A Bíblia não fala muito sobre a vida de Maria, mas diz que ela foi muito abençoada, porque foi escolhida para ser a mãe do Salvador do mundo. Em Maria temos um grande exemplo de como o Deus perfeito e imortal pode habitar dentro de um ser humano pecador, transformando sua vida. Podemos aprender muito com a vida de Maria.
Maria descobre que vai ficar grávida
Maria era uma jovem que morava na cidade de Nazaré, na região da Galileia. Ela estava noiva de um homem chamado José, mas ainda não tinham casado quando um anjo falou com ela. O anjo se chamava Gabriel e contou a Maria que ela era muito abençoada, porque Deus a tinha escolhido para dar à luz o Salvador do mundo (Lucas 1:30-33). Esse era o rei prometido por Deus, que os judeus esperavam há vários séculos.
Maria ficou um pouco confusa sobre como poderia ter um filho se ainda era virgem. Então o anjo Gabriel explicou que a criança seria gerada pelo Espírito Santo, não por meios naturais, porque a criança seria verdadeiramente o Filho de Deus. Como prova que aquilo que dizia era verdade, o anjo contou a Maria que sua prima Isabel, que era estéril e idosa, também iria ter um filho em breve (Lucas 1:35-37).
Maria creu na mensagem vinda de Deus e concordou em se tornar a mãe de Jesus (Lucas 1:38). Como o anjo tinha predito, ela ficou grávida ainda virgem, cumprindo assim a profecia do Antigo Testamento: “a virgem ficará grávida” (Isaías 7:14).
Maria visita Isabel
Quando ouviu que sua prima estava grávida, Maria foi visitar Isabel. O anjo Gabriel tinha profetizado que o filho de Isabel, João Batista, iria preparar o caminho para a vinda do Salvador. Quando Maria, já grávida, chegou na casa de Isabel, o bebê dentro de Isabel saltou de alegria! Assim, Isabel soube logo que Maria estava grávida do Salvador (Lucas 1:42-44).
Diante desse acontecimento, Maria compôs uma canção glorificando a Deus. Ela reconheceu Deus como seu Salvador e profetizou que ela seria para sempre reconhecida como uma mulher muito abençoada (Lucas 1:46-49). Maria não se tornou arrogante, mas deu todo o louvor a Deus.
O nascimento de Jesus
Chegou uma hora em que José, o noivo de Maria, descobriu que ela estava grávida. Ele achou que ela tinha sido infiel, mas um anjo lhe explicou a situação e lhe deu o nome do menino: Jesus. Por isso, José casou com Maria, mas eles não tiveram relações até ela dar à luz ().
Na época em que Maria deveria ter o filho, o casal foi para Belém, por causa de um recenseamento. A cidade estava muito cheia, então quando o menino nasceu, tiveram de o colocar dentro de uma manjedoura, por não terem outro lugar para ele (Lucas 2:6-7). Maria foi a mãe do Salvador do mundo, mas não teve nenhum tratamento especial na hora do parto!
Quando o menino nasceu, pastores de ovelhas visitaram a família, porque tinham sido avisados sobre o nascimento de Jesus por anjos. Depois disso, Maria e José dedicaram seu filho a Deus no templo, como era costume entre os judeus. Lá, eles receberam profecias sobre como o menino iria mudar o mundo. Maria guardou todos esses acontecimentos em sua memória e refletiu sobre eles (Lucas 2:19).
Depois de uma visita de magos do Oriente, Maria e José tiveram de fugir com seu filho para o Egito, porque o rei Herodes queria matar o menino. Eles ficaram algum tempo no Egito, depois voltaram e moraram em Nazaré, onde Jesus cresceu.
Maria perde seu filho em Jerusalém
Todos os anos, Maria e José iam para Jerusalém com outros parentes para celebrarem a Páscoa. Quando Jesus fez 12 anos, ele também foi com eles. Quando a festa terminou, os pais começaram a viagem para casa, mas não repararam que Jesus não estava com eles! Certamente, o menino estaria com algum de seus primos. Mas, ao fim de um dia de caminhada, não encontraram seu filho.
Maria e José voltaram para Jerusalém e procuraram Jesus por três dias. Por fim encontraram seu filho no templo, conversando com os professores que explicavam as Escrituras (Lucas 2:46-47). Maria ralhou Jesus. Ela e José tinham ficado muito aflitos e preocupados com ele! Jesus explicou que o templo era a casa de seu Pai, mas Maria e José não entenderam do que ele estava falando (Lucas 2:48-50).
No fim, tudo acabou bem e Jesus não deu mais trabalho a seus pais. Mas esse acontecimento também ficou gravado na memória de Maria.
Maria e o ministério de Jesus
Quando Jesus começou seu ministério, ele foi para um casamento na cidade de Caná e Maria também foi. A certa altura, Maria contou a Jesus que o vinho tinha acabado, uma situação muito embaraçosa para os noivos (João 2:1-3). Jesus não tinha realizado nenhum milagre e explicou à sua mãe que sua hora ainda não tinha chegado. Parece que Maria esperava que ele assumisse seu lugar como Rei de Israel, mas Jesus sabia que ainda era cedo para isso.
Depois Maria disse aos empregados que eles deveriam fazer o que Jesus lhes ordenasse (João 2:4-5). Jesus mandou encher vários potes grandes com água e a água se transformou em vinho da melhor qualidade! Esse foi seu primeiro milagre.
Mais tarde durante seu ministério, os parentes de Jesus acharam que ele não estava bem da cabeça e tentaram impedi-lo de continuar a pregar. Em uma ocasião, Maria veio com seus outros filhos para visitar Jesus onde ele estava pregando. Porém, havia uma multidão no seu caminho. Por isso, enviaram uma mensagem a Jesus, pedindo para ele parar de pregar um pouco para conversar com eles (Marcos 3:31-32). Jesus usou a ocasião para explicar que sua verdadeira família são todos aqueles que fazem a vontade de Deus (Marcos 3:33-35).
Jesus não rejeitou sua mãe, mas também não permitiu que ela atrapalhasse seu ministério. Apesar de amar sua mãe, ele tinha de cumprir a vontade de Deus acima de tudo. Seus discípulos também eram sua família.
A crucificação
Maria foi testemunha da crucificação de Jesus. Ela ficou ao pé da cruz enquanto ele sofria, junto com o apóstolo João. Ao vê-los, Jesus encomendou sua mãe aos cuidados de João. A partir desse dia, João passou a receber Maria como parte de sua família ().
Como filho mais velho, Jesus teria a responsabilidade de cuidar de sua mãe na sua velhice. Mesmo quando estava cumprindo seu propósito de salvar a humanidade, Jesus não se esqueceu de garantir que sua mãe estava bem cuidada. Com esse ato, ele mostrou que cada pessoa individualmente é importante para Deus. Ele se preocupa com todos os detalhes de nossas vidas.
O dia de Pentecostes
Depois que Jesus morreu e ressuscitou, Maria e os irmãos de Jesus se juntaram aos outros discípulos em oração, aguardando a vinda do Espírito Santo (Atos dos Apóstolos 1:14). A família de sangue e a família espiritual estavam finalmente unidas, pela sua fé em Jesus.
No dia de Pentecostes, estavam todos reunidos em um só lugar orando, quando o Espírito Santo desceu sobre eles como línguas de fogo. Eles começaram a falar em outras línguas e a pregar sobre Jesus para outras pessoas e, nesse dia, três mil pessoas se converteram!
Depois disso, a Bíblia não nos conta mais nada sobre a vida de Maria.
Por que Deus escolheu Maria para ser mãe de Jesus?
Maria foi escolhida por causa da graça de Deus. Os textos onde Maria é apresentada e que também falam do nascimento de Jesus Cristo não dizem o motivo da escolha.
Não sabemos muito sobre Maria, mas o pouco que diz a Bíblia é que era uma virgem, de Belém, da linhagem de Davi, noiva de José, tinha por parente Isabel (a esposa do sacerdote Zacarias e mãe de João Batista), teve outros filhos depois do nascimento de Jesus e seguiu-o em seu ministério.
O que diz o Antigo Testamento acerca de Maria?
O Antigo Testamento traz uma referência a quem viria a ser a mãe de Jesus. O Messias viria da linhagem de Davi, nasceria de uma virgem (Isaías 7:14), que seria de Belém (Miquéias 5:2). Com certeza havia muitas jovens virgens de boa reputação naquela época, que viviam em Belém. Mas Deus, escolheu-a, e Maria foi agraciada, ou seja, recebeu o privilégio de dar à luz ao salvador do mundo.
Qual foi a atitude de Maria?
Maria tinha um coração humilde. Quando ela foi visitada pelo anjo, ficou perturbada com a saudação dele (Lucas 1:29), mas aceitou o seu papel. Ela louvou a Deus com um cântico, considerou-se uma serva, literalmente escrava (Lucas 1:48). Ela demonstrou uma atitude de submissão.
Por que ela não deve ser adorada?
Porque ela era uma mulher como qualquer outra. Só devemos adorar a Deus, não a homens (Êxodo 20:2-5). A Bíblia diz que Maria foi agraciada, ou seja, achou graça aos olhos do Senhor. A palavra graça, na língua original (grega), quer dizer favor imerecido, ou seja, ela recebeu o privilégio, pela graça de Deus e sem merecer, de ser a mãe de Jesus, colocando-a assim ao mesmo nível de qualquer outra mulher.
No primeiro milagre de Jesus, ela reconheceu quem ela era e quem era Jesus, submetendo-se à vontade dele, mandando os discípulos ter com ele e fazer o que lhes ordenasse, pois ela nada poderia fazer (João 2:1-5). Maria foi muito privilegiada por ter sido escolhida para ser a mãe de Jesus, o Messias tão aguardado pela humanidade. Mas ela não foi a mãe de Deus, porque ela não O gerou, foi o Espírito Santo que gerou Cristo dentro do corpo dela.
Maria teve outros filhos além de Jesus? Quem eram os irmãos de Jesus?
Sim, Maria muito provavelmente teve outros filhos além de Jesus. A evidência bíblica sugere fortemente que Maria teve outros filhos. A Bíblia diz que Jesus tinha quatro irmãos (Tiago, José, Judas e Simão) e pelo menos duas irmãs (Marcos 6:3). Maria era virgem quando Jesus nasceu mas nada na Bíblia indica que ela se manteve virgem depois disso.
Irmãos ou primos?
A Bíblia diz que Jesus tinha irmãos, não primos. Na língua hebraica não se fazia distinção entre irmão e primo mas o Novo Testamento foi escrito em grego, que tem uma palavra para “irmão” e outra distinta para designar “primo”. Os escritores do Novo Testamento, nas referências acerca de Jesus, usaram a palavra “irmão” (adelfos).
Alguns argumentam que o Novo Testamento foi escrito por judeus e para judeus e por isso usaram a palavra grega para “irmão” no sentido hebraico de parente. Mas Lucas era gentio e estava escrevendo para gentios e ele usou a palavra irmão (Lucas 8:19-20). Lucas foi muito cuidadoso na sua escrita e teria usado a palavra “primo” (anepsios) se não fossem realmente os irmãos de Jesus.
Filhos de Maria?
A Bíblia não diz que os irmãos de Jesus eram filhos de Maria. Mas também não diz que eram filhos somente de José. Por outro lado, os irmãos de Jesus são mencionados quase sempre com a mãe de Jesus (Mateus 12:46). Claramente eram muito ligados à Maria. E, embora possa ter outros significados, a palavra “adelfos” significa literalmente “saídos do mesmo útero”. Não está explícito que eram filhos de Maria mas está implícito.
Um argumento um pouco confuso sugere que os irmãos de Jesus eram na verdade seus discípulos. Jesus tinha discípulos com o mesmo nome que seus irmãos mas, tal como acontece hoje, esses nomes eram muito comuns. Muitos naquela época se chamavam Tiago, José, Judas, Simão e até Jesus! Só entre os Doze Apóstolos havia dois homens chamados Simão, dois Tiago e dois chamados Judas. E os irmãos de Jesus não eram seus discípulos no início; eles pensavam que ele estava louco (Marcos 3:21; João 7:3-5).
Maria, sempre virgem?
Nada na Bíblia sugere que Maria ficou sempre virgem nem que precisava manter-se virgem depois do nascimento de Jesus. Isso vem de duas ideias erradas:
- Sexo é pecado
- Maria nunca pecou
Na verdade a Bíblia ensina que todos pecaram (Romanos 3:23). Maria não é contada como exceção. Só Jesus nunca pecou. Tal como Jesus esteve dentro de Maria, pecadora como nós, Ele habita também dentro de cada pecador que se arrepende.
O sexo (dentro do casamento) não é pecado. O primeiro mandamento que Deus deu à humanidade foi para se multiplicar (Gênesis 1:28). Jesus nasceu de uma virgem para confirmar Sua natureza divina. Nada indica que depois disso Maria e José não tiveram um casamento normal e aprovado por Deus, produzindo filhos.
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