdote da cidade de Om. Essa cidade, também conhecida como Heliópolis pelos gregos, ficava localizada na região do delta do Rio Nilo, próxima ao que hoje é a moderna Cairo. Om era um centro de culto solar no Egito, tendo Rá como uma de suas mais importantes divindades.

O nome do pai de Asenate, Potífera, significa “dádiva de Rá”. Assim, é evidente que Asenate foi criada no contexto do politeísmo egípcio e das tradições religiosas associadas ao culto do sol. A Bíblia não fornece informações detalhadas sobre seu cotidiano, mas, como filha de um sacerdote, presume-se que ela pertencia a uma das classes mais privilegiadas da sociedade egípcia da época.

Os estudiosos acreditam que o nome Asenate, por sua vez, seja a transliteração de um nome egípcio, cujo significado sugere “pertencente à (deusa) Neite” ou “dedicada à deusa Neite”, divindade egípcia geralmente associada à guerra e à caça.

 

Como José se casou com sua esposa no Egito?

De acordo com o texto bíblico, o casamento de José e Asenate ocorreu no contexto de sua ascensão ao posto de governador do Egito. O texto simplesmente registra que o próprio Faraó decidiu dar a filha de um sacerdote como esposa a seu novo administrador. Pode ser que Faraó julgasse importante fortalecer os laços entre a família sacerdotal e sua nova autoridade real. José tinha cerca de trinta anos nessa ocasião, e não há menção na Bíblia de qualquer outro casamento por parte dele, o que indica que Asenate talvez tenha sido sua única esposa.

A Bíblia também informa que Asenate teve dois filhos com José durante o período de abundância que precedeu os anos de fome previstos nos sonhos do Faraó. O primeiro filho recebeu o nome de Manassés, que significa “aquele que faz esquecer”. De acordo com o texto, José atribuiu a escolha desse nome ao fato de que Deus o ajudou a esquecer todos os sofrimentos que havia passado até então, incluindo a saudade da casa de seu pai (Gênesis 41:51).

O segundo filho foi chamado de Efraim, que carrega a ideia de “ser frutífero” ou “ser próspero”. José explicou esse nome ao declarar: “Deus me fez próspero na terra da minha aflição” (Gênesis 41:52). Os nomes dos filhos de José, revelavam a esperança e a gratidão que ele nutria, mesmo vivendo em terra estrangeira e distante da casa de seu pai, Jacó.

Mais tarde, no capítulo 48 de Gênesis, o texto bíblico revela que o patriarca Jacó, ao reencontrar José, em certo sentido adotou os seus dois filhos, conferindo-lhes uma bênção especial. Isso fez com que Manassés e Efraim se tornassem pais de tribos dentro de Israel, ao lado dos demais filhos de Jacó.

 

A curiosidade sobre a esposa de José do Egito

Por mais que Asenate possua um papel fundamental na consolidação da família de José, a Bíblia não oferece nenhum detalhe adicional sobre sua vida. Na verdade, sua participação na história bíblica termina tão logo se menciona o nascimento de seus filhos, Manassés e Efraim.

Portanto, não há um registro bíblico a respeito de quando e como a esposa de José teria morrido, tampouco de como ela lidou com a vida na corte egípcia ao lado de José. Também não se sabe exatamente como foi sua relação com o sogro, Jacó, e mesmo com os irmãos de José, que passaram a morar no Egito depois da grande fome que atingiu a Terra.

Esse silêncio é um fenômeno comum em alguns textos do Antigo Testamento, especialmente quando se trata de mulheres que entraram na linhagem ou na história do povo de Israel, mas não tiveram um papel profético ou de liderança explicitamente reconhecido. Além disso, o fato de Asenate ser egípcia desperta ainda mais curiosidade, pois ela foi mãe de dois patriarcas de tribos de Israel, e isso levanta questões sobre sua postura religiosa e seu envolvimento com a fé monoteísta.

 

As teorias da tradição judaica sobre a esposa de José

Diante das lacunas na história de Asenate, a tradição judaica tentou buscar explicações para responder a seguinte questão: Como poderia José, um descendente direto de Jacó, casar-se com uma egípcia filha de um sacerdote pagão e, ainda assim, ter filhos incluídos na aliança de forma plena?

Ao longo do tempo, surgiram várias lendas, interpretações e até textos apócrifos com o objetivo de tratar esse ponto. Por exemplo: o Midrash, gênero de literatura rabínica que muitas vezes elabora e expande histórias bíblicas para fins teológicos ou pedagógicos, propõe duas interpretações principais sobre Asenate.

 

A esposa de José era filha de Diná

Na primeira interpretação, Asenate é identificada como filha de Diná, a única filha de Jacó. Segundo essa narrativa, após o episódio conturbado envolvendo a violação de Diná por Siquém (Gênesis 34), Diná teria engravidado. A menina nascida dessa gravidez, teria sido justamente a aquela que seria a futura esposa de José. Então, a menina foi enviada ao Egito, onde foi acolhida por Potifar como sua filha adotiva.

Nessa versão, o pai adotivo de Asenate seria o mesmo Potifar a quem José serviu no Egito antes de ser aprisionado sob uma falsa acusação. Inclusive, em algumas variações dessa interpretação, supostamente Potifar iria matar José com base nas acusações de sua mulher, mas Asenate teria alertado seu pai adotivo que José era inocente, que decidiu apenas enviá-lo para a prisão.

Além disso, como prova dessa origem israelita de Asenate, o Midrash alega que Jacó teria colocado um amuleto no pescoço da menina antes de ela ser enviada ao Egito, contendo uma inscrição que a dedicava ao Deus de Israel. Então, muitos anos mais tarde, José supostamente teria reconhecido esse amuleto, percebendo que Asenate era, na verdade, parte da casa de Jacó, ao invés de egípcia, e assim, o casamento não implicaria violar sua pureza étnica e religiosa.

 

A esposa de José era uma egípcia convertida à fé israelita

Na segunda interpretação popular dentro da tradição judaica, Asenate seria, de fato, uma mulher egípcia criada no contexto politeísta, mas que, ao conhecer José, converteu-se ao monoteísmo. Sem dúvida, o texto bíblico registra que José estava completamente submisso ao Deus de Israel, e essa fidelidade poderia ter influenciado sua esposa. Dessa forma, a esposa de José poderia ter se tornado uma prosélita, passando a adorar o Deus único e rejeitando os deuses do Egito.

Essa abordagem interpretativa parece ter surgido com o objetivo de destacar a ideia de que, em vários momentos, mulheres estrangeiras foram acolhidas na tradição de Israel ao abraçarem sinceramente a fé e a conduta judaicas, como Rute e Raabe. Nesse sentido, a esposa de José do Egito seria mais um caso de conversão genuína, tornando-se digna de ver seus filhos integrados plenamente ao povo da aliança.

 

O apócrifo José e Asenate

A curiosidade sobre o relacionamento de José e Asenate foi tão significativa que em algum momento deu origem a uma obra apócrifa conhecida como José e Asenate, que traz uma das narrativas mais extensas e romanceadas sobre o encontro do filho de Jacó e sua esposa no Egito.

Essa obra escrita em grego jamais fez parte do cânone bíblico, mas circulou ao menos desde o período helenístico. A obra foi escrita, possivelmente, em Alexandria, entre os séculos 1 a.C. e 2 d.C. Seu autor permanece desconhecido, embora se presuma que fosse judeu, ou pelo menos alguém ligado à cultura judaica na diáspora.

O conteúdo desse livro apócrifo pode ser divido em duas partes, nas quais a história ganha contornos típicos de um romance grego, com muito drama, rejeições, perseguições e reviravoltas, até que finalmente José e Asenate superam as diferenças, e ela se converte ao Deus de Israel, renunciando aos ídolos.

 

Quais informações são confiáveis sobre a esposa de José do Egito?

Tanto as interpretações midráshicas quanto à obra apócrifa José e Asenate, extrapolam tudo o que o texto bíblico apresenta. O livro apócrifo, por exemplo, não passa de um romance épico ficcional, criado provavelmente com a intenção de abordar, no contexto helenizado, questões como a validade dos casamentos mistos, a importância do arrependimento e o papel do povo de Israel em meio a culturas estrangeiras.

Obviamente não se deve atribuir a essa obra nenhuma autoridade histórica sobre o verdadeiro relacionamento de José e Asenate, ainda que, como um documento antigo, a obra tenha a sua utilidade como testemunho do desenvolvimento do pensamento e a da literatura judaicas durante a diáspora.

Quanto às interpretações midráshicas sobre a história de Asenate, embora essas versões também não façam parte do cânone bíblico e nem possam ser comprovadas, elas demonstram a preocupação do pensamento rabínico em explicar como Manassés e Efraim, descendentes de Asenate, puderam receber bênçãos tão importantes a ponto de se tornarem tribos de Israel. Parece que o objetivo dessas tradições é explicar que a providência divina conduziu a história de modo a garantir que a linhagem de Jacó continuasse intacta, livre de implicações negativas que poderiam advir de casamentos mistos, e assim satisfazer as expectativas teológicas e identitárias do povo judeu.

Entre as duas versões, obviamente a ideia de que Asenate se converteu ao Deus de Israel é a interpretação mais natural e coerente com o relato bíblico, ao invés da versão em que a esposa de José seria originalmente filha de Diná — apesar de esta ser uma visão muito popular no judaísmo, ainda que pareça fantasiosa e dependente de arranjos interpretativos.

Portanto, a única informação realmente confiável sobre a esposa de José no Egito é aquela registrada no livro de Gênesis na Bíblia, onde Asenate é simplesmente apresentada como filha de um sacerdote egípcio. Assim, não é difícil pensar que Asenate tenha ouvido os relatos de José acerca das promessas divinas, assumido a fé no Deus de Israel e abandonado seus antigos deuses.

Seja como for, o importante é saber que a vida de José era marcada pela providência divina, e seu exílio era parte do plano maior não apenas para salvar muitos povos da fome, mas para preservar a família da aliança dentro da história da redenção. Nesse contexto, a misteriosa esposa de José no Egito foi mais uma prova de como Deus pode conduzir Sua promessa mesmo em circunstâncias improváveis, escolhendo e transformando a filha de um sacerdote egípcio, numa matriarca da linhagem de Israel.