AZORRAGUE
O
amor de Deus não é meramente um sentimento de apreço. O amor de Deus é santo e
justo, pois Deus é Amor (1Jo 4,8), mas também é Fogo Consumidor (Hb 12,29).
Deus é amor, mas Ele está irado contra o pecado e contra o mal. Esse também
deve ser o nosso sentimento em relação ao mal: ira. Mas, diante de tudo isso,
fica a pergunta: como conciliar isso tudo com o amor ao próximo? Como podemos
nos defender sem deixar de amar o próximo?
1.
UMA IRA SANTA
A
ira terrível de Deus contra os injustos revela seu amor para com os
injustiçados. Da mesma forma, nós devemos domar a nossa ira para não sermos
guiados pelas emoções e pela vingança, mas, sim, sermos instrumentos de justiça
na vida dos oprimidos. A ira, por si só, não é pecado.
“Irai-vos
e não pequeis“ é uma ordem registrada tanto nos AT (Sl 4:4) quanto no NT (Ef
4:26).
Além
disso, a autodefesa, na maior parte das vezes, é um instrumento para ajudar o
próximo. Se existe alguém sofrendo violência, nós fazemos o uso moderado da
força para impedir aquela violência. A ideia é que a autodefesa sirva
especificamente para valorizar a vida. Se alguém quer nos vitimar em algum
nível, nós usamos um nível muito inferior de violência para evitar que
aconteça. É completamente diferente de vingança e de linchamento. Legítima defesa
tem a ver com usar um grau de violência para impedir um grau muito maior.
Quando usamos autodefesa, estamos promovendo a paz, porque estamos diminuindo o
uso da violência que aconteceria se não a usássemos. Proteger o próximo contra
violência usando a legítima defesa é uma demonstração de amor em situações
quando não usar demonstra covardia e falta de amor.
2.
O JESUS DAS ESCRITURAS
As
posturas de Jesus são as principais confirmações dos princípios do Antigo
Testamento a respeito da autodefesa e da preservação da vida. Jesus fala muito,
inclusive, de um tipo de defesa que era armada. Ou seja, Jesus era claramente
contra o desarmamento.
Jesus
não era um pacifista. Jesus era Deus, e como Deus, Ele trouxe mensagens que
muitas vezes vão contra aquilo que humanos preferem achar. Talvez você seja
contra o armamento civil, mas Jesus não foi. Talvez, agora, chocado, você diga
“esse não é o meu Jesus”. Mas esse é o Jesus da Escritura.
Às
vezes, nós vamos até o texto bíblico esperando que ele confirme as nossas
ideias. Porém, como Mestre que era, Jesus não estava confirmando opiniões, mas
apresentando fatos contra opiniões. Os ensinos de Jesus são também julgamentos
contra as nossas opiniões. Deus julga as nossas ideias e muitas vezes as
condena, apresentando ideias mais coerentes a respeito das coisas. Uma delas é
a possibilidade das pessoas se defenderem e defenderem umas às outras,
inclusive usando armas.
3.
JESUS ARMADO
Você
consegue imaginar Jesus armado? Está-se com dificuldade, talvez seja porque
nunca prestou muita atenção ao que está registrado em João 2,15. Leia com
bastante atenção aos detalhes:
“…tendo
feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e
os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas…”.
Definitivamente,
essa não é a imagem de alguém pacifista. A missão de Jesus quando esteve aqui
na Terra era completar sua obra que possibilitaria o perdão de pecados. O
objetivo era restabelecer a paz da humanidade com Deus. Para trazer a paz é
preciso eliminar o que a impede. Na passagem acima, vemos Jesus mostrar que não
estava para brincadeiras, e o uso do azorrague mostrou que Ele realmente não
estava em ser o que a multidão esperava dele. Ele era quem Ele era, e cumpriria
sua missão.
O
azorrague era um tipo de chicote dos mais violentos que existiam naquela época.
Eles eram usados, por exemplo, na mais cruel condenação que existia que era
crucificação, durante o trajeto que o indivíduo fazia até o local onde
morreria. O azorrague foi usado inclusive contra Jesus em sua tortura no
caminho do Gólgota. Tratava-se de um chicote geralmente com cordas de couro com
ossos de animais ou pedaços de metal nas pontas, que travavam na carne dos
açoitados, despedaçando o couro à medida que a pessoa apanhava. O azorrague era
uma arma com poder de torturar, desfigurar e talvez matar o indivíduo. Foi essa
a arma que Jesus usou como ameaça contra os cambistas.
Como era a azorrague?
O azorrague era um instrumento de tortura comum na Roma Antiga, usado pelos soldados, para suplicar os condenados. Era composto por oito tiras de couro que, em cada ponta, possuía um instrumento perfurocortante, ou um pedaço de osso de carneiro.
Jesus
não tinha uma pistola, mas tinha em suas mãos uma das armas mais letais da
época. Percebeu como esse texto vai completamente contra tudo que dizem aqueles
que são contra o porte de armas?
4.
USO JUSTO DA VIOLÊNCIA
O
texto não diz que Jesus bateu em alguém. Jesus lançou mão da arma para ameaçar
aqueles que estavam usando o Templo contra Ele, que era representado pelo
Templo. E não foram apenas gestos vazios. Como o texto mostra claramente, Jesus
literalmente expulsou os cambistas, e de forma bruta, nada gentil. Ele ainda
expulsou os animais que os cambistas vendiam para sacrifícios, espalhou o
dinheiro deles pelo chão e tombou suas mesas.
Agora,
vamos pensar no óbvio: Jesus era Deus. A representação exata da Trindade.
Santíssimo. Todo amor. Ele era perfeito e nunca pecou. Se portar uma arma fosse
algo pecaminoso por si só, Jesus estaria pecando. Mas não foi o caso. Isso
significa que armar-se e usar essa arma de forma justa não é um ato pecaminoso
e não é um ato que ofende ao Senhor.
Alguém
poderia argumentar que Jesus, sendo Deus, não pode ser imitado em absolutamente
tudo que fez. Realmente, muitas coisas que Jesus fez, Ele o fez por ser o
Messias escolhido desde a eternidade para religar o homem a Deus. Porém, esse
não é o caso quando o assunto é autodefesa.
5.
A ORDEM AOS DISCÍPULOS
Em
Lucas, Jesus dá duas missões semelhantes aos 70 discípulos. As diferenças é que
nos chamam mais a atenção. Preste atenção no contexto.
Em
Lucas 10, vemos Jesus chamando os 70 discípulos e mandando-os que pregassem o
Evangelho sem levar nada: nem bolsa, nem sandália, etc. Esse era um jeito de
ensinar a respeito de como viver uma vida de fé. Eles foram proibidos de levar,
por exemplo, quaisquer instrumentos de defesa, assim como de levar algum tipo
de provisão, que deveria ser apenas aquilo que as pessoas lhes dessem pelo
caminho nessa missão.
No
capítulo 22, a missão é semelhante. Jesus até mesmo cita a missão anterior no
verso 35:
“A
seguir, Jesus lhes perguntou: Quando vos mandei sem bolsa, sem alforje e sem
sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa? Nada, disseram eles”.
Então,
Jesus prosseguiu mandando que, nessa segunda vez, eles levassem tudo aquilo que
foram proibidos de levar antes. Veja o que Jesus disse aos discípulos em Lucas
22,36:
“Então,
lhes disse: Agora, porém, quem tem bolsa, tome-a, como também o alforje; e o
que não tem espada, venda a sua capa e compre uma“.
No
verso 38, vemos o resultado: “Então, lhe disseram: Senhor, eis aqui duas
espadas! Respondeu-lhes: basta!”.
Quem
não tinha espada foi ordenado a comprar uma, mesmo que para isso precisasse
vender uma capa. Por que Jesus quis que eles levassem uma espada? Ora, para a
proteção no caminho!
6.
FIÉIS E ARMADOS
As
estradas nos tempos de Jesus era muito perigosas. Por isso, era comum que
pessoas andassem armadas como pudessem para se defender. Os discípulos
estariam, portanto, em situação de perigo constante como missionários. Perceba
que Jesus estava ordenando que missionários se armassem. Os missionários
precisavam estar armados para poderem se defender em possíveis situações que
aparecessem. Alguns evangélicos estão tão presos às suas ideologias políticas
que fazem distorções bizarras no sentido desse texto. Elas olham, no final, a
palavra “basta” e dizem que Jesus estava rejeitando as espadas. A desculpa de
alguns é que a espada que Jesus se referia era espiritual, o que é um completo
absurdo. Como é que se vende uma capa para comprar uma espada espiritual? Além
disso, o alforje e a bolsa também eram espirituais?
É
claro que não.
O
termo usado, em grego (hikanon) absolutamente nunca é usado na Bíblia com a
ideia que às vezes usamos em português, como “chega!”. Quando os discípulos, em
obediência a Jesus, trouxeram as espadas e mostraram a Ele, sua resposta
“basta”, significava “é o bastante”.
Lembre-se
da passagem tão conhecida: “a minha graça te basta“ (2Co 12:9).
Aquilo
que basta é aquilo que é suficiente. Jesus não estava condenando a ação dos
discípulos, mas sim dizendo que aquelas duas espadas eram o bastante e
serviriam ao propósito. Sem nenhum problema, Jesus ordenou que se comprasse
armamento letal para a defesa. Então, ter uma espada e usar esse instrumento
legal para proteger-se não é pecado, pois Jesus não poderia ordenar o pecado.
Jesus é claramente a favor de que um cristão porte armas para defender a si
mesmo e aos outros.
7.
A BÍBLIA CONDENA O PORTE DE ARMA DE
FOGO?
O
assunto do desarmamento e porte de armas invadiu a pauta da sociedade
brasileira. Um assunto que na maioria das vezes esteve restrito às lideranças
políticas e aos círculos de especialistas em segurança pública, de repente
invadiu a arena e tem produzido discussões acaloradas. Em parte, isso é o
resultado da recente politização da população, que tem trocado o interesse pelo
futebol pelas discussões pelos assuntos políticos da nação. Por esse motivo,
como geralmente acontece, a igreja é chamada a se manifestar. O que se pode
dizer sobre isso, dentro de uma perspectiva cristã?
QUESTÕES A CONSIDERAR
Por
nossa herança pacifista, rejeitar o uso de armas é reação imediata.
Cristianismo e armas de fogo não combinam. Simples assim.
No
entanto, algumas perguntas tem provocado muita reflexão: A quem interessa o
desarmamento da população? Por que muitos, inclusive cristãos, tem se
posicionado contra do desarmamento? O Estado, mesmo que quisesse, poderia
proteger a população? Se não pode, então, o que fazer? O aumento de homicídios
no Brasil não justificaria os cidadãos armarem-se para salvar suas famílias? O
cristão, como cidadão, deve sempre se opor ao porte de armas?
A
ideia deste texto não é definir, mas apenas colocar na mesa os pontos que
envolvem as Escrituras e o porte de armas.
A BÍBLIA, ARMAS E O
CIDADÃO COMUM.
É
óbvio que a Bíblia não falará de armas de fogo, pois tais instrumentos não existiam
nos tempos bíblicos. No entanto, espadas, lanças, flechas e outras “armas
brancas” eram comuns. Creio que ao lidarmos com o porte de armas podemos fazer
um paralelo entre as armas dos tempos bíblicos e as armas que dispomos
atualmente. Não se trata do tipo de arma, mas se essas podem ser usadas por
civis como instrumento de defesa pessoal. Que princípios podemos extrair das
Escrituras a respeito desse tema que nos ajude a navegar no mar das opiniões?
Que lado da questão nos compete?
O
primeiro ponto a ser considerado é que esse debate não nasceu da interpretação
de alguma passagem bíblica. É uma discussão, à princípio, da esfera da
cidadania, do relacionamento entre o governo e os governados.
No
Brasil, o tema começa a emergir em 2005, quando ocorre o plebiscito sobre o
porte de arma. A pergunta a ser respondida era: “O comércio de armas de fogo e
munição deve ser proibido no Brasil?”. A expectativa era que a resposta do
brasileiro fosse um sonoro “sim”. Nosso pacifismo tendia para isso. Surpreendentemente
quase 64% da população foi contra a proibição. E ainda que na prática o porte
de arma tenha se tornado extremamente difícil, esse fato passou a provocar
inúmeros debates.
A
verdade é que com a internet e as redes sociais, na época, principalmente o
email, as informações e discussões saíram da esfera da inteligência e chegou às
massas. E inúmeras perguntas e afirmações começaram a circular. Por que esse
interesse tão grande em desarmar a população? Por que a cultura de massa
constantemente inseria o tema em seus roteiros, super dimensionando os
acidentes com armas de fogo? E que garantia havia que os criminosos, na mão de
quem as armas eram de fato perigosas, não se aproveitariam de uma população
desarmada? Os governos totalitários como nazismo e comunismo haviam desarmado a
população antes de assumir o poder absoluto. Não seria isso que estava
acontecendo? Uma população desarmada é uma população refém, seja de criminosos,
seja de um governo inescrupuloso.
O QUE DIZ O ANTIGO
TESTAMENTO
Qualquer
pessoa que leia o Antigo Testamento, seja a lei mosaica, sejam outros escritos,
perceberá que a questão de portar armas para defesa de si ou da família era
encarado como atitude normal. Até mesmo em defesa da propriedade (Êxodo 22.2)
ou vingando um homicídio (Números 35.27) aquele que matava essa pessoa era
inocentado.
A
defesa pessoal fosse da propriedade da família e mesmo da própria vida era
visto como uma justificativa mais do que justa para que o indivíduo se armasse.
É o que vemos, por exemplo, no caso de Neemias, cujo contexto era de
fragilidade e vulnerabilidade. O fato dele, como governador, ser incapaz de
atender a demanda por proteção, fez com que ele exortasse toda a população a se
armar e lutar por sua segurança.
‘Pelo
que pus guardas nos lugares baixos por detrás do muro e nos altos; e pus o
povo, pelas suas famílias, com as suas espadas, com as suas lanças e com os
seus arcos. E olhei, e levantei-me, e disse aos nobres, e aos magistrados, e ao
resto do povo: Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e terrível, e
pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, nossas mulheres e vossas casas’.
(Neemias 4.13, 14)
‘Os
que edificavam o muro, e os que traziam as cargas, e os que carregavam, cada um
com uma mão fazia a obra e na outra tinha as armas os edificadores cada um
trazia a sua espada cingida aos lombos, e edificavam’; (Neemias 4.17, 18)
…
cada um com suas armas ia à água (Neemias 4.23)
A
verdade é que o desarmamento da população foi uma das estratégias usadas pelos
filisteus para manter o povo de Israel subjugado. Não permitia que houvesse
ferreiros entre eles para dessa forma impedir a criação de armas, mantendo-os
cativos (1 Samuel 13,19). O caráter belicoso do contexto vétereotestamentário
faz do uso de armas um lugar comum. Para aquela cultura era natural possuir
armas e defender-se com ela caso necessário.
O QUE DIZ O NOVO
TESTAMENTO
Como
sob certos aspectos o Novo Testamento se sobrepõe moralmente ao Antigo é comum
se buscar uma reprovação do porte de armas em suas páginas. Todavia, o máximo
que poderemos extrair é orientação pessoal para que o cristão não se vingue e
nem retribua o mal com o mal.
Aqueles
que pensam ter apoio para a proibição de porte de armas baseados no sermão da
montanha se enganam completamente. Se o sermão da montanha fosse adequado para
conduzir a legislação de um país, semelhante à sharia islâmica, então seria uma
legislação muito estranha. Pois nesse caso teríamos de ter uma lei obrigando a
entregar ainda mais pertences durante um roubo e a se sujeitar a mais agressões
depois de agredidos (Mateus 5.38-40). É óbvio que essa não era a intenção do
sermão, que servisse de base para legislações civis.
Mesmo
que cristãos aplicassem literalmente tais preceitos a qualquer situação, ainda
assim seria inapropriado obrigar toda uma sociedade a viver dessa forma! É
preciso compreender que o Novo Testamento não inclui um código de legislação
civil como acontecia com a lei mosaica. Portanto, nossa disposição para sofrer
o mal nada tem em comum com a questão da permissão do cidadão de defender-se em
quando atacado.
Ainda
é necessário considerar que o uso de armas por parte das autoridades é
plenamente sancionado pelo Novo Testamento e não há nenhuma menção de que um
cristão revestido de autoridade deva estar menos armado que um não cristão
revestido dessa mesma autoridade. João Batista exortou aos soldados apenas que
não usassem de violência gratuita e não se deixassem corromper pelo suborno
(Lucas 3.14). O uso da espada pelas autoridades foi compreendido como parte da
ação divina na delegação de autoridade aos governos constituídos (Romanos
13.1-7). A conversão do carcereiro não parece ter levado o mesmo a abandonar
seu trabalho e seu uso de armas (Atos 16.27-36).
Temos
da parte de Jesus um momento muito peculiar quando ele mesmo ordena aos seus
discípulos que adquiram uma espada:
‘Disse-lhes,
pois: Mas, agora, aquele que tiver bolsa, tome- a, como também o alforje; e o
que não tem espada, venda a sua veste e compre-a; porquanto vos digo que
importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi
contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento. E eles disseram:
Senhor, eis aqui duas espadas. E ele lhes disse: Basta’. (Lucas 22.36-38)
Sobre essa passagem
comentou Champlin
Outros
intérpretes creem que durante aquele período de grande tensão mental, por causa
das diversas ameaças dos líderes civis e religiosos a ecoar em seus ouvidos
Jesus permitiu que se tomassem algumas medidas de proteção física em favor de
seus seguidores, razão porque permitiu ou recomendou espadas
De
igual modo, o judeu messiânico David Stern assim comenta a respeito dessa
passagem:
Desta
vez os discípulos ainda serão protegidos, mas as circunstâncias mudariam. A
prudência e as considerações práticas desempenhariam um papel mais importante:
capas, bolsas e espada romana era o equipamento padrão, especialmente na
estrada, onde salteadores representavam uma ameaça à vida.
Alguém
pode alegar que Jesus repreendeu a Pedro por ter usado a espada contra o servo
do sumo sacerdote e que naquela ocasião Jesus disse a ele que quem fere com a
espada com a espada será ferido. Todavia, não se pode negar que Pedro tinha uma
espada (João 18.10) e que esse simples fato demonstra que não houve nenhuma
proibição por parte de Jesus nesse sentido. Era impossível que Ele não o
soubesse ou que sabendo não o proibisse fosse esse o caso.
PONTOS A PONDERAR
Quando
se fala em porte de arma muitos cristãos pensam que isso obrigada a todas as
pessoas a portar uma arma. É óbvio que não. Os que defendem o porte de arma
entendem que isso está relacionado à liberdade dos cidadãos. Ninguém é obrigado
a possuir uma arma, mas não pode ser proibido de possuir uma. Isso é liberdade.
Alguns
acreditam que isso é uma incitação à violência. Todavia, a ausência do porte de
armas para cidadãos comuns tem motivado a violência por parte de criminosos que
sabem que terão pouca resistência. Com certeza a arma na mão de um criminoso
está destinada a finalidades diferentes das armas nas mãos de cidadãos de bem.
O
maior argumento usado diz respeito ao mau uso dessas armas, mesmo nas mãos de
um cidadão de bem. Suicídios, acidentes domésticos, atos violentos em momentos
de conflito e ira. Sem dúvida alguma que todas essas ocorrências são possíveis.
Todavia, esses fatos já ocorrem sem as armas de fogo e não significa que vão
piorar com o porte das mesmas. No entanto, é preciso o perigo da ousadia dos
criminosos, um perigo certo para a população desarmada, muito mais certo e
muito mais letal do que outros perigos que o porte de armas pode produzir.
Nada
obriga um cristão a portar uma arma ou ferir uma pessoa. Todavia, qualquer
pessoa coerente se sentiria culpada de não proteger sua família caso pudesse
fazê-lo. Jamais veria isso como violência gratuita. Apenas uma forma de cumprir
seu papel como homem, como cidadão, como pai.
O
fato é que se o governo proíbe a possibilidade dos cidadãos de defender a si
mesmos, então tem o dever de garantir a eles segurança plena. E caso não seja
capaz de proteger os bens e mesmo a vida de seus cidadãos, então cabe a ele
indenizar a todos por roubos ou qualquer danos à sua vida. Essa é a lógica.
Proibir alguém de defender-se e abandoná-lo à mercê de pessoas bem armadas e
mal intencionadas não é governar, é oprimir.