sábado, 29 de janeiro de 2022

Jesus ressuscitou: estudo sobre a ressurreição de Cristo.

 


Marco Antonio Lana (Teólogo - Biblista)

 

O ponto central do Evangelho é a ressurreição de Jesus. Só por meio da morte e ressurreição de Cristo temos acesso ao Pai, temos salvação, vida eterna, se crermos (João 3:16).

 

Se Jesus não tivesse ressuscitado, seria em vão a pregação, a fé e não haveria esperança de vida eterna, não haveria salvação, como diz o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 15:14-17.

 

Porque é importante a ressurreição de Cristo?

 

Com a ressurreição de Jesus, todo crente teve vitória. É importante, pois assim há vitória sobre o pecado e sobre a morte. Jesus ressuscitou e, com isso fomos ressuscitados com Ele (Efésios 2:6), fomos justificados (Romanos 4:25) e a morte não tem vitória sobre o crente (João 11:25.

 

Portanto, Jesus ressuscitou para que todo crente fosse justificado, resgatado, tivesse salvação e vida eterna por meio Dele (Romanos 4:25; João 3:16).

 

Podemos encontrar os versículos sobre a ressurreição de Cristo em: Mateus 28:1-20, Marcos 16:1-20, no capítulo 24 de Lucas, João 20:1-21 e em Atos dos Apóstolos 1:1-11.

 

Quem viu Jesus ressuscitado?

 

Os episódios registrados na Bíblia sobre testemunhas que viram Jesus ressuscitado foram diversos, começando com Maria Madalena em João 20:16-18. Apareceu também aos discípulos enquanto caminhavam para o povoado de Emaús (Lucas 24:13-15).

 

Em João 20:19-23 Jesus apareceu aos discípulos, sem a presença de Tomé, entretanto em João 20:24-29, novamente Jesus apareceu e desta vez Tomé estava presente.

 

Em João 21, Jesus apareceu aos seus discípulos à margem do mar de Tiberíades e também no monte da Galileia (Mateus 28:16-20).

 

Ainda assim, muitas pessoas viram Jesus ressuscitado (Mateus 28:5-9; Marcos 16:9; Lucas 24:13-34; Atos dos Apóstolos 1:6-8; 1 Coríntios 15:5-7).

 

A ressurreição de Jesus é o marco central do evangelho. Jesus morreu na cruz e ressuscitou três dias depois. A ressurreição foi um acontecimento milagroso presenciado por várias pessoas e relatado no Novo Testamento.

 

Antes de sua crucificação, Jesus já tinha avisado que precisava morrer pelos pecados da humanidade. Os inimigos de Jesus conspiraram contra ele e o crucificaram na época da Páscoa, na sexta-feira. Mas Deus usou tudo isso para cumprir Seu plano...

 

Jesus morreu e foi sepultado na sexta-feira. Uma grande pedra foi colocada sobre a entrada de seu túmulo, que também foi lacrado. Além disso, um destacamento de soldados ficou a guardar o túmulo, para que ninguém roubasse o corpo (Mateus 27:66).

 

No terceiro dia, ao domingo, logo de madrugada, houve um terremoto e um anjo retirou a pedra do sepulcro. Os guardas caíram, cheios de medo. Quando algumas mulheres chegaram para ungir o corpo de Jesus, elas encontraram o túmulo vazio e o anjo lhes contou que Jesus estava vivo! - Marcos 16:6-7

 

Jesus também apareceu às mulheres e as mandou contar tudo aos outros discípulos. De início, os discípulos não acreditaram nas mulheres mas Pedro e João foram para o túmulo e viram que estava vazio (João 20:6-8). Mais tarde nesse dia, dois discípulos encontraram Jesus na estrada para um lugar chamado Emaús. Jesus conversou com eles e lhes explicou a razão da crucificação.

 

Jesus também apareceu várias vezes aos apóstolos e mostrou que estava vivo, deixando-os tocar em seu corpo e comendo comida (Lucas 24:38-40). A ressurreição de Jesus não foi apenas uma visão espiritual, ele ressuscitou fisicamente.

 

Ao longo de 40 dias depois de sua morte, Jesus apareceu várias vezes vivo e ensinou seus discípulos. Mais de 500 pessoas viram Jesus depois que ressuscitou! - 1 Coríntios 15:4-6

 

A ressurreição de Cristo veio cumprir e revelar as profecias e o poder de Deus. Jesus veio para cumprir as profecias (Mateus 5:17). Os relatos em Isaías e outras profecias ligadas à ressurreição de Jesus foram cumpridos (Isaías 50:6; Isaías 53:5).

 

Alguns temas importantes ligados à ressurreição de Cristo que trouxeram um significado para todos, sendo eles: salvação, pois fomos resgatados por Jesus da morte espiritual por causa do pecado; fomos libertos pela verdade, temos paz em Jesus, temos vitória em Cristo e temos vida eterna.

 

Por isso comemoramos a vitória de Jesus na cruz, sobre a morte. É o complemento dentro do plano de Deus para a humanidade. Jesus também demonstrou que nenhum poder ou força poderia o impedir de conquistar a morte (1 Coríntios 15:26).

 

Com a ressurreição de Cristo todo crente celebra, pois, Jesus morreu, mas ressuscitou ao terceiro dia e, voltará (Lucas 24:7; Atos dos Apóstolos 1:9-11). Todos que já faleceram, com Cristo como Senhor e Salvador, serão ressuscitados e os que estiverem vivos quando Ele voltar, vão passar por uma transformação e ter novos corpos (1 Tessalonicenses 4:13-18).

 

Antes de Jesus ressuscitar, a condição dos apóstolos era de desânimo, medo e com uma mentalidade de fracasso. Não sabiam o que fazer e para onde ir. Quando Jesus ressuscitou, percebemos uma mudança radical que os discípulos passaram. Desta condição de medo e desânimo para uma condição de coragem, bravura e indo compartilhando as boas novas pelo mundo afora.

 

Portanto, a ressurreição de Cristo trouxe, também, renovação de esperança aos discípulos.

 

Ao ler Hebreus 5:8-9, aprendemos que Jesus era perfeito e era a fonte eterna da salvação e, que por um homem o pecado entrou no mundo e por outro homem saiu (Romanos 5:19).

 

Jesus ressuscitou! Ele vive! Jesus é Senhor. Celebremos a ressurreição de Cristo sempre!

 

5 provas que Jesus ressuscitou

 

A ressurreição de Jesus está no centro da mensagem do evangelho. Através da morte e ressurreição de Jesus temos acesso à salvação e à vida eterna, se cremos nele. Mas nossa fé na ressurreição de Jesus não precisa ser cega. Existem várias evidências que podem nos ajudar a fortalecer nossa fé:

 

1. O número de relatos

 

A história da ressurreição de Jesus não foi uma lenda contada com poucos detalhes. Na Bíblia temos quatro relatos detalhados do que aconteceu (nos quatro evangelhos), com datas, localizações e testemunhas! Se fosse apenas uma lenda, não teriam oferecido tantos detalhes exatos para investigação dos fatos.

 

Mateus e João eram apóstolos e cada um deles escreveu sobre a ressurreição de sua própria perspectiva. De acordo com uma tradição antiga, Marcos escreveu seu relato da ressurreição baseado no testemunho do apóstolo Pedro, a quem acompanhou em seu ministério. No início de seu evangelho, Lucas afirmou que tinha investigado tudo com cuidado, para confirmar o que testemunhas oculares tinham dito. Esses quatro relatos foram escritos a partir de testemunhos em primeira mão da ressurreição.

 

Os quatro testemunhos dos evangelhos concordam em todos os fatos principais: Jesus foi julgado, levado a Pilatos, crucificado, sepultado no mesmo dia, e ressuscitou no domingo, sendo visto por várias pessoas nesse dia. Mas, ao mesmo tempo, cada um dos testemunhos acrescenta detalhes diferentes, que completam a história. Isso mostra que não se limitaram todos a copiar a informação da mesma fonte. Cada pessoa se lembrou de detalhes diferentes, como na vida real.

 

Alguns séculos depois da ressurreição de Jesus, os líderes das igrejas se reuniram para investigar quais relatos eram dignos de confiança. Muitas pessoas tinham escrito sobre a ressurreição, mas apenas os relatos com origem comprovada de testemunhas próximas de Jesus e dos apóstolos foram aceites para integrar a Bíblia. Além de todos os outros relatos menos dignos de confiança que não entraram na Bíblia, temos o testemunhos de várias pessoas da época do início da igreja que relataram que os cristãos acreditavam que Jesus tinha ressuscitado, como Flávio Josefo. Isso mostra que a crença na ressurreição de Jesus surgiu logo no início do Cristianismo, não como lenda mais tardia.

 

2. A morte de Jesus

 

Sem a morte, não haveria ressurreição. Era impossível sobreviver a uma crucificação, depois de levar uma valente sova (que já por si poderia ser letal). Ainda por cima, os soldados verificaram o estado das três pessoas crucificadas e espetaram uma lança no lado de Jesus para garantir que estava morto, antes de entregar o corpo para ser sepultado (João 19:33-34). Jesus não poderia ter sobrevivido e recuperado a tempo de se apresentar (de pé) aos discípulos três dias depois.

 

Várias pessoas estiveram presentes na morte de Jesus, incluindo inimigos seus. Algumas mulheres seguiram os acontecimentos todos e só foram embora depois que viram onde Jesus tinha sepultado (Lucas 23:55-56). Por isso, elas não podem ter se enganado no lugar do enterro no domingo, encontrando o túmulo errado. Elas sabiam onde procurar o corpo.

 

3. O túmulo vazio

 

O corpo de Jesus desapareceu e nunca foi encontrado. Seus inimigos disseram que o corpo tinha sido roubado (Mateus 28:12-14). Mas esses mesmos inimigos tinham enviado um destacamento de soldados para guardar o túmulo o tempo inteiro, para evitar que o corpo fosse roubado.

 

Seria altamente improvável que vários soldados treinados tivessem adormecido em serviço, com um sono tão profundo que não acordaram quando os discípulos removeram a pedra grande da entrada. E seria ainda mais impensável que eles tivessem abandonado seu posto ou fugido com medo de um bando de camponeses desorganizados.

 

A morte de Jesus apanhou todos os seus seguidores de surpresa. Eles não teriam tempo para organizar uma operação de roubo do corpo em um único dia, mesmo se a ideia surgisse depois do choque inicial. E não era do interesse de mais ninguém fazer o corpo desaparecer.

 

A Bíblia diz que o corpo de Jesus não foi encontrado porque ele ressuscitou. Ele tinha claramente morrido e agora seu corpo tinha desaparecido sem nenhuma explicação natural possível. Resta apenas a explicação sobrenatural.

 

4. As testemunhas

 

Muitas pessoas diferentes viram Jesus vivo, depois de sua morte na cruz. E não foram apenas visões. Essas pessoas tocaram em Jesus, conversaram com ele e viram-no comer.

 

A Bíblia diz que mais de 500 pessoas viram Jesus quando ressuscitou, além dos apóstolos (1 Coríntios 15:4-7). Muitas dessas pessoas ainda estavam vivas para confirmar a história quando foi escrita. De todas essas testemunhas, ninguém voltou nem desmentiu o que tinha visto. Algumas dessas pessoas até foram mortas por dizerem que Jesus estava vivo! Ninguém continua a defender uma coisa que sabe que é mentira quando isso lhe vai custar a vida. Eles realmente acreditavam que tinham visto Jesus.

 

As aparições de Jesus depois de sua ressurreição também não têm as marcas de uma alucinação. Em casos de alucinações coletivas, a visão que as pessoas têm costuma ser estranha e meio surreal. Ninguém em uma situação dessas já afirmou que tinha tocado na alucinação, nem que tinha tido uma conversa sensata com ela, nem que a alucinação tinha almoçado com eles. Os discípulos viram uma pessoa real, que eles reconheceram como Jesus.

 

5. A conversão de Paulo

 

Quando era jovem, Paulo era um judeu devoto que se escandalizava com o ensinamento dos cristãos sobre Jesus. Para ele, os cristãos eram hereges que precisavam ser silenciados. Ele ia de cidade em cidade, prendendo cristãos, e até participou da morte de um cristão chamado Estêvão. Perseguir cristãos se tornou sua grande missão na vida.

 

No entanto, um dia tudo mudou. De repente, Paulo passou de perseguidor de cristãos a defensor ousado da fé cristã! O que mudou? Paulo teve um encontro com Jesus. Na visão que teve, Paulo ouviu Jesus falando com ele e ficou convencido que era verdade (Atos dos Apóstolos 9:4-6).

 

Só algo muito poderoso poderia ter mudado o pensamento de Paulo. Sua vida nunca mais foi a mesma. E, tais como Paulo, muitas outras pessoas ao longo da História tiveram suas vidas transformadas por Jesus. A ressurreição de Jesus muda vidas.

 

Como vimos, existem várias razões para acreditar que Jesus ressuscitou de verdade. Mesmo assim, depois de analisar toda a evidência, cada pessoa precisa decidir por si própria se vai crer em Jesus e entregar sua vida a ele. Mas esse passo de fé não precisa ser cego.

 

Onde esteve Jesus nos três dias entre a sua morte e ressurreição?

 

A Bíblia não diz onde Jesus esteve nos três dias entre sua morte e ressurreição. Apenas diz que ele estava morto. O mais importante é que Jesus morreu e depois ressuscitou. Não é essencial saber onde ele foi entre esses dois eventos.

 

Existem várias teorias sobre onde Jesus esteve entre sua morte e ressurreição:

 

1. No Céu

 

Quando estava na cruz, Jesus disse ao ladrão do seu lado que os dois estariam juntos no paraíso nesse mesmo dia (Lucas 23:42-43). Para muitos, isso prova que Jesus passou o tempo de sua morte no Céu.

 

2. No inferno

 

Algumas pessoas acreditam que 1 Pedro 3:18-20 significa que Jesus foi pregar no inferno aos “espíritos em prisão” enquanto estava morto. Existem várias interpretações sobre esta passagem e é difícil formar uma teoria sólida com ela.

 

Jesus pregou no inferno?

 

A Bíblia não é clara sobre se Jesus pregou no inferno, no tempo entre Sua morte e ressurreição. Essa ideia é baseada em poucos versículos, que são controversos. Quer Jesus tenha pregado ou não no inferno, depois da morte não há mais chance de arrependimento e salvação (Hebreus 9:27-28).

 

A Bíblia não nos conta o que Jesus fez enquanto esteve morto porque esse assunto não tem grande relevância. O importante é o que aconteceu depois: Sua ressurreição. Quando ressuscitou, Jesus venceu a morte e destruiu seu poder. Quem se arrepende e aceita Jesus como seu salvador não precisa mais ter medo da morte.

 

A sugestão que Jesus pregou no inferno vem da interpretação de 1 Pedro 3:18-20. Existem várias teorias sobre o significado dessa passagem: 

 

  • Enquanto Jesus esteve morto, ele pregou às pessoas que morreram no Dilúvio.
  •  Depois de Sua ressurreição, Jesus voltou ao Seu estado glorificado, no qual no passado Ele tinha pregado ao povo antes do Dilúvio (possivelmente por meio de Noé)
  •  O Espírito aqui se refere ao Espírito Santo, que vem anunciando a vinda de Jesus desde o início. 
  •  Enquanto esteve morto, Jesus pregou aos anjos caídos que estão presos no inferno

 

Mesmo para quem aceita que Jesus pregou no inferno, não há indicação que essa pregação foi de arrependimento e salvação, nem que os ouvintes tiveram essa oportunidade no inferno. Não sabemos o que foi pregado.

 

3. Em um lugar intermédio

 

A Bíblia diz que Jesus “desceu às profundezas da terra” (Efésios 4:9-10). Algumas pessoas acreditam que esse é um lugar intermédio, o mundo dos mortos conhecido como Sheol ou Hades, onde as pessoas esperam pelo Juízo Final.

 

É muito difícil dizer onde Jesus esteve nesses três dias porque a Bíblia não nos dá informação clara sobre o que acontece com os mortos. Sabemos que os salvos irão para o Céu e os condenados irão para o inferno no Juízo Final (Daniel 12:2), mas é difícil dizer o que acontece antes do Juízo Final. Nem sequer sabemos se o tempo passa da mesma maneira para os mortos! A única certeza que temos é que os salvos encontram paz na morte, mas os condenados encontram tormento.

 

A Bíblia diz que Jesus morreu de verdade (João 19:33-34). Ele passou pela mesma experiência de morrer que todos passam. Sua vida deixou seu corpo e ele foi sepultado. Durante três dias ele ficou morto, mas depois ressuscitou! Onde ele esteve entre esses dois eventos não é importante.

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