Sim, Deus castiga mas nem todo sofrimento é castigo de Deus. Deus é justo e não deixa o pecado sem castigo mas Ele também nos ama e perdoa. O castigo de Deus é sempre justo.
A Bíblia diz que o castigo do pecado é a morte e ficar separado de Deus, que é perfeito e não tolera o pecado. Todos pecamos e fomos separados de Deus como castigo (Romanos 3:23; Romanos 6:23). Isso é justo. Mas Deus nos ama e não quer ficar separado de nós. Por isso, Ele decidiu pagar o castigo do pecado. Jesus veio para levar nosso castigo na cruz.
Agora quem se arrepende de seus pecados e aceita Jesus como seu salvador não está mais condenado (Romanos 8:1-2). Quando nos convertemos, espiritualmente morremos com Jesus na cruz e ressuscitamos com ele para uma vida nova, livres do castigo do pecado. Ainda vamos morrer fisicamente mas estamos unidos novamente a Deus e um dia vamos ressuscitar e viver para sempre!
Para quem morre no pecado, separado de Deus, haverá castigo eterno, que é a separação total de Deus no inferno. Esse é o grande castigo do pecado.
Deus castiga nessa vida?
Sim, Deus também pode trazer castigo ainda nessa vida. Muitas vezes, o castigo é simplesmente a consequência natural do pecado. Por exemplo, uma pessoa que se embebeda muito pode ficar com doença de fígado ou se alguém é apanhado cometendo um crime, irá para a prisão. Deus permite que esses castigos aconteçam para que as pessoas vejam o perigo do pecado e se arrependam.
Para o crente, o castigo de Deus é para disciplinar (Hebreus 12:7-10). Um bom pai disciplina seus filhos para seu bem, para que aprendam o que é certo e errado. Deus faz o mesmo. Seu castigo serve para nos mostrar o que precisamos mudar para vivermos da melhor maneira. Deus faz isso por amor, não porque gosta de nos machucar.
No entanto, nem todo pecado vem com castigo claro logo depois. Alguns pecados podem parecer ir sem castigo pela vida toda. Mas, mesmo quando não há castigo claro nessa vida, depois da morte cada pessoa terá que se enfrentar a justiça de Deus. Quem não é salvo receberá todo castigo que merece e quem é salvo terá muito que agradecer a Jesus.
Todo sofrimento é castigo de Deus?
Não, nem todo sofrimento é castigo de Deus. Muito sofrimento não tem nada a ver com castigo. O sofrimento pode ter muitas outras causas, que nem sempre são claras. Por isso, não é sensato acusar alguém de estar em pecado só porque está sofrendo.
Algumas outras causas de sofrimento são:
- Pecado de outras pessoas – por exemplo, quando uma pessoa rouba a carteira de outra, que se esforçou muito para ganhar seu dinheiro de forma honesta
- Doenças ou desastres naturais – ser crente exemplar não garante livramento do perigo da dengue ou de uma derrocada de terra
- Oposição ao evangelho – muitas pessoas sofrem por sua fidelidade a Jesus, porque o mundo as odeia – 1 Pedro 4:14-16
O exemplo de Jó mostra que nem todo sofrimento é castigo. O próprio Deus disse que Jó era irrepreensível e ele não pecou, mesmo na provação (Jó 1:8). Mas Deus permitiu que Jó sofresse. Jó não sofreu por castigo.
Qual é a compreensão bíblica da ira de Deus?
A ira é definida como "a resposta emocional à percepção do mal e injustiça", frequentemente traduzida como "raiva","indignação","cólera" ou "irritação". Tanto os seres humanos quanto Deus expressam a ira. Entretanto, há uma grande diferença entre a ira de Deus e a do homem. A ira de Deus é santa e sempre justificada; a do homem nunca é santa e raramente é justificada.
No Antigo Testamento, a ira de Deus é uma resposta divina à desobediência e pecado do homem. A idolatria era com frequência o motivo para a ira divina. Salmo 78:56-66 descreve a idolatria de Israel. A ira de Deus é constantemente direcionada para aqueles que não seguem a Sua vontade (Deuteronômio 1:26-46, Josué 7:1; Salmo 2:1-6). Os profetas do Antigo Testamento frequentemente escreveram de um dia no futuro, o "dia da ira" (Sofonias 1:14-15). A ira de Deus contra o pecado e a desobediência é perfeitamente justificada porque o Seu plano para a humanidade é santo e perfeito, assim como Deus é santo e perfeito. Deus providenciou uma maneira de podermos ganhar o favor divino -- o arrependimento -- o qual afasta a ira de Deus do pecador. Rejeitar o plano perfeito é rejeitar o amor, a misericórdia, graça e favor de Deus e incorrer a Sua justa ira.
No Novo Testamento, os ensinamentos de Jesus apoiam o conceito de Deus como um Deus de ira que julga o pecado. A história do homem rico e Lázaro fala do julgamento de Deus e das graves consequências para o pecador que não se arrepende (Lucas 16:19-31). Jesus disse em João 3:36 "Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele". Aquele que crê no Filho não sofrerá a ira de Deus pelo seu pecado porque o Filho tomou sobre Si a ira de Deus quando morreu em nosso lugar na cruz (Romanos 5:6-11). Aqueles que não creem no Filho, os que não O recebem como Salvador, serão julgados no dia da ira (Romanos 2:5-6).
Por outro lado, Romanos 12:19, Efésios 4:26 e Colossenses 3:8-10 nos advertem contra a ira humana. Só Deus é capaz de vingar-se porque a Sua vingança é perfeita e santa, enquanto que a ira do homem é pecaminosa, abrindo a porta à influência demoníaca. Para o cristão, a raiva e a ira são inconsistentes com a nossa nova natureza, a qual é a natureza do próprio Cristo (2 Coríntios 5:17). Para concretizar a liberdade da dominação da ira, o crente precisa do Espírito Santo para santificar e purificar o seu coração de sentimentos de ira e raiva. Romanos 8 mostra a vitória sobre o pecado na vida de quem está vivendo no Espírito (Romanos 8:5-8). Filipenses 4:4-7 nos diz que a mente controlada pelo Espírito é cheia de paz.
A ira de Deus é uma coisa espantosa e assustadora. Somente aqueles que foram cobertos pelo sangue de Cristo derramado por nós na cruz podem estar seguros de que a ira de Deus nunca cairá sobre eles. "Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele!" (Romanos 5:9).
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