Em sua
visão em Apocalipse 19:7-10, João viu e ouviu as multidões celestiais
louvando a Deus porque a festa das bodas do Cordeiro - literalmente, a
“ceia das bodas” - estava prestes a começar. O conceito da ceia das
bodas é mais bem compreendido à luz dos costumes do casamento no tempo
de Cristo.
Esses costumes do casamento tinham três partes
principais. Primeiro, um contrato de casamento era assinado pelos pais
da noiva e do noivo, e os pais do noivo ou o próprio noivo pagariam um
dote à noiva ou aos pais dela. Isso dava início ao período de noivado.
Esse período foi aquele em que José e Maria estavam quando ela
engravidou do Espírito Santo (Mateus 1:18; Lucas 2:5).
O segundo
passo no processo geralmente ocorria um ano depois, quando o noivo,
acompanhado por seus amigos homens, ia à casa da noiva à meia-noite,
criando um desfile de tochas pelas ruas. A noiva sabia de antemão que
isso aconteceria, e assim estaria pronta com suas donzelas, e todas elas
se juntariam ao desfile e acabariam na casa do noivo. Esse costume é a
base da parábola das dez virgens em Mateus 25:1–13. A terceira fase era a
própria ceia das bodas, a qual podia durar dias, conforme ilustrado
pelo casamento em Caná em João 2:1-2.
O que a visão de João em
Apocalipse retrata é a festa de casamento do Cordeiro (Jesus Cristo) e
Sua noiva (a Igreja) em sua terceira fase. A implicação é que as duas
primeiras fases já ocorreram. A primeira fase foi completada na terra
quando cada crente colocou sua fé em Cristo como Salvador. O dote pago
aos pais do noivo (Deus Pai) seria o sangue de Cristo derramado em nome
da Noiva. A Igreja hoje na terra, então, é a “noiva” de Cristo e, como
as virgens prudentes da parábola, todos os crentes devem estar
observando e esperando pela aparição do Esposo (o arrebatamento). A
segunda fase simboliza o arrebatamento da Igreja, quando Cristo vem
reivindicar Sua noiva e levá-la para a casa do Pai. A ceia das bodas
segue então como o terceiro e último passo. É nossa opinião que a ceia
das bodas do Cordeiro acontece no céu entre o arrebatamento e a segunda
vinda (durante a tribulação na terra).
Não só a Igreja vai
participar da festa de casamento como a noiva de Cristo, mas também
outros. Esses "outros" incluem os santos do Antigo Testamento - eles
ainda não terão ressuscitado, mas suas almas/espíritos estarão no céu
conosco. Como o anjo disse a João para escrever: “Bem-aventurados
aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro” (Apocalipse
19:9). A ceia das bodas do Cordeiro é uma celebração gloriosa de todos
os que estão em Cristo!
terça-feira, 30 de abril de 2024
O que é a ceia das bodas do Cordeiro?
sábado, 27 de abril de 2024
Quem foi Maria, mãe de Jesus?
A Bíblia não fala muito sobre a vida de Maria, mas diz que ela foi muito abençoada, porque foi escolhida para ser a mãe do Salvador do mundo. Em Maria temos um grande exemplo de como o Deus perfeito e imortal pode habitar dentro de um ser humano pecador, transformando sua vida. Podemos aprender muito com a vida de Maria.
Maria descobre que vai ficar grávida
Maria era uma jovem que morava na cidade de Nazaré, na região da Galileia. Ela estava noiva de um homem chamado José, mas ainda não tinham casado quando um anjo falou com ela. O anjo se chamava Gabriel e contou a Maria que ela era muito abençoada, porque Deus a tinha escolhido para dar à luz o Salvador do mundo (Lucas 1:30-33). Esse era o rei prometido por Deus, que os judeus esperavam há vários séculos.
Maria ficou um pouco confusa sobre como poderia ter um filho se ainda era virgem. Então o anjo Gabriel explicou que a criança seria gerada pelo Espírito Santo, não por meios naturais, porque a criança seria verdadeiramente o Filho de Deus. Como prova que aquilo que dizia era verdade, o anjo contou a Maria que sua prima Isabel, que era estéril e idosa, também iria ter um filho em breve (Lucas 1:35-37).
Maria creu na mensagem vinda de Deus e concordou em se tornar a mãe de Jesus (Lucas 1:38). Como o anjo tinha predito, ela ficou grávida ainda virgem, cumprindo assim a profecia do Antigo Testamento: “a virgem ficará grávida” (Isaías 7:14).
Maria visita Isabel
Quando ouviu que sua prima estava grávida, Maria foi visitar Isabel. O anjo Gabriel tinha profetizado que o filho de Isabel, João Batista, iria preparar o caminho para a vinda do Salvador. Quando Maria, já grávida, chegou na casa de Isabel, o bebê dentro de Isabel saltou de alegria! Assim, Isabel soube logo que Maria estava grávida do Salvador (Lucas 1:42-44).
Diante desse acontecimento, Maria compôs uma canção glorificando a Deus. Ela reconheceu Deus como seu Salvador e profetizou que ela seria para sempre reconhecida como uma mulher muito abençoada (Lucas 1:46-49). Maria não se tornou arrogante, mas deu todo o louvor a Deus.
O nascimento de Jesus
Chegou uma hora em que José, o noivo de Maria, descobriu que ela estava grávida. Ele achou que ela tinha sido infiel, mas um anjo lhe explicou a situação e lhe deu o nome do menino: Jesus. Por isso, José casou com Maria, mas eles não tiveram relações até ela dar à luz ().
Na época em que Maria deveria ter o filho, o casal foi para Belém, por causa de um recenseamento. A cidade estava muito cheia, então quando o menino nasceu, tiveram de o colocar dentro de uma manjedoura, por não terem outro lugar para ele (Lucas 2:6-7). Maria foi a mãe do Salvador do mundo, mas não teve nenhum tratamento especial na hora do parto!
Quando o menino nasceu, pastores de ovelhas visitaram a família, porque tinham sido avisados sobre o nascimento de Jesus por anjos. Depois disso, Maria e José dedicaram seu filho a Deus no templo, como era costume entre os judeus. Lá, eles receberam profecias sobre como o menino iria mudar o mundo. Maria guardou todos esses acontecimentos em sua memória e refletiu sobre eles (Lucas 2:19).
Depois de uma visita de magos do Oriente, Maria e José tiveram de fugir com seu filho para o Egito, porque o rei Herodes queria matar o menino. Eles ficaram algum tempo no Egito, depois voltaram e moraram em Nazaré, onde Jesus cresceu.
Maria perde seu filho em Jerusalém
Todos os anos, Maria e José iam para Jerusalém com outros parentes para celebrarem a Páscoa. Quando Jesus fez 12 anos, ele também foi com eles. Quando a festa terminou, os pais começaram a viagem para casa, mas não repararam que Jesus não estava com eles! Certamente, o menino estaria com algum de seus primos. Mas, ao fim de um dia de caminhada, não encontraram seu filho.
Maria e José voltaram para Jerusalém e procuraram Jesus por três dias. Por fim encontraram seu filho no templo, conversando com os professores que explicavam as Escrituras (Lucas 2:46-47). Maria ralhou Jesus. Ela e José tinham ficado muito aflitos e preocupados com ele! Jesus explicou que o templo era a casa de seu Pai, mas Maria e José não entenderam do que ele estava falando (Lucas 2:48-50).
No fim, tudo acabou bem e Jesus não deu mais trabalho a seus pais. Mas esse acontecimento também ficou gravado na memória de Maria.
Maria e o ministério de Jesus
Quando Jesus começou seu ministério, ele foi para um casamento na cidade de Caná e Maria também foi. A certa altura, Maria contou a Jesus que o vinho tinha acabado, uma situação muito embaraçosa para os noivos (João 2:1-3). Jesus não tinha realizado nenhum milagre e explicou à sua mãe que sua hora ainda não tinha chegado. Parece que Maria esperava que ele assumisse seu lugar como Rei de Israel, mas Jesus sabia que ainda era cedo para isso.
Depois Maria disse aos empregados que eles deveriam fazer o que Jesus lhes ordenasse (João 2:4-5). Jesus mandou encher vários potes grandes com água e a água se transformou em vinho da melhor qualidade! Esse foi seu primeiro milagre.
Mais tarde durante seu ministério, os parentes de Jesus acharam que ele não estava bem da cabeça e tentaram impedi-lo de continuar a pregar. Em uma ocasião, Maria veio com seus outros filhos para visitar Jesus onde ele estava pregando. Porém, havia uma multidão no seu caminho. Por isso, enviaram uma mensagem a Jesus, pedindo para ele parar de pregar um pouco para conversar com eles (Marcos 3:31-32). Jesus usou a ocasião para explicar que sua verdadeira família são todos aqueles que fazem a vontade de Deus (Marcos 3:33-35).
Jesus não rejeitou sua mãe, mas também não permitiu que ela atrapalhasse seu ministério. Apesar de amar sua mãe, ele tinha de cumprir a vontade de Deus acima de tudo. Seus discípulos também eram sua família.
A crucificação
Maria foi testemunha da crucificação de Jesus. Ela ficou ao pé da cruz enquanto ele sofria, junto com o apóstolo João. Ao vê-los, Jesus encomendou sua mãe aos cuidados de João. A partir desse dia, João passou a receber Maria como parte de sua família ().
Como filho mais velho, Jesus teria a responsabilidade de cuidar de sua mãe na sua velhice. Mesmo quando estava cumprindo seu propósito de salvar a humanidade, Jesus não se esqueceu de garantir que sua mãe estava bem cuidada. Com esse ato, ele mostrou que cada pessoa individualmente é importante para Deus. Ele se preocupa com todos os detalhes de nossas vidas.
O dia de Pentecostes
Depois que Jesus morreu e ressuscitou, Maria e os irmãos de Jesus se juntaram aos outros discípulos em oração, aguardando a vinda do Espírito Santo (Atos dos Apóstolos 1:14). A família de sangue e a família espiritual estavam finalmente unidas, pela sua fé em Jesus.
No dia de Pentecostes, estavam todos reunidos em um só lugar orando, quando o Espírito Santo desceu sobre eles como línguas de fogo. Eles começaram a falar em outras línguas e a pregar sobre Jesus para outras pessoas e, nesse dia, três mil pessoas se converteram!
Depois disso, a Bíblia não nos conta mais nada sobre a vida de Maria.
Por que Deus escolheu Maria para ser mãe de Jesus?
Maria foi escolhida por causa da graça de Deus. Os textos onde Maria é apresentada e que também falam do nascimento de Jesus Cristo não dizem o motivo da escolha.
Não sabemos muito sobre Maria, mas o pouco que diz a Bíblia é que era uma virgem, de Belém, da linhagem de Davi, noiva de José, tinha por parente Isabel (a esposa do sacerdote Zacarias e mãe de João Batista), teve outros filhos depois do nascimento de Jesus e seguiu-o em seu ministério.
O que diz o Antigo Testamento acerca de Maria?
O Antigo Testamento traz uma referência a quem viria a ser a mãe de Jesus. O Messias viria da linhagem de Davi, nasceria de uma virgem (Isaías 7:14), que seria de Belém (Miquéias 5:2). Com certeza havia muitas jovens virgens de boa reputação naquela época, que viviam em Belém. Mas Deus, escolheu-a, e Maria foi agraciada, ou seja, recebeu o privilégio de dar à luz ao salvador do mundo.
Qual foi a atitude de Maria?
Maria tinha um coração humilde. Quando ela foi visitada pelo anjo, ficou perturbada com a saudação dele (Lucas 1:29), mas aceitou o seu papel. Ela louvou a Deus com um cântico, considerou-se uma serva, literalmente escrava (Lucas 1:48). Ela demonstrou uma atitude de submissão.
Por que ela não deve ser adorada?
Porque ela era uma mulher como qualquer outra. Só devemos adorar a Deus, não a homens (Êxodo 20:2-5). A Bíblia diz que Maria foi agraciada, ou seja, achou graça aos olhos do Senhor. A palavra graça, na língua original (grega), quer dizer favor imerecido, ou seja, ela recebeu o privilégio, pela graça de Deus e sem merecer, de ser a mãe de Jesus, colocando-a assim ao mesmo nível de qualquer outra mulher.
No primeiro milagre de Jesus, ela reconheceu quem ela era e quem era Jesus, submetendo-se à vontade dele, mandando os discípulos ter com ele e fazer o que lhes ordenasse, pois ela nada poderia fazer (João 2:1-5). Maria foi muito privilegiada por ter sido escolhida para ser a mãe de Jesus, o Messias tão aguardado pela humanidade. Mas ela não foi a mãe de Deus, porque ela não O gerou, foi o Espírito Santo que gerou Cristo dentro do corpo dela.
Maria teve outros filhos além de Jesus? Quem eram os irmãos de Jesus?
Sim, Maria muito provavelmente teve outros filhos além de Jesus. A evidência bíblica sugere fortemente que Maria teve outros filhos. A Bíblia diz que Jesus tinha quatro irmãos (Tiago, José, Judas e Simão) e pelo menos duas irmãs (Marcos 6:3). Maria era virgem quando Jesus nasceu mas nada na Bíblia indica que ela se manteve virgem depois disso.
Irmãos ou primos?
A Bíblia diz que Jesus tinha irmãos, não primos. Na língua hebraica não se fazia distinção entre irmão e primo mas o Novo Testamento foi escrito em grego, que tem uma palavra para “irmão” e outra distinta para designar “primo”. Os escritores do Novo Testamento, nas referências acerca de Jesus, usaram a palavra “irmão” (adelfos).
Alguns argumentam que o Novo Testamento foi escrito por judeus e para judeus e por isso usaram a palavra grega para “irmão” no sentido hebraico de parente. Mas Lucas era gentio e estava escrevendo para gentios e ele usou a palavra irmão (Lucas 8:19-20). Lucas foi muito cuidadoso na sua escrita e teria usado a palavra “primo” (anepsios) se não fossem realmente os irmãos de Jesus.
Filhos de Maria?
A Bíblia não diz que os irmãos de Jesus eram filhos de Maria. Mas também não diz que eram filhos somente de José. Por outro lado, os irmãos de Jesus são mencionados quase sempre com a mãe de Jesus (Mateus 12:46). Claramente eram muito ligados à Maria. E, embora possa ter outros significados, a palavra “adelfos” significa literalmente “saídos do mesmo útero”. Não está explícito que eram filhos de Maria mas está implícito.
Um argumento um pouco confuso sugere que os irmãos de Jesus eram na verdade seus discípulos. Jesus tinha discípulos com o mesmo nome que seus irmãos mas, tal como acontece hoje, esses nomes eram muito comuns. Muitos naquela época se chamavam Tiago, José, Judas, Simão e até Jesus! Só entre os Doze Apóstolos havia dois homens chamados Simão, dois Tiago e dois chamados Judas. E os irmãos de Jesus não eram seus discípulos no início; eles pensavam que ele estava louco (Marcos 3:21; João 7:3-5).
Maria, sempre virgem?
Nada na Bíblia sugere que Maria ficou sempre virgem nem que precisava manter-se virgem depois do nascimento de Jesus. Isso vem de duas ideias erradas:
- Sexo é pecado
- Maria nunca pecou
Na verdade a Bíblia ensina que todos pecaram (Romanos 3:23). Maria não é contada como exceção. Só Jesus nunca pecou. Tal como Jesus esteve dentro de Maria, pecadora como nós, Ele habita também dentro de cada pecador que se arrepende.
O sexo (dentro do casamento) não é pecado. O primeiro mandamento que Deus deu à humanidade foi para se multiplicar (Gênesis 1:28). Jesus nasceu de uma virgem para confirmar Sua natureza divina. Nada indica que depois disso Maria e José não tiveram um casamento normal e aprovado por Deus, produzindo filhos.
terça-feira, 16 de abril de 2024
5 Mulheres improváveis na Genealogia de Jesus
Quando olhamos para a genealogia de Jesus, vemos um grande segredo a ser descoberto. Pois a intenção de Mateus ao escrevê-la era comprovar para os Judeus que Ele era o Messias, a respeito de quem Moisés e os profetas haviam testemunhado.
Visto que Abraão fora informado por Deus de que o Messias seria seu descendente (Gênesis 22:18 e Gálatas 3:16), Mateus traça a Sua genealogia desde Abraão. Diferentemente de Lucas (Lucas 3:23-38), que além de fazer o caminho inverso, vai de Jesus até Adão. Pois sua intenção era escrever para os gentios gregos.
Como na cultura hebraica o pai era a figura principal da família. Mateus baseia sua lista dos ancestrais de Jesus nos nomes masculinos. Contudo, surpreendentemente, no meio de tantos nomes de homens, aparecem os nomes de cinco mulheres improváveis, são elas: Tamar, Raabe, Rute, Bate-Seba e Maria.
O que surpreende nesta lista, é que Mateus, além de incluir o nome das mulheres, contrariando as regras da cultura hebraica, ele ignora os fatos. Pois, três delas não eram judias, uma foi prostituta, outra uma adúltera e, uma delas, teve um filho do próprio sogro.
Elas tinham seus nomes, exceto Rute, envolvidos em escândalos, o que, na visão de qualquer outro historiador não cristão, seria motivo para excluí-las da sua lista, com receio de manchar a imagem de Jesus.
Sendo assim, vamos conhecer um pouco melhor de cada uma dessas mulheres improváveis que entraram para a história fazendo parte da genealogia de Jesus.
Genealogia de Jesus: 5 Mulheres na linhagem de Jesus
1. Tamar
“E Judá gerou, de Tamar, a Perez e a Zerá” (Mateus 1:3)
Tamar teve um filho de Judá, seu sogro, naquela história na qual ela se disfarçou de prostituta a fim de enganá-lo (Gênesis 38:1-30), esta criança está incluída na genealogia de Jesus.
2. Raabe
“E Salmom gerou, de Raabe, a Boaz.” (Mateus 1:5a)
Raabe entrou para a genealogia de Jesus, mesmo sendo uma prostituta na Cidade de Jericó. Contudo, ela recebeu a salvação por ter dado abrigo aos espiões israelitas. Sendo assim mais tarde, ela se casou com um hebreu e dessa união nasceu um ancestral de Jesus (Josué 2:1-21).
3. Rute
“Boaz gerou de Rute a Obede.” (Mateus 1:5b)
Rute era a nora de Noemi e, embora fosse uma mulher de excelente caráter, ela não era judia, fato este suficiente para excluí-la de qualquer outra lista tradicional hebraica (Rute 1-4).
Contudo, ela entrou para a genealogia de Jesus, pois Deus não olha para o passado da pessoa, mas sim, para o coração arrependido. Rute foi uma jovem guerreira, após ficar viúva do seu primeiro marido, ela deixou tudo para trás e passou a acompanhar sua sogra Noemi, e mais, ela passou a adorar o Deus da sua sogra, o qual era e é o único e verdadeiro Deus.
4. Bate-Seba
“E Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias.” (Mateus 1:6)
Bate-Seba não somente tem o seu nome mencionado, como também Mateus faz questão de lembrar que ela fora a mulher de Urias, a quem Davi mandou matar, para esconder o adultério que havia praticado com ela (2 Samuel 11; 1-27).
“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.” (Mateus 1:18)
Mariaera uma jovem humilde nascida na pequena Cidade de Nazaré, onde ninguém esperava que pudesse vir algo bom de lá. Ela ainda não era casada e estava apenas noiva de José, contudo, ela se entregou ao Senhor, quando o anjo lhe apareceu e disse que ela ficaria grávida.
Essa entrega de coração e alma, a fez com que entrasse para a genealogia de Jesus, como a mulher mais importante para a história da redenção. Ela não se importou com os riscos de apedrajamento, desprezo e abandona, porém, ela creu que quem falava com ela e fazia a promessa, era fiel para cumprir.
Lição que aprendemos com as mulheres descritas na Genealogia de Jesus
Não podemos nos esquecer de que a bíblia foi escrita por homens. Porém, estes, como nos lembra Pedro, não falaram por si mesmos, mas falaram inspirados pelo Espírito Santo (2 Pedro 1
O grande segredo é que Deus não vê como o homem vê, nós temos olhares julgadores, de condenação, mas Deus olha e enxerga um coração contrito e aquebrantado. Arrependido de todo o pecado cometido, acredite Deus não enviou Seu filho para os bons, mas sim para os pecadores que necessitavam de salvação.
Ele deseja que nós entendamos esta verdade, não apenas para aplicá-la à nossa própria vida, mas para nos ajudar a entender como devemos considerar e tratar as pessoas que erram.
Enfim, a lição aqui é Deus escolhe os improváveis, aqueles que ninguém dá nada, que ninguém acredita e faz assentar com princípes.
HAMARTIOLOGIA – Doutrina do Pecado
I. A ORIGEM DO PECADO
A) Em Relação a Deus
Deus
não pode pecar, e no entanto o plano de Deus “precisaria” ter
incluído a permissão para a entrada do pecado no mundo, já que desde a
eternidade incluía um Salvador.
B) Em Relação a Satanás
O
pecado foi achado em satanás (Ez 28.15). Esta afirmação é o mais
próximo que a Bíblia chega de uma indicação da origem do pecado.
C) Em Relação a Anjos
Alguns deles seguiram a satanás em seu pecado.
D) Em Relação ao Homem
O pecado originou-se no Éden.
II. A DEFINIÇÃO DE PECADO
A) O Pecado é uma ilusão:
Esta
idéia (errônea) assume vária formas de expressão; e.g., nossa falta
de conhecimento é a razão pela qual temos a ilusão do pecado; ou,
quando a evolução tiver tido tempo suficiente para nos ajudar a
progredir, a ilusão do pecado desaparecerá.
B) O Pecado é o eterno princípio do dualismo:
Sendo o Mal uma entidade externa a Deus é independente dEle.
C) O Pecado é o egoísmo:
Esta é a definição ouvida com maior freqüência. É bíblica mas incompleta e insuficiente.
D) O Pecado é a violação da Lei:
Esta
definição também é bíblica mas insuficiente, a não ser que o
conceito de lei seja estendido de modo a compreender todo o caráter de
Deus.
E) O Pecado é qualquer coisa contrária ao Caráter de Deus.
III. PECADO PESSOAL
A) Significado:
O
pecado é cometido por indivíduos. Podem ser pecados deliberados ou
pecados por ignorância. Errar o alvo também implica atingir o alvo
errado.
B) Penalidade:
Perda de comunhão.
C) Remédio:
Perdão – Retira a culpa produzida pelo pecado.
Justificação – Declaração da atribuição da justiça de Cristo ao pecador que crê e é perdoado.
IV. A NATUREZA PECAMINOSA
A) Significado:
A
Natureza pecaminosa é a capacidade e inclinação humana para fazer tudo
aquilo que nos torna reprováveis aos olhos de Deus.
B) Passagens Bíblicas relacionadas:
2Co 4.4; Ef 4.18; Rm 1.18- 3.20
C) Resultado da natureza pecaminosa:
Depravação total (Absoluta falta de mérito do homem perante Deus)
Morte Espiritual.
D) Transmissão da natureza pecaminosa:
Dos pais para os filhos (Sl 51.5).
E) Remédio:
Redenção, que nos concede nova natureza (regeneração) e uma nova capacidade de servir a Cristo.
O Poder do Espírito que habita no crente para dar vitória sobre a natureza pecaminosa, que já foi julgada.
V. PECADO IMPUTADO
A) Significado:
O resultado da participação de cada homem no pecado original de Adão.
B) Texto-chave:
Romanos 5.12 – Toda a humanidade estava em Adão, participando de seu pecado e assumindo a culpa resultante dele.
C) Transmissão do pecado imputado:
Transmitido diretamente de Adão a cada membro da raça.
D) Penalidade:
Morte física.
E) Remédio:
A Justiça imputada de Cristo (2Co 5.21).
VI. O PECADO NA VIDA DO CRENTE
A) O fato do pecado na vida do crente:
1 João 1.8-10
B) O padrão para o crente:
Andar na Luz ( 1Jo 1.7)
C) A prevenção do pecado na vida do crente:
Através da Palavra de Deus (Sl 119.11)
A intercessão de Cristo ( Jo 17.15)
O Espírito Santo que habita nele (Jo 7.37-39)
D) Penalidades do pecado na vida do crente:
Perda de comunhão (1Jo 1.6)
Exclusão da Instituição religiosa (1 Co 5.4,5)
Disciplina de Deus (Hb 12.6)
Às vezes morte física (1Co 11.30)
E) O remédio para o pecado na vida do crente:
Confissão (1Jo 1.9)
O Casamento – Pregação
Esboço de Pregação em Gênesis 24:31 – “E disse: Entra, bendito do SENHOR; por que estás fora? Pois eu já preparei a casa, e o lugar para os camelos. Então veio aquele homem à casa, e desataram os camelos, e deram palha e pasto aos camelos, e água para lavar os pés dele, e os pés dos homens que estavam com ele”.
Introdução de Gênesis 24:31-32
Vemos Abraão, o pai preocupado com o casamento de Isaque como também já estava estabelecido, traçado para o casamento e nada saiu fora do projeto, e hoje ficamos maravilhados com o que Deus está operando nesta obra.
Só vai alcançar o projeto o que entender o que Eliezer fez, foi encontrar alguém da família, não no meio dos Cananeus, mas no meio da parentela, tudo já está estabelecido.
Há uma preocupação. Se ela não quiser?
Elizeu foi dispensado do compromisso, Abraão sabia que a moça iria acompanhar Elizeu; E o Espírito Santo sabe que está estabelecido na eternidade, que a noiva deseja ir encontrar com o noivo.
Desenvolvimento
O povo que Deus chamou para fazer parte da festa é um povo que está a beira da fonte, que teve uma experiência, esta é a esposa de Isaque e tem uma característica muito importante tirava água da fonte para saciar todo sedento, a igreja está nesta posição (bênção) está aos pés do Senhor recebendo toda revelação. Aquilo que Eliezer fez é o que o Espírito Santo está realizando em nosso meio.
É noite o momento que estamos vivendo, mas há um clamor de um povo que o Pai na sua soberania chamou, e este povo entendeu, tivemos uma experiência com o Senhor e sabemos que Ele nos viu primeiro, nos amou primeiro.
A igreja eleita nesta hora de trevas há um clamor deste povo “Entra, bendito do SENHOR;” somos parte da igreja fiel e nesta hora há um clamor em nossos corações.
Toda riqueza que nós temos o Pai já preparou tudo, e mandou o Espírito Santo trazer toda sorte de bênção e vemos tudo que o Pai preparou, ouvimos quem era o filho, vem! É o clamor em nossos corações, o Espírito Santo precisa entrar em nossa casa (coração).
Precisamos das bênçãos do Espírito Santo, quando a família pediu para Eliezer ficar mais um pouco ele disse “Não me impeçais..” Rebeca também quando foi convidada a ficar mas, disse que não.
O Espírito Santo tem pressa
Ele habita no meio da igreja e o clamor dele é o clamor da Igreja, a pressa dele é também da Igreja que diz “Ora vem..”, é que a noiva tomou conhecimento de tudo, e o pulsar do coração da Igreja é “Ora vem..”, um grande amor surgiu em nossos corações.
“Entra,..;” é o mesmo clamor, revela a pressa “deixai-me partir, para que eu volte a meu senhor.”
O Espírito Santo nos falou do Senhor Jesus de uma forma tão maravilhosa, hoje temos uma grande saudade do Senhor Jesus, quando o Espírito Santo fala “Não me detenhais,..” a igreja tem que estar definida a ir.
“Irás tu com este homem? Esta pergunta está sendo feita todos os dias, não dizemos Maranata como confissão de lábios, mas com o coração desejoso de subir para encontrar com o noivo.
Conclusão de Gênesis 24:31-32
O Espírito Santo está preparando um povo e convida para participar da nossa vida, a igreja fiel mostra o desejo e compreendeu o projeto do Pai, quando deixamos o Espírito Santo dirigir a nossa vida, e que nossa vontade não prevaleça no nosso coração, mas deixamos ser conduzidos dizendo uma coisa: Ora vem!!
Dando seu brado de vitória, neste momento não há tempo há perder, o mundo vive um momento difícil, mas o Pai nos preparou, e a cada momento o Pai sabe que o nosso coração anseia estar com Ele.
Estamos saudosos do nosso Senhor, estamos com o coração aberto para o Espírito Santo conduzir a nossas vidas, não há tempo para o eu acho, eu penso…
O momento é de estarmos como Rebeca na beira da fonte, e dando como resposta ao convite “sim, eu irei!
Esboço de Pregação em Gênesis 24:31 – “E disse: Entra, bendito do SENHOR; por que estás fora? Pois eu já preparei a casa, e o lugar para os camelos. Então veio aquele homem à casa, e desataram os camelos, e deram palha e pasto aos camelos, e água para lavar os pés dele, e os pés dos homens que estavam com ele”.
domingo, 14 de abril de 2024
Por que Joel disse que o sol se se converterá em trevas?
Esse tipo de linguagem apocalíptica, descrevendo uma grande perturbação cósmica em conexão com o julgamento de Deus, não é particular de Joel. Há profecias no livros de Isaías e Ezequiel que usam uma linguagem semelhante (Isaías 13:10; Ezequiel 32:7). Novo Testamento, o próprio Senhor Jesus também anunciou que haverá um dia em que o sol escurecerá, a lua não dará sua luz, as estrelas cairão do seu lugar, e os poderes do céu serão abalados (Mateus 24:29).
O livro de Joel oferece uma visão única e profunda da relação entre Deus e Seu povo. Em sua profecia, Joel trouxe advertências de julgamento iminente, mas também promessas de restauração futura. O contexto histórico preciso de Joel é um pouco difícil de determinar, mas é certo que ele ministrou em um tempo de crise aguda. O pano de fundo principal de sua mensagem era uma calamidade natural devastadora, particularmente caracterizada por uma grande praga de gafanhotos.
Porém, a mensagem de Joel é atemporal e revela a soberania de Deus na História e a necessidade do arrependimento humano diante do juízo divino. Sua mensagem também destaca a misericórdia redentora de Deus que restaura aqueles que se voltam sinceramente para Ele.
O texto de Joel 2:31, em que o profeta fala que o sol se tornará em trevas, e a lua em sangue, está exatamente numa parte do livro que conecta a ameaça de calamidade e a esperança de salvação, ilustrando a iminência do “grande e terrível dia do Senhor” através de sinais cósmicos dramáticos. Portanto, a imagem apocalíptica do sol escurecendo e a lua tornando-se vermelha como sangue, serve para comunicar a seriedade e o caráter inescapável desse dia.
Joel apresentou esse dia como um ponto culminante do julgamento divino, mas também como o ápice da restauração e redenção de Deus para aqueles que são fiéis. Dessa forma, Joel parece expandir a compreensão do “dia do Senhor” para além de um evento único pertencente ao seu próprio tempo, sugerindo um tema escatológico que permeia tanto o Antigo quanto o Novo Testamento.
Outras passagens bíblicas que falam que o sol escurecerá
A imagem apocalíptica do sol se convertendo em trevas, não é única a Joel. Na verdade, essa imagem encontra paralelos em outras partes das Escrituras, servindo como um motivo recorrente para indicar momentos decisivos de intervenção divina na história. Isso quer dizer que o uso de fenômenos naturais e astronômicos para simbolizar mudanças terrenas profundas está enraizado na tradição profética bíblica.
Por exemplo: o profeta Isaias, no capítulo 13 e versículo 10 do seu livro, profetizou a queda da Babilônia usando uma imagem apocalíptica em que as estrelas dos céus e suas constelações não dariam sua luz, o sol se escureceria ao nascer, e a lua não resplandeceria mais.
Embora Joel e Isaías estivessem lidando com situações imediatas em suas próprias épocas, a linguagem que eles empregam, sem dúvida carrega conotações escatológicas, apontando para o fim dos tempos, e, portanto, esses sinais cósmicos têm sido interpretados ao longo dos séculos como indicativos do retorno final de Cristo e da consumação de todas as coisas.
Uma prova disto é a ocorrência de descrições semelhantes também no Novo Testamento. Por exemplo: quando Jesus falou sobre o fim dos tempos e sua segunda via após os dias de grande tribulação, Ele afirmou que o sol escurecerá, a lua não dará a sua luz, as estrelas desviarão de suas órbitas, e os poderes dos céus serão abalados (Mateus 24:29).
Depois, na abertura do sexto selo no livro do Apocalipse, o apóstolo João viu um grande terremoto, o sol tornando-se negro como cilício, e a lua vermelha como sangue (Apocalipse 6:12).
A conexão entre as profecias de que o sol se converterá em trevas
Ao contemplarmos as profecias de Joel e outros profetas do Antigo Testamento, percebemos que a linguagem de desordem cósmica, embora aplicada a eventos passados de julgamento divino específicos às suas próprias épocas e contextos, carrega em si uma dimensão escatológica que supera o tempo e o espaço de sua proclamação inicial.
Esses eventos, descritos através de transformações no sol, na lua e nas estrelas, servem como prenúncios de um evento escatológico final que foi anunciado por Jesus em Seu sermão profético, e mais tarde retratado nas visões apocalípticas de João.
Essa continuidade profética, que liga as visões de julgamento e restauração de profetas como Joel às revelações de Jesus e às visões de João, enfatiza uma verdade central: Deus está soberanamente no controle do cosmos. A história humana, com todas as suas tribulações e julgamentos, está firmemente nas mãos de Deus, que guia todas as coisas para o Seu propósito final e bom — a restauração de toda a criação.
É certo que haverá uma grande conflagração final que purificará o universo, de modo que o cosmos será renovado a tal ponto de ser chamado de "novos céus e nova terra", onde a justiça habitará e Deus viverá em comunhão eterna com Seu povo redimido.
Como devemos interpretar os fenômenos cósmicos à luz dessas profecias?
Primeiro, precisamos saber que não nos é dado um calendário apocalíptico ou sinais precisos que nos permitam marcar datas na agenda do fim dos tempos. Em vez disso, esses acontecimentos servem como sinais que revelam que Deus está no controle do Universo e da história, e saberá quando encerrar a presente era e iniciar a era vindoura.
Segundo, precisamos admitir que nosso entendimento dessas coisas é limitado. Embora Deus tenha nos revelado através de sua Palavra que a história caminha para o seu clímax final, os detalhes de como isto acontecerá pertencem ao campo de sua vontade secreta. Não sabemos exatamente o quanto dessa descrição apocalíptica deve ser interpretado de forma literal e quanto de forma figurada.
Terceiro, esses sinais servem como lembretes de que vivemos em uma era que, eventualmente, dará lugar à nova criação prometida por Deus. Esses sinais nos chamam a viver em constante expectativa e preparação para o retorno de Cristo, não através da especulação sobre tempos e datas, mas através de uma vida de fidelidade, vigilância e serviço a Deus.
Quarto, não podemos confundir as profecias bíblicas com narrativas conspiratórias que tentam vincular essas profecias com eventos naturais recorrentes de nosso tempo. O objetivo dessas narrativas sempre é espalhar temor e incerteza entre as pessoas. Mas o nosso objetivo é buscar um entendimento que esteja enraizado não no medo ou na especulação, mas na sólida fundação da revelação divina e na esperança que ela nos oferece.
Quinto, enquanto aguardamos o dia do Senhor somos chamados a viver de maneira vigilante e que reflita a santidade e o amor de Deus diante do mundo. O dia do Senhor ainda não chegou, a porta da salvação continua aberta, e quem invocar o nome do Senhor será salvo. Então, a Igreja tem a missão profética de proclamar a esperança do Evangelho enquanto se aproxima o dia final em que o sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, na manifestação da ira do Senhor.
sexta-feira, 12 de abril de 2024
Estudo Sobre 11 Exemplos de Perseverança na Bíblia
A perseverança é um tema recorrente na Bíblia. Ao longo do texto bíblico, encontramos inúmeros exemplos de pessoas que, apesar das adversidades, mantiveram-se firmes em sua fé e cumpriram o propósito de Deus para suas vidas. Esses exemplos de perseverança na Bíblia podem nos fornecer ensinamentos importantes, e servir para nos encorajar em nossa caminhada na fé.
Do Antigo ao Novo Testamento, realmente há muitos modelos de perseverança nas Escrituras, de modo que é até difícil colocar todos eles numa única lista. Mas neste estudo, vamos conhecer onze exemplos notáveis de perseverança na Bíblia.
Noé: a perseverança do construtor da arca
Noé viveu em uma época de grande corrupção, mas foi escolhido por Deus para pregar a justiça entre seu povo e construir a arca que salvou sua família do dilúvio. Noé enfrentou não apenas o desafio físico de construir tal estrutura, mas também o peso da solidão espiritual, vivendo em uma sociedade que zombava de sua devoção e propósito.
Porém, a Bíblia revela que durante os longos anos de construção da arca, Noé sempre manteve-se firme em sua fé, obedecendo a cada detalhe das instruções divinas, mesmo sem testemunhar qualquer sinal de chuva que justificasse seu trabalho aos olhos dos outros. Sua perseverança foi recompensada com a salvação de sua família e a preservação da vida na Terra (Gênesis 6-9).
A história de Noé nos ensina sobre a importância da obediência e da fé em Deus, mesmo quando enfrentamos zombaria e incredulidade. O exemplo de perseverança de Noé nos mostra que a verdadeira fé requer ação baseada na confiança em Deus, mesmo quando não podemos ver o resultado imediato de nossos esforços. Noé não apenas perseverou na construção da arca, mas também na manutenção de sua integridade espiritual em um mundo que havia perdido o rumo.
Abraão: a perseverança do Pai da Fé
Abraão é chamado de pai da fé por uma boa razão. Ele deixou sua terra natal e partiu para o desconhecido, confiando na promessa de Deus de fazer dele uma grande nação (Gênesis 12:1-4). Abraão enfrentou inúmeras provações, desde a fome na terra prometida até o desafio de acreditar na promessa de um filho em sua velhice. Ainda assim, ele permaneceu firme, acreditando que Deus era capaz de cumprir Suas promessas, mesmo quando pareciam humanamente impossíveis. Portanto, mesmo diante da demora na realização da promessa do nascimento de seu filho, Isaque, Abraão perseverou em seu propósito.
A história de Abraão nos ensina sobre a perseverança que descansa não na compreensão das circunstâncias, mas na confiança inabalável no caráter e nas promessas de Deus. Abraão esperou anos pela realização da promessa de um filho, e quando foi provado ele também esteve disposto a devolver esse filho a Deus, se necessário. Essa confiança incondicional em Deus, mesmo diante do pedido mais doloroso, mostra a profundidade da fé de Abraão. O exemplo de perseverança de Abraão nos ensina a como devemos nos agarrar às promessas de Deus, perseverando na fé, mesmo quando o caminho à frente é incerto.
Jó: a perseverança em meio ao sofrimento
Jó é um exemplo emblemático de perseverança em meio ao sofrimento extremo e à perda quase total. Sua história na Bíblia começa com uma descrição de sua riqueza, integridade e piedade, apenas para ser seguida por uma série de calamidades que lhe tiraram tudo, exceto sua vida (Jó 1:1-22). Apesar de sua dor e confusão, Jó se recusou a amaldiçoar Deus, mesmo quando incentivado pela pessoa mais próxima em sua vida: sua própria esposa. Em vez disso, ele persistiu em buscar entendimento e justificação, mantendo sua fé na justiça e na soberania de Deus, apesar de suas circunstâncias inexplicáveis (Jó 2:10; 13:15).
Jó lamentou, questionou, mas nunca abandonou sua fé. A história de Jó nos ensina que a perseverança na fé não significa entender sempre os caminhos de Deus, mas confiar em Seu caráter e promessas, mesmo quando não podemos ver o caminho à frente. O exemplo de perseverança de Jó revela como devemos nos agarrar a Deus, mesmo quando todas as evidências externas parecem sugerir o contrário.
José: a perseverança do escravo que se tornou governador
José, filho de Jacó, foi traído por seus próprios irmãos, vendido como escravo, e, mais tarde, ainda foi preso injustamente no Egito. Mesmo assim, sua perseverança e fidelidade ao Senhor foram inabaláveis. Em cada fase de sua vida, José permaneceu fiel a Deus, utilizando sua sabedoria e dons dados por Deus para interpretar sonhos e administrar recursos, o que eventualmente o levou a uma posição de poder no Egito (Gênesis 39:2-6; 41:37-57).
O exemplo de perseverança de José não foi apenas uma questão de resistência pessoal, mas também um testemunho de sua confiança profunda na soberania e nos propósitos de Deus. Mesmo quando ele foi confrontado com a oportunidade de vingar-se de seus irmãos, José escolheu o perdão, e reconheceu que os planos de Deus para sua vida incluíam tanto os sofrimentos quanto as vitórias para preservar muitas vidas durante um período de fome (Gênesis 45:4-8; 50:20).
Nesse sentido, a história de José nos ensina que a verdadeira perseverança brota de uma fé genuína, que vê além das circunstâncias imediatas. Esse tipo de fé reconhece a mão de Deus em todas as coisas e confia em Seu plano maior, mesmo quando esse plano não é imediatamente aparente.
Moisés: a perseverança do libertador dos hebreus
Moisés é um dos exemplos mais notáveis de perseverança na Bíblia. Ele foi chamado por Deus de uma maneira extraordinária através de uma sarça ardente, e enfrentou a difícil tarefa de libertar os israelitas da escravidão no Egito (Êxodo 3:1-10). Apesar de suas inseguranças e hesitações iniciais, Moisés aceitou o chamado de Deus, e confiando n’Ele para enfrentar o Faraó do Egito e liderar os filhos de Israel em direção à Terra Prometida.
Tudo isto, obviamente, exigiu coragem e uma profunda perseverança diante dos diversos desafios que teve de enfrentar. A jornada de Moisés com os israelitas pelo deserto durou quarenta anos. Ele teve de guiar um povo frequentemente rebelde e ingrato. Mas mesmo diante das críticas e ameaças à sua liderança, Moisés perseverou em seu chamado, e ainda intercedeu diante de Deus em favor daquele povo (cf. Números 14:11-20).
A vida de Moisés reflete a perseverança em cumprir a vontade de Deus, apesar das adversidades e desafios. Dessa forma, o exemplo de perseverança de Moisés nos encoraja a permanecer firmes em nossa fé, confiando que Deus nos guiará através de nossos próprios desertos e nos levará à terra prometida de Sua presença e promessas.
Rute: a perseverança de uma viúva estrangeira
Rute era uma mulher moabita, mas decidiu seguir sua sogra Noemi de volta a Israel após a morte de seu marido, em vez de retornar à sua terra natal e à sua família (Rute 1:16-17). Essa decisão de Rute não foi apenas um ato de lealdade inabalável, mas também um passo de fé, pois ela deixou para trás tudo o que conhecia para acompanhar Noemi de volta a Belém, entrando em uma cultura estrangeira e incerta.
A perseverança de Rute ficou ainda mais evidente em Belém. Ela aceitou trabalhar nos campos para sustentar Noemi e a si mesma, colhendo espigas de trigo atrás dos ceifeiros, num ato de humildade e trabalho árduo (Rute 2:2-3, 17). Por fim, a perseverança de Rute foi recompensada, quando ela constituiu uma nova família ao lado de Boaz, e se tornou parte da linhagem do Rei Davi e, eventualmente, do Messias, Jesus Cristo (Rute 4:13-17; Mateus 1:5).
A vida de Rute nos ensina o valor da fidelidade e da perseverança diante das adversidades, mostrando que a fidelidade a Deus e aos outros pode levar a bênçãos inesperadas e a um propósito maior em nossas vidas.
Ana: a perseverança de uma mulher estéril
Ana orou fervorosamente por um filho e prometeu dedicá-lo ao Senhor se sua oração fosse atendida. Sua perseverança na oração foi recompensada com o nascimento de Samuel, um dos maiores profetas de Israel (1 Samuel 1).
Ana, a mãe do profeta Samuel, é mais um exemplo marcante de perseverança na Bíblia. A Bíblia registra como Ana vivia profundamente angustiada pela sua infertilidade, uma condição especialmente dolorosa na cultura da época. O texto bíblico diz que anualmente Ana acompanhava seu marido até o santuário em Siló. Numa dessas ocasiões, Ana orou e derramou sua alma diante do Senhor em busca de um filho. Pela fé, ela prometeu dedicar o seu futuro filho ao serviço divino se sua oração fosse atendida (1 Samuel 1:10-11).
O exemplo de perseverança de Ana na oração, mesmo diante do escárnio e da incompreensão, demonstra a importância da confiança na bondade e no poder de Deus. A história se Ana nos ensina que, mesmo nas situações mais desesperadoras, a fidelidade e a persistência na fé podem levar a resultados extraordinários. Ana transformou sua dor em oração e sua oração em ação, tornando-se um modelo de confiança e devoção a Deus.
Jeremias: a perseverança de um profeta solitário
Jeremias foi um dos profetas mais solitários da Bíblia. Chamado por Deus desde jovem, o profeta Jeremias enfrentou oposição, rejeição e perseguição por parte de seus compatriotas enquanto proclamava a mensagem divina (Jeremias 1:5-8). Na verdade, a missão de Jeremias não era fácil: ele foi incumbido de anunciar julgamento sobre Judá devido à sua infidelidade a Deus. Porém, apesar da dor e do sofrimento pessoal, Jeremias permaneceu firme, cumprindo seu chamado com coragem e fidelidade, mesmo quando isso significava estar sozinho contra uma nação inteira (Jeremias 20:1-2).
Em momentos de profunda angústia, Jeremias clamou a Deus em meio a dor, e confiou na soberania e na justiça divinas (Jeremias 20:7-18). O exemplo de perseverança de Jeremias nos ensina que mesmo quando nos sentimos fracos e isolados, no Senhor podemos encontrar conforto e força para continuar nossa missão. Portanto, a vida Jeremias nos ensina que a verdadeira perseverança não é simplesmente suportar, mas manter-se fiel à chamada de Deus, independentemente das circunstâncias ou das consequências.
Daniel: a perseverança de um profeta em terra estranha
Daniel manteve sua fé e práticas religiosas mesmo sob o domínio babilônico, enfrentando a cova dos leões por sua devoção. Sua perseverança em seguir a Deus, apesar das pressões para se conformar, é um exemplo de integridade e fidelidade.
Daniel ainda era um jovem quando foi levado cativo para a Babilônia. Desde o início de sua vida no cativeiro, ele se propôs a não se contaminar com as iguarias do rei, e escolheu honrar a Deus acima de tudo (Daniel 1:8-16). Essa decisão marcou o início de uma história de compromisso inabalável com sua fé, mesmo diante de desafios que ameaçavam sua vida. Daniel serviu sob vários reis, mas sempre permaneceu fiel a Deus, e sua integridade e sabedoria divinamente concedidas o elevaram a posições de grande influência.
Nesse contexto, a história do profeta Daniel é um grande exemplo de perseverança e fidelidade em um ambiente hostil. Essa perseverança ficou muito clara quando ele desafiou um decreto real, e foi lançado na cova dos leões por orar a Deus (Daniel 6:10-24). O profeta Daniel nos ensina a sempre confiar que Deus está no controle, e que Ele honra aqueles que O honram. Além disso, o exemplo de perseverança de Daniel nos mostra que, mesmo em meio a um mundo que não compartilha nossas crenças e valores, é possível viver uma vida de dedicação a Deus, influenciando positivamente aqueles ao nosso redor.
Paulo: a perseverança do apóstolo aos gentios
O apóstolo Paulo, sem dúvida, é um grande exemplo de perseverança na face da adversidade. Ele foi convertido a Cristo no caminho para Damasco, e passou de perseguidor dos seguidores de Cristo a um dos maiores defensores do Evangelho (Atos 9:1-22). A vida de Paulo após a conversão foi marcada por sofrimentos, perseguições e constantes desafios, incluindo prisões, açoites e até naufrágios, conforme ele mesmo relata em 2 Coríntios 11:23-28. Apesar dessas adversidades, apóstolo nunca vacilou em sua missão de espalhar as boas-novas de Jesus Cristo. Na verdade, Paulo estabeleceu igrejas por todo o mundo conhecido da época, e escreveu grande parte do Novo Testamento.
O exemplo de perseverança de Paulo pode ser notado em sua Carta aos Filipenses. Quando escreveu essa carta, Paulo estava preso, mas mesmo assim ele encorajou os crentes a se alegrarem no Senhor, independentemente das circunstâncias, e a prosseguirem para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Filipenses 3:14; 4:4).
O apóstolo Paulo entendia que a verdadeira perseverança era manter o foco em Cristo, superando os obstáculos pela fé e pelo poder do Espírito Santo. Assim, sua história serve como um testemunho de que, em meio a tribulações, a graça de Deus é suficiente e Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza (2 Coríntios 12:9). Paulo nos ensina que a perseverança na jornada cristã não é apenas sobre resistir às tempestades, mas sobre encontrar alegria e propósito nelas, sabendo que cada passo nos aproxima mais de nosso Senhor.
Jesus: o supremo exemplo de perseverança
Jesus suportou tentações, rejeição e a crucificação, cumprindo Sua missão de salvar a humanidade. Sua perseverança até a morte, e sua ressurreição, são o fundamento da fé cristã e o exemplo máximo de amor e obediência a Deus.
Jesus Cristo é o exemplo supremo de perseverança. Sua vida e ministério na terra refletiram a perfeita obediência à vontade do Pai, mesmo diante do sofrimento extremo e da morte. Desde o nascimento de Jesus em uma manjedoura, até sua crucificação no Calvário, Ele demonstrou amor, compaixão e firmeza de propósito, enfrentando oposição, rejeição e traição com uma graça inabalável. Em outras palavras, a perseverança de Jesus não se manifestou apenas em suportar a cruz, mas também em cada passo de Seu ministério, ensinando, curando e servindo aos outros, sempre focado na missão de trazer salvação à humanidade.
Na verdade, o próprio Senhor Jesus expressou essa dedicação ao dizer: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra” (João 4:34). Depois, diante da angústia da morte iminente no Jardim do Getsêmani, Ele orou dizendo: “Pai, se possível, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42).
Em Hebreus 12:2, somos encorajados a olhar para Jesus, “o autor e consumador da fé, que, pela alegria que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à direita do trono de Deus”. Por tudo isto, a vida de Jesus é o exemplo máximo de perseverança.
Tema: 3 verdades sobre a Ceia do Senhor
Texto desta pregação: 1 Coríntios 11:23-34
Introdução
A primeira carta aos Coríntios foi escrita pelo apóstolo Paulo para abordar uma série de questões e problemas enfrentados pela igreja em Corinto.
No contexto de 1 Coríntios 11:23-34, Paulo está discutindo a conduta apropriada durante a celebração da Ceia do Senhor. Ele repreende os coríntios por seus comportamentos divisivos e irreverentes durante esse sacramento sagrado.
Paulo recorda-lhes a importância da Ceia como uma expressão de comunhão com Cristo e entre os irmãos. Ele enfatiza a necessidade de examinar os corações antes de participar, alertando sobre os perigos de fazê-lo de maneira indigna.
Este contexto ressalta a seriedade da Ceia do Senhor como um momento de profunda reflexão, gratidão e comunhão com Cristo e com a comunidade cristã.
1. Celebrando a Gratidão (1 Coríntios 11:23-24)
- A Ceia do Senhor é um ato de gratidão pelo sacrifício de Jesus Cristo.
- Ao partilharmos do pão e do cálice, expressamos nossa gratidão pelo amor incondicional de Deus manifestado através da morte e ressurreição de Jesus.
- A gratidão nos leva a reconhecer a bondade de Deus em nossas vidas e nos motiva a viver uma vida de louvor e serviço ao Senhor.
2. Lembrando de Jesus (1 Coríntios 11:25)
- A Ceia do Senhor é um memorial do sacrifício de Jesus Cristo.
- Ao participarmos da Ceia, lembramos da paixão, morte e ressurreição de Cristo, renovando nossa fé e esperança na salvação que Ele nos oferece.
- A prática de lembrar de Jesus nos conecta com a história da redenção e fortalece nossa identidade como discípulos de Cristo.
3. Examinando o Coração (1 Coríntios 11:28)
- A Ceia do Senhor nos convida a examinar nossos corações diante de Deus.
- Antes de participarmos da Ceia, devemos examinar nossas vidas, confessar nossos pecados e buscar a reconciliação com Deus e com nossos irmãos.
- O autoexame nos lembra da necessidade contínua de arrependimento e transformação, conduzindo-nos a uma vida de santidade e comunhão mais profunda com Deus.
Conclusão sobre a Ceia do Senhor
Amados, vamos participar da Ceia do Senhor, ser renovados em gratidão, lembrança e autoexame.
Vamos deixar que nossos corações transbordem de louvor pelo sacrifício de Cristo, que nossas mentes sejam permeadas pela memória de sua obra redentora e que nossas vidas sejam transformadas pela constante busca de santidade.
É tempo de vivermos de acordo com o exemplo de amor e serviço deixado por Jesus. Que, unidos em comunhão, possamos proclamar sua morte até que Ele venha.
Então, que possamos responder a este convite com um coração aberto e comprometido. Amém.
Melquisedeque, quem foi?
O nome “Melquisedeque” é de origem hebraica, sendo composto por duas partes: “malki” que significa “rei” e “tsedeq” que significa “justiça”. Portanto, o significado do nome Melquisedeque é “rei de justiça” ou “meu rei é justo”.
Melquisedeque é uma figura enigmática mencionada na Bíblia, mais especificamente no livro de Gênesis e no livro de Hebreus. Sua identidade e papel têm sido objeto de interesse e debate ao longo dos séculos.
Esse nome é especialmente significativo quando consideramos a figura bíblica de Melquisedeque. Neste artigo, exploraremos alguns tópicos relacionados a Melquisedeque, com base nas informações bíblicas disponíveis.
Menção em Gênesis (Antigo Testamento)
No livro de Gênesis, Melquisedeque é apresentado como “rei de Salém” e “sacerdote do Deus Altíssimo”. Ele surge em um contexto em que Abraão, o patriarca bíblico, retorna de uma bem-sucedida batalha para resgatar seu sobrinho Ló, que havia sido capturado por reis inimigos.
Melquisedeque vai ao encontro de Abraão, trazendo pão e vinho, abençoando-o e oferecendo a ele uma oferta de comunhão. Essa cena é considerada uma das primeiras referências ao sacerdócio na Bíblia e mostra a reverência de Abraão para com Melquisedeque, reconhecendo-o como uma figura espiritualmente significativa.
Na passagem de Gênesis 14:18-20, Melquisedeque é apresentado como “sacerdote do Deus Altíssimo” e “rei de Salém”. A cidade de Salém é identificada com a cidade de Jerusalém, que mais tarde se tornaria a capital do reino de Israel. Essa combinação única de funções, como rei e sacerdote, é incomum na Bíblia e torna Melquisedeque uma figura excepcional.
A cena em que Melquisedeque encontra-se com Abraão é significativa por várias razões. Primeiro, ele traz pão e vinho, o que pode ser interpretado como uma oferta de comunhão ou uma refeição ritual. Em seguida, ele abençoa Abraão, reconhecendo sua vitória na batalha e aprovando suas ações.
Além disso, Melquisedeque recebe um dízimo de tudo o que Abraão possuía, o que é uma demonstração de reconhecimento de sua autoridade espiritual e posição como sacerdote. Essa cena é uma das primeiras referências ao sacerdócio na Bíblia e estabelece uma conexão entre o papel de Melquisedeque e o futuro sacerdócio Levítico instituído mais tarde na história de Israel.
Papel de sacerdote e rei
A combinação de ser sacerdote e rei é verdadeiramente excepcional no contexto do Antigo Testamento. Essa dualidade de funções levanta questões sobre sua origem e autoridade, uma vez que normalmente esses papéis eram desempenhados por indivíduos diferentes e em separado. A figura de Melquisedeque desafia as convenções da época e, ao mesmo tempo, desperta curiosidade sobre sua natureza divinamente designada.
No livro de Gênesis, somos apresentados a Melquisedeque como “sacerdote do Deus Altíssimo” e “rei de Salém” (Gênesis 14:18). Essa referência é breve, mas de grande significado teológico. A combinação de ser um líder espiritual e político sugere que ele possuía uma autoridade singular e um papel crucial em representar tanto o aspecto religioso quanto o secular da vida das pessoas.
Portanto, a combinação de ser sacerdote e rei em Melquisedeque transcende sua história pessoal e se torna uma figura de significado teológico profundo. Sua dualidade de funções representa uma revelação da graça de Deus ao designar uma figura única que antecipa o sacerdócio perfeito.
O enigma em torno de sua origem e autoridade ressalta a misteriosa sabedoria e providência divina na história da salvação e ilustra como Deus trabalha por meio de figuras e eventos para cumprir Seus propósitos redentores.
Sem genealogia
A ausência de uma genealogia para Melquisedeque é uma característica peculiar que contribui para seu enigma. Na Bíblia, é comum encontrar detalhes sobre a ascendência dos personagens, pois a linhagem familiar era considerada crucial para estabelecer a identidade e a posição de alguém na sociedade da época.
Independentemente de sua origem exata, a omissão de sua genealogia na Bíblia pode ter sido proposital para enfatizar sua singularidade e seu papel profético. Essa lacuna na genealogia pode ser vista como uma forma de destacar a transcendência de Melquisedeque em relação aos demais personagens bíblicos.
Em última análise, a falta de genealogia de Melquisedeque nos convida a contemplar sua figura com uma perspectiva teológica mais ampla. Essa ausência de detalhes genealógicos também nos lembra da importância de confiar na sabedoria e no plano de Deus, mesmo quando alguns mistérios permanecem sem resposta.
Através da figura enigmática de Melquisedeque, somos lembrados da riqueza das narrativas bíblicas e da maneira como Deus age de maneiras extraordinárias para cumprir Seus desígnios redentores na história humana.
Tipologia em relação a Cristo
A tipologia entre Melquisedeque e Jesus Cristo é uma das associações mais significativas encontradas nas Escrituras. O livro de Hebreus, em particular, explora essa conexão para destacar a superioridade do sacerdócio de Jesus em relação ao sacerdócio levítico.
A tipologia entre Melquisedeque e Jesus aponta para a transcendência e a natureza única do sacerdócio de Cristo. Assim como Melquisedeque era rei e sacerdote em Salém, Jesus é apresentado como o Rei dos reis e o Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque.
Essa tipologia ressalta a autoridade e a excelência do ministério sacerdotal de Jesus, que não se baseia em tradições humanas ou genealogias terrenas, mas em Seu próprio poder e autoridade divina.
A comparação entre Melquisedeque e Jesus também enfatiza a obra redentora de Cristo na cruz. Melquisedeque trouxe pão e vinho a Abraão, o que pode ser interpretado como uma antecipação da Ceia do Senhor, instituída por Jesus durante a Última Ceia.
Ambos os atos simbólicos apontam para o sacrifício e a oferta que Jesus faria por toda a humanidade ao se entregar na cruz como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
A tipologia entre Melquisedeque e Jesus é uma poderosa demonstração da coesão e da unidade da mensagem bíblica. Ao explorar a relação entre esses dois personagens, a Bíblia destaca a preeminência de Jesus Cristo como o cumprimento das promessas de Deus ao longo das eras.
Melquisedeque, como uma figura enigmática e prefigurativa, aponta para o mistério e a grandeza do plano redentor de Deus, que encontrou sua plenitude em Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote eterno e Rei dos reis.
Menção em Hebreus (Novo Testamento)
Melquisedeque é mencionado no Novo Testamento, especificamente no livro de Hebreus. O autor de Hebreus, dedica um capítulo inteiro, o capítulo 7, para falar sobre a importância de Melquisedeque como uma figura tipológica de Cristo e como ele é superior ao sacerdócio Levítico. Em Hebreus 7:1-3, o autor referir-se a Melquisedeque e destaca sua posição única:
“Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro de Abraão, quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem também Abraão deu o dízimo de tudo; primeiramente, é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, o qual é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.”
O autor de Hebreus utiliza a figura de Melquisedeque para enfatizar a superioridade do sacerdócio de Cristo, que não está vinculado a uma genealogia terrena e que é eterno, ao contrário do sacerdócio Levítico, que era transmitido de geração em geração e estava sujeito à mortalidade humana. Essa comparação entre Melquisedeque e Cristo é crucial para o argumento do autor de Hebreus sobre a superioridade do sacerdócio de Cristo e seu papel na redenção da humanidade.
Conclusão
Em suma, a figura de Melquisedeque na Bíblia é uma das mais enigmáticas e misteriosas, despertando interesse e debate ao longo dos séculos. A ausência de detalhes sobre este sacerdote e rei também nos convida a mergulhar mais profundamente nas Escrituras e a explorar as conexões entre o Antigo e o Novo Testamento.
No entanto, a importância teológica atribuída a Melquisedeque destaca-se pela ênfase em sua posição superior em relação ao sacerdócio levítico, apontando para a superioridade do sacerdócio de Cristo, que transcende qualquer genealogia terrena, sendo eterno.
Ao estudarmos a figura de Melquisedeque, somos lembrados da riqueza e da profundidade das Escrituras e de como cada personagem, mesmo aqueles com poucas informações, pode nos ensinar lições valiosas e revelar aspectos importantes da obra de Deus na história da salvação.
Portanto, continuar a explorar a vida e o papel de Melquisedeque enriquece nosso entendimento das verdades divinas contidas nas páginas da Bíblia Sagrada.